1. Spirit Fanfics >
  2. Soba ni itai kara >
  3. O passado e o presente

História Soba ni itai kara - O passado e o presente


Escrita por: KenjiroAkio

Notas do Autor


Kon'nichiwa Minna-san \o/
Bom, como hoje não tenho nada a falar, vou deixar aqui meus parabéns a Makoshida-san que ontem completou mais um ano de vida e esse cap é para tu e também, ontem meu lindo e amado personagem, além de ser meu bebê Akio Kenjiro também completou seus 29 (lindos) anos.
Por hoje é só.
Espero que gostem e boa leitura

Capítulo 3 - O passado e o presente


Três anos depois

Era uma manhã fria e agradável, as flores de sakura caíam graciosamente com o vento banhando as ruas deixando uma adorável vista, as árvores completamente rosas fazia o japonês sorrir. Ele estava de volta na sua tão adorável terra natal. Yuuri olhou para cima e um pequeno feixe de luz acertou seus olhos, levou a mão acima de sua cabeça e então se lembrou daquelas palavras.

"É apenas um rumor, mas dizem que se você pegar cinco pétalas no ar antes que caiam no chão e guardar na carteira um desejo irá se realizar!"

Não era como se ele acreditasse nisso, mas sem pensar direito elevou a outra mão e uma pétala caiu sobre sua palma, o olhar se fixou na pequena e graciosa pétala, desviou o olhar para cima onde outras caiam com o vento, ele começava a se achar um idiota por estar fazendo isso, mas um a um ele foi pegando no ar até juntando a quantia dita. Yuuri fechou os olhos e sorriu, a única coisa que ele desejava era poder estar sempre no ringue de patinação até a sua aposentadoria, a mão livre afundou no bolso da calça tirando a carteira e ali depositando as pétalas.

O japonês voltou a andar pela rua, ouvindo a música de seu programa. Fazia dois anos que tinha voltado ao Japão após se recuperar da contusão no joelho, não tinha sido traumático a sua saída temporária de novo, mas foi o suficiente para ele não querer abusar e abusar lho pior ainda acontecer.

 

De volta à Nova York a equipe médica de um conhecido do treinador Cameron o esperava. Tinha sido apenas um dia e ele estava sendo sucumbido a uma bateria de exames dos mais complexos, tudo para ter a certeza de que ele estava bem além da contusão.

Yuuri estava sentado na cadeira dentro do consultório à espera dos resultados dos exames, ele estava sozinho ali dentro mantendo o olhar fixo em suas mãos, a porta foi aberta e o médico adentrou com uma pasta de papel pardo razoavelmente grande, ligou a luz do painel e tirou um raio X e foi encaixando no painel, olhou por alguns segundos e desligou o painel, digitou alguma coisa em seu computador e girou a tela para Yuuri.

Esse aqui é a imagem de seu joelho. –  apontou na tela. – Está vendo isso aqui? – Yuuri assentiu. – É onde está a lesão, essa parte toda esta infeccionada. – o médico olhou sério para Yuuri, e soltou um suspiro. – Se você tivesse procurado ajuda médica antes isso não teria ficado tão ruim e certamente você estaria participando dos campeonatos. – Yuuri apenas via o senhor a sua frente riscar o papel e lhe entregar. – São os remédios que devem ser tomados e o retorno da consulta.

Ouvir aquilo não tinha sido nada agradável, ele foi teimoso e agiu por si só sem se importar com a preocupação que causaria nos outros e em como eles se sentiriam. Yuuri saiu da clínica acompanhado de Cameron.

Ei Cameron... – Yuuri se encolheu no banco do carro, não ousava nem sequer olhar para ele.

O que foi?

Vou voltar para o Japão! – disse baixo, porém o suficiente para Cameron ouvir. – Assim que minha perna estiver melhor!

Ele não ouviu mais nada após sua decisão, estava destruído, só queria poder voltar para sua casa depois do seu fracasso, queria esquecer isso e tentar recomeçar tudo de novo.

 

Yuri tirava o cachecol fino que adornava seu pescoço e adentrou no prédio onde atualmente estava treinando, ainda que estivesse um pouco longe do ringue de patinação podia ouvir-se a música de um de seus colegas, os passos altos se transformaram e corrida até a garota parar a sua frente.

— Está atrasado Yuuri!

— Gomen ne. – sorriu. – Acabei me distraindo na árvore de cerejeira…

O sorriso brotou nos lábios da garota e inclinou-se para Yuuri com as suas mãos na cintura. — Não me diga que… – estreitou os olhos e franziu o cenho, não deixando de esboçar o sorriso de quem tinha descoberto um segredo.

