História Só mais uma realidade - Lost

     – Lys – o abracei afundando meu rosto em seu peitoral, era tão bom vê-lo. Ele tinha isso com ele, não sei dizer o que era, mas ele me passava tanta calma. O que era ironico, pois escondia um grande segredo dele. Poderia eu estar sendo egoísta? – Que bom que está aqui.

     – Thara você está tremendo. – Lysandre alisava meus braços – O que foi que aconteceu? O Castiel fez alguma coisa com você? – Lysandre separava nossos corpos olhando para mim assustado.

Balancei a cabeça de forma negativa.

     – Não ele não fez nada – menti – Me perdoe Lys, me perdoe – me afastei dele, ao sentir que não era digna de tamanha atenção.

     – Thara o que está acontecendo?

Fechei meus olhos, não querendo encarar o Lys, queria contar toda a verdade, entretanto o medo tomou conta de mim. Não queria que ele me rejeitasse como Castiel acabara de fazer. Inspirei profundamente.

     – Me perdoe por – expirei calmamente e abri meus olhos. Seu olhar solene fez minha alma estremecer. Apertei as pontas do casaco. – Por falar aquelas coisas dentro da sala de aula – Pedi desculpa por isso, mas queria mesmo era pedir desculpas por esconder quem eu era.

Lysandre me deu um sorriso tão quente e um olhar tão gentil que por um milésimo de segundo quase desabei em lágrimas.

     – Não se preocupe mais com isso. Vem – Ele pegou minha mão e abriu a porta do carro. – Vou te levar daqui.

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CASTIEL ON 

     – Está tudo bem com você Cas?

     – Está tudo sim Lety. Mais uma vez agradeço por ficar com o Dragon – Respondi olhando meu cachorro.

     – Aquela era sua namorada?

     – Não. Desculpa Lety, mas tenho muito que fazer.

     – Ok, então até mais. E Cas no que precisar sabe que pode contar comigo. Em qualquer coisa mesmo.

Só a respondi com um sorriso e fechei a porta depois que ela se virou. Soltei o Dragon que correu e pulou no sofá -era o lugar preferido dele- Fui até a cozinha abri a geladeira e peguei uma garrafa de cerveja. Parei em frente a pia coloquei a garrafa em cima dela, apoiei minhas mãos sobre o balcão encarando-o. Naquele momento estava odiando tanto a Thara por esconder isso de mim. Ela era filha do homem que mais odeio. Me odiava ainda mais por me deixar levar por uma paixãozinha por ela.

    – Eu acreditando que era diferente – peguei o prato que ela havia usado e joguei quebrando-o assim que se chocava na parede – Era igual as outras – Falei baixo.

Peguei a cerveja e sentei no sofá ao lado do Dragon que colocou sua cabeça em minha coxa direita. Recostei minha cabeça na parede atrás do sofá de olhos fechados. Fiquei analisando se deveria ou não contar ao Lysandre quem ela era, ele também estava sendo enganado por uma Collins mesmo que nossa amizade não estivesse lá essas coisas, Lysandre era meu amigo ele tem o direito de saber que está lhe dando indiretamente com seu inimigo.

     – Devo contar ou não Dragon? – levei a garrafa na boca dando um longo gole. – Qual será sua reação ao saber?

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AUTORA ON 

     – Conto com sua discrição para resolver de forma mais rápida e eficaz essa situação. E espero que algo assim não não se repita. Seria uma pena uma escola dessa fechada não acha? – disse Lorenzo, com pouca expressão em seu rosto e com uma voz ríspida como sempre falava.

     – Eu lhe garanto que isso nunca mais irá acontecer, e peço novamente desculpa pelo ocorrido – disse a senhora Shermansky.

     – Agora se me dá licença tenho que sair para resolver outras coisas – Lorenzo virou-se e saiu da diretoria.

Lorenzo caminhava para fora da escola quando uma conversa chamou-lhe a atenção.

     – E onde está Thara agora? – Alexy perguntou.

     – O Lysandre foi busca-la na casa do Castiel – Rosalya respondeu.

     – Nem posso acreditar que chegou a tempo de salva-la.

     – Com licença, não pude deixar de ouvi-los que falavam sobre Thara – Lorenzo falou oferecendo seu melhor sorriso. Pois sabia que a primeira impressão era o que ficava, mesmo que não fosse comum ele sorrir, se garantia que podia conquista-los com ele.

     – Ah e você quem é? – Alexy perguntou sendo levado pelo encantador sorriso de Lorenzo.

     – Sou o protetor de Thara, vim aqui para resolver um pequeno problema e ouvi vocês falando sobre ela. Poderiam me explicar o que está acontecendo?

Rosalya e Alexy se olharam pensando se deveriam ou não contar o que estava acontecendo, Rosalya sentiu que poderia contar para ele, mesmo que ela não tivesse certeza uma vozinha em sua mente gritou para que ela contasse. Ela sabia que seus instintos sempre foram certeiros. E confiando nele novamente ela contou exatamente o que acontecera com Thara.
Um sentimento de aversão, ódio e raiva saia do mais profundo âmago de Lorenzo, que naquele momento ele liberou uma pequena dose apertando um sofisticado chaveiro em forma de um pequeno relógio de bolso que Thara o presenteou quando tinha 11 anos -era  como um amuleto que ele carregava para todos os lados- Ele o apertava entre o polegar e o dedo indicador em seu bolso.

     – Agradeço por me contar senhorita. Poderia dizer onde fica a casa desse rapaz que vocês levaram a Thara? – Mas uma vez Lorenzo sorria, e dessa vez foi bem mais forçado, pois saber que Thara passara a noite na casa de um rapaz deixou Lorenzo ainda mais enfurecido.

