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História Sobre Dever e Honra - A Adaptação


Escrita por: DunnyAmador

Capítulo 7 - A Adaptação


Draco

Tentando esconder meu nervosismo da minha tia, fingi concentração do grande livro sobre potencialização das propriedades de raízes de acônitos, dirigindo o olhar a cada dois minutos para a porta da frente que em breve, receberia meu padrinho.

Antes que eu pudesse fingir um mau estar para me trancar no quarto, ouvimos uma batida na porta, me fazendo levantar de onde estava com agilidade e cruzar os braços. Ouvi minha tia cumprimentar o homem e quando ele entrou com suas vestes negras rodopiantes, achei que não precisaria fingir um desmaio pois já estava suando frio.

- Draco - falou em seu tom monótono, me encarando diretamente nos olhos. Levantei minhas barreiras mentais imediatamente. - Péssima idéia te ensinar oclumência. Existe um lugar onde podemos conversar?

- Hmm... - murmurei não muito inteligente,meu olhar de pavor grudando na tia. - Vamos para o jardim lá atrás - falei, andando rapidamente e ouvindo ele me seguir.

- Agora vai me explicar por que a recebi a adorável visita do seu pai? O homem estava prestes a abrir meu guarda roupa como se você estivesse escondido lá, por Salazar - o padrinho estreitou os olhos. - O que você aprontou dessa vez e por que não pôde esperar até a droga do aprendizado acabar?

- Eu saí de casa - respondi e recebi um som incrédulo em troca.

- Jura? Nem percebi tal coisa.

- Severus, eu...

- Sem desculpas, Draco. Aconteceu alguma coisa e eu exijo saber imediatamente. Combinamos que você poderia ficar na minha casa se seu pai te deserdasse por causa de Riddle. Sei que iria imediatamente até mim, então só pode ser algo que você quer esconder do seu padrinho também.

- Estou com um bebê - interrompi o homem antes que eu não conseguisse falar.

- Desculpe?

- Um filho, Severus, estou gravi...

- Espera! - o homem o calou, seu rosto branco enquanto ele se acomodava no banco de concreto do jardim de Andrômeda. - Você foi forçado?

- Inferno não! Por quê me perguntam isso? Sei me defender, padrinho - cruzei os braços irritado, a vontade de fugir aumentando ao ver o olhar de ameaça aumentar.

- Então você foi apenas um idiota? - não consegui responder, afundando no banco em frente com um suspiro derrotado.

- Bem, sim...

- Draco, eu não sou idiota. Você é arisco como uma cobra, não se entregaria a qualquer um, a não ser...

- Severus...

- Foda- se, minha consideração por Lily não vai me impedir de matá-lo dessa vez - me assustei com o xingamento, meus olhos se arregalando com a raiva vinda do outro. Inferno, tinha esquecido que  o padrinho sabia me ler melhor que qualquer um, com legilimência ou não.

- Por favor, padrinho. Ele ainda não sabe, você não pode...

- Merlin, Draco. Você conseguiu ser idiota duplamente, aquele moleque não tem um pingo de responsabilidade nos ossos. O quê raios você pretende fazer agora?

- Vou mantê-lo - falei, abaixando o olhar para não ter que encarar a pura decepção no olhar do homem. - Sei que é pedir muito atrasar nosso projeto, mas não tenho escolha. Por favor, me aceite de volta depois - implorei e Snape revirou os olhos.

- A não ser que uma gravidez traga paralisia e perda de memória, você está perfeitamente bom para continuar. Não vai poder fazer experimentos, mas existem cerca de 23 ingredientes para serem isolados e registrados. Quero o corpo de sua tese até o próximo mês, vou providenciar um kit de poções e uma pena de inscrição rápida para você. - enquanto Severus falava meu sorriso crescia. Eu poderia continuar a pesquisa, não atrasaria tanto se fizesse as partes teoricas agora e as experimentais depois. Antes que pudesse me conter, corri para abraçar o homem assustado.

