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História Sob a constelação de virgem - JINKOOK (ABO) - Her


Escrita por: meuoppa1

Notas do Autor


título: ela/dela

Olá, pessoas lindas e maravilhosas! Obrigada por tanto o carinho!💜
Eu não lembro se respondi aos comentários, mas vou responder todos !

Desculpem os erros!
Boa leitura!

Capítulo 7 - Her


 

É uma fração de segundos que pode mudar a vida de alguém, para o bem ou para o mal, uma escolha pode entrelaçar destinos ou separa-los definitivamente.

A eternidade de um momento que habita em segundos.

O sorriso de Jungkook se desfaz lentamente e Seokjin se sente culpado por isso. A postura militar de Jeon, assume o controle, mas Seokjin quer ver além disso. Ele quer conhecer Jeon, quer obter respostas, ele quer dar uma chance ao que quer que seu lobo esteja tentando lhe mostrar.

― Senhor?

― Sua boina, Capitão. Seokjin mostra a boina em sua mão.

―Oh... e-eu...

― Tudo bem,... apenas cuide melhor.

Jungkook assente e se aproxima rapidamente para pega-la, mas o Kim não devolve, ele fica apenas olhando para Jeon, como se quisesse dizer algo, no entanto nada do que ele realmente tem a dizer ele consegue no momento.

―Vou te enviar uma mensagem com o endereço, não vamos almoçar na minha casa, quero que Areum possa se distrair, sair para se divertir um pouco, tudo bem para o senhor?

― Claro.

― OK...

― O senhor quer que eu anote meu número...

― Capitão, não esqueça que eu sou Comandante. Seokjin de aproxima de Jeon colocando a boina em sua cabeça e fazendo Jeon congelar no lugar. Ele arruma até que fique de seu agrado e então se afasta. ― Eu tenho seu cadastro, está atualizado, certo?

― Sim...

― Ótimo... fique à vontade. Ele se vira entrando em seu escritório.

Jungkook tem quase certeza que o tempo parou, que seu coração parou, que seu sangue congelou, ele acredita piamente que tem alguma coisa muito fora do lugar. Um arrepio percorre seu corpo e um suspiro escapa de seus lábios, antes que ele perceba, ele está correndo, literalmente, para o centro de treinamento.

Jungkook aprendeu ao longo dos anos descontar suas frustrações na luta, seus medos e até mesmo quando algo o deixa feliz, ele decide que lutar é a melhor escolha. A luta o faz se sentir leve, faz sua cabeça se esvaziar de pensamentos negativos, faz ele ter equilíbrio.

O resto do seu dia passa rápido com ele treinando arduamente, olhares curiosos sobre ele, ele percebe, mas está muito concentrado para se importar, ele não quer se importar. Os soldados por sorte estão cooperando, usando força, ainda com certa cautela, ele sabe, mas muito mais soltos do que no dia anterior. Esse grupo não é mesmo do dia anterior, então Jungkook só confirma sua desconfiança, tem algo acontecendo no Comando de Seul e aparentemente ele é o único que não sabe o que é.

― Capitão Jeon, já está na hora de libera-los. Hyunjin avisa, tentando a todo custo não olhar para o corpo de Jungkook. Normalmente o capitão usa roupas largas, raramente um pedaço de sua pele fica a amostra, exceto os braços, mas como Jungkook não está com sua roupa de treinamento usual, ele simplesmente retirou a parte de cima de sua farda e está usando uma regata branca, que atualmente está praticamente transparente por causa do suor, sua cintura fina está bem marcada pelo cinto e até os alfas que não gostam de Jeon, precisam admitir, que ele é uma visão e tanto para se ter. Jungkook é lindo em todos os aspectos, tem um corpo bem construído, mandíbula bem marcada e um olhar sério que causa arrepios. É impossível eles não pensarem que Jungkook não é o único sortudo pelo Kim tê-lo escolhido, mas Seokjin é muito sortudo também por ter um companheiro como Jeon.

― Claro. Ele assente e em seguida dispensa a todos, sendo o único a permanecer no local. Ele tem muito tempo até que os soldados do turno da noite cheguem, e raramente eles usam o centro de treinamento, apenas em ocasiões especiais. Jungkook é extremamente agradecido por isso, porque seus camaradas, com todo o respeito que ele tem por eles, são muito desleixados, e pelo que seu pai costumava contar, não deveria ser assim.

Ele está muito concentrado em seus golpes no ar e com seus pensamentos tentando criar um novo método de treinamento que ele não percebe, o tenente Lee escorado na entrada do Centro, acompanhado por um outro coronel, o observando atentamente.

― Senhores. A voz baixa de Seokjin os assusta. ― Algum problema aqui? Ele olha para o tatame onde Jeon ainda está muito concentrado para perceber as coisas ao seu redor.

― Senhor. Eles prestam continência.

― Descansar, senhores. Seokjin os encara com curiosidade. ― O que fazem aqui?

― Estávamos assistindo o Capitão Jeon treinar.

― Senhor... tenente...? Seokjin fala com certo desdém ao ler o nome do homem em sua roupa. ― Tenente Coronel Park Shinwoo... por que estão aqui?

― Nenhum motivo especifico, senhor.

― Apenas estávamos curiosos. O tenente Lee responde com sinceridade.

― Curiosos... isso é interessante... o senhor, um tenente coronel, estar curioso com um militar que já está aqui há bastante tempo, ou eu estou enganado?

― O senhor não está enganado, Jungkook se juntou a nós há cerca de três anos.

Seokjin respira fundo, ele sabe que os alfas diante dele estão nervosos com sua presença repentina, mas ele não se importa com isso.

― Primeiro, não se esqueça de manter o respeito com seus camaradas, é Capitão Jeon. Ele avisa olhando profundamente nos olhos do tenente. ― Segundo, o que quer que esteja passando pela cabeça de vocês, eu vou avisar apenas agora, uma única vez, deixem o Capitão Jeon em paz!

― Estamos cientes que seu lobo o escolheu, senhor, nós não... Shinwoo é interrompido quando Seokjin fica a centímetros de seu rosto. Ele engole a seco.

