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História Sob o pretexto da guerra - O encontro final - Parte II


Escrita por: ksnrs

Notas do Autor


Fate/Stay não me pertence e seus personagens também não.
O intuito dessa fanfic é totalmente interativo e sem fins lucrativos.
Por isso, não me processem, por favor. Não tenho como pagar uma fiança e da cadeia não dá pra postar.

Boa leitura!

Capítulo 33 - O encontro final - Parte II


Rin conseguia enxergar que naquele salão enorme, além deles quatro e da mestre de Illya, o mestre do Assassino também se encontrava afastado. Era a primeira vez que o via nas batalhas e também não o reconheceu imediatamente. Também, pudera. Desde que tinha voltado de Londres, se manteve longe de todas as associações dos magos de Fuyuki. Aquelas reuniões maçantes lhe traziam péssimas recordações e sempre sentia uma pontinha de desdém, por ela não ter finalizado nenhum pedido na última Guerra. Mas o sobrenome Tohsaka lhe garantia não só o respeito e o temor, como o acesso livre à qualquer um desses lugares. Só não gostava de ir. Por isso, agora não reconhecia aquele homem.

- Shirou. – chamou o amigo, que ainda se mantinha vidrado em Illya. Ele veio até onde Rin estava. – Ali. O mestre do samurai. Você reconhece?

Shirou estreitou os olhos e, se o momento fosse outro, Rin acharia até divertido. Lembrou de Crosses, dizendo que quando ele fazia isso parecia com o arqueiro dela.

- Já vi. Mas não sei o nome, não. Faz tempo que não vou em nenhuma reunião. – resmungou, ainda encarando o homem que se mantinha afastado. – Já vi esse cara lá. Mas não é das antigas, não.

- Claro que não... das antigas são os Tohsaka e os Matou... Mas eu entendi o que quer dizer. Pouco tempo de mago e conseguiu entrar na Guerra. – Rin devaneou, deixando de olhar o mestre pra observar o servo. – Estranho ele trazer justo o Assassino, né?

- É... – Shirou acompanhou seu pensamento. – Faria mais sentido o Cavaleiro, que geralmente é mais focado.

Kazuo notou que tinha se tornado objeto de curiosidade dos dois mestres da aliança que admirou durante toda a Guerra. Já tinha encontrado ambos nas reuniões citadas, mas nunca tinha conversado e mal trocou palavras de cumprimento com nenhum dos dois. Pra ele, a magia era um meio pra conquistar um fim e nada além disso. Não eram necessárias parcerias, amizades e nada que gerasse vínculo. Nem mesmo com Rin Tohsaka e Shirou Emiya. Seu foco, ali, era que o servo destruísse a Feiticeira e captasse seu coração.

Sakura também tinha dito à ele sobre ser o receptáculo. Nessa noite, a definitiva, os que tinham sobrado foram considerados aptos à vencer, por isso os segredos não eram mais necessários. Não tinha a menor intenção de batalhar com os outros dois servos, a não ser que os mesmos se impusessem diante dele, ou que o próprio Graal exigisse isso antes de aparecer. De resto, pelas suas contas, só precisaria de mais uma batalha.

Mas essa, ao que tudo indicava, seria a mais complicada de todas. Até agora, seu pequeno samurai tinha sido eficiente em todas as lutas que travara. Porém essa Feiticeira, com traços obsessivos, transtornava qualquer um, inclusive um servo que tinha uma dificuldade imensa em ferir. A figura de uma criança, por mais poderosa que fosse, pra ele, ainda era vista como uma criança.

- Servo! – sua voz ecoou pelo grande salão, chamando a atenção de todos, menos de Kenshin e Illya, que se mantiveram em suas posições de luta. – Não se contenha! Faça o necessário!

Era uma ordem. E se fosse preciso, acionaria até um comando pra isso. Viu o samurai dar um aceno pequeno de cabeça, sem olhá-lo e entendeu que ele tinha acatado à ordem. Sorriu, satisfeito, e viu que a batalha começaria de verdade.