- Obrigado, padrinho. Não sei como agradecer, eu...

- Pode começar me soltando - o homem resmungou e eu rapidamente obedeci, sentindo o rubor em meu rosto pela vergonha.

- Meu pai cortou meu acesso aos cofres mas eu juntei dinheiro para terminar o aprendizado, prometo que vou compensar.

- Não quero seu dinheiro, Draco. Sinceramente, eu só estava cobrando aqueles valores absurdos para irritar seu pai. Considere um presente, só Merlin sabe que você vai precisar a partir de agora.

- Mas...

- Sem mas, abandone esse orgulho um pouco. E fale com a coisa estúpida o mais rápido possível, senão eu conto para a mãe dele. - Severus ignorou meu olhar de pânico. - Você não vai conseguir criar uma criança sozinho, Draco. Se Potter não te apoiar, tenho certeza que a mãe dele vai ficar muito feliz em fazer.

- Harry pode ser um idiota mas não faria isso, Severus.

- Sim, é por isso que você se treme de medo de contar pra ele. - o homem zombou e eu estremeci. Sabia que ele tinha razão, doía pensar na possibilidade de ser rejeitado. - Não vou discutir pois já estou irritado o suficiente. Me procure quando for a um curandeiro e precisar de poções. Merlin, pela sua cara você nem mesmo considerou, não é? O que vai ser dessa criança... - Snape resmungou para si mesmo e eu cruzei os braços em defesa. Não tinha culpa de ter tanta coisa na cabeça para pensar em exames pré-natais.

No fim, a reunião foi melhor do que esperava, tirando claro a sutil ameaça. Ter mais um apoio e saber que não precisaria interromper o aprendizado era suficientemente bom pra mim. Agora, só precisava um jeito de encontrar Potter. Não podia ir ao Ministério, era o último lugar que ia pisar e muito menos na casa dos pais, Lily não lhe daria o endereço do filho sem fazer mil perguntas antes. Só me restava Tonks, torcendo para eles serem próximos o suficiente para conseguir arrancar essa informação dela. Olhando para o relógio, percebi que faltavam menos de 3 horas para a metamorfa chegar para o jantar. Com um suspiro, me preparei para outra conversa longa. Isso não seria fácil.

XxX


Harry

- Eu teria um tempo com a maior estrela feminina de quadribol da Inglaterra? - me dirigi a ruiva distraída com as luvas do jogo, vendo o rosto de Ginny se iluminar, gargalhando quando ela se jogou em meus braços. Respirando seu aroma de capim limão, fui distraído o suficiente para não esperar o belo tapa em meu ombro. - Droga, o que deu em você?

- Fiquei te esperando no jogo contra os Canhões, idiota. Onde se meteu? - e foi assim que toda a aparência delicada foi destruída, tinha esquecido como a ômega poderia ser assustadora. Era uma piada entre meus amigos, que eu só conseguia manter interesse o suficiente naqueles que apresentavam desafio. Apesar de otimos parceiros sexuais, Ginny e eu não conseguimos manter um namoro, cada um indo alegremente para o próprio lado para a tristeza infinita dos nossos pais, que já estavam praticamente preparando o casamento.

- Uma missão importante - não dei detalhes. Eu achava que pelo menos era uma missão importante, antes de conclui-la. Não era uma mentira.

- Sei - ela pareceu desacreditada, revirando os olhos e voltando a se concentrar nas luvas. - Aceita um jogo de apanhadores? Estou com saudades de te derrotar - ela provocou, me fazendo rir.

- Foi só uma vez e eu claramente deixei...

- Ah sim, batendo seu nariz no gol e despecando como uma fruta. Estranhas maneiras de cavalheirismo você tem.

E foi entre provocações, que eles jogaram uma partida de melhor de 3, Ginny ganhando por 2 e esfregando o pomo em minha cara derrotada.

- Não vale, estou enferrujado.

