História Só mais uma realidade - What is this feeling?

Dentro da casa Debrah sentou-se em seu sofá tentando ligar para Viktor. Mesmo não demonstrando ela se sentiu ameaçada, sabia que isso não iria terminar bem.

     – Quem eram Debrah? – Lívia perguntou olhando da janela vendo-os ir embora.

      – Alguns alunos da minha antiga escola. Droga – Debrah jogou o celular longe – Viktor não atende.

      – Você ainda tenta voltar com ele?

     – É isso e não é isso.

    – Não entendi – Lívia sentou em seu lado.

     – Estou ligando para o Viktor porque se ele souber que falei isso minhas chances de voltar com ele serão de zero

     – De zero a nulo né – brincou Lívia.

Debrah só deu uma olhada furiosa com o comentário.

                   .......x...... 

Lorenzo se levantou, passou a mãos em seus cabelos arrumando-os e colocou seu terno.

     – Preciso ir .

     – Mas já, são 16:00 horas ainda, achei que passaria a noite aqui – Eloíze disse se levantando frustrada.

     – Tenho outras coisas para resolver ainda hoje.

     – Hum de qualquer maneira hoje foi bem produtivo – Eloíze falou brincando com o pequeno objeto em sua mão.

     – Não esqueça que tenho pressa com isso.

Eloíze se aproximou de Lorenzo, passando suas enormes unhas vermelhas sangue em seu rosto.

     – Eu sei, só vou esperar seu sinal – Comentou chegando seu rosto mais próximo do de Lorenzo.

O que parecia correr para um beijo era interrompido por um toque de celular do Lorenzo.

     – Com licença, tenho que ir. Isso é urgente.  Falamos-nos depois.

Lorenzo saia da casa de Eloíze entrando em seu carro já retornando a chamada.

     – Já está com ele?

     – Estamos sim senhor, estamos no lugar de sempre.

     – E os outros, fizeram o que eu ordenei?

     – Eles passarão as informações para o senhor ainda hoje.

     – Ótimo já sigo para ai.

Lorenzo liga o carro e segue para seu destino.

                          -----x-----

THARA ON

Eu ainda não entendia o que estava acontecendo, o porquê dele ficar em silencio, mas seus braços me confortavam nesse momento, e só isso bastava para mim agora. Era como se não estivesse tão sozinha assim.

     – Não vai perguntar? – Questionei curiosa em saber porque ele não perguntava.

     – Não posso negar que gostaria de saber, porém vou respeitar se desejar ficar em silencio.

    – Obrigada – respirei aliviada, senti sua cabeça apoiar-se sobre a minha. – Eu só estou muito chateada com tudo o que está acontecendo.

Ele ergueu minha cabeça com suas mãos, beijou minha testa e depois sussurrou em meu ouvido:
     – Me encontre na frente da escola daqui a duas horas.

Se levantou e foi em direção à escada.

     – Lysandre – ele me olhou. – Obrigada por estar comigo.

Com um sorriso gentil ele se virou e foi embora.

.....

E depois de duas horas estava eu em frente à escola esperando-o, não muito tempo depois ele parou seu carro, desceu e abriu a porta para que eu pudesse entrar.

     – Estamos indo para onde? – disse colocando o cinto de segurança.

     – É uma surpresa – respondeu entrando no carro.

     – Por que disso?

     – Porque o ambiente na escola não está bom, você tem passado por muitas coisas. Precisa de um tempo. E me deve um passeio.

Eu devo um passeio? Quando foi que eu prometi isso? O olhei confusa.

     – Quando te levei a primeira vez ao apartamento do Castiel – respondeu

     – Ah sim claro, lembrei.  Então vamos a um passeio. Mas eu tinha que falar com a Rosalya.

     – Fique tranquila. Hoje curta esse passeio, eu avisei a Rosa que você estaria comigo e ela achou uma boa ideia.