— Não! – Yuuri movia as mãos rapidamente na frente do rosto. Ele não ousava dizer a verdade a ela. – Apenas estava apreciando as flores… nem parece que estou aqui há dois anos.

— Isso é o que dá ficar tanto tempo fora de casa, agora vamos logo, quero ver o seu novo programa, ne quando você vai deixar ouvir a música?

— Vai ser uma surpresa. – sorriu – Quero que uma pessoa veja e se surpreenda.

— Koibito?

Yuuri riu baixo. — Um amigo.

Em frente ao espelho do vestiário ele foi vestindo a sua calça, a mão tocou em seu pescoço e seguiu para a clavícula e ali ficando até a mão cair pesadamente ao seu lado no corpo, não havia mais marcas ali, mas cada vez que se via conseguia se lembrar claramente daquela noite, de quando seu coração foi despedaçado. Tinham se passados três anos desde que Viktor lhe fez aquela visita e nenhuma vez ele o procurou, ou tentou conversar, explicar as coisas, mas não ele apenas desapareceu e fingiu que nada tinha acontecido, e no final de tudo Cameron estava completamente certo. Tinha sido usado. Yuuri fechou a porta do armário e vestiu a sua camisa, pegou os patins e deixou o vestiário. Ele não precisava desses tipos de pensamentos quando estava treinando como louco para vencer a competição, não agora que ele tinha melhorado em todos os aspectos, e não depois de conseguir a sua confiança de volta, e não depois de conseguir ir para o pódio nas últimas competições, era sim doloroso, revoltante e frustrante estar perto de Viktor, estar sempre perdendo para ele e mais, ter de volta todas as malditas lembranças que lhe atormentava, que o fez acreditar que tinha sido especial, mas não passou de uma ilusão.

Mas agora ele estava bem, o tempo que estava em Tóquio tinha encontrado alguém que estava lhe fazendo feliz, que podia confiar e se abrir, e ele sempre estaria ali para lhe ajudar, mesmo que a distância acabe sendo grande ele ainda podia contar com ele, sempre que precisasse.

Suavemente Yuuri deslizava pelo gelo, aquele mesmo olhar sereno de tinha ao estar no ringue, a expressão que tinha ganhado naqueles dois últimos anos desde que chegou em Tóquio.

“O ar está mais frio hoje” olhou por cima de seu ombro e respirou fundo, “Mas eu me sinto tão bem assim” Yuuri se preparou para seu primeiro flip “Talvez deva treinar os saltos nesta primeira parte, sei que melhorei, mas preciso ser mais forte para vencer ele! ”

Yuuri estava diferente, estava mais maduro e decidido, coisa que ele não era, agora as palavras e atos não o afetava tanto e poderia com mais facilidade lidar com as coisas, mas é claro que tinha assuntos que o deixa tenso, ele tinha crescido em sua vida como patinador estava se interagindo com mais pessoas e até estava sorrindo mais. É claro que no início ele ainda estava recluso de todos, mas aos poucos tudo foi mudando, e após conseguir subir ao pódio as coisas só foram melhorando.

“Estou indo bem e ainda não me sinto cansado! ” Yuuri rodou três vezes com o pé no ar enquanto o outro permanecia no gelo, para fazer o pião e uma sequência de giros. “Eu só preciso vencê-lo e mostrar que estou diferente daquele garoto que ele destruiu, vou fazê-lo se arrepender amargamente por brincar com alguém! ”

 

Os dias foram-se passando e se transformando em semanas, a lesão no joelho de Yuuri estava se recuperando e as suas idas ao médico estava cada vez menos frequente o que era bom a ele, estava ficando mais aliviado e queria ir embora daquela cidade, embora daquele quarto, apenas queria ficar em um lugar que não lembrasse a Viktor, era inevitável não sentir seu coração se apertar e chegar doer, era quase impossível não deixar as lágrimas traiçoeiras não caírem, mas estava tentando ser forte, precisava ser forte e superar tudo isso.

Ótimo! – Cameron saiu do consultório com Yuuri. – Mais alguns dias e você estará com o seu joelho novo em folha, mas não se esqueça de não abusar dele.

Claro, eu não irei! – o japonês já podia até imaginar desfazendo as suas coisas e comprando a sua passagem de volta para casa, era tudo o que ele mais queria.

