História Só mais um anjo perdido - Antes do Caos

Me lembro como se fosse ontem meu pai chegando bêbado sabe Deus de onde, viu um dos meus irmãos organizando seu material de trabalho e ficou muito enfurecido nada o tirava da cabeça que tatuagem era coisa de vagabundos chutou a primeira coisa que cruzou seu caminho, no caso a minha irmã gêmea que passava inocentemente no seu vilotrol laranja e em passos embaraçados se direcionou para a área de lazer da casa pegou uma vassoura e descontou todo aquele ódio nas costas da minha mãe que lavava roupas em um tanque bem decadente, logo meu outro irmão que morava do lado pulou a janela e pegou um tronco seco que servia de lenha para o fogão 

E bom,já devem imaginar o desfecho, aquela cena toda com policiais e curiosos de plantão,eu poderia dar mais detalhes se não tivesse sido agarrada pela minha tia que me enxugava as lágrimas e me consolava naquele dia horrível,e depois desse dia meu pai não voltou a bater na minha mãe, e assim seguiu a minha infância precenciando bastante violência na minha família quando não era meu pai era o meu irmão mais velho espancando a mulher mulher que lhe cravou uma faca no peito na coardia, tocou o interfone e assim que ele abriu o portão foi ferido, ferido pela mãe dos seus 5 filhos sendo um deles apenas de criação, eu poderia ter o perdido ali e sinceramente hoje eu nem teria recordação da sua risada mas esse nao foi o meu caos foi o do meu pai que desde então nunca mais falou com a mulher do meu irmão, detalhe importante: meu irmão voltou com a sua quase assassina ;

Lembro que tinha pesadelos frequentes acordava chorando e gritando a minha mãe que aparecia sempre serena me acalmando dormia comigo até a noite acabar e ela ali era a minha garantia que eu estava segura, aos 7, 8 anos começamos a frequentar a igreja eu minha mãe e minha irmã apesar de não me encaixar na doutrina evangélica pois eu tinha algumas perguntas que as respostas do Pastor não eram coerentes e nem faziam sentido ouvir que as almas esperam a Sete Palmos da terra junto ao corpo carnal pelo julgamento não me pareceu muito lógico, mas mesmo assim continuava a freqüentar para não entristecer minha mãe, vê-la decepcionada era torturante demais para mim, meu pai comparecia algumas vezes mas na maioria eu o pegava conversando com Deus sozinho na sala de estar em casa, foi então que percebi, o que conta não é a sua presença constante nos cultos mas sim a presença de Deus constante em você, 

Na escola naquela época era tudo aparentemente normal, notas excelentes elogios nas reuniões,mas é claro caso contrário a surra era ali nas  reuniões mesmo, namoradinhos? pode parecer engraçado mas eu corria de todos, ficava no banheiro até o intervalo acabar, não sabia o que era beijo e aos 10 anos não estava afim de saber a única que entendia desse assunto muito bem era a minha Barbie e pra mim estava ótimo assim,