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História Sob a Luz do Sol - Uma Aventura na Neve


Escrita por: JiminMochi1310

Notas do Autor


Oláaaaaa. Estou de volta. Espero que não esteja demorando muito.
Aqui está mais uma doçura de capítulo. Espero que gostem.
Boa leithura. :*

Capítulo 5 - Uma Aventura na Neve


Fanfic / Fanfiction Sob a Luz do Sol - Uma Aventura na Neve

   Eu tô morrendo. Sério. Eu sou idiota. Fui pra uma terma e dormi lá. Dormi! Porra. Eu to vermelho, virei um tomate, e agora tô correndo só de cueca pelo corredor em plena meia noite. Sorte que ninguém está acordado. Correndo, peguei a chave do quarto e no desespero ela caiu no chão. Quando abaixo para pega-la a porta se abre a minha frente. Olho pra cima e encontro Ben ali, olhando pra mim, enquanto estou ajoelhado no chão de cueca e o resto da roupa na mão junto com a chave. Ele está ficando vermelho, talvez de vergonha, mas ai percebo que tá segurando o riso.

   -AHAHAHAHA! - ele caiu na gargalhada.

   -Shiii. - me levanto do chão e entro no quarto, fechando a porta - Para de rir assim, já ta tarde.

   -O que-que aconteceu? AHAHAHA - ele não ta conseguindo parar.

   -Para com isso e eu explico. - disse, quase que rindo também.

   -Ah, - ele tá se acalmando - você, pode, colocar uma calça? - agora ele ta corando de vergonha.

   -Não. - respondi rapidamente.

   -Hã? - ele não ta entendendo a gravidade da situação.

   -Pois é. Eu to vermelho assim porque estava até agora nas termas. Dormi lá sem querer. E eu já sou quente. Agora eu tô fervendo. E ardendo um pouco. Mas consegui colocar essa cueca.

   -Tá... entendi. - ele ainda ta rindo um pouco - Pera. Eu tenho um pasta para queimadura, mas é queimadura de frio, tipo... neve sabe? Meu pai me obrigou a trazer. Talvez funcione no seu caso. - ele foi até o armário dele e pegou um potinho parecido com um pote de creme de cabelo.

   -Ah, valeu. Mas eu não sei se...

   -Vai conseguir sozinho? Imagino que não mesmo. - completou ele.

   -É...

   -Deita aqui. - ele apontou para a cama dele, por algum motivo, e não pra minha. Não vou discutir. Eu deitei de bruços e ele sentou ao meu lado - Tá, relaxa, se arder fala.

   Esperei um pouco até sentir o primeiro toque. Os dedinhos delicados tocando minhas costas vermelha. Ao mesmo tempo que ele passava, o ardor diminuía, e uma leve massagem por ele era feita. Eu cheguei até a pegar no sono uma hora, mas despertei quando ele começou a passar nas minhas pernas.

   -Vira. - eu virei automaticamente, achando até meio estranho. Eu nem mesmo pensei. Ele olhou pra mim meio assustado, não sei pelo que, deve ser vergonha. E então começou a passar na minha barriga. Mordi o lábio inferior e apertei o lençol com ambas as mãos, tentando me segurar em relação a excitação que aquilo estava me dando.

   -Desculpe. Não é minha intenção te deixar assim. - quê? Ele notou? Pensei que fosse inocente. Idiota, ele é um menino, e meninos sabem das coisas. - Mas não pode ficar sem roupas nesse frio, mesmo estando mais quente que um forno. - sorri pra ele, mas estou preocupado com meu coleguinha ali embaixo. Será que ele tá acordado e eu não to sentindo?

   -Eu... - ia dizer alguma coisa na tentativa de mudar o clima mas fui impedido. 

   -Pera, deixa eu passar no seu rosto. - ele meio que me forçou a ficar calado e de olhos fechados. Para onde será que ele tá olhando? Será que é alguma desculpa pra poder me avaliar semi-nu? - Você tá parecendo um pimentão. - ele afastou a mão do meu rosto e então pude abrir os olhos. Ele está rindo.