De novo?! – Yuuri olhou para trás Cameron mexia em seu celular com uma cara não muito boa.

Aconteceu alguma coisa Cameron? – perguntou por perguntar, não era como se tivesse interesse nos problemas pessoais dos outros, não queria invadir a privacidade de ninguém assim como ele não queria que a sua fosse, não mais do que já foi.

Estou recebendo mensagens e ligações que está me aborrecendo! – guardou o celular no bolso e voltou a andar junto com Yuuri. – Essa pessoa faz questão de dizer aquilo que não se deve… – olhou para Yuuri que mantinha fixo o olhar no chão. – Não devia dizer isso, mas essas mensagens estão envolvendo você, Yuuri!

Ouvir aquilo, que seu nome estava causando problemas ao seu técnico não lhe deixava muito contente. Já tinha estragado a sua competição, não queria estragar a vida de Cameron, e nem que isso afetasse a sua vida na patinação, não importava o que fosse ele faria o necessário para não causar problemas.

Desculpe-me Cameron… não é a minha intenção te trazer mais problemas…

Como já te disse, é normal cuidar dessas coisas eu sou o responsável por vocês!

Naquela mesma noite Yuuri foi convidado por Cameron a jantarem fora juntamente com Phichit, não se sentia muito confortável fazendo isso, mas também não poderia recusar a final se técnico cuidava dele fazia três anos e sabia como tratá-lo e as palavras que deveriam serem cuidadosas.

Yuuri, você vai embora mesmo? – Phichit segurou o braço do amigo ao saber da notícia. – Se você for eu também irei, não tem graça sem você!

Pichitto-kun! – Yuuri não queria que ele fizesse a mesma coisa que ele estava fazendo, ele tinha seus motivos para fazer isso. – Por favor, não!

Phichit, em breve terá outras competições depois que acabar você pode decidir o que é mais viável, mas no momento eu não posso permitir.

Injusto!

Aquele jantar tinha sido descontraído e saído melhor do que Yuuri imaginou., tudo estava indo bem, Phichit tinha esquecido a ideia de deixar Nova York e voltar para a Tailândia. Tudo estava indo bem até demais, e isso preocupava o japonês, ele tinha o pressentimento de que algo ia acontecer e tudo ia mudar.

Eu preciso ir embora! – Phichit levantou-se de seu lugar. – Amanhã tenho prova logo no primeiro período, não posso me atrasar… eu preciso estudar…

Pichitto-kun, estudar de última hora não vai lhe ajudar em nada! – Yuuri riu baixo. – Deveria ficar tirando menos foto e estudar mais!

Os dois apenas ficaram a ver o tailandês sair correndo e pegar o ônibus no ponto. Para a sorte as noites já não eram frias, embora ainda precisasse de um agasalho fino, em silêncio eles permaneceram em seus lugares. Yuuri também já estava se preparando para ir embora, estava ficando tarde e no dia seguinte ele ainda tinha aula.

Cameron eu…

Agora que Phichit foi embora… – Cameron apanhou seu celular em sua blusa e soltou um suspiro. – Sei que estou fazendo a coisa errada, mas não aguento mais esconder de você Yuuri!

O japonês não entendia o que ele estava querendo dizer, ele sabia que Cameron tinha seus segredos e principalmente a sua relação com Viktor, mas isso não importava mais, já não era da sua conta nada que envolvia o russo. Em silêncio Yuuri esperou seu técnico começar a falar, mesmo que estivesse apreensivo, ele esperou.

Desde que você se machucou no treino eu venho recebendo mensagens…

Cameron entregou o celular a Yuuri direto nas mensagens, o olhar parou direto naquele nome, o qual ele não queria lembrar nunca mais, ele apenas não conseguia desviar o olhar não queria nem sequer imaginar o que tinha no conteúdo das mensagens, ele tinha medo de descobrir e se arrepender, mas uma parte de si dizia que deveria abrir e descobrir o que Cameron tanto queria lhe dizer. Suas mãos estavam trêmulas e seu coração batia mais rápido de nervosismo.

Eu tentei ignorá-lo, disse para ele parar com essas mensagens e parar de me ligar…

“Ainda continua com aquele garoto? Sabe que ele não irá trazer nenhuma vitória a você, não é mesmo?!”

