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História Só uma mentira? - Só um encontro p.1


Escrita por: bonalisk

Notas do Autor


Boa leitura ~

Capítulo 5 - Só um encontro p.1


Os minutos passavam um pouco mais devagar que o normal naquela manhã, ou talvez fosse apenas Jiyeon que não parava de olhar para o seu relógio de pulso na esperança que aquela aula, que havia sido marcada no último minuto, acabasse logo e finalmente estivesse livre para encontrar Juyeon. Ao pensar melhor naquilo, Jiyeon se remexeu na cadeira, um pouco sem jeito com a palavra encontro e Juyeon na mesma frase. A culpa logicamente era de Minkyung e as suas brincadeiras, que deixaram a mente de Jiyeon trabalhar mais do que devia naquilo. A arquiteta soltou um longo suspiro e cutucou o caderno com a caneta, enquanto o relógio lhe informava que ainda faltavam 10 minutos para aquilo acabar; isso significava mais 10 minutos pensando em seus dilemas.

 

Jiyeon sabia que deveria se acostumar com essa ideia de algo “romântico” com Juyeon, afinal de contas era para isso que estava passando por tudo aquilo. Mesmo assim, tinha que admitir que era estranho para ela, ainda mais depois de passar mais de um ano sem ter qualquer tipo de relacionamento romântico. Nem mesmo tinha qualquer interesse amoroso, até que seus olhos encontraram a misteriosa ruiva em um dia entediado na sua cafeteria favorita, quando estava presa no único encontro que Seola se atreveu a forçar Jiyeon ir, antes de ser ameaçada em ser expulsa do apartamento.

 

- Pelo menos uma benção nessa manhã tediosa assistindo essa aula. - Uma voz tira Jiyeon dos seus pensamentos, logo encontrando Kyungwon se sentando ao seu lado, depois de retornar da sua pequena fuga da sala de aula para comprar café.

 

- O que você quer dizer com isso? - A garota de cabelos curtos do outro lado de Jiyeon perguntou, visivelmente curiosa para saber o que poderia ser bom quando tinha uma aula surpresa em um dia que deveria ser livre de qualquer atividade acadêmica.

 

Kyungwon rapidamente se arrumou na cadeira, aproximando mais das garotas para comentar sem ser pega pelo professor. - Tem uma garota linda no corredor, cabelo castanho claro com mechas loiras. Sabe meninas, ela é muito o meu tipo…

 

Jiyeon por um momento pensou que poderia ser Juyeon, mas pela descrição não era a morena com que estava acostumada, para o seu alívio. Ao continuar ouvindo sobre a garota preferiu simplesmente revirar os olhos e continuar as suas distraídas anotações. Parecendo ler a mente dela, a outra garota fez o contrário do que tanto queria. - Quem não é o seu tipo, Yuha? Até a porta faz o seu tipo. - A mais velha do trio teve que fazer um certo esforço para não rir.

 

- Isso não é verdade, Luda! Saiba que eu tenho um tipo ideal muito recatado, ok?! Não tenho culpa de ter sido abençoada com uma universidade que tem tantas garotas que se encaixam no meu tipo ideal. -  Kyungwon comenta antes de dar de ombros, recebendo um olhar de descrença da dupla ao seu lado. - E, bem, nem posso me animar muito sobre aquele anjo, a Jiyeon já conquistou ela. - A garota citada levantou a cabeça rapidamente das suas anotações lançando um olhar completamente assustado, já que não tinha ideia do que sua amiga estava falando.

 

Yuha simplesmente deu de ombros  sobre a reação da mais velha e tomou um gole do seu café. -  Ela nem olhou para mim quando eu passei, parecia tão empolgada vendo a sua maquete do trabalho de infraestrutura medieval. - A garota mordeu a ponta do seu copo e resmungou. - Como eu perdi para uma maquete?!

 

- Porque demonstra que ela tem bom gosto? Ela preferiu Jiyeon do que você. -  Luda disse com tranquilidade virando a caneta entre os dedos, enquanto Jiyeon se esforçava para manter a sua expressão mais estoica possível.