― Vocês não, o que? Tenente? Hum? Me diga? Seokjin ri sem humor. ― Não irão corteja-lo? É isso? Porque até aonde eu sei, vocês nunca fizeram isso, aliás vocês sequer se importavam com a existência dele, a ponto de o deixarem correr risco de vida, ou eu estou mais uma vez engando, senhor Lee? Seokjin encara o outro tenente.

― Cometemos um erro que não irá se repetir, senhor.

― Com certeza não irão, eu vou pedir uma investigação do que aconteceu nesse comando durante os últimos três anos, porque aparentemente, vocês estão tentando matar um dos seus. Seokjin respira fundo se afastando dos dois militares, que estão visivelmente incomodados com informação que o Kim acabou de lhes dar. ― Dispensado os dois e, não fiquem tão curiosos com o senhor Jeon.

― Sim, senhor. Eles respondem juntos, se curvam e se retiram a passos apressados.

É a vez de Seokjin ficar observando Jungkook treinar, alheio a tudo que está ao seu redor. Seokjin tentou não se preocupar com isso, mas ele percebeu que os sentidos lupinos de Jungkook sequer dão sinais de alguma existência. Ele não percebe quem está perto ou não, não sente cheiro, não ouve direito e não tem algo como um sexto sentido lhe avisando do perigo.

É impossível ele não pensar na preocupação dos pais do Jeon, que eles estão longe sem poder protege-lo, sem poder ajuda-lo em algum momento de dificuldade. Seokjin pensa em quantas vezes Jeon sofreu calado, ou se todas as vezes que seu ouvido deu problema ele procurou o irmão e o cunhado? Ele pensa em como deve ser solitária a vida do capitão.

Há um aperto em seu peito, um nó em sua garganta. Seu lobo se pudesse estar sendo visto em sua forma mais primitiva estaria uivando de tristeza apenas por causa dos pensamentos que o Kim está tendo. Não há como Seokjin negar, seu lobo definitivamente escolheu Jeon como companheiro. Aquele resquício de esperança que ele teve ao acreditar que poderia ser um engano é dissipado pela maneira como seu lobo está agitado e triste.

― Capitão! Seokjin grita fazendo Jungkook se assustar e cair de bunda no tatame. ― Chega por hoje!

― Oh... Jungkook o encara com olhos arregalados. ― Sim, senhor.

― Vamos, vou te dar uma carona, é um aviso. Seokjin se vira, saindo do Centro de Treinamento e deixando Jungkook pensativo no chão.

Seokjin só pode estar de brincadeira com ele, agindo dessa forma estranha, em um momento quase o matando do coração por ser rígido e no outro momento quase o matando do coração por ser cuidadoso.

Jungkook não quer admitir a si mesmo, mas estar perto do Kim está despertando coisas nele que ele nunca sentiu. Ele não sabe descrever o que acontece com seu estomago toda vez que Seokjin está a centímetros de seu rosto, colocando a boina em sua cabeça, massageando seu pescoço, tentando faze-lo se sentir confortável e mais dentro da sociedade do que Jungkook jamais se sentiu.

Ele coloca suas botinas, mas por causa do calor, ele ignora sua parte de cima da farda, pega sua mochila e corre para estacionamento onde ele acredita que Seokjin está, e é como no primeiro dia: Seokjin com óculos de aviador, os raios de sol do fim da tarde batendo em sua face, sua postura impecável e potente, é uma visão do paraíso, não há como negar.

Seokjin bate na lataria do carro e acena com a cabeça para Jungkook entrar, a medida que ele mesmo entra no veículo.

― Não quero o senhor treinando além do seu horário. Seokjin diz sem o encarar.

― Senhor... Jungkook suspira, ele não quer contrariar Seokjin, mas precisa. ― Eu peço que reconsidere.

― Por que eu deveria? Seokjin acena para o soldado na cabine e Jungkook espera até que eles saiam dos portões para falar.

― É o único lugar que eu tenho para treinar, como o senhor viu, meu apartamento é pequeno e não tenho academia lá, então o Centro de treinamento.... Ele se engole.

― Capitão, o centro de treinamento não é seu espaço pessoal, não é particular para o senhor usar para benefício próprio, então se quer pelo menos tentar me fazer reconsiderar me dê um bom motivo.

Jungkook quer bufar alto, Deus ele quer gritar com Seokjin, descer do carro e pedir para ele não ser burro, porque se ele treina, isso estará obviamente sendo benéfico para os soldados subordinados a Jeon. É claro, Jungkook não pode fazer isso, então ele fica alguns segundos encarando o perfil de Seokjin, que está apenas concentrado no trânsito. Ele não pode gritar com o comandante, por motivos óbvios e porque Seokjin, não está sendo mal educado com ele.

Por que ele está irritado, de repente? Ele não sabe.

― Bem, como eu disse eu não tenho outro lugar para treinar e se eu não treinar, não consigo ensinar o que eu devo aos soldados, é no treinamento que eu me corrijo e posso corrigir os soldados. Jungkook fala o mais calmo possível, mas ele está segurando tão firme sua bolsa que seus dedos estão brancos.

Seokjin fica em silêncio, como se não tivesse escutado uma única palavra do que Jungkook disse e Jungkook apenas vira para frente, prestando atenção no trânsito, ele não tem muito mais o que falar.

Seokjin parece estar testando seus nervos, em todos os aspectos possíveis, talvez seja o momento de reconsiderar o que seus pais sempre quiseram para ele, porque assim, do jeito que as coisas estão acontecendo, Jungkook acredita que não consiga se esconder por muito tempo. Ele não sabe se Seokjin está agindo estranho por causa de alguma desconfiança.

―Vai rasgar sua mochila. Seokjin diz ao parar no semáforo e Jungkook automaticamente abre suas mãos, soltando a mochila em seu colo. ― Algum problema, Capitão? O Senhor parece nervoso.

― Não, está tudo bem.

Seokjin o avalia, só agora percebendo com mais clareza as roupas de Jeon, os músculos de fora, as tatuagens cobrindo a pele, o brilho de suor, as veias soltando. É inevitável, o olhar dele percorre até o rosto de Jeon novamente que está o encarando com tédio.

― O senhor parece bravo. Seokjin volta sua atenção ao trânsito.

― Eu não estou.

― Meu sexto sentido diz que o senhor está.

― Eu... Jungkook respira. ― Eu não estou, senhor.

― Isso significa que meu sexto sentido está errado?