Os movimentos do Assassino eram impressionantes. A sua velocidade era inigualável e ele voava pelas paredes, buscando golpear Illya de alguma forma, sem sucesso. Mas, ainda assim, gerava nela algum incomodo e instabilidade. A Feiticeira foi perdendo um a um de seus pássaros de fios de cabelos, tornando a aproximação ligeira do pequeno samurai cada vez mais perigosa. Aliado à isso, a própria fragilidade emocional da servo ia se desestruturando. Sabia que se fosse derrotada, “tia” Karin se zangaria e não brincaria mais com ela. Só que a cada ataque mal planejado, mais fácil era pro Assassino adentrar em suas barreiras tão bem planejadas, fosse por sua agilidade sobre humana, fosse por sua inteligência como guerreiro.

- Eu fico chocado com a rapidez desse Kenshin... – Shirou balbuciou pra Rin, de olhos arregalados, vendo o pequeno samurai se movimentar como um borrão na frente deles.

Ela até concordava com ele. Mas tinha algo além que a incomodava. Tinha ouvido aquelas palavras estranhas de Saber e isso tinha lhe deixado com uma pulga atrás da orelha. Depois daquilo, começou a prestar atenção diretamente na mestre de Illya e não estava gostando nada, nada do modo como ela olhava pro mestre do Assassino.

- Há duas formas de resolver isso... se não pode com o servo... – murmurou sozinha. – Ah, droga! Archer! – chamou, vendo Karin tirar uma arma das costas. – O mestre do samurai! Protege ele!

O arqueiro estava mais afastado dela, posicionado de modo que pudesse interferir na batalha a qualquer momento. Na batalha. Proteger qualquer mestre que não fosse Rin ou alguém da aliança ia muito além dos sentimentos bem pouco nobres que Archer cultivava. A olhou com desdém e reprovação, e voltou os olhos pro que interessava.

- Pára com isso, menina. Eu e Saber já estamos prontos pra entrar na lut... – nem conseguiu acabar de resmungar, quando sentiu o corpo compelido a ir de encontro ao mestre do samurai. Olhou de novo pra Rin e viu que ela tinha usado um comando. – Puta que pariu, Rin! Você não aprendeu mesmo pra que servem comandos, sua garota chata! E burra! – gritou irritado, pulando pra perto de Kazuo. Ela deu uma risadinha e mandou um beijo pra ele no ar. Insolente. – Cretina... – já estava rindo. Não resistia à ela. Pra Kazuo, que não entendeu bem o que aconteceu, a ordem foi mais seca e agressiva. – Fica quieto e atrás de mim, porque eu fui comandado à te proteger. Mas nada impede que eu mesmo te mate se inventar de fazer alguma gracinha.

Obedeceu. E Karin achou interessante essa proposição de Rin Tohsaka. Gastar um comando pra proteger um mestre que nem aliado era... Deu um sorriso sarcástico, mostrou a arma à ela e guardou de novo, em um movimento irônico, como quem se rendia. Mas é claro que não se rendeu.

- Illya! O mestre dele! Ataque o mestre dele! – gritou em tom de ordem e fez com que a menina olhasse imediatamente pra onde o dedo de Karin apontava. Kenshin, ao ouvir isso, congelou. Por um segundo, pensou nas possibilidades. Chegaria até o mestre, sem nenhum problema. Mas não conseguiria protege-lo de um ataque direto, sendo que ele mesmo estava tendo que se desvencilhar de um a um. Viu o arqueiro ali e confiou, pela primeira vez. Teve que colocar na mão das pessoas cujas palavras pareciam tão honestas. E o segundo que tinha, acabou, já que o ataque de Illya começou a se formar, mais potente do que os outros que tinha recebido até então. Mudou de ideia, ia ajudar. Assim que deu um passo em direção ao mestre, foi preso pelos pés, naquele emaranhado de cabelos brancos que ela usava como arma. Agora já não era mais opção: teria mesmo que confiar no arqueiro.

- Ai, caralho... – Rin murmurou, vendo a quantidade de maná que Illya gerou pra atacar o lugar onde Archer estava. – Ai, caralho! – dessa vez foi mais gritado.

Só aí Kazuo entendeu qual era o plano da mestre da Feiticeira. Ela queria destruí-lo e acabar com o suprimento de maná de Kenshin. Se não estivesse sob a mira de um ataque que parecia tão mortal, teria rido dela. Será que essa moça não sabia que os Espíritos Heroicos conseguem ficar até dois dias na Terra sem a proveniência do maná de seus mestres? Seria interessante ver sua reação ao dizer isso. Se sobrevivesse talvez dissesse.

