História Sob a luz das estrelas - Fim?

**** No capítulo anterior ****

- Acabaram os joguinhos Sayura, vamos acabar por aqui, prepare-se. - falou Lucy.

**** No capítulo atual ****

Gemini olhou para a maga e imediatamente virou um reflexo da mesma e acenou com a cabeça, já sabia o que deveriam fazer.

Então cinco pares dos pequenos dedos de Lucy se entrelaçaram.

Sayura tomou uma posição defensiva portando uma recém-criada arma de aspecto bem cruel.

Então Virgo e Happy saem correndo do abrigo de lã. Nas mãos delicadas da primeira uma imensa arca negra metálica de aparência pesada.

- Vai explodir! - grita Happy que se esconde atrás de Virgo e tapa os ouvidos.

Como que com um estalo Sayura parece lembrar do que realmente a ameaçava e começa a correr para onde seu corpo congelado está.

As Lucys fecham os olhos e começam a recitar o encantamento:

"Ten wo hakari ten wo hiraki
Amaneku subete no hoshiboshi
Sono kagayaki wo motte 
Ware ni sugata wo shimese
Tetorabiburosu yo
Ware wa hoshiboshi no shihaisha
Asupekuto wa kanzen nari
Araburu mon wo kaihōseyo
Zenten hachijūhassei
Hikaru!"

Lucy abriu os olhos, a energia ondulando ao seu redor, agitando as vestes e o cabelo. Ao ouvir:

- Karyuu no...

A maga falou, numa voz profunda e ancestral:

- Urano Metoria!

- Houkou!

O espaço explodiu em luz e calor.

Por um segundo apenas o silêncio apavorante e no seguinte um rugido ensurdecedor.

Lucy deslizou ao chão amparada por Gemini, exausta e zonza.

- Ahhhhhhh - gritou um Natsu que caia após ser lançado pela explosão.

Happy em um voo rasante apanhou-o pouco antes de espatifar-se todo.

Pousaram então e Natsu pegou Lucy em seus braços enquanto Happy pairava ao redor dos dois.

Subitamente Gemini assumiu a forma de Natsu.

- Conseguimos? - perguntou Lucy.

- Olhe ao redor. - falou Happy.

Sem a magia poderosa do selamento de Sayura todas as paredes do labirinto foram reduzidas a pequenos pontos brilhantes de cristais de gelo que caiam rumo ao chão. Ao fundo da câmara a luz alaranjada do fim da tarde surgia.

- Espero que ela esteja livre agora.

- Espero que nós estejamos livres agora, você está bem? - perguntou Natsu preocupado.

Enquanto isso Gemini cochichou algo para Happy.

- Eu nem preciso de um scan de memória para saber isso, me conte algo bom de verdade. - falou Happy rindo.

-  QUÊ?! Ninguém vai contar nada aqui não! - falou Natsu apoiando Lucy com um braço e balançando o punho apertado para sua cópia.

- Eu adoraria saber o que você tem pra contar Gemini, mas preciso poupar magia agora. Obrigada. - falou Lucy sorrindo puxando a chave do portal e fechando-o.

- Hime antes de partir gostaria de lhe informar que você está rica novamente. - falou Virgo exibindo o baú metálico.

- Ahn?

- Na verdade os três estão, com uma rápida olhada detectei ao menos dois artefatos classe S, uns cinco classe A e algumas gemas menores como diamantes, rubis, safiras, prata... Enfim bastante jewels.

- Desde quando é curadora de artefatos? - perguntou Lucy.

Virgo deu de ombros.

- Mineração e mineralogia são passatempos interessantes.

- Você acha que daria para reconstruir a guilda como ela era?

- Acredito que sim e ainda sobrariam reservas para alguns meses. Na verdade creio que em todo esse salão haviam tesouros, iscas de menor valor para os ladrões menos insistentes, mas se Sayura não os destruiu vocês com certeza sim.

- Bem quem iria imaginar não é mesmo? - falou Natsu dando de ombros e ajudando Lucy a ficar em pé encostada nele.

A maga levantou a tampa da caixa e em meio as joias retirou alguns medalhões de prata envelhecida, manchados de curvas coloridas.

- Isso deve bastar para chegarmos em casa. Você pode guardar os demais para nós?

- Será um prazer Hime.

- Obrigada Virgo, por tudo. Diga a todos que... diga que lamento, que estaremos juntos em breve e que todos foram incríveis hoje, inclusive você. - falou a maga fechando o portal pouco antes das primeiras lágrimas caírem.

Natsu colocou-a nas costas e seguiram rumo à saída. Lucy escondeu o rosto na nuca do mago e chorou baixo e longamente. Happy pousou no ombro da maga e começou a fazer um cafuné na cabeça da mesma.

**** Quebra de tempo: algumas horas depois ****

- Natsu vamos de trem!