― E-eu não disse isso, senhor.

― Estou brincando, Capitão. Seokjin balança a cabeça em negativo, um sorriso pequeno enfeitando seus lábios e Jungkook quer fugir. O cérebro dele não funciona com o comandante -general, um homem temido, simplesmente lhe dizer que está brincando. Brincando com ele. ― Espero que seu senso de humor não seja o de uma pedra. O Kim comenta, mas Jungkook está muito perturbado para conseguir responder qualquer coisa, então ele fica em silêncio, percebendo Seokjin manter um ar de sorriso nos lábios.

O resto do trajeto é seguido em silêncio, às vezes interrompido por Seokjin cantarolando alguma coisa e batendo os polegares no volante, deixando Jeon um pouco deslocado.

Jungkook está ponderando em, ele ficar esses minutos a mais para treinar, porque se isso significa carona com Seokjin então ele não quer, porque ele não sabe se comportar, ele fica tenso e nervoso e pensa que os companheiros de Seokjin podem não gostar de saber que seu alfa tem dado carona a um beta, ou melhor a um ômega, mesmo que eles não saibam disso.

Outra coisa que Jungkook está pensando é em como seu coração não bate como deveria perto do Kim e ele não gosta do que isso possa significar, ele tenta pensar em muitas razões, mas seu cérebro está jogando com ele, lhe dando possibilidades que Jeon julga impossível, e não é apenas pelo fato de que ele acredita que não tem um lobo, que manter um relacionamento é impossível, é também porque Seokjin não precisa de um companheiro, muito mesmo um companheiro como Jungkook.

O lobo de Seokjin está inquieto de repente novamente, algo que o Kim não entende, ele olha rapidamente para Jeon para encontra-lo afundado no banco, com um bico enorme nos lábios e o cenho franzido.

― Ei, qual o problema? Seokjin estaciona na frente do prédio onde Jeon mora.

― Nenhum, senhor. Obrigado por me trazer. Ele tira o cinto, que ele sequer lembra de ter colocado de tão tenso que ele estava. Ele abre a porta, mas a voz do mais velho o para.

― Jeon? Seokjin suspira e retira seus óculos de aviador.

― Realmente, não tem nenhum problema, está tudo bem. O mais novo responde pausadamente, olhando para os olhos tão bonitos de Seokjin e pensando em como ele poderia ter simplesmente mentido que teria que buscar Sun na casa de Hoseok, mas Namjoon fez questão de tentar estreitar os laços com o bichano e fez questão de ele mesmo traze-lo. Com isso, Jungkook acredita que sua cotas de mentira em sua vida já se esgotou. . ― Tenha uma boa noite, senhor, mais uma vez obrigado... alias... do que sua filha gosta? Sabe, pelo presente.

Seokjin morde os lábios, ele respira fundo mais uma vez, está sendo seu estado de espírito sentir seu coração assim tão estranho perto de Jungkook.

― Areum gosta de tudo, ultimamente, ela tem gostado muito de estrelas, acho que alguém mencionou sobre isso com ela. Ele sorri e Jungkook sorri, seus olhos formando luas crescentes, e é lindo. Seokjin admite, Jeon Jungkook é lindo.

― Eu vou lembrar disso, obrigad-

― Saia, mais um muito obrigado e eu não respondo por mim. Seokjin bufa e é impossível para Jungkook não sorrir. Ele se curva e sai do carro fechando a porta, e Seokjin, ele acredita que já entendeu porque seu lobo escolheu Jungkook, mesmo que qualquer um dos seus amigos poderia perfeitamente se encaixar na escolha.

Quando ele chega em casa minutos depois, ele é recebido por uma Areum falante, o assunto que ela o poupou na noite anterior e durante a amanhã sendo abordado com entusiasmo. O comandante promete que assim que terminar o banho ele contará tudo que ela quer saber e assim que ele saí do banho, a pequena está escorada na porta, com Yeotan no colo, um sorriso enorme nos lábios e olhos brilhando de expectativa.

― Sua filha. Jimin passa por ele no corredor, indo em direção ao seu quarto.

― Veja, pequeno gafanhoto, seu pai não faz parte do tapete. Seokjin debocha fazendo Areum rir e Jimin lhe dar um tapa no ombro.

O Kim coloca Areum sentada em sua perna, respira fundo lhe dando um beijo nas bochechas fartas dela.

― E então, o que exatamente, você quer saber?

―Tudo.

― Ok... Seokjin sorri. ―O nome do seu amigo coelho é Jeon Jungkook... Seokjin diz pensativo tentando reunir o máximo de informação que ele pode. ― Ele é capitão do exercito e sinceramente, um dos maiores lutadores que eu já conheci.

― Uau, ele luta? Oh, por isso é forte.

―Sua memória continua me assustando.... sim, por isso ele é forte... mas tem a cintura tão pequena... minúscula....

― Papai? Areum chama quando Seokjin filha em silencio de repente.

― E ele é bravo as vezes, ele tem um gato, como você sabe... Seokjin pigarreia tentando tirar seus pensamentos da cintura minúscula de Jeon. ― Ele tem um irmão da aeronáutica, e oh, ele morava em Busan, mesma cidade que você e seu papai águia nasceram.

― Isso é tão legal. Areum está radiante. ― E o que mais?

― hum... ele...ele é muito educado, e papai não sabe mais coisas, mas...

― Mas...?

― Marquei um almoço com ele no domingo, então você pode perguntar a ele, sobre o que tem mais curiosidade, porém nada de deixar ele constrangido.

― É sério? Ele vem aqui? Ela pergunta animada.

― Ele vem aqui? A voz de Yoongi os interrompe.

― Não... acho que o restaurante é um bom lugar, se você não se importar Yoon. Seokjin faz careta em expectativa para o mais novo.

―Claro que eu não me importo, ficarei feliz em receber vocês e estou feliz com essa notícia.

― Você, Taehyung e Jimin almoçarão comigo, eu gostaria que almoçassem, por favor.

― Por favor, gatinho? Areum pisca ambos os olhos para Yoongi.

― Almoçarei com vocês é claro, preciso ver a cintura fina, quero dizer... Ele sorri. ― Conhecer melhor Jeon.

― Há quanto tempo você está ai?