     – Claro – Rosalya pegou uma caneta, um pedaço de folha e escreveu o endereço de Castiel – Mas não acho que ela esteja mais lá. Lysandre provavelmente já deve estar voltando com ela para cá.

     – Mesmo assim eu agradeço.

Lorenzo deixou os dois para trás e saiu portão a fora entrando em seu carro. Sentou-se no banco do carro e antes de liga-lo pegou seu celular ligando para um dos capangas passando-lhes algumas instruções. Em seguida ligou o carro e dirigiu para o centro da cidade, parando em uma rua com várias pequenas casas duplex.  Saiu de seu carro, olhando as várias casas e adentrou em uma delas.

     – Fiquei surpresa quando me ligou avisando que viria.

     – O tempo está correndo, precisava falar com você o mais rápido possível Eloíze – Lorenzo retirava seu terno.

     – Isso me deixa animada – Eloíze pegava o terno de Lorenzo e o encaminhava para sua sala. – Deixei tudo pronto, sente-se.

Lorenzo sorriu e sentou-se em um pequeno sofá de dois lugares detalhados em madeira com acolchoamentos vermelhos que ficava perto de uma enorme janela com grandes cortinas com desenhos dourados. Eloize entregou-lhe uma taça de vinho e sentou-se do seu lado segurando outra taça. Lorenzo mexeu no bolso de sua calça tirando um pequeno objeto e entregando-a.

     – Acho que ficaremos aqui por um bom tempo – disse Eloize em um tom sedutor.

     – Hoje tirei o dia para você – respondeu Lorenzo levando a taça em sua boca.

~~x~~

Do outro lado da cidade Rosalya saia da escola junto com Alexy atrás das coordenadas que Armin passava em seu celular. E andam para cá e para lá até finalmente chegar ao lugar certo.

     – Então o plano é ficar de tocaia aqui esperando a pessoa aparecer? – Alexy ficou observando com a mão no volante a janela do lado de Rosalya.

     – Bem sabemos que a pessoa mora nessa casa, e que não tem ninguém nesse momento.

     – Deveria ter comprado alguns petiscos. Mas fora isso nada tira o animo de me sentir aqueles tiras de séries de tv. Se soubesse teria comprado também um binóculos.

     – Alexy – Rosalya se segurava para não soltar uma alta gargalhada – Mantenha o foco cadete.

Depois de uma hora e alguns minutos eles de tocaia dentro do carro, uma pessoa parou em frente a casa abrindo a porta.

     – Não pode ser! – exclamou Alexy ficando de boca aberta.

     – O que foi? – Rosalya tirava seus olhos do celular

Alexy apontou para a pessoa que abria a porta, boquiaberto.

     – Mas como? – Rosalya se questionava como essa pessoa poderia fazer tal coisa.

     – O que faremos? Ficamos aqui? Partimos para cima? Aproveita que estou no clima de série policial.

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THARA ON 

Porra! Quantas cruzes eu acertei pedra para isso tudo acontecer comigo? Devo te sido Jack, o estripador na minha vida passada, por isso estou pagando tão caro. Caralho será que posso chegar mais fundo que isso? Se sim então é o inferno que me espera.
Apoiei o cotovelo na janela do carro e olhei para aquele céu nublado.  Mãe se por acaso você tiver a oportunidade de falar com algum santo ai, pede um reforço para mim. Veja se minha conta já não foi paga porque está ficando brabo aqui. Ah e não se esqueça de avisar a Deus que não sou o Rambo.

     – Buff modo hard já é sacanagem – sussurrei.

     – Disse algo? – Lysandre me olhou rapidamente de lado tentando não tirar atenção da direção.

     – Não. Não.

     – Thara – ele parou o carro no estacionamento da escola. – Quero que saiba que pode me contar qualquer coisa, no que precisar estou aqui.

Oh Lys qualquer coisa? Tenho certeza que não está preparado para a verdade que guardo. Essas suas palavras que deviam me fazer ficar mais tranquilas me deixavam ainda mais angustiada.

     – Obrigada Lys – tirei o cinto de segurança e me inclinei para chegar-me mais perto do Lys. Beijei seu rosto. – Obrigada por fazer tanto por mim.

     – Se preciso for eu farei mais por você Thara

 Lysandre falava com seu rosto tão perto do meu, que senti meu rosto enrubescer. -Thara chega para trás, você tem que chegar para trás- era isso que minha mente me mandava fazer, mas não consegui mover um milímetro fiquei imóvel hipnotizada pelo seu esplêndido  olhar enquanto seu rosto chegava-se cada vez mais perto. Meu coração parecia que iria sair do meu peito abrindo um enorme buraco. Borboletas dançavam em meu estomago.  Sua boca ficou tão perto da minha que no pequeno movimento senti nossos lábios esbarrarem.

     – Vou entrar agora – minha mente finalmente conseguiu comandar meu corpo – obrigada novamente Lys.

Sai do carro sem olhar para ele, pois sabia que se olhasse corria um sério risco de novamente ficar hipnotizada.

     – O que foi isso meu cristo? – Coloquei a mão em meu peito sentindo os fortes batimentos de meu coração.

Não Thara, nem pense em se apaixonar por ele. Definitivamente não! De todos os seres na face da terra o Lysandre fica restritamente proibido para você. Repita comigo mocinha: 

     – Lysandre está proibido!

É isso ai menina você tem que fixar isso em sua mente. Enquanto seguia meu caminho até meu dormitório perdida em meus vastos pensamentos quase fui ao chão ao esbarrar em alguém.

– Desculpa, eu sou mesmo uma desastrada – dizia uma linda garota com a pele tão branca, longos cabelos loiros quase brancos, ondulados que caiam em seus ombros e lindos olhos azuis.