“Desista dele, é apenas um fracassado. Não consegue nem chegar nas finais do GP! ”

“Está gastando tempo e dinheiro com ele Cameron, dentre todos os patinadores, definitivamente esse foi a sua pior escolha! Deveria mandá-lo de volta para o Japão! ”

“Eu tentei avisá-lo, eu tentei fazê-lo entender que não estava em condições de competir e ainda assim você permitiu! Ele está causando vergonha e manchando o seu nome como um técnico Cameron, até quando vai tolerar isso? Quando ninguém mais quiser te ter como técnico? ”

Yuuri não conseguia suportar o peso que estava sendo colocado em cima dele, até mesmo o celular que ele segurava parecia ser pesado. Ele não conseguia pensar em nada, apenas levantou-se e foi embora, precisava ficar sozinho, precisava entender que aquelas mensagens que tinha acabado de ler tinha terminado de destruir seu coração e dado lugar a um sentimento de raiva e asco.

 

E mais um dia de treinamento tinha chegado ao fim, Yuuri arrumava o seu cachecol e deixava o clube pretendia passar no seven eleven e comprar alguma coisa para comer, não sentia vontade de preparar nada, apenas queria comer algo rápido, tomar seu banho e dormir. As luzes dos carros passavam por ele rapidamente o fazendo fechar os olhos pela claridade forte, ele tinha se acostumado a essa vida corrida não só dos treinos, mas como da cidade, e de fato, ele não se importava com isso até gostava. Yuuri adentrou no konbini olhou para os lados pensando no que deveria levar.

— Irasshaimase! – a atendente o recepcionou.

Yuuri segurava dois obento decidindo qual deles levar, não era como se desejasse comê-los, mas entre ter que fazer a sua própria comida e comprar uma pronta, ele preferia o mais prático, o celular em seu bolso vibrou e com uma das mãos deixou o obento no seu devido lugar e foi atender o telefone.

Yuuri! – Yuuri ouvia latidos de cachorro e barulho de automóveis no fundo da ligação. – Está atrasado, onde você está?

— Pichitto-kun?

Estou na porta da sua casa! –  o garoto olhava para a sua volta e não conseguiu dizer nada. – Yuuri?

— E-em dez minutos eu chego! –  desligou o celular pegou outro obento e seguiu para o caixa.

Da forma que podia para não estragar a comida, Yuuri corria para sua casa. Ele não tinha ideia do porquê de Phichit aparecer assim do nada, se bem que não era a primeira vez, logo deveria imaginar que isso poderia acontecer novamente. A alguns metros de onde morava o japonês pode ver Phichit sentado no degrau da pequena escada com a sua mochila e celular em mãos, e não duvidava nenhum pouco que ele já tenha tirado foto e postado em sua rede social.

— Pichitto-kun! – disse após estar à frente a frente.

— Desculpa por aparecer assim!

Yuuri morava em um pequeno apartamento em Tóquio, não era tão diferente da sua antiga casa em Nova York, tinha apenas três cômodos que eram muito bem distribuídos com as suas poucas coisas, a única diferença é que não havia nenhum poster nas paredes, além dos quadros de fotos que ele adquiriu no tempo que estava ali. Sem dizer uma única palavra os dois se arrumaram na pequena mesa na sala e comeram em silêncio.

— Ei Yuuri… – Phichit largou o hashi e encarou-o. – Tenho uma coisa para te contar.

— Hmm, o que é?

— Viktor me ligou já faz algum tempo, ele queria seu endereço ou seu número...

— Você não...?

Phichit apenas negou e sorriu. — Eu apenas disse que não podia dar, mas, não me sai da cabeça o que aconteceu para você ir embora, ou o porquê de evitar Viktor, eu sei que ele era um ídolo para você…

— Apenas tivemos nossas desavenças, coisas assim acontecem não? Achamos que conhecemos a pessoa, mas quando se realmente conhece e vê que nada daquilo era verdade, acaba se decepcionando… – Yuuri mirou seu potinho e sorriu. – Mas agora eu apenas vejo-o como meu rival – inimigo – nas competições, isso não irá afetar nenhum pouco minha performance.

— Mas ainda é estranho!

E mais uma vez Phichit tinha feito uma visita rápida a Yuuri antes das competições do NHK Trophy. Era quase garantido um estar na casa do outro sempre que estavam disponíveis mesmo que a distância seja um pouco grande, mas compensava pelas poucas horas de avião.

— Estou tão nervoso! – Phichit comia o seu sorvete dando longas colheradas – E se eu não conseguir uma vaga entre uma das quatro posições?

— Você tem treinado muito, é claro que consegue! – Yuuri acompanhou Phichit e também deu uma colherada no sorvete, porém não cheia. – Ainda iremos nos ver na final, juntos!