― Tempo suficiente para ver seus olhos brilharem, camaleão. Yoongi sorri carinhosamente. ― Não tenha pressa em assimilar tudo, está tudo bem, leve seu tempo. O Min aconselha e o Kim assente. ― Só tome cuidado para não demorar demais, se ele não sabe, significa que não está esperando por você.

Seokjin abre e fecha a boca, ele não pensou sobre isso, e ele sabe, para surgir alguém impressionante na vida de Jeon não deve ser tão difícil, embora ele viva apenas de para o comando e sua casa.

E Jungkook definitivamente não está esperando por Seokjin, assim como ele não está esperando por ninguém.

Ele cresceu acreditando que ser uma boa pessoa era o suficiente, que ele seria amado por isso, independentemente do subgênero, que a pessoa que ele se tornasse seria mais importante. Um caráter inquestionável e uma personalidade cativante seria mais do que suficiente.

Ele tinha uma vida incrível antes dos dezesseis, amigos que estavam sempre ao seu lado, momentos de lazer dos quais ele nunca esquece, mães de amigos que ele considerava sua própria família, e tudo isso se perdeu. Jungkook se fechou para o mundo, se afastou dos amigos, se isolou em sua própria bolha para se proteger.

O mundo deixou de ser um lugar bonito e Jungkook que antes vivia em plena liberdade, se tornou prisioneiro de um  padrão, de uma sociedade, de seus medos. Ele percebeu que o mundo nunca foi bonito, ele estava apenas sonhando por muito tempo, acordado.

Ele exercita seu cérebro durante toda a semana, tenta pensar em coisas positivas, nas palavras de Hoseok e Namjoon sempre que ele está para baixo, porque ele não quer que a pequena e doce Areum tenha seus sonhos destruído por causa de uma palavra errada.

Seokjin lhe dá carona todos os dias, o impedindo de ficar além de seu horário no centro de treinamento, sempre lhe olhando como se quisesse dizer algo, mas optando pelo silencio todas as vezes.

Jungkook está mais do que inquieto no domingo. Ele mal conseguiu dormir e antes que as lojas estivessem oficialmente abertas ele já estava na rua a procura de um presente para Areum, porque no sábado ele não pode ir, porque Namjoon e hoseok apareceram cedo demais em seu apartamento.

Ele não sabe ao certo o que comprar e o nervosismo não está ajudando nas escolhas que ele fez, sempre pegando e soltando muitos brinquedos.

Por mais que Seokjin tenha lhe dito que Areum gosta de estrelas, ele lembra de quando ela disse que gostaria de ter um gato e que infelizmente não podia por medo que Tannie e o gato brigassem. Após escolher os presentes, porque ele não aguentou pegar apenas um, ele segue para casa, ele não vai almoçar com Sun e Seokjin parece estar testando sua paciência, porque nem o endereço lhe enviou ainda.

― Sun, estou começando a acreditar que o General Kim, definitivamente não gosta de mim. Ele respira fundo, sentado em frente a única mesinha que coube em seu apartamento. Ele estava assistindo uma animação qualquer e acabou se entretendo em frente a tela do notebook. Suas compras estão sobre o colchão e Sun estava rodeando como se quisesse saber o que era. Jungkook a encara com o canto do olho, o que já o suficiente para o gato apenas se aninhar ao lado das sacolas. ― São quase onze horas, você já até almoçou, me desculpe, eu não queria trocar o horário do seu almoço... Ele olha o celular pelo que acredita ser a centésima vez, embora não tenha contado. ― Será que ele desistiu? Seria um pouco rude da parte dele não me avisar, você não acha? Jungkook esta prestes a desistir desse almoço quando seu celular acende sozinho mostrando as mensagens do Kim.

Número privado

Olá, Capitão Jeon, aqui é o General Kim

Estou enviando a localização, não se atrase.

Não precisa me responder.

[endereço anexado]

Jungkook pisca diversas vezes para sua tela, ele não pode acreditar que Seokjin literalmente lhe enviou uma mensagem.

― Será que ele não o usa o Kakao? ou WhatsApp? Sun? Jungkook bufa encarando seu gato. ― Ele enviou assim para eu não saber o numero dele? Eu nem queria saber o número dele e como eu iria responder se não há numero pra responder. Ai... Ele grunhe. ― Não me disse nem o horário certo, como vou saber se vou atrasar ou não. ― Ok... respire, inspire... ele entra no banheiro se olhando no espelho pendurado na parede. ― Está tudo bem, é apenas por causa de uma criança querendo lhe agradecer, está tudo bem, você é um militar, passou por coisas perigosas, você já esteve na berlinda, então almoçar com a família do comandante... não é perigoso, não há do que se defender, apenas sorria e seja gentil. Ele respira fundo. Verifica mais uma vez suas roupas, sua camiseta branca larga e calça jeans escuras, um pouco justa demais ele sabe, mas sua camiseta faz um ótimo trabalho em cobrir parte de suas coxas. Ele caminha até Sun, acariciando seus pelos e em seguida pegando suas sacolas de compras. Sua carteira está no bolso. Seu celular também foi colocado lá depois que ele leu a mensagem de Seokjin, seu cabelo está ok. ― Me deseje sorte, Sun... sinto que vou precisar. Ele respira fundo mais uma vez antes de sair do apartamento.

O restaurante conforme Jungkook verificou não é longe, então ele pode ir a pé e considerando que um almoço seria ao meio dia, ele não irá se atrasar.

O percurso até lá é tranquilo, Jungkook mais uma vez ensaiando mentalmente o que pode e não pode falar com Areum. Embora ele acredite que não falará muito, ele vai tentar não deixar transparecer o fato que ele não sente cheiro lupino, então vai agir como sempre age e tratar todos com igualdade, exceto Seokjin porque é seu comandante e não há muito que ele possa fazer sobre isso.

A caminhada é boa, ele não pôde fazer seus exercícios de sábado de manhã então a caminhada para as compras e até o restaurante o ajudam a relaxar mais e enganar seu corpo sobre suas rotinas do dia anterior.

O restaurante, é simples, mas muito aconchegante, Jungkook percebe apenas pela fachada, é um local que ele nunca esteve, mas dado o fato que ele não costuma sair, isso não é nenhuma novidade. É em uma rua pouco movimentada, considerando as demais ruas sempre agitadas de Seul.