- Ah, as desculpas...

Rindo, entraram na Toca, sendo contagiados pelo ambiente barulhento. Quando se sentaram para comer, George gritou sobre o conjunto de vozes.

- Vamos aproveitar que Ginny esta de volta e comemorar no fim de semana, que tal? Ron e Mione, seus pombinhos nojentos, não aceito uma recusa.

- Eu não ia recusar, preciso me distrair dos preparativos do casamento - Hermione reclamou, sendo apoiada pelo noivo.

- Depende, meu querido rival vai estar lá? - Ginny arrulhou, ganhando um resmungo de Fred, que parecia consternado por sua irmã mais nova fazer qualquer insinuação sexual.

- Fique longe de Cedric, Ginny! - os gêmeos falaram em unissomo, fazendo a mesa rir.

- Vou ficar com ciúmes, amor - passei os braços a sua volta, vendo ela revirar os olhos divertida.

- Não se preocupe, meu interesse está em outro lugar - ela disse sonhadora, me fazendo perguntar quem era a vítima do mês. - Vocês não sabem quem encontrei na França! Blaise Zabini, ele está tão gostoso - a garota se abanou, e eu não resisti fazer uma careta.

- Logo ele? Nunca gostei do idiota.

- Sim, Harry, todo mundo sabe o quanto você é ciumento do unico alfa com acesso ao Malfoy. Mas não se preocupe, Blaise me disse que eles nunca transaram, acredita? Malfoy é realmente um guerreiro, ja teria pulado naquele homem na primeira oportunidade.

- Ginny!

- Eu não tenho nada com Malfoy! - reclamei, recebendo diferentes níveis de olhares incrédulos.

- Que você não tem nada é óbvio, mas todo mundo sabe que queria ter - Hermione disse como uma constatação e Ron parecia estranhamente quieto ao seu lado.

- Eu morria de ciúmes, sabia? - Ginny riu, bebericando seu suco. - Aquele idiota tem a bunda mais redonda que a minha e eu sou mulher. Não é justo! - ela parecia divertida. - Mas aprendi a apreciar, afinal Blaise também tem - ela piscou coquete, recebendo mais sons de protesto dos irmãos.

Rindo, Harry entrou nas brincadeiras dos amigos. Era bom ter Ginny de volta em casa, eles sempre se entendiam. Tive sorte do pequeno relacionamento fracassado não ter prejudicado a amizade.

Quando o resto da familia chegou, assisti divertido Bill entrar com segurando seu filho nos ombros e lembrei de Teddy. Tinha visitado o afilhado no jantar no fim de semana, matando saudades do proprio padrinho e sendo vigiado por um Remus desconfiado enquanto jogava o pequeno bebê de cabelos elétricos  para cima, ouvindo suas risadas divertidas. No final, mesmo atrapalhando sua noite com Daphne, tinha valido a pena passar um tempo com a família.

Sorte dele que Daphne aceitou sair no outro dia, o fazendo finalmente tirar o tesão acumulado que o acompanhava desde a noite com Malfoy. Falei para mim mesmo que tinha voltado ao normal, mesmo que a experiência não se comparasse ao que senti com o loiro.

Antes que percebesse, minha mente viajou de volta onde não queria. E por um momento, me perguntei se o encontraria de novo. Antes que pudesse me aprofundar, senti um tapa em minha cabeça e encarei irritado o rosto de Ginny.

- Pare de sonhar acordado, Harry. Vamos, mamãe trouxe comida.

XxX

Draco

- Você está falando sério? - a expressão de total incredulidade no rosto de Tonks me fez corar. - Não.

- O quê? Qual o problema? Não vou matá-lo enquanto dorme, Dora. Só quero o endereço.

- Mas não vai me falar o motivo...

- Não.

- Então não. - antes que eu pudesse explodir em uma birra, respirei fundo e fiz meu melhor olhar pidão, vendo a mulher revirar os olhos.