 

- O que você disse, anão de jardim?! - Yuha cerrou os olhos para Luda, que ganhou um sorriso malicioso. Jiyeon soltou um longo suspiro, já esperando o começo da discussão, ela já as conhecia tão bem, que tinha certeza que as duas não parariam tão cedo.

 

- Eu estou dizendo a verdade, sua Casanova! A Jiyeon não é do tipo que fica de olho na primeira que aparece na sua frente assim que abre os olhos. - O tom provocativo de Luda tinha resultados tão rápidos em Kyungwon que era evidente que ela só fazia aquilo para ver a mais alta surtar, já que seu sorriso diabólico era fácil de ser percibido por Jiyeon.

 

- O que?! O problema não é meu se a Jiyeon não usa todo o potencial que ela pode! Tenho certeza que metade da universidade ficaria aos pés dela se ela quisesse. Já eu prefiro aproveitar, diferente de você que é uma nerd e não sabe o que é isso. - A mais baixa do trio estava preste a responder quando o sinal tocou, para o alívio de Jiyeon se apressou em começar arrumar as suas coisas.

 

- Pelo menos não fui trocada por uma maquete…

 

Ignorando Luda depois de lhe lançar um olhar assassino, recebendo apenas um beijo provocador da mais baixa, Kyungwon  se virou para Jiyeon. - O que acha da gente sair para almoçar? Faz tempo que não saímos juntas... Mesmo que eu prefira que você não aceite o convite, Luda. Não gosto de andar com chaveiros.

 

- Claro que não, todas as mulheres ficam olhando e dizendo que eu sou fofa e esquecem de você. - Luda diz esboçando um suave sorriso enquanto colocava a mochila sobre o ombro.

 

Antes das duas começarem a se alfinetar de novo, Jiyeon é mais rápida em intervir. - Dessa vez eu não posso meninas, quem sabe uma próxima?

 

- Ei, Jiyeon, eu não esqueci minha carteira dessa vez, eu prometi que pagaria a sua na próxima. Eu estou cumprido isso hoje. Vamos lá, não é todo dia que eu to com grana sobrando.

 

- Realmente, Jiyeon. Aproveita que não é todo dia que a Kyungwon não gastou do seu dinheiro com baladas e bebidas com pessoas que logo dão um fora nel-...Ei! - Luda resmunga quando recebeu um tapa no braço de Kyungwon, e logo as duas começaram a discutir de novo.

 

- E-eu realmente não posso. Eu vou ver alguém… - Jiyeon comentou colocando a mochila em cima do ombro, sem saber se realmente as duas lhe ouviam no meio de mais uma das rotineiras brigas. - ...Eu tenho um encontro.

 

Jiyeon chegou a se surpreender o quanto as suas palavras foram tão rápidas em conseguir calar o trio, ainda mais percebendo as duas de boca aberta, como se estivesse ouvindo algo de outro mundo. - O que disse? Você? Um encontro? Na mesma frase? - A expressão de surpresa de Kyungwon, fez Jiyeon suspirar e ficar um pouco incomodada com tamanha reação da garota. Ela sabia que fazia um tempo que não saia com ninguém, mas não é como se ela nunca tivesse tido um encontro antes.

 

- Quem é o sortudo? Conhecemos? - Luda rapidamente pulou do seu lugar para seguir Jiyeon que começava a andar em rumo a saída já planejando como se livrar das duas briguentas.

 

- Não há nenhum sortudo. - A mais velha revirou os olhos pegando o celular do bolso e ligando para Juyeon, a fim de saber onde poderia se encontrar. A dupla briguenta olhou para Jiyeon fixamente, até que cedesse.  - Diríamos que a frase certa seria: “uma sortuda…”. - Assim que resposta foi ouvida Kyungwon  e Luda se entreolharam com um sorriso diabólico. - Porque vocês não vão corromper a vida de alguém com esses olhares diabólicos e me deixem em paz? Eu realmente agradecer-... - Quando ouviu um toque de celular no mesmo instante que a sua ligação chamou, a atenção da arquiteta foi desviada em direção ao som.