Assim que ele cruza as portas do pequeno restaurante, um sino soa sobre sua cabeça, algo incomum, já que normalmente são lancherias e postos de conveniência que possuem esse tipo de coisa e antes que Jungkook possa observar o interior do restaurante, há uma criança correndo no corredor em sua direção e gritando "Coelho!" ele só tem tempo de firmar seus pés no chão e segurar a criança em seu colo.

― Coelho. Areum fala agarrada em seu pescoço, o apertando em seus braços pequenos. Jungkook a segura como pode até que Taehyung apareça para ajudá-lo.

―Deixe que eu seguro suas sacolas. Taehyung diz já pegando as sacolas de Jeon. ― Bom dia, Capitão Jeon.

― Bom dia.... Jungkook fala sem jeito, Areum ainda firme em seu aperto.

― Ela é assim mesmo, venha me siga, estávamos esperando por você. Taehyung guia Jeon entre as mesas, embora exista um corredor que eles poderiam ter seguido com mais facilidade.

Longe dos olhos de qualquer curioso, Taehyung entra em uma sala anexa ao restaurante, aonde Jimin, Yoongi e Seokjin estão sentados.

― Encontramos ele no caminho e ele arrumou um chiclete.

― Areum... Jimin tenta repreende-la.

― Está tudo bem... bom dia a todos. Jeon acena com a cabeça, é o melhor que ele pode fazer com uma criança o espremendo.

― Areum, solte o capitão para que ele possa sentar.

― Mas eu quero ficar com ele, papai Camaleão. Ela resmunga contra o pescoço de Jungkook.

― Você pode sentar ao meu lado, o que acha? Hum? Se seus pais não se importarem, é claro.

Areum se afasta um pouco olhando nos olhos de Jungkook, que lhe oferece um sorriso carinhoso e olhos brilhantes.

― Eu posso? Ele encara seus pais e ela sabe que eles conversaram muito antes de sair. Que eles disseram para ela não ser tão pegajosa porque Jungkook poderia não gostar, mas ela simplesmente não consegue obedecer agora.

― É claro que pode. É Yoongi quem responde com um sorriso nos lábios.

Cuidadosamente Jungkook a senta na cadeira vazia ao lado de onde ele se senta logo em seguida.

― Sinto muito, Areum é muito...

― Não se preocupe, não comigo, está tudo bem, realmente. Jungkook interrompe Jimin que apenas assente. Jungkook sabe que é importante que os pais corrijam a pequena, que ela saiba que não pode pular no colo de qualquer pessoa e que muitos não gostam desse tipo de comportamento, mas ele não quer que Areum seja podada com ele, que eles tentem justificar o comportamento dela, que deem nomes as ações dela e que ela se feche de alguma maneira.

― Esses presentes são para mim? Taehyung brinca depois de alguns segundos de silencio.

― Eu trouxe para Areum... Jungkook acaricia os cabelos da mais nova, um sorriso carinhoso enfeitando seus lábios. O sorriso que Areum lhe oferece é capaz de curar tudo dentro de Jeon, ele acredita nisso. ― Se não gostar, apenas me diga e posso troca-los... 

Areum apenas pega as sacolas das mãos de Taehyung, o sorriso nunca deixando seus lábios. Para seus pais ver ela assim, feliz perto de um estranho é raridade, é algo que faz o coração deles se acalmar ao pensar no futuro, afinal, ainda existem muitos Jungkook por ai, e eles esperam que ela apenas encontre pessoas como ele.

Enquanto Areum tenta desembrulhar os presentes, Jungkook aproveita para olhar adequadamente para todos, e também para o lugar. Ele acredita que ali é uma cozinha separada do restaurante, tem uma buffet ali, aparentemente de onde eles vão comer, ele não consegue lembrar bem do salão principal, mas teve o vislumbre de dois garçons andando pelo local.

― Aqui é privado. A voz de Yoongi interrompe os pensamentos de Jeon, que o encara. ― O restaurante é meu, é pequeno, apenas dois cozinheiros contando comigo e mais dois garçons.

― Oh...

― Alias, caso não se lembre eu sou Min Yoongi...

― Um gato! Areum grita recebendo a atenção de todos. ― Olha, amigo gato, tem seus olhos de gato. Ela diz para Yoongi. ― É branquinho igual a você. Ele é lindo. Ela encara Jeon.

― Igual a mim também? Yoongi brinca fazendo todos rirem, inclusive Jeon, e Seokjin acredita, que ele pode se acostumar a seu coração errar uma batida toda a vez que ver um sorriso de Jeon.

― Você é lindo, papai. Ela diz como se não fosse nada, mas, o Min acredita que seu mundo parou de repente. Ele fica parado a encarando com os olhos marejados.

― Ei, gatinho. Jimin o abraça pelos ombros e deixa um beijo em sua bochecha vermelha.

Jungkook acompanha o desenrolar dos acontecimentos, Jimin continua enchendo a bochecha de Yoongi com pequenos beijos, todo sorridente a ponto de seus olhos se transformarem em risquinhos, ele é fofo. Taehyung encaixa seus dedos longos nos do Min, acariciando com o polegar e a levando a boca para beijar. Seokjin está apenas sorrindo para eles, como se estivesse orgulho do que quer que esteja acontecendo. Talvez seja um momento que ele não deveria fazer parte, Jungkook pensa.

― Uau... Areum diz ao pegar um penduricalho de estrelas. ― Isso...

― Isso é lindo. Yoongi tenta se recompor o máximo que pode. Areum pode estar apenas emocionada com seu novo amigo e isso a fez se atrapalhar nas palavras. ― Você tem bom gosto, Jeon. Ele diz sorrindo e assentindo para seus dois namorados, mostrando que está bem.

― Obrigado... você pode pendurar no teto, ela brilha no escuro. Ele diz para Areum. ― Ela não faz barulho se ventar, acho que isso é algo bom.

― Você vai colocar no teto pra mim?

― Areum, meu pequeno gafanhoto, não abuse da generosidade do Capitão Jeon. Seokjin comprime os lábios.

― Certo, sim, obrigado de qualquer maneira, eu amei, o gato e esse negócio de estrelas. Ela fala ainda eufórica e mostrando seus presentes para seus pais.