- Atrás de mim. – a voz grave do arqueiro invadiu seus pensamentos. De alguma forma, a tranquilidade dele também o acalmou. Não perguntou, não discutiu. Só se afastou dois passos, se posicionando às costas de Archer. Já o arqueiro respirou fundo e encarou o ataque que vinha com tudo. Levantou a mão e conjurou sua melhor defesa. – Rho Ayas!

O escudo incrível brilhou à frente deles, detendo a tempo a magia potente que Illya tinha lançado. A luz do encontro dos dois foi tão ofuscante que fez com que todos levassem à mão aos olhos, tentando se proteger da claridade imensa. O impacto foi levantando os pisos do local e destruindo as sacadas da sempre tão imponente mansão dos Einzbern. Durante alguns segundos, o ataque e a defesa dos dois foi colocado à prova e só quando a luz se dissipou, foi possível ver que Archer tinha levado à melhor.

Pessoas como Karin dificilmente entram em pânico. O dano ao mestre não tinha acontecido, mas o servo ainda se mantinha preso. Em um movimento rápido, antes que todos se reorganizassem, pegou uma lança de uma das armaduras decorativas espalhadas pelo corredor da mansão e lançou em direção à Kenshin, amarrado no chão. Seria um golpe final. Certeiro. Mas a espada oculta de Saber interrompeu a trajetória da arma. Ela também tinha entrado na luta. Com um movimento preciso, desatou o pequeno samurai dos fios que o prendiam, aproveitando da confusão que o desequilíbrio emocional de Illya causou nela mesma. A menina estava em desespero. Não tinha obedecido uma ordem. Karin não tava nem aí, mas ela não queria desagradar.

Kenshin se levantou rapidamente e acenou à Saber com aquele movimento curto, que lhe era tão característico.

- Este servo agradece à Rei dos Cavaleiros. – disse firme, analisando a situação do mestre, ainda sob a tutela de Archer.

- Não me agradeça, Kenshin Himura. Somos espadachins honrados. Lutamos, acima de tudo, uns pelos outros. – ela respondeu com um sorriso pequeno, o máximo que lhe foi permitido dentro daquele ambiente hostil.

Mas ouvir aquilo, pra ele, pra alguém que sofreu a vida toda com esse estigma, teve um impacto muito maior. Levantou os olhos à ela. A sabre sabia seu nome, sabia quem era, e ainda assim o considerou um igual. Se sentiu bem, livre, de alguma forma, liberto de velhos hábitos. A bandagem que estava caindo depois do golpe foi arrancada do rosto em um ato simbólico. Era um espadachim. Honrado a ponto de ser salvo pela Rei dos Cavaleiros. Pela primeira vez, Saber viu um esboço de sorriso naquele jovem sempre tão soturno. Juntos, começaram a atacar a Feiticeira, que ainda estava naquele estado de torpor, sem ter se recuperado plenamente do ataque incorreto que tinha feito contra Archer. Illya foi recebendo golpe atrás de golpe, sem conseguir reagir à velocidade do Assassino, muito menos à precisão da Sabre. Provavelmente estaria derrotada ali, se a voz firme, gritada, autoritária de Karin não tivesse rompido o som das duas espadas no ar.

- Illya, você precisa acabar com eles! É uma ordem!

A garota reagiu instantaneamente, como se tivesse recebido um comando, apesar de não ter acontecido isso. Os olhos chorosos e trêmulos se tornaram estáticos. A postura acuada, de quem só queria se proteger dos golpes, revidou o próprio ar, jogando os escombros pros lados e gerando aquele impacto que sempre fazia a presença da Feiticeira ser sentida: o maná fluiu livre pelo seu corpo e o poder daquela criança era arrebatador. Seus olhos eram assassinos. E foi pra Saber que foram direcionados. Em um único golpe, jogou a sabre longe e partiu, a passos lentos, decidida a derrota-la primeiro. Depois o Assassino. Depois o Arqueiro. Quem sabe aí, tia Karin ficaria feliz de novo.

- Saber! – Shirou gritou de longe, tentando ir até ela, por impulso. Mas Rin não permitiu, ainda mais vendo que Illya já se dirigia até a amiga. Olhou pra Archer que já havia lançado uma saraivada de flechas, sem sucesso. Mais que isso, colocaria a própria Saber em risco. Ela precisava levantar sozinha.