   -É, eu sou um idiota.

   -Sim, você é. - ele se levantou e foi guardar o pote.

   Ele ficou de frente pro armário, de cortas pra mim, por um tempo. Ambos em silêncio. Eu levantei da cama e vesti minha calça de moletom. Caminhei devagar até ele e o segurei pelo braço, o virando de frente pra mim. Ele riu um pouco, mas depois ficou sério. Isso me intrigou.

   -O que foi?

   -Ainda quer saber meu segredo?

   -Quero. - ele sorriu, depois puxou meu rosto com ambas as mãos e me beijou.

   -Entendi... Bem, vamos dormir. Já está tarde. - ele caminhou até a cama dele e se deitou. Quando ele afastou a coberta para entrar debaixo, percebi que tinha uma camisa verde clara embaixo. Ela é minha. Sorri e fui pra minha cama.

   Vou fingir que não vi que ele roubou uma camisa das minhas coisas enquanto estive fora só para ele poder sentir meu cheiro nela durante a noite.

 

   -Acorda, Mister Tomate. - a voz feminina de Louise me desperta, sendo que eu nem percebi que dormi.

   -Bom dia. - digo com a minha pior voz de sono.

   -Bom dia. Então é verdade que vocês estão juntos? - pera, ela já sabe?

   -Sim, estamos namorando mas como você sabe? - eu ainda deitado, lamentando embaixo da coberta, o calor que estou sentindo.

   -Ben contou pra Alyssa, que contou sem querer pro Lary, que contou pra mim. Pois é. Ele veio até mim falando: "Ah, não sabia que aquele garoto besta que me espancou é viado." - ri do jeito que ele imitou o irmão.

   -Tá certo, e devo ser melhor de cama que ele tanto quanto sou de briga.

   -Ah, com certeza. Agora sai dessa cama ou vai perder o café da manhã. - disse ela, fingindo ser esnobe.

   -Não, isso não. Isso é tortura. - pulei da cama e fui correndo vestir uma roupa mais quente, enquanto ela ria. 

   -Oi, Louise. - Ben entrou quando eu estava vestindo a camisa de manga comprida. Não tô precisando de casaco, meu corpo ainda está muito quente. Ele olhou de mim pra ela e o percebi transpirar ciúmes de todos os poros.

   -Vou indo na frente, até. - declarou ela. Deve ter notado a tensão no ar.

   -Até. - disse, sem tirar os olhos dele - Ciúmes? - perguntei quando não tinha mais sinal de Izzy.

   -Ficou nu na frente dela? - bem, ele não respondeu minha pergunta, e eu perguntei primeiro, mas não vou discutir. Ele parece que vai me matar só com o olhar. E estou com a impressão de que meu cérebro vai explodir, uma dor de cabeça começou do nada.

   -Não. Só troquei de calça, e ela me viu... - não, não toca nesse assunto Klaus, evite.

   -Eu sei que ela já viu você nu, mas to perguntando se viu agora. - eu ia abrir a boca pra repetir que ela não me viu nu, mas ele falou primeiro - Eu sei, você já falou. Eu acredito em você. - porra, ele lê mente? Não, se ele lesse não taria com ciúmes... eu acho.

   -Você lê mentes. - afirmei sem mesmo perceber.

   -PARA! - ele gritou tão alto que eu pulei em cima da cama - Para de tenta adivinhar. Que saco.

   Ele saiu do quarto pisoteando o chão com raiva. A dor parou assim que ele saiu pela porta. Que coisa. Saí correndo um pouco depois. O procurei no caminho mas não o achei. Fui cabisbaixo pro refeitório e peguei um sanduíche de presunto com alface, um pedaço de torta e um copo de leite com café. Sentei e comecei a comer, pensando nele. O que posso fazer, eu sou curioso...

   -Seu imbecil. - recebi um tapa na cabeça e ao olhar para trás, encontro uma Alyssa possessa - Eu te disse que um dia ele vai te contar. - agora ela ta cochichando - Não o irrite com isso, não percebeu ainda que ele odeia esse segredo? Uma hora você vai saber, mas não o aborreça. Idiota. - ela beliscou minha orelha e saiu andando. Nossa, ela brava é outra coisa, nem parece mais a menina doce de sempre. Mas vamos concordar, caros leitores, mulheres irritadas são a réplica do demônio.