— Uma foto! – Phichit ficou ao lado de Yuuri e puxou o japonês para mais perto de si. – Amanhã você irá para Sapporo, não é? É bom você ganhar ou irei conquistar os ouros na sua frente.

— Não é muito cedo para você ir? As competições são daqui dois dias.

— Quero conhecer a cidade antes.

Phichit não esperou muito por Yuuri que terminava de comer o sorvete e tirou a foto enquanto tinha a colher na boca, logo foi abrindo o aplicativo, colocando as tags e sua localização, como sempre fazia, era tudo tão automático que, se alguém quisesse sequestrá-lo, não seria nenhum pouco difícil.

 

As semifinais tinha se passado e para a felicidade de Yuuri ele tinha conseguido uma boa posição, não como ele esperava, mas tinha, os dias passavam rápido, fazendo-o se sentir mais inquito. Yuuri olhava as horas constantemente, estava inquieto e ansioso, fazia tempo que não ficava assim, fazia sete meses que estava treinando quase seis horas por dia além das suas aulas, mas por fim elas já tinham terminado e Yuuri já era um garoto formado. Era o seu segundo ano na categoria sênior em competição e queria dar o seu melhor e mostrar que ele poderia sim, levar para casa um ouro no pescoço.

"O check-in é às vinte horas, não se esqueça! Esteja uma hora antes. "

De malas prontas esperava dar as horas, faltava pouco mais que meia hora para o táxi chegar e ir para o aeroporto, a campainha do seu apartamento soou, e sem preocupações Yuuri atendeu, seu olhar estava direcionado para um pequeno corte raso em seu dedo que tinha feito com o papel, não dando muita atenção para quem estava do outro lado. Lentamente ele foi levantando o olhar até encontrar com aqueles olhos azuis como o mar na calmaria, segundos se passaram e ele continuou a encará-lo até se dar conta do que estava acontecendo, seu coração bateu mais rápido e seus olhos queriam encher de lágrima, mas não era de tristeza e muito menos de felicidade, era de raiva. Ele não queria ver Viktor, não queria estar na sua presença, não queria saber dele e nem pensar nele. Não suportava ouvir o seu nome, ou lembrar de como era a sua voz, apenas suportava estar perto dele nas competições

— Não vou nem perguntar o que faz aqui! – Yuuri não esperou Viktor dizer absolutamente nada e foi fechando a porta.

— Vamos conversar! – Viktor colocou o pé entre o batente e a porta impedindo-a de ser fechada, mas logo recebeu um chute forte em seu pé que o fez resmungar de dor, porém ainda assim não tirou do lugar.

— Não tenho nada a dizer e nada a ouvir, estou me preparando para viajar, se você não se importa gostaria que fosse logo embora! – mais uma vez tentou fechar e não conseguiu, Viktor conseguiu passar pelo vão da porta que era razoavelmente grande para um corpo passar.

— Eu não posso… olha Yuuri, eu…

— Olha Viktor! – deu um sorriso debochado. – Veio me fazer uma visita como aquela? – Yuuri deu um passo para mais perto de Viktor e inclinou o corpo. – Tudo bem, eu não me importo, afinal é assim que as coisas são… – tocou no rosto do russo e ali acariciou, desceu a mão pelo pescoço e descendo pela barriga até chegar na intimidade e ali apertar e depois massagear.

— Yu...Yuuri não… –  Viktor soltou um gemido arrastado.

Não houve tempo para nenhum dos dois dizer uma palavra sequer, Yuuri apenas terminou com a distância entre eles e selou os lábios, girou os calcanhares e foi empurrando Viktor até o meio da sala sendo apenas parado pelas suas pernas batendo na mesa de centro, as mãos rápidas foram tateando até encontrar o zíper de sua blusa e em seguida desfazer os botões, e por último abriu a calça e foi abaixando, tudo sem cerimônia nenhuma. Viktor gemida baixo com a masturbação lenta e depois forte, Yuuri parou o beijo e foi ficando de joelhos, as mãos desceram para as pernas torneadas e rodeou as coxas até chegar a bunda, onde apertou com força, sem pestanejar abocanhou o membro rígido de Viktor e começou o seu oral tão lento e profundo, depois mudando para a sucção rápida, porém apenas na cabeça do pênis, as mãos agora acariciavam o saco e o seu olhar estava direto nos olhos azuis de Viktor, que estavam quase fechados.