Ou não.

- Kenshin! – foi a primeira vez que o servo ouviu o mestre chamar seu nome. Olhou pra ele surpreso. – Use o seu fantasma nobre. – sabia que ele não iria aceitar de bom grado. – Faça isso ou eu o ordenarei por um comando.

A expressão do samurai foi um misto de abnegação com raiva. Entendia o motivo do mestre pedir isso, ainda mais depois de ter sido protegido pelo arqueiro, mas era algo poderoso demais, que poderia levar à morte daquela menina. Respirou fundo e lembrou da condição inumana de servo que vivia. Com sorte, seria a última vez que precisaria fazer algo pela vontade de outra pessoa que não fosse ele mesmo.

Embainhou sua katana, baixou os olhos e colocou o pé direito pra trás do corpo, deixando o tronco inclinado. Faria isso mais uma vez. Mais uma vez. A última vez.

O clique do desembainhar foi ouvido com tanta facilidade e o som dos chinelos de Kenshin era a única coisa que aqueles que contavam com a sua ajuda conseguiam escutar. Era a velocidade e a força dele que salvariam Saber. Que salvariam a todos.

Amakakeru Ryu no Hirameki

Com um movimento circular de ataque, ele girou pelas costas de Illya, desembainhando a espada no exato momento em que ela iria desferir o golpe em Saber. No ponto certinho onde ela baixou a guarda, se vendo sem reação pra revidar. Uma bolha de ar se formou entre o peito dela e a lâmina, devido à velocidade altíssima do espadachim, e foi cortada em um movimento preciso por ele, contundindo o peito dela com força o suficiente pra jogá-la metros de distância, contra uma pilastra de mármore, que se partiu imediatamente, soterrando a Feiticeira sobre os escombros.

Era sempre efetivo. Sempre. E Kenshin sabia disso.

Os outros começaram naquele riso louco, animados, sabendo que ela tinha sido derrotada, já que o derrame de maná tinha sido interrompido. Karin aproveitou a confusão pra fugir dali correndo. Não tinha mais o que fazer lá, já que a inútil da Illyasviel tinha sido pega nesse golpe ridículo e antes que alguém viesse encher seu saco, teria sumido daquele lugar decadente.

Mas o clima de comemoração foi cortado por dois movimentos diferentes.

Primeiro, o aparecimento de Sakura.

- Chegou o momento. – ela disse firme, olhando de Rin pra Kazuo, enquanto Shirou corria pra amparar Saber em seus braços. – O coração do homúnculo ainda está viável. Vocês precisam decidir quem irá fazer o pedido ao Graal.

Archer pulou da bancada de onde tinha estado desde que foi compelido à proteger o mestre do Assassino, e puxou o corpo desfalecido da Feiticeira debaixo da quantida imensa de pedras. As suas palavras animaram Kenshin, que tinha se mantido afastado até a próxima ordem do mestre, apesar de ele mesmo não desejar batalhar mais.

- Ela ainda está viva. – disse olhando pra Rin. Sabia que isso significava que a morte da menina estaria nas mãos dela. – Você quer que eu...

- Não. – ela respondeu firme. Olhou pra Kazuo. – Ainda temos que decidir quem ficará com o pedido.

Ele ficaria com o pedido. Queria demais esse pedido e esperou por cinco malditos e longos anos. Mas foi no último dia, nos últimos minutos, que se lembrou de uma coisa que a mulher sempre lhe dizia: eu sempre estarei te esperando. Queria demais a sua Hana, demais! Chegava a doer em seu peito, a amargura, a dor, o arrependimento. Queria nem que fosse a chance de poder se despedir, ou de pedir desculpas por ter sido um canalha naquela manhã. Mas olhou o rosto daquele samurai por apenas uma semana e se desesperou pela possibilidade de ele estar sofrendo por séculos. Como poderia julgar que sua dor de anos era maior que a dor dele de séculos?! Esperaria mais dez anos. Hana também. Não respondeu à Rin Tohsaka. Apenas se afastou, dando a entender que, com isso, se afastava do pedido também.

Só aí Rin viu a real possibilidade das coisas acontecerem. Viu Archer trazer o corpo desmaiado de Illya até seus pés. Viu Shirou trazer Saber apoiada em seu ombro até o seu lado. Viu Sakura dar um último sorriso antes de se deitar sobre um balcão de mármore que tinha ali.