   Terminei de comer e fui lá fora, o professor anunciou para encontra-lo lá, pois iria fazer uma competição como entretenimento. Quando pisei do lado de fora descobri que estava nevando. Achei melhor voltar e pegar um casaco. Ao voltar já agasalhado, descubro que trios foram feitos, e pela lógica, me juntei com Alyssa e Ben, já que estava faltando um no grupo deles.

   Não sabia do que a brincadeira se tratava, então esperei o professor anunciar o inicio da brincadeira pra depois perguntar como funcionava. Mas quando dada a largada, os grupos correram um pra cada lado. O que me restou fazer foi seguir os dois aonde eles fossem. Depois de um tempo correndo Ben ajoelhou no chão e colocou a mão na cabeça, como se tivesse sentindo dor ali, fazendo uma careta. Alyssa freou quando percebeu, caindo e engatinhando na direção dele. Já eu, que estava perto, fiquei de pé o olhando no chão.

   -Onde tá? - perguntou ela.

   -Pera. - ele disse, ainda parecendo sentir dor. Não sei o que está acontecendo.

   -Vem cá, eu não entendo nada...

   -Ah, droga. - ela olhou pra mim, depois pro Ben. - Tem problema em falar com ele? Te atrapalha?

   -Não. - ele negou e então ela olhou pra mim de novo.

   -A brincadeira é o seguinte: A gente têm que procurar na neve umas plaquetas de metal com um número. Elas estão escondidas pelo campo, por toda a área do hotel.

   -Ah, entendi. - Ben no chão ainda me intriga.

   -Quem achar a plaquinha deve entregar para o professor, que vai pegar a charada do número que pegamos. Assim, devemos desvendar a charada e ir encontrar outra coisa, coisa que tem a ver com a charada.

   -Entendi.

   -Aí, entregamos pro professor o objeto, que vai falar um lugar pra gente procurar uma outra pista... e por aí vai.

   -Gostei. É esse meu tipo de brincadeira. Mas o que o Ben tá fazendo?

   -Achei! - ele gritou do nada e levantou, correndo e tropeçando até uma árvore e cavando próximo a ela. Dali ele tirou uma plaquinha de metal com o número 3.

   -Quê? Como sabia? - Deus, é mesmo um poder que ele tem? Ou ele lembrou onde estava ou... sei lá, eles estão correndo de volta, tenho que acompanha-los, eles não me dão tempo pra pensar.

   Corro com eles até o professor, que está no ponto de largada, que no caso seria o saguão do hotel, que é meio fora meio dentro. Um lugar onde ele pode esperar sem ser molhado pela neve. Ele ficou com uma cara de surpreso quando nos viu ali.

   -Mas já?

   -Sorte. - disse Alyssa, sem fôlego.

   -Tá. - o professor pegou a placa da mão de Ben, verificou o número e a colocou em uma mesa, de onde também tirou um papel com uma charada. Ben a pegou e logo a entregou pra mim, sem ao menos ter lido.

   -Pra mim?

   -Sim, você é o mais esperto. - sorri pra ele e li o papel.

   O que é que se compra pra comer, mas não se come?

   -Aff, sério? - esbravejei.

   -Quê? Tá muito difícil? - Alyssa tava quase que pegando o papel da minha mão, ela está com ódio de mim.

   -Não, fácil. É garfo, ou colher... Corri pra dentro e segui para o refeitório - Moça, poderia me arranjar uma colher e um garfo? - pedi para a moça que estava do outro lado do balcão. Ela me olhou de canto, achando que eu sou louco e me deu o que pedi. Quando me virei pra voltar até o professor, trombei com Ben. Ele gemeu baixinho - Desculpe amor. - ele corou, e eu beijei ele, antes de pega-lo pelo pulso e o puxar até o saguão.