Um passeio. Não sabia se era uma boa ideia, as coisas não estão indo bem para mim, com tudo desmoronando.
Olhei para o Lys que estava com um semblante animado, perdido em seus pensamentos. Eu sabia o que devia fazer. Não poderia esconder por muito tempo quem eu era não era justo para ele. Senti uma dor como um tiro de canhão por dento do meu tórax. Isso poderia ser a coisa mais dolorosa que faria.
Lysandre me fez entrar em um apartamento num bairro de classe média  -Será que todos moram em apartamento?-

     – Bem vinda a minha moradia –  Lysandre disse abrindo a porta.

Uma casa bem interessante, os móveis eram rústicos, notoriamente correspondia ao estilo dos irmãos.. no centro da sala estava um lindo piano de calda preto.

     – Você toca piano? – perguntei lembrando que quando pequena minha mãe insistiu para que eu aprendesse a tocar, mas nunca quis.

     – O único instrumento que sei tocar. Mas venha, me siga – disse Lys passando por uma pequena sala, e indo para o corredor virando a esquerda. Ele parou na entrada da porta e me esperou fazendo com que eu entrasse primeiro, parei perto de sua cama e observei ele entrar. Caminhou até a janela, abriu e passou por ela ficando em pé no parapeito. Virou-se para mim e com um sorriso daqueles de moleques travessos estendeu suas mãos. – Anda venha.

Dei dois pequenos e tímidos passos e pude ver que na frente da janela havia outro prédio, não mais que mais que a distancia de um metrô um de outro.

     – Lys o que estamos fazendo? – perguntei já com medo de sua resposta.

     – Confia em mim?

Ok. Fui influenciada por aquele sorriso travesso que estava enfeitando seu rosto. Me inclinei e olhei para baixo, olhei para ele que ainda estava com sua mão estendida esperando a minha, seu sorriso não havia desfalecido um segundo se quer. Ergui minha mão e a entreguei  saindo pela janela. Lys deu um passo largo até seu pé direito alcançar o outro prédio, mantendo seu pé esquerdo no parapeito do seu prédio ainda.

     – Aqui, vem que eu te ajudo.

 Lys me ajudou a ir para o outro prédio, entramos pela  janela em nossa frente, que deu em um apartamento onde tinha restos de materiais de construção; Lys explicou que já tinha um tempo que eles estavam reformando, mas do nada tinha parado. Ele segurou minha mão me puxando para sair daquele quarto, entramos em outro e novamente tivemos que passar por outra janela, mas dessa vez para poder ter acesso à escada de incêndio. Lys pediu para que eu subisse primeiro e subiu logo atrás. Chegando ao alto daquele prédio e ele pediu outra vez  para que confiasse nele. Estava achando aquilo tudo uma loucura mas concordei assim mesmo. Depois que concordei ele tapou meus olhos com suas mãos e devagar ele me guiou.

     – Está preparada? – perguntou me parando.

     – Se não for me matar estou sim.

 Só ouvi sua risada e então ele retirou suas mãos de meus olhos e pediu para que os abrisse. Quando olhei vi a visão mais bonita da minha vida, era a visão de um lado da cidade que não conhecia, no horizonte pude ver o sol se esconder atrás de algumas montanhas, a coloração do céu rosada e alaranjada dava o toque final. Olhei para o Lys, maravilhada com aquilo tudo.

     – Ainda não acabou – sussurrou em meu ouvido.

     – Ainda tem mais o que?

Ele que estava parado atrás de mim se virou e andou na minha frente, intercalando-se entre olhar para mim e para frente. Fez-me subir outra escada que levava na parte mais alta do prédio, mas dessa vez ele subiu primeiro, e sem deixar seu cavalheirismo de lado, assim que chegou lá em cima ele estendeu suas mãos me ajudando a terminar de subir.

     – Seja bem vinda em nossa última parada – disse abrindo os braços orgulhosamente mostrando aquele cenário que preparou. No chão tinha um enorme pano estendido, com um cesto, e uma garrafa de vinho. A iluminação ficou por conta de uma corrente de pequenas lâmpadas que se estendia por alguns pilares. Aquilo era absurdamente lindo.