― Tem mais um.... presente. Jungkook fica envergonhado, talvez ele tenha exagerado.

― Jeon, você não precisava. Yoongi suspira. ― Ela já é muito mal acostumada, você só vai piorar. Ele brinca.

Areum abre a última sacola, é a menor delas, ela tira o embrulho com cuidado, olhando para todos a medida que se apressa para ver o que pode ter ali. É uma pequena caixa cor de rosa, não é a cor preferida dela, mas Jungkook ainda não sabe disso e ela esta muito feliz para dizer que é roxo.

― E-eu...

― Jeon, você definitivamente não precisa. Jimin fica de boca aberta.

― Isso foi muito, realmente..

― Uau... apenas uau... Taehyung bate lentamente do queixo de Yoongi o fazendo fechar a boca.

― É tão lindo. Os olhos de Areum brilham quando ela levanta ainda na caixinha de joias o presente que Jungkook lhe deu.

― Isso deve ter sido caro, não podemos deixar que Areum aceite. Seokjin fala sério.

― Senhor, não acredito que eu possa devolver... eu pedi que gravassem o nome dela...

Areum fica olhando o presente, é um colar de ouro, com o símbolo dos subgêneros entrelaçados em uma lua com uma estrela, ela encontra seu nome atrás e mostra para seus pais. Não há como devolver definitivamente. Ainda há mais um conjunto com os brincos e uma pulseira que ela mostra a eles.

― Muito obrigada. Areum pula de repente e novamente no pescoço de Jungkook. ―Muito obrigada, eu gostei muito, de todos eles. Obrigada.

― Acredito que você mereça muito mais, então não há o que agradecer. Ele diz gentilmente acariciando as costas dela.

― Obrigada. Ela diz novamente, se afastando e voltando para seu lugar. ― Obrigado também por ter me ajudado, quando...quando eu não estava bem...e-eu... é difícil respirar as vezes... e você me ajudou a respirar... as pessoas não gostam muito de me ajudar.

Jungkook engole o choro, usa sua expressão treinada para esconder como seu coração se parte em milhões de pedaços só em pensar em alguém negando ajuda a uma criança.

― Espero que você não fique sem ar novamente..., mas se ficar e eu estiver por perto, vou te ajudar sempre, você não precisa se preocupar.

― Você promete, amigo coelho?

Jungkook abre e fecha a boca "não prometa nada que você não possa cumprir"  ele lembra de Seokjin lhe dizer, então ele encara os pais da crianças que estão com brilho nos olhos os encarando.

― Eu prometo, se eu estiver por perto e você precisar de ajuda, então vou ajudar você.

Areum levanta o mindinho o fazendo sorrir, ele entrelaça seu dedo mindinho ao dela, firmando sua promessa, ele espera do fundo do coração que ela não precise de sua ajuda e nem de nenhuma outra pessoa, mesmo que saiba que isso é quase impossível.

― Acabou os presentes, vamos almoçar? Yoongi pergunta.

― Vamos, papai, estou morrendo de fome, ficar mais feliz me dá fome. A pequena diz já saindo de seu lugar e puxando a mão de Jungkook para ir com ela. ― Vamos, amigo coelho, vamos. Ela diz o levando consigo e Jungkook a segue até o buffet.

―Ela não percebeu, não é? Yoongi pergunta sorrindo e a observando de longe. Abanando com a mão para Jungkook que o encara como se estivesse perdido. E ele está.

― Não, gatinho, daqui a pouco ela percebe. Taehyung o puxa para um beijo singelo e Jimin o segue no gesto, aproveitando que Jungkook aparentemente não está prestando atenção neles.

Seokjin apenas sorri para o amigo, porque embora Yoongi nunca tenha reclamado ou exigido que Areum lhe chamasse de pai, ele também pensou que a menina não o via assim e talvez nunca fosse vê-lo. E ainda que agora, ela tenha apenas cometido um erro por estar muito eufórica, Yoongi se sente extremamente feliz.

Seokjin caminha até aonde Jeon está com Areum, ele não diz nada apenas fica parado perto deles, o suficiente para ouvir a conversa que ambos estão tendo.

― Então eu termino de servir você e depois volto e me sirvo, o que você acha? Jungkook fala tentando ignorar que ele viu mais demonstrações de afeto em um minuto do que durante a vida toda, pelo menos no sentido romântico.

― Mas eu quero ficar com você, amigo coelho. Areum protesta fazendo beicinho e apontando para Jeon pegar uma lagosta.

―E você vai ficar, eu prometo que não demoro e ninguém vai sentar no meu lugar. Hum?

― É que eu quero ficar com você, eu já posso segurar meu prato, eu não vou me queimar, você sabia? Eu já vim aqui antes.

― Pequena... Jungkook para de servir e encara os olhos brilhantes de Areum e seu beicinho fofo. ― Eu tenho certeza que você não vai se queimar, mas esses pratos, veja, eles são maiores do que os da nossa casa, e eu coloquei muita comida, porque eu acho que você come bem... Ele sorri e ela apenas assente. ― Então eu sirvo você, levo até a mesa e me sirvo muito rápido pra ficar ao seu lado, hum? Vai ser tão rápido que você nem vai sentir minha falta.

― Só porque você me chamou de pequena. Ela suspira fechando os olhos e fazendo Jeon sorrir ainda mais largo.

― Você quer mais alguma coisa? Eu não sei a quantidade que você come, mas não quero que tenha uma dor de barriga depois.

― Eu acho que vou repetir, mas esse por enquanto está bom. Vamos? Ela segura a mão livre de Jeon para o guiar de volta a mesa e quando eles se viram Seokjin esta ali sorrindo bobo para os dois.

― Ela é um teste de paciência? Seokjin pergunta com um sorriso nos lábios.

― Não... Jungkook respira e sorri ainda mais para Areum. ― Ela é incrível.

Areum faz careta para seu pai e puxa Jungkook com ela novamente, aumentando ainda mais o sorriso no rosto de Seokjin.

Depois que ele a acomoda à mesa, ele volta para o buffet acompanhado dos outros três. Areum faz beicinho por que a deixaram sozinha, mas dá de ombros logo em seguida aproveitando sua comida.

― E então Capitão? Jimin pergunta rodeando a mesa do buffet para se servir. ―Qual o segredo?