 

Poucos metros do trio tinha uma garota de cabelos castanhos claros com mechas encarando as maquetes que haviam sido colocada em exposição depois do fim do projeto.- Oh, não é o anjo de mais cedo? Ela ainda está lá. Talvez me esperando…

 

- Só nos seus sonhos, Yuha. - Luda rapidamente provoca de volta, mas Jiyeon não liga muito para a conversa, quando a garota misteriosa se move como se estivesse procurando alguém. - Uau, ela realmente é bonita… Eu nunca tinha visto ela nesse prédio.

 

- Ju-Juyeon? - A arquiteta pergunta com surpresa. No mesmo instante, a chef atende o celular sem parar de procurar alguém com os olhos, até que finalmente os castanhos estacionam sobre ela, fazendo Juyeon abrir um pequeno sorriso antes de desligar o aparelho já apressando os passos na sua direção. Jiyeon não pôde deixar de passar os olhos com maior atenção na garota, que estava com o visual completamente diferente do dia que a conheceu: os fios negros haviam sido clareados, que combinaram tão bem com a jovem que estava sem dificil manter os olhos distantes dela.

 

Logo a voz de Xuanyi sussurrou em sua mente “Sem dizer que namorar Son Juyeon não seria algo tão ruim, certo? Ela é linda, divertida, companheira e um tanto sexy…”. Jiyeon se recriminou mentalmente por lembrar de algo assim, mas não pode deixar de lançar uma maldição a sua ex namorada, por lhe fazer pensar besteiras mais uma vez. Sem imaginar o que se passava na mente da arquiteta, a Son sorriu para ela um pouco mais antes de dizer um tímido “oi” ao parar na sua frente. - Oi. O-o que você está fazendo aqui? - A pergunta - que deveria ter ficado só em sua mente por causa da surpresa - acabou saindo de seus lábios, para a preocupação de Jiyeon, já que poderia estar parecendo rude, especialmente quando as sobrancelhas da chef ser ergueram um pouco. - D-digo. Quando eu te falei sobre a aula, você disse que ia aproveitar para resolver algumas coisas.

 

- Ah. - Logo o sorriso voltou aparecer nos lábios da jovem, para o alívio de Jiyeon. - Eu acabei resolvendo as coisas mais rápido do que eu imaginava, parece que o fato de ter um encontro com você fez com que a Seola fosse menos megera e não me puxasse para toda loja que existe no shopping. - Aquilo fez a dupla começar a rir, conhecendo como a loira era quando se tratava de moda e shopping. - Como você disse o horário que sairia da aula, eu vim buscar você. Espera… Não tem nenhum problema eu vir buscar você, certo? Tem? E-eu devia ter ligado, não é?  - A jovem pareceu se preocupar com sua ação impulsiva e desatou em falar mais uma vez, fazendo Jiyeon ficar com um pouco de dificuldade em entender aquele tiroteio de perguntas. - E-eu estava perto, achei que podia ser uma boa ideia, mas acabei nem perguntando… E-eu não estou incomodando, estou? E-eu posso esperar lá fora se você-

 

- Ei! - A arquiteta segurou na mão da jovem, no intuito de acalmá-la um pouco, já que a jovem ainda estava disparando pergunta atrás de pergunta, sem nem mesmo dar uma oportunidade de responder alguma coisa. - Está tudo bem, Juyeon. Na verdade, eu estava surpresa de saber que estava esperando por mim, mas não significa que eu não gostei. Podemos ir agora se voc-... - Uma falsa tosse de Kyungwon trás Jiyeon de volta a triste realidade que a dupla diabólica estava observando toda aquela cena. - Céus, como eu esqueci delas? - Jiyeon sussurrou para si mesma, mas por estar tão perto de Juyeon, a última acabou ouviu e lhe olhando de forma curiosa.

 

Quando Jiyeon se atreveu a se virar e encarar as amigas, era quase palpável a aura demoníaca que emanava delas. A morena sabia que se Minkyung era do tipo provocadora quando queria, mas aquela dupla conseguia ser bem pior. - Jiyeon, por acaso você não teria nada para nos contar? - Quem olhasse para Luda naquele momento poderia facilmente cair na sua encenação com a sua aparência angelical, mas Jiyeon sabia que ela estava pronta para pegar qualquer fagulha que desse margem as provocações futuras.