- Sim, adorável realmente, mas eu tenho um filho e estou imune.

- Dora!

- Draco, não vou comprar essa história de rever colega de infância. Mamãe me falou que você está fugindo, e quem está nessa situação não faz visitas sociais, ok?

- Então se eu te falar que é urgente mas não posso te contar, você me ajudaria? 

- Que tipo de urgência?

- Do tipo estar esperando um filho dele - me irritei, soltando antes que pudesse me conter. Teria rido do olhar da prima se não tivesse desesperado.

- Foda-se - ela finalmente falou e eu não gostei quando de repente a expressão parecia ter virado pena.

- Oh obrigado, prima. Assim você me emociona - zombei, meu rosto se fechando.

- Desculpa... mas porra, isso é...

- Sim, Tonks. Eu sou a criatura mais estupida do mundo, ja me toquei disso no momento que recebi a notícia. Vai me dar o endereço ou não?

- Tem certeza? Eu posso preparar o terreno antes e...

- Quero fazer isso sozinho, Dora.

- Draco, Harry não é exatamente uma pessoa... - ela começou, mas colocou o rosto entre as mãos parecendo desistir. - Ok, eu vou te dar. Mas por favor, não se encha de esperanças dele aceitar a notícia bem.

- Olha pra minha cara, Tonks. O único credito que dou a Potter é a dele ser um ser humano minimamente decente. Eu só quero tirar isso do meu sistema - ela parecia terrivelmente duvidosa, deslizando suas mãos sobre a bancada para por em cima das minhas.

- Não existe problema em demonstrar sentimentos, Draco. Sei que está passando por um momento dificil, nossa, na verdade tudo faz mais sentido agora. Só não quero que se machuque mais, me apeguei a você, pirralho. - ela disse com carinho e eu suspirei, apertando a mão dela de volta.

- Dora, Remus já chegou com Teddy. Estão na sala - Andrômeda chamou antes que eu pudesse responder.

- Já estamos indo, mãe - Tonks respondeu, se virando pra mim. - Depois do jantar eu te passo o endereço, mas quero te dar isso antes. - ela estendeu um galeão. - Criação de Hermione Granger, usamos nos aurores. Se você estiver em apuros, use sua varinha para acionar, assim vou ser levada diretamente até onde está.

- Pra que...

- Toda a família tem, pedi outro pra você. Não gosto da ideia de te deixar sair sem nenhum cuidado e agora bem... - os olhos da garota viajaram para minha barriga e eu me endireitei. - Vai te deixar mais seguro.

- Obrigado, Dora - agradeci com sinceridade, fazendo a metamorfa sorrir.

- Olha quem está ali, atrás. Ei, filhote - seu tom de voz mudou, tirando rapidamente o filho dos braços de Remus e o levando até mim. - Este é Teddy e olha amor, esse aqui é seu primo. Dá oi pra ele, filho - tentei resistir mas os olhinhos encantados do bebê e seu corpo gordinho me fizeram inclinar quase automaticamente.

- Você está segurando errado, vem aqui - praticamente roubei o filhote de sua prima indignada e Teddy foi alegremente, se agarrando em mim e sorrindo banguela. - Olá Teddy, como você aguenta esses idiotas fazendo voz de bichinhos para falar com você em? Seu primo é diferente, vou te tratar como um pequeno homenzinho. Quer ver um feitiço legal? - enquanto fazia bolhas de sabão em diferentes formas para um Teddy encantado, não notou sua prima e marido o encarando com curiosidade.

- Ele acabou de sequestrar nosso filho mesmo? - Remus perguntou divertido a uma Dora emburrada pela reprimenda anterior.

- Como assim segurei errado? - ela resmungou, fazendo Remus rir.

- Olha isso, ele tá falando de etiqueta e Teddy nem dormiu. Acho que nosso filho tem uma primeira paixão - falou divertido e Dora não aguentou, sorrindo também.