   -Muito bem. - saudou o professor - Agora, o lugar que vocês vão procurar é lá no armazém. Onde guardam as toras de madeira para o aquecimento das lareiras. - eu olhei pra ele com um olhar safado, deixando claro que pensei merda. Ele olhou pra mim e engoliu em seco. Pena que estou namorando, se não iria foder esse cara todo com a minha tora.

   -Beleza, vamos lá. - quando estava prestes a começar a correr pra lá, chegou mais um grupo, o grupo do Lary, e seus dois amigos patetas. Eles fizeram careta pra mim, e eu ri. Aly deu um beijo em Lary antes de me acompanhar com Ben.

   Ao chegar no armazém, que não era muito longe, entramos, e pude olhar tudo em volta. As madeiras em um canto, uns armários no outro, e então vi algo que não tinha muito a ver com o ambiente. Tinha um pote de sorvete encima de uma mesa no canto. Acho que se eu não fosse tão observador, eu não teria visto. Deduzi que o objeto seria esse porque estava completamente fora de contexto ali e também, tem haver com a colher. Peguei o pote, que por sinal, estava cheio, e o abri. Sorvete de morango, adoro. Fechei e corri para fora. Eu confesso que esqueci da existência de Ben e Aly até voltarmos para o ponto de partida, nem percebi que me seguiam o tempo todo.

   Entreguei o sorvete para o professor, que me olhou de esguelha. Está achando muito rápido as coisas por aqui. Desculpe se sou rápido. Ele me deu mais uma charada. Mas dessa vez era uma imagem. Parece um escudo. Um escudo de águia, com uma flecha. Já vi isso em algum lugar. Dei o papel para o Ben e olhei em volta. Entrei em meu mapa mental, na esperança de encontrar lá em algum lugar a imagem que procuro.

   -A montanha do norte? - Ben falou atrás de mim.

   -Sim. - é o simbolo de um grupo de rock - Como sabe?

   -É o nome da minha banda.

   -É, eu sei. Eu vi o poster no seu quarto. - idiota, presta atenção. Bati na própria testa. - Mas não sabia que tocava nessa banda.

   -O poster está dentro do armário. Como viu?

   -Estava aberto.

   -Estava? - ele não lembra, mas eu lembro de tudo que vejo, só não sabia aonde encontrar na minha memória.

   -Cara, não conhece a banda dele? Todos na escola conhecem. - argumentou Aly.

   -Sou mais música clássica e devo lembrar que sou novo na escola.

   -Mas ele é seu... amigo. - é trouxa, fala...

   -Gente, para. Vamos focar aqui por favor.

   -Sim. Mas isso quer dizer o quê? Não entendo. - comentei. Eles olharam pra mim sem entender - O escudo.

   -Ah, a montanha do norte. Temos que ir lá. - Aly começou a correr para a montanha.

   -Mas teríamos que pegar o bondinho. - Ben falou, enquanto corríamos para o mesmo.

   -Sim, porquê? - perguntei.

   -Está nevando. - justificou ele.

   -Não, você tem medo de altura. Esse é o problema. - Aly declarou, desvendando um segredo que eu não sabia.

   -Tem? - perguntei, meio que desacreditando.

   -Tenho. - ele revirou os olhos.

   -Se quiser ficar, nós vamos e você nos espera aqui. - Aly opinou.

   -Não. Não é isso. Estou com um mau pressentimento.

   -Isso não existe. Acha que vai acontecer o quê? Que o bonde vai cair? - comentei rindo, mas ninguém riu.

   -Não... - ele disse.

   -Vamos por outro caminho então. - aconselhou Aly - Vai demorar mais, mas estão todos atrás de nós.

   -Tá... - ele concordou e então começamos a andar em direção à montanha.

   Depois de uns 5 minutos de silêncio, andando acima, me irritei e decidi falar alguma coisa. Mas quando me aproximei de Ben para dizer o que quer que fosse, um vento forte passou por nós, jogando neve em nossos rostos. Ben cochichou um "merda" e então começou uma nevasca fortíssima, em tal nível que eu não conseguia nem ver um palmo à frente.