― Segredo? Jungkook pergunta confuso. Ele tem alguns, nenhum que esteja disposto a revelar. Não para o companheiro do comandante, ou um dos companheiros.

―Você é bonito, com todo o respeito, é capitão do exército, aparentemente tem uma boa condição financeira, se eu considerar os presentes que deu para minha filha, você é muito gentil... algo de errado deve ter? Você não é tão perfeito assim, é?

― Jimin? Yoongi o repreende e Seokjin o encara incrédulo.

― Não, eu não sou perfeito, estou longe de ser. Ele responde sem dar muita importância ao que quer que Jimin queira. Se foi alguma armadilha para descobrirem a verdade, todos estão enganados, Jungkook é bom em fugir desse tipo de armadilha.

― Então me diga um dos seus defeitos? Jimin o desafia e Taehyung dá uma cotovelada nele.

Jungkook encara Seokjin que está mordendo o interior das bochechas enquanto se serve, e parece estar bravo. Se Seokjin, seu comodante já sabe algumas coisas sobre ele, então seus companheiros podem saber também.

― Se o senhor considerar não sentir cheiro e ter um problema auditivo, um defeito, acho que esses podem ser meus defeitos. Jungkook faz uma pausa pensativo. ― E meu apartamento é uma caixa de fósforo, como meu irmão costuma chamar. Ele dá de ombros.

― O senhor não precisa entrar em detalhes sobre sua vida... Jimin pare com isso. Seokjin fala com a voz um pouco mais alta do que gostaria, fazendo Yoongi se afastar dele. ― Desculpa, Yoon.

― Não se desculpe, você está certo, Jimin, o que aconteceu?

― Apenas quero saber quem é o Capitão Jeon Jungkook, minha filha se apegou a ele, é o mínimo que eu mereço saber, não é?

― O senhor tem toda a razão, como pai deve se preocupar com quem sua filha fala, mas não se preocupe comigo, eu apenas não sinto cheiro lupino, nada que possa ser algo ruim contra ela. Jeon fala confiante, ele entende Jimin. É direito dele saber quem ele é.

Para a surpresa de Jungkook, todos olham imediatamente para Seokjin que está de cabeça baixa, depois olham para ele, alternando seus olhares entre os dois.

― Esta... tudo bem...? Ele pergunta hesitante e preocupado.

― Está tudo ótimo, Jungkook. Seokjin praticamente sussurra e levanta a cabeça, seu olhar com um brilho vermelho que é tão raro nos dias atuais que assusta Jeon. Seokjin suspira profundamente se recompondo mais uma vez. Seu lobo mais uma vez escolheu Jungkook como companheiro e está fazendo questão de mostrar isso para quem quer que seja.

― Obrigado por compreender, Jeon, isso é muito importante. Jimin fala segurando o sorriso. Presenciar de perto o lobo de Seokjin confirmando sua escolha de companheiro é algo que ele nunca vai esquecer. O cheiro no ar, uma mistura de doçura com possessividade, que nenhum deles jamais havia presenciado, nem mesmo com Areum. ― Se você demorar acho que uma menininha vai virar um pequeno monstrinho com você. Jimin aponta com a cabeça para onde a filha está sentada com a expressão emburrada.

Jungkook assente, dá uma última olhada em Seokjin e então se apressa em se ajuntar a Areum.

― Uau, isso é tão... Taehyung tenta segurar a risada alta.

― Calem a boca. Seokjin resmunga.

― Hyung, isso é fascinante, seu lobo não gosta que Jungkook seja questionado... faz sentido pelo que você nos contou, quero dizer, de como aconteceu... e com você, sua parte humana... sua parte humana gosta dele mesmo que você não admita. Uau... Yoongi fica boquiaberto. ― Não demore a contar a ele, hum?

Seokjin assente, ele ainda não sabe como fazer isso.

•••

O almoço segue tranquilo com Areum não desgrudando de Jungkook e com Seokjin tentando a todo custo não querendo sentir o que seu coração está sentindo. Ele gosta de Jungkook, gosta de quem Jungkook é, assim, sorridente e sem estar tenso, apenas brincando com Areum e respondendo perguntas de seus amigos. Ele percebe que Jungkook não é tímido como ele havia pensado inicialmente, ele é apenas reservado, um pouco calado demais, mas se solta quando necessário, fala quando é necessário sem parecer que está sendo forçado, sem parecer nervoso.

Ele gosta de Jungkook.

Ele gosta de cada detalhe que está descobrindo sobre Jungkook.

Ele quer descobrir mais.

― Amigo coelho, você acha que eu vou ser, uma beta, uma ômega, ou uma alfa? Areum pergunta pegando uma colherada enorme de seu sorvete que ela fez questão que Jungkook comesse na mesma taça que ela. Jungkook quase não comeu. ― Qual desses é melhor?

― Não há um melhor, quero dizer... Jungkook pensa. ― Normalmente alfas são mais fortes, tem mais habilidades, assim como ômegas são mais sensíveis e betas são uma mistura dos dois e tem um pouco mais de liberdade, não tem uma responsabilidade maior... porém, o mais importante, independente de qual subgênero você apresentar, é você ser uma boa pessoa.

― Meus colegas da escola dizem que ser uma alfa é melhor. Areum revela deixando até mesmo seus pais surpresos. Ela não comentou com nenhum deles sobre isso.

― Se você não for uma boa pessoa, ser alfa não vai significar nada, porque ao invés de respeito, as pessoas terão medo de você, ou elas não serão sua amiga, não importa o quão importante você seja. Então não esqueça que ser uma boa pessoa é o mais importe, você tem o que ? seis anos?

― Sete, quase oito.

― Então, antes de se apresentar, você ainda tem quase dez anos, é muito tempo para se preocupar que subgênero você vai ser, então se preocupe em ser apenas uma boa pessoa, hum? Tenho certeza que você já é, apenas se mantenha assim.

― Você tem razão, amigo coelho. Dez anos é muito tempo e não tem como eu saber o que vou ser antes disso, o importante é ser uma boa pessoa, como você e meus papais.

― Sim... Jungkook sorri acariciando os cabelos dela.