 

Se não bastasse o modo como Luda se preparava para provocar, era quase possível ver a mente de Yuha trabalhando em alguma das suas cantadas floridas e bregas para jogar sobre Juyeon, e aquilo deixou a mais velha em alerta. Bona podia dizer até que estava acostumada em ver Kyungwon dando cantadas em outras garotas, o costume era tão grande que nem ligava mais, até mesmo sentia pena das pobres garotas que ficavam tímidas com as suas cantadas. Contudo, agora era diferente; era evidente que Kyungwon estava se interessando e claramente queria jogar seu charme em cima de Son Juyeon. E isso de certa forma parecia errado, especialmente quando a jovem, ainda que fosse apenas mentira, pertencia à Jiyeon.

 

- Luda, Kyungwon… Essa é Son Juyeon… - Quando notou os olhos ficarem ainda mais curiosos sobre Juyeon, sentiu que precisava fazer algumas coisa. - Ela… -  Jiyeon olhou de soslaio para Juyeon, antes de suspirar. Ela estava fazendo aquilo só para manter o plano, certo? Não era porque realmente estava incomodada o jeito predatório que Kyungwon olhava para Juyeon. Era apenas o plano, sim, sua inquietação era apenas um plano. Sua inquieta era apenas por isso, tinha que ser apenas por isso. - ...é a minha namorada.

 

- E-ela é?

 

- Hm, sim. Então eu espero que ela fique longe da sua lista de agora em diante. - O tom de Jiyeon era suave, mas direto o suficiente para deixar um bom recado e pelo tom avermelhado que surgiu no rosto de Kyungwon, era evidente que a jovem havia se tocado que indiretamente havia dado em cima da namorada de Jiyeon.

 

O brilho de surpresa nos olhos de Juyeon duraram por alguns instantes, mas logo a jovem se recuperou e cumprimentou a dupla com um tímido sorriso, antes de se aproximar mais de Jiyeon, deslizando a mão sobre o fim de suas costas até envolver sua cintura. Isso pegou Jiyeon de surpresa, já que era a primeira vez que apresentavam um toque mais íntimo, mas ainda assim parecia que seu corpo respondeu rápido demais ao toque já que a Juyeon notou a reação e tentou afastar, mas a morena colocou seus dedos sobre a mão alheia prendendo mais uma vez na sua cintura. - Agora que estão devidamente apresentadas, se me derem licença, eu já deixei a Juyeon esperando por tempo demais. - Jiyeon piscou para Yuha, talvez como um aviso final, antes de puxar Juyeon pela mão para irem para o estacionamento.

 

Mesmo com certa distância, ainda podia se ouvir quando Luda começou a rir e bater palmas, claramente se divertindo com a expressão de Yuha, que ainda parecia um pouco chocada com a situação. - Hey, Kyungwon. - Luda tentava segurar o riso e ficar séria diante da outra garota, mas estava falhando miseravelmente. - Eu disse, eu realmente avisei que ela tinha bom gosto. - Yuha se virou para Luda e apontou para a mais baixa, visivelmente tentando controlar o constrangimento.

 

- Nem mais uma palavra, anão de jardim. Nem mais uma palavra. - E sem deixar chances, a mais alta saiu andando a passos rápidos, sendo seguida por uma Luda claramente divertida.

 

--------

 

- Hm, Jiyeon? - A chef chamou suavemente, finalmente quebrando o silêncio que se instalou no carro desde que saíram da universidade. Saindo dos seus devaneios, os olhos negros finalmente se voltaram para feição preocupada de Juyeon, fazendo a mais velha se sentir culpada de ter ficado tão quieta e retraída. - Tudo bem…?

 

A primeira coisa que saiu dos lábios da mais velha foi um gemido de frustração, antes de levar as mãos ao rosto. - Eu não acredito que eu fiz aquilo. Eu realmente não sei o que me deu. Como eu simplesmente chego e te apresento como namorada?! - Jiyeon confessou a sua frustração. Sua voz acabou saindo um pouco abafada, já que cobria completamente o rosto. Para a sua surpresa, tudo que recebeu de resposta da mais alta foi uma gargalhada e um carinho na coxa. A mais velha resmungou, tirando as mãos parcialmente do rosto, encontrando um sorriso brilhante nos lábios de Juyeon. - O que?