Yuuri empurrou Viktor para sentar no sofá, e terminou de tirar todas as roupas que estavam pela metade em seu corpo. O sorriso brotou em seus lábios e ficou com meio corpo em cima de Viktor colando a boca no ouvido do russo.

— Olha Viktor, eu irei lhe mostrar tudo o que eu aprendi nesses anos aqui. – o russo arregalou os olhos e deixou um chiado escapar de seus lábios, não acreditando no que tinha escutado. – Mas quero que preste bastante atenção, porque irei lhe mostrar apenas uma vez!

Não houve mais nada do que apenas a troca de olhares e as roupas do japonês indo para o chão. Ele não sentia vontade de ter relações com Viktor, não queria estar em contato com ele, mas seria a última vez que tocaria naquele corpo, que sentia o calor que emanava e que ouviria aqueles gemidos e depois disso o russo teria morrido para ele.

Mais uma vez Yuuri iniciou a oral em Viktor, tão lento e tortuoso, a sua mão foi descendo pela coxa e indo até a bunda do russo e ali apertando com força ganhando um gemido, yuuri parou a oral e chupou seus dedos com vontade deixando molhado o suficiente e tirou de sua boca e o fio de saliva se estendia até se romper. Yuuri começou a preparação em Viktor primeiro com um dedo e depois com o segundo e foi alargando os dedos e estocando com força, depois curvando e ganhando os gemidos contidos, colocou mais um dedo para então tirar. O sorriso cresceu em seus lábios, Viktor estava tão duro e tão excitado que até seu pênis babava e se contraia a cada toque, Yuuri acomodou seu pênis no orifício rosado de Viktor e foi forçando a sua entrada. Ainda que tivesse sido preparado, ter os dedos ali lhe preparando era diferente de ter o pênis, teria a dor e o incomodo, mas Yuuri não estava com tanta paciência para esperar, no entanto, ele esperou Viktor rebolar em seu membro para então se movimentar. As pernas de Viktor foram levantadas para dar mais liberdade ao japonês movimentar, as estocadas eram lentas e profundas no início, mas foi ficando forte que chegava a fazer um barulho oco dos corpos se chocando.

Yuuri não estava nem perto de chegar ao seu ápice, mas Viktor, quanto mais acertava em sua próstata, mais ele gemia, e isso fazia Yuuri sorrir, queria vê-lo louco a ponto de explodir, queria fazer sentir o melhor prazer para depois fazê-lo partir. A mão do russo foi para seu pênis para iniciar a masturbação, ele queria também se aliviar, mas foi impedido por Yuuri levando sua mão para cima de sua cabeça.

— Não vai se tocar!

— Yuuri... por favor... eu...

— Quieto, eu disse que não vai se tocar até eu mandar! – Yuuri soltou a mão do russo e segurou firme no quadril. – Você também não pode gozar!

— Q... Yuuri...

— Calado!

Os movimentos eram constantes e profundos, exatamente como Yuuri gostava, mas ali não se tratava dele e sim de Viktor, alguns movimentos e alguns acertos na próstata e o russo gozou em sua barriga.

— Eu falei que não podia gozar Viktor!

Yuuri saiu de dentro do russo e o fez ficar de quatro no sofá, logo metendo nele.

— Yuuri... rápido...

Em nenhum momento ele pretendia fazer o que Viktor queria, se ele pedisse para ir rápido, Yuuri iria devagar só para lhe torturar mais e mais. Não demorou muito e Yuuri também gozou dentro de Viktor, ele não pretendia prolongar mais o contato entre eles, apenas saiu e caiu sentado no chão. Estava cansado e precisava de alguns minutos para se recuperar. Yuuri apenas fechou os olhos e foi respirando calmamente para controlar seu interior.

— Três anos desde aquele dia e só agora você foi me procurar? – Yuuri levantou-se do encosto do sofá e vestiu a sua roupa. – Não importa, eu não quero saber dos seus motivos!

— Yuuri… – a mão de Viktor tocou na sua e logo foi rejeitado.

— Se você já teve o que queria, já pode ir embora!

Tão frio e ríspido ele estava sendo, mas não tinha como aceitar isso, não tinha como ele acreditar que depois de tanto tempo somente agora Viktor pode vir procurá-lo, quem ele achava que era para fazer isso? Será que em nenhum momento achou que as coisas poderiam ter sido diferentes? Que talvez Yuuri não quisesse mais vê-lo? Aparecer assim de repente não mudava nada, nenhum sentimento negativo sobre ele iria mudar apenas fazia aumentar. Não queria ficar perto do russo mais nenhum momento, não se importava como ele estava sentindo, se era isso o que ele desejava fazer ou se tinha vindo para outra coisa, nada mais importava além da sua competição no dia seguinte.