   -Eu falei. E agora? - Ben falou, com um tom de choro. Ele está com medo.

   -Calma, dêem as mãos. - procurei Ben na brancura e quando o encontrei o puxei para meus braços, o abraçando bem firme. Com o outro braço, peguei Aly pela mão e continuamos a andar.

   De alguma forma, consegui ver uma casa. Os arrastei pra lá, mas no meio do caminho, nós três escorregamos no chão. Caímos e escorregamos no gelo um para longe do outro. Ben gritou nossos nomes em desespero. Estamos em cima de um lago congelado, não podemos levantar. Pude ver a casa do outro lado.

   -Gente, não levante. O lago pode rachar. Aly, engatinhe para o outro lado. Engatinhe, não levante. - disse. A voz em tom desesperado.

   -Não. Eu estou com medo.

   -Ah... papi! - Ben gritou, acho que já chorando.

   -Parem. Se entrarmos em pânico só vai piorar.

   -Engatinhar, tá. - olhei na direção de Aly e a vi fazendo o que mandei.

   -Isso, devagar.

   -Vou conseguir. - ela se levantou e depois sentou de novo, dessa vez de propósito, já na neve. Ela conseguiu - Tô bem, agora vocês. - ela ainda está nervosa. Posso ver sua cabeleira ruiva sendo bagunçada pelo vento e neve.

   -Vai Ben.

   -Não, vai você.

   -Não, você primeiro.

   -Não... Não, não. Merda. Eu não posso.

   -Por quê? - quando perguntei isso, pude ouvir um estalo.

   -Klaus?! - Ben exclamou. Meu instinto foi correr até ele, achando que ele estava em perigo, achando que o gelo estava rachando embaixo dele. Mas sou idiota, e ao me levantar, o gelo cedeu embaixo de mim.

   A água gelada me deu um choque. Acho que ele sabia que era comigo, vi quando ele gritou quando caí, mas não o ouvi. Senti sua mão segurar meu pulso e me puxar, mas ele é fraco, não vai conseguir. Meu corpo não estava emergindo. Quando ia impulsionar meu corpo pra cima, pude ver ele cair na minha frente. Peguei ele pela cintura e o puxei pra cima comigo. Saí da água com ele e fomos escorregando até a borda, enquanto o gelo rachava e as vezes afundava atrás de nós.

   -Por que pulou? - perguntei pra ele, já em neve firme.

   -Eu não pulei, fui atrás de você e tentei te puxar, mas não consegui. - ele está batendo os dentes - Aí o gelo cedeu e eu caí.

   -Ah. Entendi. Vem cá. - puxei ele e o abracei, tentando passar um pouco do meu calor para o corpo dele. Ele está choramingando. Mas não pelo frio, e sim pelo medo.

   -Venham, vamos entrar. Podemos esperar a tempestade passar aqui enquanto isso. É melhor que aqui fora, e vocês vão congelar.

   Entramos na casinha e descobrimos que era uma construção abandonada. Nem moveis tinha. Devia ser a casa de algum caçador. Aly pegou alguns pedaços de madeira e jogou na lareira. Ela pegou um graveto e começou a movimenta-lo no objetivo de fazer fogo. Ela nervosa do jeito que está não vai conseguir. Fui até ela e peguei o graveto dela, fazendo o mesmo, porém com  mais agilidade. Em dois minutos fiz um foguinho fraco, que com um pouco de sopro aumentou gradativamente. Aly pendurou uma corda que estava por ali, de modo a servir de varal. 

   A cabana só tinha um cômodo, Ben e eu tiramos o excesso de roupas e as penduramos no varal improvisado perto do fogo, para secar mais rápido. Ficando só de cueca, sentamos perto da lareira. Eu sentei atrás de Ben, o abraçando para o aquecer. Aly sentou perto de nós. Ficamos em silêncio, e de vez em quando ela ia lá fora ver o estado da nevasca. Acabamos dormindo encostados na lareira. Aly deitada no meu ombro e Ben no meu peito. Acordei com Aly me balançando, avisando que a tempestade tinha passado. Levantei e constatei pelo meu relógio, que ficamos ali umas 2h. Peguei minhas roupas e as vesti, junto com Ben. Não estava completamente seca, mas não estava mais congelante.