 

- Você realmente estava incomodada todo esse tempo por isso? - A jovem visivelmente parecia aliviada com alguma coisa. Jiyeon se limitou a concordar com a cabeça, fazendo a risada bonita preencher o carro mais uma vez. - O que há de errado no que você fez?

 

- Como o que há de errado?! Eu acabei de falar pros dois demônios com quem estudo que você é a minha namorada. Você tem ideia o que elas podem fazer isso? - Diferente da preocupação de Jiyeon, a mais nova apenas riu deixando seu corpo relaxado se acomodar um pouco melhor no banco do motorista, antes de acelerar o carro no sinal verde.

 

- Você não devia ficar tão preocupada com isso, Jiyeon. - O tom tranquilo de Juyeon fez com que a mais velha lhe olhasse com certa surpresa. Como ela não devia se preocupar? Talvez ouvindo a pergunta mental da arquiteta, Juyeon olhou para ela com um sorriso cativante ainda maior nos lábios, o que a deixou meio sem jeito, especialmente quando as palavras seguintes saíram com a mesma suavidade e diversão dos lábios da chef. - Afinal de contas, não é justamente isso que eu sou?

 

Quando o efeito das palavras da chef atingiram Jiyeon, a mais velha teve que desviar o olhar para a janela, talvez para evitar que fosse notado o leve rubor que surgiu no seu rosto. - Você parece estar se divertindo com a situação. - Jiyeon murmurou para a chef que dedilhava distraidamente o volante.

 

- Eu pareço? - Juyeon riu baixinho, finalmente estacionando o carro no misterioso local que Juyeon havia planejado para o dito encontro entre as duas. - Talvez eu esteja feliz que seja você... - Jiyeon observou com curiosidade a fala da mais nova, sem nem mesmo perceber que as duas haviam chegado no local; não até Juyeon sair do carro.

 

- O que ela quis dizer com isso? - Jiyeon se perguntou, antes de sacudir a cabeça tentando parar de pensar demais, para enfim sair do carro e perceber onde exatamente estavam. - Um parque de diversões? - Sem dúvida não era um lugar que imaginaria ter um encontro para resolverem qualquer dúvida sobre o namoro falso.

 

- A Minkyung disse que seria uma boa ideia para quebrar o gelo. - Juyeon deu de ombros, já buscando a mão de Jiyeon puxando para perto da entrada. É claro que ela disse… A mais velha pensou, sabendo o quanto a sua companheira de apartamento estava se divertindo com essa situação.  Jiyeon observava as suas mãos unidas; era estranho ver a naturalidade que elas se uniam, especialmente quando a morena era conhecida por não ser uma pessoa com muito skinship, mas parecia sair com certa naturalidade quando era com Juyeon. Não pode deixar de ser perguntar o motivo, talvez por saber que a jovem gosta ou por teoria conhecer bastante da garota. Mas o que importava era que isso faria as coisas convincentes, certo? E aquele encontro era justamente para testar isso.

 

-  Onde deveríamos começar? - Juyeon perguntou e Jiyeon olhou em volta, finalmente se tocando que as duas já havia entrado no parque. Aquilo fez a mais velha cerrar os olhos para Juyeon, que sorriu um pouco sem jeito. - Não me olha assim, você está me fazendo o favor, pense num modo de compensar. E…Você pode pagar o almoço então, o que acha? - Juyeon rapidamente acrescentou quando notou o olhar ameaçador de Jiyeon, já que esse era um pequeno embate que tiveram desde o primeiro dia que encontraram. Ela odiava a ideia de Juyeon querer lhe pagar tudo, sobre o pretexto dela estar lhe ajudando. Só que Jiyeon não concordava, o que a faria diferente das outras garotas, se ela simplesmente aceitasse que a chef lhe pagasse tudo?

 

- Certo, eu pago o almoço e não faça mais isso. -  Jiyeon logo se deu por vencida diante do olhar de expectativa da mais nova, que rapidamente sorriu com a sua pequena vitória. - Eu devia te levar na casa mal-assombrada só porque você fez isso. - A arquiteta até tentou se conter para não rir do quanto foi rápido que o sorriso de Juyeon caiu quando ouviu falar do brinquedo, mas quando a garota franziu a testa em preocupação, ficou impossível controlar as risadas que facilmente vieram. - Céus, Juyeon, você tem tanto medo assim?! Você devia ver como você ficou pálida quando eu disse isso.