- Ainda estamos ouvindo vocês - avisei, parando meu monólogo com Teddy para cumprimentar Remus.

- Bom te ver, Draco. Dora me contou sobre você, aquela pesquisa, incrível interesse para alguém da sua idade - o homem parecia genuinamente interessado e como sempre, não perdi a chance de falar sobre minha paixão.

O jantar ocorreu muito bem, a presença de Teddy me acalmando do nervosismo da conversa anterior. Tive a chance de fazer algumas perguntas a Lupin sobre sua condição, me perguntando se ele poderia auxiliar na pesquisa. Ele parecia querer fazer parte.

Quando Dora estava preparada para ir, apertei Teddy com força. O bebê tinha dormido no meio da noite e agora descansava em meus braços sob um olhar divertido de Lupin, que ainda esperava que eu demonstrasse qualquer sinal de devolver seu filho.

- Aqui - Dora me passou um papel discretamente, se preparando para pegar o bebê e bufando quando me afastei. - Preciso levá-lo, primo.

- Ele não pode ficar? - perguntei esperançoso e Andrômeda que estava ao meu lado riu.

- E você falando que não sabia como cuidar de uma criança.

- Eu não sei - insisti, não sabendo porque queria ficar agarrado ao garotinho.

- Ei, o deixe ir. São os instintos falando - a tia sussurrou pra mim e com um bico, devolvi o bebê para uma Dora divertida.

- Tome cuidado e boa sorte - ela apontou para o papel em minha mão e eu apertei mais forte.

Quando estava na cama me preparando pra dormir, olhei para o pedaço de pergaminho, sentindo um frio na barriga ao pensar no que teria que fazer.

Decidindo esperar o fim de semana, guardei o papel e encarei o teto. Já tinha se passado quase um mês desde que descobri a gravidez e nada parecia tão aterrorizante como ter que contar a Potter. Fechando os olhos, pediu silenciosamente que tudo corresse bem.

XxX

Harry


Abri meus olhos com esforço, gemendo pela forte luz que os atingiu. Percebi a dor de cabeça latente, xingando mentalmente Fred por faze-lo beber tanto. Ficava de mal humor o dia todo quando tinha que lidar com ressaca.

Virei meu corpo no colchão, meus braços batendo em um corpo desconhecido quase me fazendo saltar.

- Harry... - a voz abafada de Ginny veio do outro lado e eu xinguei.

- Foda-se, não me diga que a gente transou? - gemi, ja me arrependendo do que eu provavelmente tinha feito.

- Esqueceu nossa noite de amor? Estou magoada - a garota zombou mesmo com a voz grogue. - Felizmente eu só te joguei aqui e não tive forças para ir para o quarto de hóspedes. Você estava tão ruim que não conseguiria nem bater uma punheta, sinceramente... - ela falou, empurrando meu braço e saindo da cama cambaleando. Suspirei aliviado, teria sido terrivelmente estranho dormir com Ginny depois de tanto tempo.

- Achou a poção de ressaca? - perguntei ao ouvir a ruiva vasculhar o banheiro. Senti um frasco acertar meu rosto e gemi de dor. - Bruta.

- Vou pegar uma camisa sua - ela anunciou, se trancando no banheiro depois.

Sem vontade de levantar, tomei a poção e continuei na cama, esperando a dor passar. Quando Ginny saiu do banheiro cheirando ao meu sabonete, jogou uma toalha no meu rosto, sua expressão não mudando quando a encarei feio.

- Porra, Ginny. Estou de folga, me deixa.

- Vá tomar banho, vou fazer um café pra gente.

Resmunguei irritado mas obedeci, agradecendo a agua fresca correndo pelo meu corpo e terminando de me despertar. Pensei ter ouvido a campainha tocar, mas ignorei. Devia ser a vizinha e seu finito estoque de açúcar. Ginny poderia lidar com isso.

Quando cheguei na sala, ela estava alegremente sentada no sofá assistindo TV, completamente ignorando a porta.