- Não, vamos a pé mesmo!

- Eu concordo com a Lucy!

- Traidor!

- Perdemos um dia todo naquela caverna, se formos a pé... O Gray vai chegar lá antes de nós e vai jogar na sua cara que ele iniciou a reconstrução da guilda sozinho, talvez até vire o próximo Mestre... - falou a maga fazendo drama.

- Nem por cima do meu cadáver o picolé como Mestre prefiro até o demônio da Erza... - falou Natsu e ao mencionar a maga um vento sinistro sopra. - Ela é mesmo onipresente não é?

- Eu não me arriscaria. - falou Lucy.

- Então vamos, mas vou vomitar em vocês dois e quem mais estiver no trem.

- Vamos estar só nós três, fechei uma pequena cabine com o dinheiro que sobrou. Falando nisso comprei refrescos, vou pegar.

Enquanto os três aguardavam o trem bebendo, Happy e Lucy trocaram olhares conspiradores.

Natsu que inicialmente bebia entusiasmado seu refresco começou a piscar devagar e o corpo ficando mais e mais pesado. Happy segurou-o pela gola.

- O que está havendo? - perguntou Natsu.

- Estamos te ajudando a viajar. - falou Happy.

- Nos vemos em Magnolia. - completou Lucy.

Então Natsu dormiu. Lucy passou o braço do mago pelo pescoço.

- Se funcionar bem peguei o endereço para encomendar mais daquele ervanário, chega da selvageria e escândalo que ele e o Gray fazem toda vez. - falou Lucy começando a puxá-lo em direção ao trem que havia chego oportunamente.

Quando finalmente chegaram à cabine Happy e Lucy fizeram diversas manobras para que Natsu não batesse a cabeça no batente baixo.

Sentaram Natsu, mas ele escorregava do seu lugar no banco ao lado de Lucy.

- Melhor deitá-lo ou vai acordar quando cair. - falou Happy.

Com cuidado Lucy pôs a cabeça do mago em seu colo. Happy acomodou-se deitado no outro banco com a bagagem e fechou os olhos.

Bateram na cabine. Logo o rosto de um senhor bigodudo e de olhos miúdos apareceu no vão da porta, em sua cabeça um quepe com o logo da companhia de trens e na mão o picotador de passagens.

- Bom dia. Passagens por favor. - falou o homem.

Lucy não podendo mover-se falou:

- Pode pegá-la no bolso dessa mochila verde da nossa bagagem, o bilhete da cabine está aí.

O homem puxou o bilhete, olhou para Natsu.

- Preciso acordá-lo.

- O que? Por quê? Não! Olhe acredite ele é um mago poderoso, mas sente muito enjoo em viagens, é uma sorte ele estar dormindo.

- Mesmo assim senhorita, eu tenho que ter certeza que ele deseja estar aqui, sabe procedimento padrão, estão havendo muitos sequestros.

- Quem iria sequestrar outra pessoa e levá-la de trem?

- Mesmo assim. - falou o homem movendo a mão em direção ao ombro de Natsu.

Lucy pegou o pulso do homem no ar.

- Está vendo essa marca na minha mão? - falou para o homem. - É a mesma que ele tem no braço. - falou a loira puxando levemente o ombro do sobretudo de Natsu e mostrando a marca do mago no braço. - Eu sou Lucy Hearthfilia e ele Natsu Dragneel, somos da mesma guilda: a Fairy Tail.

- Mesmo assim mocinha, se você não é nada dele além de companheira de guilda não posso assumir suas palavras. - falou o homem tentando inutilmente soltar o punho.

- Mas... nós somos namorados. - falou Lucy gaguejando nervosa. - Por que ele estaria deitado no meu colo e usando uma roupa que combina com a minha se não fossemos um casal... - falou Lucy pensando "de amigos?".

- Olhe bem moça...

- Luce... - falou Natsu dormindo enquanto virava de lado e afundava o rosto na roupa e barriga da maga.

- P-por favor, deixe-o dormir... - falou Lucy corada até as orelhas.

- Bem acho que depois desse "Luce" não há com o que se preocupar. - falou o homem ticando o bilhete. - Só não deixe seu gato fazer sujeira na cabine.

Então Lucy soltou o pulso do homem e ele se foi.

Ela suspirou com o coração à mil.

Natsu ainda dormindo virou o rosto para cima parecia esperar algo.

Lucy passou a mão nos cabelos de Natsu e seu estômago revirou nervoso, aproximou seu rosto ao do mago, podia sentir seu hálito quente a poucos centímetros do seu rosto, seus lábios roçando levemente... Então levantou a cabeça com tudo e suspirou.

Ela nem percebeu que um certo exceed viu toda a cena com os olhos semicerrados.

Olhou pela janela, enquanto o trem partia e pensou, sob a luz das estrelas, que quando chegassem a Magnolia tudo seria diferente.