 

-Co-como você sabia? Espera foi a Minky, não foi?! Hunf, eu não acredito que ela revelou algo tão constrangedor assim. E para de rir… - A mais velha ainda estava se divertindo em meio a uma risada, quando Juyeon deu um leve tapa em seu ombro, antes de passar os braços em volta do pescoço de Jiyeon esconder o rosto ali. O ato da mais nova poderia parecer inocente, possivelmente era apenas uma tentativa de esconder-se de Jiyeon pelo constrangimento. Ela já conhecia aquele comportamento, Seola fazia algo parecido toda vez que falava sobre a sua crush. Contudo, ter Juyeon tão perto assim, fez a mais velha endurecer no seu lugar pelo toque tão próximo e repentino. Não demorou para que o perfume cítrico de Juyeon enchesse seus pulmões e a maciez da bochecha da mais alta tocasse seu próprio rosto. Em total desconhecimento da petrificação da mais velha, Son apertou mais os braços em volta da mais velha, enquanto se atrevia a perguntar. - O que mais de constrangedor ela te contou?

 

- Hm… - A mais velha ainda estava tentando controlar a rigidez do próprio corpo, tentando levar isso como o mais natural que podia. Mas, céus, como alguém pode ficar tão perto sem se sentir estranho? Para piorar o surto interno de Jiyeon, a mais alta folgou o aperto dos seu pescoço, erguendo levemente a cabeça para buscar o seu olhar, consequentemente ficando perigosamente perto do seu rosto. - Sua vida amorosa…? - A voz de Jiyeon saiu mais baixa do que pretendia, mas foi o suficiente para Juyeon largá-la de uma vez, lançando maldições na pobre produtora musical.

 

- Eu vou matar a Minky! Como ela fala do desastre que foi a minha vida amorosa desse jeito?! - Ignorando os resmungos de Juyeon, a mais velha solta a respiração que nem mesmo notou que tinha prendido quando percebeu a proximidade excessiva. Diferente dela, a jovem chefe não parecia nem um pouco alterada, possivelmente nem percebendo o quanto impulsiva ela age, especialmente envolvendo skinship. Aquilo fez a mais velha se perguntar qual o limite da inocência que passava na mente daquela garota? - Quando eu deixei que ela falasse sobre mim, eu pedi para que não falasse nada que pudesse trazer ideias ruins sobre mim. Mais o que ela faz? Ela fala sobre o meu medo de coisas de terror e a minha vida amorosa?

 

- Juyeon...

 

- Céus, como ela pode fazer isso? Porque o mundo conspira para eu parecer uma idiota na frente da Jiyeon? - A jovem chef choraminga para ninguém em específico claramente amaldiçoando Minkyung pelas próximas gerações por ter contado algo tão íntimo assim.  

 

- Juyeon, ela não deu detalhes…

 

- Sabe o que? Eu devia contar umas coisa dela também, assim ficaríamos quites e. - Juyeon olha para a arquiteta por um momento e volta a choramingar. - Nem isso eu posso, ela também é a melhor amiga da Minkyung. Porque o mundo é tão injusto comigo? Eu só queria uma namorada...

 

- Juyeon…

 

-  Quer saber? - Juyeon vira para a mais velha de uma vez, antes de pegar a mão dela e sair andando sem um rumo específico. - Vamos comer, acabei de ficar com muita fome.

 

- Você é do tipo que desconta raiva na comida? - Jiyeon perguntou tentando disfarçar o quanto a proximidade anterior havia mexido com ela. Ignorando totalmente a sua pergunta, a mais nova continua a puxar Jiyeon pela mão, indo em direção a praça de alimentação.


Sem relutar, a mais velha se deixou ser guiada pela garota de cabelos claros, enquanto mordia o  canto o lábio inferior. Sua intuição estava certa, ela realmente iria se arrepender de tudo isso. Tudo que poderia pensar naquele momento era: “Son Juyeon, você será a minha morte…”



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