Um dia, se ele pudesse, ele gostaria de ter filhotes, de ter alguém para ensinar as coisas importantes da vida, alguém que confie sua vida nele, que o veja como herói, como Areum vê seus pais. Alguém que ele possa cuidar e amar como toda criança merece ser. Ele gostaria de ter uma família para chamar de sua, alguém que o amasse como ele é e que ele pudesse amar igualmente.

― E-eu... Ele pigarreia olhando para outros, que estão encantados por ele, mas seus pensamentos estão o traindo quando seu cérebro lhe fornece a imagem de Seokjin como companheiro ideal.. ― Acho que já está na minha hora e...

― Não precisa pagar, é por conta da casa. Yoongi diz ao perceber Jeon tentando pegar a carteira em seu bolso.

― Oh... obrigado, obrigado pelo almoço.

― Pensei que você iria passear com a gente. Areum fala emburrada.

― Talvez em outro momento, hum?

Areum assente, como se sentisse que de repente Jungkook ficou desconfortável. Ele encara Seokjin e Deus, ele quer se enfiar em um buraco. Ele está com a família do homem, com a filha dele, ele não tem direito de pensar que poderia ter algo sequer parecido com isso. Com ele.

― Obrigado, foi um prazer conhecer todos vocês. Ele se levanta rapidamente e se curva. ― Obrigado. Ele sai a passos apressados, mais uma vez perdendo como é realmente o restaurante por dentro. Ele só pode estar louco. Ele praticamente corre para casa, mas é obrigado a parar quando a voz de Areum o chamando cruza seus ouvidos e olha para trás.

― Você esqueceu seu celular. Ela diz ofegante, e Seokjin entrega a ele o celular.

― Tenha mais cuidado, capitão.

― Ei pequena, você está bem? Você não precisava correr. Jungkook se abaixa no nível dela.

― Estou, eu insisti para entregar. Ela ofega por ar.

― Você quer um pouco de água? Quer conhecer Sun? Ele pergunta tentando mate-la calma, a última coisa que ele deseja é que ela tenha uma crise.

―Podemos, papai?

― Claro, pequena gafanhoto. Seokjin sorri um pouco sem graça.

Eles estão a poucos metros do prédio de Jungkook e não demoram até chegar ao seu apartamento.

― Ei, Sun, eu trouxe visitas. Ele diz ao abrir a porta e Sun imediatamente os recebe. ― Sun essa é Areum, Areum esse é Sun.

― Ele é tão lindo. Ela diz sorrindo e agarrando o gato em seus braços.

― Eu vou pegar a água, fiquem à vontade. Jeon diz como se fosse sumir em algum corredor, mas sua casa não tem quase espaço para os três. Ele pega a água para ela, percebendo como Seokjin ainda está parado na porta, imóvel, apenas observando tudo.

― Sua água. Ele entrega para Areum que já está sentada em seu colchão no chão. ― O senhor...

― Não, obrigado.

― Uau, você tem estrelas no teto.

― É a constelação de virgem, meu signo, segundo meu irmão.

― Isso é tão... é tão legal... Ela fala fascinada.

― No escuro, elas brilham, é muito bonito.

― Sua constelação é linda.

Jungkook assente, as palavras de Namjoon surgindo em seus pensamentos " um dia alguém vai amar sua constelação."  Um dia, talvez, ou nunca, ele pensa.

Areum fica falante, conversa com o gato, fala sobre estrelas e tudo o que ela aprendeu, fala sobre os olhos de Jungkook pela primeira vez o deixando ainda mais encantado por ela, mas quando eles vão embora, a sensação de vazio fica, o sentimento de que ele não foi feito para estar sozinho, de que ele deveria ter uma casa com mais pessoas, ou talvez com apenas mais duas pessoas, uma criança tão falante quanto Areum e um companheiro. Quando eles vão embora, Jungkook sente falta de Seokjin parado em sua porta, tentando parecer sério quando nitidamente quer sorrir, quando seus olhos estão sorrindo tão brilhantes e lindos. Seokjin é lindo, e em roupas normais, ele é ainda mais lindo como se isso fosse possível.

Ele passa o resto do dia sozinho, assistindo filmes com Sun, conversando com ele e com o filme, rindo sozinho, lembrando de Seokjin parado em sua porta, camiseta preta larga, mas nunca escondendo seus ombros gigantes, calças sociais, que não combinam nenhum pouco, mas que ficam bons nele, cabelos curtos, um pouco maior do que deveria, bagunçados e sem gel.

À noite, parece ser difícil para dormir e Jungkook demora a entender que não são seus ouvidos que estão dando problemas maiores e sim que há alguém batendo em sua porta. Ele cambaleia até ela e abre, seus olhos se acostumando com a luz, ele não viu a hora, mas deve ser madrugada. Ver Seokjin na sua porta deve ser alguma alucinação.

― Se-senhor? Ele fala confuso encarando Seokjin de cima a baixo e vê-lo de pijama de seda azul celeste nunca esteve realmente em seus planos.

― Jungkook... e-eu... é... Seokjin está nervoso, seu lobo não o deixou em paz por um segundo desde que ele saiu desse apartamento horas atrás. Seokjin acredita que se ele não gostasse nenhum pouco de Jeon, seu lobo esqueceria essa escolha, infelizmente, ele gosta.

― O senhor quer entrar? Aconteceu alguma coisa? Areum está bem? Seus compan-

Talvez, Seokjin pensa, ele deveria ter pedido permissão, saber se Jungkook também gosta dele, talvez, ele não devesse ter simplesmente segurado Jungkook pela cintura e o puxado contra seu corpo, talvez ele não devesse ter unido seus lábios de surpresa, talvez, ele devesse ter feito diferente, mas sentir os lábios quentes e macios de Jungkook contra os seus, faz seu coração disparar no peito, muito mais do que quando ele esteve em guerras, faz suas pernas tremerem, muito mais de quando ele esteve na mira de um inimigo. Com Jungkook em seus braços, as sensações se misturam entre euforia e medo, mas ele não vai negar, é um sentimento que ele gosta, um sentimento que faz suas lágrimas e as de Jeon se misturarem, enquanto ele ainda permanece com seus lábios unidos, tão firmes como se sua vida dependesse disso. E talvez dependa.


Notas Finais


espero que tenham gostado
💜
Logo teremos o ultimo capitulo de whitering garden e também o proximo de em um clic! Perdoem a demora! 👉👈

Beijos 😘


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