   Saímos da barraca e caminhamos em direção ao hotel, que agora, sem a nevasca, estava visível. Vi uma flor no meio do caminho, coisa que me chamou atenção, já que estamos no inverno. Fui até lá e a observei. Seu caule estava quase todo coberto, e pela posição pude ver que estava em um vaso. Tirei um pouco da neve que a cobria e pude ver o vaso. O peguei e fui de encontro à Aly e Ben.

   -É um Lírio. - disse Ben.

   -É, a flor que você cita em uma de suas músicas. - Aly comentou.

   -Por quê alguém iria colocar o símbolo da banda do Ben na brincadeira?

   -Foi o símbolo de uma história que escolhemos como marca. - explicou Ben - E o lírio tem a ver com a história. Qualquer dia desses eu te conto.

   -Tá, agora fiquei curioso. Então essa flor tem a ver com a pista? - perguntei.

   -Tem. Ela é citada na música do Ben e na história como a flor que nasceu nas montanhas de neve.

   -Quê? Então é isso. Vamos.

   Eles me seguiram até lá embaixo onde encontramos o professor em seu posto de antes. Ele nos olhou aliviado.

   -Graças a Deus, estava preocupado. Fizemos uma pausa por causa da nevasca, mas não vi vocês. Os outros já voltaram a procurar pelas pistas.

   -Espera, ninguém ganhou ainda? - Aly perguntou.

   -Não. Tivemos que parar.

   -Achamos uma. - disse, entregando a flor para ele - A flor das montanhas da história...

   -De Haley. - completou Ben.

   -Isso. - confirmei, como se já soubesse.

   -Vocês... Venceram. - ele tentou parecer animado, mas estava em choque.

   -Jura? Show. - disse, também tentando.

   -Mas... onde estavam?

   -Nós percebemos a nevasca vindo e então nos refugiamos em uma casinha perto.

   -Não precisavam ter ido tão longe. A pista estava na área próxima.

   -É eu sei, mas na hora eu esqueci. AI! - gritei quando senti um tapa na minha cabeça.

   -Por ter se esquecido.

   -Mas eu não fui o único, não vem. - fiz careta pra Aly.

   -Gente, parem de brigar. Agora vamos tomar um banho quente e ir almoçar.

 

    No fim, já aquecidos e satisfeitos depois do almoço, usamos o ticket que ganhamos na brincadeira para jogar um jogo de sinuca na sala de jogos. Eu arrasei, claro, mas Ben era muito bom, parecia que estava trapaceando. Os próximos dias foram normais. Jogamos, brincamos, dormimos, tacamos bolas de neve uns nos outros e esquecemos o pequeno sufoco que passamos naquela brincadeira do professor. Ele planejou outra brincadeira alguns dias depois. Dessa vez foi um pouco mais difícil, já que ele planejou para que fosse um pouco mais hardcore para nosso lado, já que eu sou foda. Aly até brigou comigo por estarmos com a maior dificuldade por minha causa, mas Ben conseguiu apaziguar as coisas.

   Eu tenho deitado na cama de Ben durante a noite, e dado uns beijos nele. Peguei também o hábito de namorar um pouco com ele todo o dia. Ficamos deitados na cama dele trocando beijos e segredinhos sem sentido, contando histórias de nossas vidas e fatos constrangedores de nosso passado. Foi tão bom quando consegui dormir na cama dele pela primeira vez. Acordei tão bem no dia seguinte... Daí em diante ele deixou eu partilhar de meu calor com ele. Ele pode confirmar que de fato eu sou quente demais para uma pessoa só, e eu fiquei feliz em poder aquece-lo.

   Ainda não fiz nada tão ousado, o máximo foi um beijo que dei nele no pescoço. Imagine, se isso foi o mais ousado... Tô vendo que vai demorar...

                                                                                      Continua...


Notas Finais


É isso gentem. Bjs e até breve.


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