- Você tem certeza, menina? Eu posso fazer isso por você. – o tom de Archer era benevolente. Não queria que Rin tivesse uma morte nas mãos. Sabia o peso disso.

- Não, amor. Eu faço. – tirou a faca que herdou do pai, mas não conseguiu esconder as mãos trêmulas. No fundo, falou que fazia com tanta firmeza, mas estava em pânico com a ideia de matar alguém. Encostou a faca no peito daquela menina e pensou um tempo, se mudava de ideia e entregava a ação pra mãos mais aptas. Até sentir as mãos gentis de Shirou sobre a sua. Olhou pro amigo, que lhe deu o sorriso mais honesto que pôde, levando em conta que a circunstância ali, era complicada, afinal, estavam matando alguém.

Assim que Rin inseriu a faca no peito de Illya, talvez pela dor, talvez por reflexo, ela se remexeu. Tentou se soltar, se levantar, pegando ela e Shirou de surpresa. Enquanto estava desmaiada, a ideia de retirar seu coração era menos desesperadora. Mas com Illya desperta... Os olhos azuis esverdeados se arregalaram e, por instinto, ela olhou pra Archer. Não sabia o que fazer. Ela sim. Encarando sua menina, segurou a cabeça de Illya presa no chão, tapando nariz e boca.

- Vá em frente. – era uma ordem. Mas dada quase como um incentivo.

Com as mãos trêmulas e, dessa vez, sozinha, Rin foi. Abriu o peito da garota e retirou aquele coração diferente, de homúnculo, pulsante. Finalmente a Guerra tinha acabado. Era o fim. O maldito pedido teria que ser feito.

Só nesse momento, Rin admitiu pra si mesma: estava apavorada e, se o Graal não caísse nesse plano absurdo que tinha forjado, pediria Archer. Nem que fosse como um Espírito Heroico, nem que fosse efêmero, nem que não pudesse construir uma vida plena, com linhagem, ao seu lado. Se tudo desse errado, sabia qual deles ia escolher. Mas ia tentar e esperava que isso contasse alguns pontos à seu favor, caso realmente houvesse um julgamento final.

A passos assustados e encarando o coração pulsantes nas mãos, levou até Sakura, que deu à ela um último sorriso gentil.

- Você sabe que eu amo você, não sabe? – perguntou deitada, pegando a mão trêmula de Rin.

- E você sabe que eu também amo você, não sabe? – ela respondeu baixinho, ainda preocupada que alguém pudesse ouvir isso. Mas não conteve a lágrima que escapou e nem se recriminou por dar um último beijo na mão de Sakura, que fez o mesmo de volta.

- Está na hora, Rin. – disse e pegou o coração, afastando a moça com a mão.

Depois disso, foi tudo muito rápido.

Talvez, fosse a emoção.

Talvez, o medo.

Mas Rin não conseguiu diferenciar o momento em que Sakura deixou de estar naquele balcão e o lugar foi substituído por uma porta. Só sabia que tinha que entrar ali. Tentava se convencer de que Rin Tohsaka não tem medo. Rin Tohsaka planeja as coisas de modo ágil e cruel, sem chance de erro. Mas estava apavorada. Desesperada. Olhou pra trás e viu o samurai, afastado, sem saber o que fazer. Tinha que ajuda-lo. Ele merecia isso. Mais: viu as três pessoas que mais amava no mundo. Sua família. Se tudo desse certo, não os veria mais. Se tudo desse errado, só veria Archer.

Archer... que a olhava com olhos anormalmente amorosos. Confiantes. Já saudosos. Seu arqueiro.

- Vai, menina... eu tô te esperando do outro lado. Eu preciso que você me ame lá. – disse sorrindo e recebeu um sorriso pequeno dela de volta. Faria isso por ele. E por Shirou e Saber.

- Todos sabem o que fazer? – perguntou com seu tom autoritário de sempre. Viu as confirmações com a cabeça e indicou Kenshin. Queria que explicassem a ele. Shirou confirmou de volta. Se entendiam pelo olhar e isso gerou, entre eles, um último sorriso cúmplice. Se amariam pra sempre, de um jeito ou de outro.

Estava na hora.

Tinha que dar certo. Daria certo.

Pegou a maçaneta e respirou fundo. Era Rin Tohsaka. Daria certo.

 



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