— Yuuri… me escuta… – o japonês apenas ignorou e foi para o quarto.

Não é como se usar Viktor fosse mudar algo, como se isso fosse lhe ajudar ou que apagasse tudo o passado e o que ele fez, para Yuuri já não fazia mais diferença se ele estava ali ou não, ele já tinha destruído seu coração uma vez não haveria uma segunda, e nem chegaria perto, agora Viktor era apenas um estranho.

— Ainda está aqui? Achei que tivesse falado para ir embora! – Yuuri estava de volta, mas desta vez com o celular em mãos. – Desculpe, não é com você Kenjiro-san…

Você está com visitas Yuuri? Tem certeza que podemos conversar? – o japonês andava pela sala terminando de colocar suas roupas. – Posso te ligar outra hora! E por favor, pare de me tratar tão formalmente, somos amigos, certo?

— Daijoubu Kenji… Akio. – sorriu.

Você vai competir, não é? Boa sorte, e espero que você leve o ouro.

— Irei comemorar com você!

Yuuri conversava tão diferente de como era antigamente. Talvez Viktor nunca tivesse visto o japonês sorrir de forma tão espontânea, e de conversar tão descontraído assim, ele tinha inveja, mas isso não era algo para se pensar no momento, apenas tomou o celular da mão de Yuuri e desligou a chamada. Ambos se encararam, mas Yuuri foi o primeiro a falar, tão irritado que seria estranho para ele se batesse em Viktor.

— O que você quer de mim? – Yuuri dizia alto e claro para Viktor, seu sangue queimava em suas veias, agora mais do que nunca queria o russo fora da sua casa, longe da sua vista. Em qualquer lugar que ele não soubesse de onde poderia estar. – Você aparece do nada aqui como se nada houvesse acontecido, para mim já deu, tem coisas que nem mesmo eu posso aguentar! – rapidamente Yuuri tomou o celular em mãos e discou para a polícia sem iniciar a chamada. – Saia da minha casa ou eu ligarei para a polícia!

— Yuuri…

— Yuuri, Yuuri, Yuuri… estou farto de você Viktor, eu realmente te odeio! – o japonês tinha uma respiração ofegante, estava a ponto de chorar. – Se... se Akio estivesse aqui, ele não iria permitir que você chegasse perto de mim!

"Ele iria me proteger!"

Ele estava ficando cego pelas lágrimas que brotavam, e com força ia empurrando Viktor para fora de sua casa e quando finalmente consegui trancou com todos os trincos que havia na porta, seu celular voltou a tocar e o nome piscava na tela, Yuuri limpou as lágrimas e atendeu o telefone.

— Desculpa, a ligação caiu! – mentiu, mesmo que não houvesse necessidade. – Mentira! – murmurou. – Ele estava aqui!

Viktor? – houve um momento de hesitação e ele voltou a falar. – Oh, e você como está?

— Com muita raiva Akio… eu fiz uma coisa errada… eu disse que nunca iria fazer a mesma coisa que ele e eu…

Yuuri…

— Eu transei com ele por raiva, para me vingar do que ele fez comigo, eu…

Está tudo bem, Yuuri… ainda acho que você é um bom menino. – a voz calma de Akio o fazia ficar mais calmo. – Esqueça-o, não alimente mais essa raiva não vai te fazer bem, me prometa? Até eu voltar, prometa isso para mim?

— Eu prometo!                                                   

 

Ele não podia, e não devia, mas apenas fez. Iria ficar com o peso na consciência e com vergonha, não queria ter causado problemas, mas acabou causando.

Não era a sua intenção, mas aqueles caras simplesmente apareceram do nada e quando o jovem japonês deu conta eles já estavam em cima dele, tocando em seu corpo, a boca tentando alcançar a sua, mas a negação só fez o soco ser certeiro em seu lábio, em seguida de outro em sua barriga o obrigando a curvar-se de dor e cuspir água.

Ei! Larguem ele! – Yuuri deixou uma lágrima escapar. Akio tinha aparecido na melhor hora, atrás dele estavam mais dois amigos que foram para cima daqueles que lhe seguravam. – Yuuri você está bem? – era claro que ele não estava bem. – Você está machucado, eles te tocaram em mais algum lugar? – ele apenas negou. Ainda estava sobre o efeito da bebida que tinha recebido enquanto eles se reuniam na casa do amigo de Akio, ele só precisava de um pouco de ar. – Vamos embora!