     – Lys o que é isso tudo? – perguntei encantada com tudo o que ele preparou.

Lysandre aproximou-se de mim pegando minha mão e me levando até o centro de tudo.

      – Essa noite – ele pegou seu celular – Proponho que nos esqueçamos de tudo o que tem acontecido, o que tem nos deixado triste e que possamos nos divertir – uma música começou a tocar em seu celular, e ele me puxou para perto de si me conduzindo em uma dança. Aproximou seus lábios no meu ouvido cantando, sua voz sobressaia mais que do cantor.

        Guess it's true        (Acho que é verdade)
       I'm not good at a one night stand       (Eu não sou bom em ficar só por uma noite)
       But I still need love     (Mas eu ainda preciso de amor)
       Cause I'm just a man      (Pois sou apenas um homem)
       These nights never seem to     (Essas noites nunca parecem)
       Go to plan                (Seguir o plano)
       I don't want you to leave     (Eu não quero que você vá)
       Will you hold my hand?   (Você vai segurar minha mão?)

Sentia-me como se estivesse flutuando, era como se não existisse mais ninguém no mundo a não ser nós dois.


       Oh, won't you stay with me? (Você não vai ficar comigo?)
       'Cause you're all I need  (Porque você é tudo que eu preciso)

Ele cantou essa parte com mais ênfase; meu coração que estava com as batidas irregulares começou a bater como se quisesse sair do peito. Senti um pequeno choque correr por todo meu corpo me fazendo ficar arrepiada. E com o nervosismo que estava acabei pisando com força em seu pé.

     – Céus... me desculpa Lys – tapei a boca com minhas mãos.

     – Tudo bem – Lysandre fechava somente um olho fazendo uma cara de que aquilo havia doido.

     – Mentiroso pela sua cara vejo que não está nada bem.

Fui tentar ajuda-lo mas só piorei as coisas quando esbarrei nele e o derrubei no chão, me abaixei ao seu lado pedindo milhares de desculpas. Sentei-me frustrada por atrapalha-lo e ainda o machucar.

    – Sou tão desastrada – mergulhei meu rosto em minhas mãos desejando que abrisse um buraco no chão para me sugar. – Estraguei tudo.

     – Está tudo bem Thara, não estragou não.

     – Como não? – o olhei – Você teve tanto trabalho e eu quase te assassinei.

     – Não precisa exagerar, estou bem, sério. Mas já que mencionou você pode fazer uma coisa por mim.

     – Claro é só dizer.

    – Não se mova – Lysandre foi chegando cada vez mais perto de mim olhando diretamente em meus olhos. Colocou sua mão em meu rosto e quando seu rosto ficou tão próximo do meu. Ele moveu seus lábios. – Não fuja dessa vez.

E então por fim seus lábios encostaram no meu e senti o gosto de seu beijo. Seus lábios eram tão macios e seu beijo doce. Quando pensei em seu beijo achei que fosse algo mais calmo e suave, mas não, era quente e apesar de começar calmo tornava-se aos poucos mais selvagem. Enquanto me beijava ele deitou-me, senti seu corpo por cima do meu. Ele diminuiu o ritmo do beijo até parar, não se afastou apenas ficou parado olhando em meus olhos e depois meus lábios.

     – Ly..Lys – Só isso que saiu da minha boca.

     – Não fala nada, só deixei-me beija-la – alisou meu rosto com o peito de sua mão.

Assenti com a cabeça -mesmo minha razão falando que não era para fazer isso e sentindo-me confusa por ter um sentimento pelo Castiel resolvi cala-la- então começamos a nos beijar novamente, e dessa vez soltei-me mais, levando minhas mãos até seu rosto. Aquele beijo mexia com todos meus sentidos. Talvez por ser errado o que estava fazendo, eu não sei, só sei que estava gostando. Um calor tomou conta do meu corpo. Seu toque, seu cheiro tudo mexia no mais profundo de mim.