- Sério isso? - zombei e ela só me mostrou o dedo do meio. - Ótimo. Espera! - gritei, correndo para abrir a porta com a toalha ainda no meu pescoço, perdendo o fôlego ao me deparar com aqueles olhos azuis acizentados olhando diretamente pra mim. - Malfoy?

Ele não esperou um convite, passando por mim e entrando rapidamente no apartamento, parecendo assustado com qualquer coisa que estivesse lá fora. Suas roupas eram discretas o suficiente para passear entre os trouxas, apesar do sobretudo verde musgo obviamente caro.

- Seus vizinhos são horríveis e aquele cubo de tortura é a pior coisa que ja vi. Não deveriam ter elevadores tão fechados assim - ele resmungou e antes que eu pudesse responder, Ginny apareceu na soleira do apartamento, vestindo só uma camiseta minha e com os cabelos molhados. Bem, foda-se. Nenhum tipo de explicação que eu tentasse fazer convenceria uma porta.

- Harry, por quê tem um Malfoy no seu apartamento? - a garota parecia absolutamente espantada pela aparência de Draco, o olhando de cima a baixo para ter certeza. - Seu desgraçado, o que anda me escondendo?

- Droga, não queria causar problemas com sua namorada, estou indo - o loiro parecia totalmente lívido, mas Harry foi rápido em impedi-lo com o corpo.

- Não é isso que está pensando, Ginny é minha amiga. - o olhar incrédulo que recebeu não parecia um bom presságio.

- Você não me deve explicações. Adeus!

- Porra, Draco. Espera! 

- Saia, Potter. Deveria saber que você era um mentiroso. Sua mãe e Granger em? Apesar de ser a copia de Lily Potter não acho que seja ela com uma poção se rejuvenescimento. Não quero atrapalhar seus fetiches, licença.

- Pelo amor de Merlin, Malfoy, fique quieto - foi Ginny que falou dessa vez, trocando um olhar horrorizado comigo. - A partir de agora estou cortando qualquer insinuação sexual entre a gente, acho que Malfoy me traumatizou. E segundo: somos amigos e isso aqui não é o que parece, afinal meu interesse está em Zabini.

- Blaise? - Draco finalmente pareceu se acalmar e eu suspirei aliviado.

- Sim, Blaise. Agora se quiserem discutir a relação sumam daqui, estou ocupada - disse apontando para a televisão.

- Essa é minha casa - falei indignado pela primeira vez, ouvindo um "não tem relação" baixinho do loiro.

- Observe eu me importar - ela zombou e eu revirei os olhos. - Não pense que vai fugir de me dar explicações. - e com isso, foram totalmente ignorados. 

Draco parecia prestes a aparatar dali sem ao menos sacar a varinha e vendo que ele parecia cada vez mais irritado, o puxei para a entrada, meu corpo vazando eletricidade por estarmos tão perto de novo. Antes que que eu pudesse abrir a boca, ele me interrompeu, sua expressão séria me fazendo ficar frio.

- Precisamos conversar, a sós. - Draco falou e eu engoli em seco.

- Algum problema?

- Sim. - foi só o que eu recebi. Respirando fundo, olhei para onde Ginny ainda estava concentrada na tela e voltei para Draco.

- Espera um pouco, vou trocar de roupa e a gente vai para um local melhor. - recebi somente um aceno de concordância, não conseguindo decifrar nada da figura tensa a minha frente.

Com o coração acelerado e um mau presságio, fui para meu quarto, colocando um moleton trouxa e voltando para onde Draco estava, não parecendo ter se movido um centímetro do lugar.

- Vamos? - ofereci meu braço. 1, 2, 3, 4 segundos de hesitação. Olhando nos meus olhos, o loiro aceitou com menos confiança do que na noite que passaram juntos.

Confuso, nos aparatei para um local isolado do Hyde Park.



Notas Finais


Estão sentindo o drama vindo? Kkkkk
Até a proximo.


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