E lá estava Yuuri, sentando no chão de seu banheiro, sentindo sua cabeça rodar e seu estômago revoltado. Tinha sido um erro beber, tinha sido um erro sair e achar que não aconteceria nada se aceitasse aquela bebida do amigo de Akio. E mais uma vez ele estava passando pela mesma vergonha, e mais uma vez Akio estava cuidando dele.

Desculpa Kenjiro-san! – Yuuri limpou a boca com sua mão. – Eu sou um patético, estou lhe causando problemas de novo!

Yuuri, você não devia ter feito isso, não deveria ter bebido aquilo! – Akio esfregava a sua costa na intenção de lhe fazer melhorar. – Você precisa tomar um banho e limpar esses machucados... como eles puderam tocar no seu rosto… – Yuuri limpou a boca com a toalha que lhe foi estendida e Akio acariciou a sua bochecha de forma carinhosa.

Yuuri tentou ficar de pé, mas suas pernas estavam bambas e na primeira tentativa de dar o passo, suas pernas vacilaram e seu corpo foi de contra com o de Akio, que logo o segurou com força. As lágrimas brotaram em seu rosto, ele não conseguia enxergar nada além de um borrão, ele não deveria ficar mostrando esse seu lado deplorável a ninguém.

Vou te ajudar a tomar banho! – ele não tinha força para ficar em pé sozinho, quem dirá para negar o que Akio dizia. – Depois…

Você também me vê como uma criança Kenjiro-san?

O quê? É claro que não Yuuri… você precisa descansar, deve estar confuso ainda com o álcool no seu sangue...

Com cuidado Akio dava banho em Yuuri, que diferente da outra vez estava mais sóbrio e colaborava e mais uma vez Yuuri tinha vergonha de olhar para o seu vizinho, mais uma vez estava dando trabalho para ele, coisa que não teria acontecido se ele tivesse recusado o pedido de Akio, ou ter ignorado o copo que tinha sido posta à sua frente na mesa. Yuuri estava deitado em sua cama em posição fetal, mesmo depois de beber bastante água para hidratar o corpo, ainda estava se sentindo enjoado, e que no menor movimento ele poderia passar mal ali mesmo.

Você me perguntou uma vez porquê de ter voltado para o Japão… – Yuuri fechou os olhos por alguns segundos e já podia senti-los marejados. – Dois meses antes de chegar aqui… eu fiquei com uma pessoa, eu via como alguém especial, alguém que eu idolatrava… alguém que eu amava…

E-ei Yuuri, não precisa me contar… – ele realmente não precisava, mas Akio tinha curiosidade de conhecer mais ele.

Um dia ele…

“Ele? ”

Ele apareceu lá em casa e nós transamos, achei que estava sendo algo especial, que eu era especial para ele, mas eu me enganei… naqueles dias eu lutei e me iludi dizendo que tudo era apenas um engano que algo tinha acontecido para sua partida repentina, que não tinha dado tempo para ele se despedir de mim, mas estava errado, tudo o que eu sabia sobre ele estava errado. Não conhecia mais aquela pessoa… meu antigo treinador me mostrou mensagens trocados entre eles, eu estava sendo feito de idiota e fui usado… a minha primeira vez tinha sido com alguém que não me amava…

Yuu…

Eu o odeio! Não quero amar nunca mais... isso dói Kenjiro-san... dói muito...

Akio não sabia o que se passava em sua cabeça, mas ele compreendia o que ele estava sentindo, todos já tinham passado por uma decepção amorosa, mas era a primeira vez que via alguém tão jovem assim sofrer desta forma.

Ei, Yuuri? – Akio sentou ao lado dele e acariciou seus cabelos. – Quantos anos você tem mesmo?

Vou fazer dezesseis este ano! – murmurou, os olhos foram-se fechando até que ele acabasse dormindo profundamente

Já fazia algum tempo que os dois estavam saindo juntos como amigos e seu instinto protetor crescia cada vez mais e não era só isso, havia muito mais coisas que não era hora de ser dito e talvez nunca fosse ser dita.

Eu vou cuidar de você Yuuri, vou consertar seu coração e vou fazer você sorrir de novo. – Akio acariciou os cabelos molhados de Yuuri e deu um sorriso fraco.

 


Notas Finais


Espero que tenham gostado, por favor, digam o que acham do capítulo, o deve ser ser melhorado ou não XD é muito importante saber as opiniões.


Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...