1. Spirit Fanfics >
  2. Sobrevivendo em Hogwarts - Segunda Temporada >
  3. Abrindo o jogo

História Sobrevivendo em Hogwarts - Segunda Temporada - Abrindo o jogo


Escrita por: LadyMary1994

Notas do Autor


Lizzie está tentando contar tudo ao Albus e aos outros do time de bexigas, mas às vezes, dizer a verdade é mais difícil do que parece

Capítulo 23 - Abrindo o jogo


Fanfic / Fanfiction Sobrevivendo em Hogwarts - Segunda Temporada - Abrindo o jogo

 

Aquela detenção que Slughorn me deu pode até ter sido leve, mas era bem chatinha. Ele tinha milhares de poções naquele bendito armário, fora os ingredientes que ele também guardava ali, alguns mesmo eram bem nojentos. Felizmente, eu ainda tinha o vira-tempo e eu continuei na minha rotina de voltar algumas horas pra estudar, descansar, treinar bexigas e quadribol ao mesmo tempo.

Mas o dia da nossa última partida de quadribol estava chegando e eu tinha que resolver tudo com o povo das bexigas o quanto antes.

O problema é que toda vez que eu ia falar, acontecia alguma coisa pra me interromper. Foi assim no primeiro treino de bexigas que tive logo depois que Slughorn me colocou em detenção.

- Julius, eu tenho uma coisa muito importante pra falar... – disse eu, bem na hora que o treino tinha terminado.

- Tem que ser agora, Lizzie?

- É... Tem! E tem que ser com todo mundo do time aqui.

O resto do povo do time não tava nem aí pros meus pedidos de atenção, até que a monitora da Sonserina veio correndo e gritou:

- Julius, Julius, preciso que venha aqui, dois meninos do segundo ano colocaram um pântano portátil no Salão Comunal da Sonserina e temos que resolver tudo antes que um professor apareça e piore as coisas!

Lá se foi Julius correr pra resolver pepinos de monitor e me deixar no vácuo.

Pensei em contar tudo pro Albus primeiro, mas temos passado pouco tempo juntos ultimamente. Tudo culpa da Rose Grande-Sabe-Tudo-Weasley, que resolveu sequestrá-lo para estudar pros exames de fim de ano. Em uma das raras vezes que conversamos, ele estava muito mais preocupado em discutir sobre a carta que sua mãe mandou do que em ouvir o que eu tinha a dizer:

- E a minha mãe me pediu desculpas por não ter dado tanta atenção ao campeonato de bexigas e disse que faria questão de colocar a nossa partida em destaque independente do resultado.

- Legal, né?

- É... Mas ela podia muito bem ter feito isso antes, não fez porque não quis – e lá se foi meia hora do Albus reclamando que a mãe prefere o quadribol como todo mundo da família dele, e indiretamente ela prefere o James, que é o filho perfeito dos Potter, blá-blá-blá e coisa e tal.

Em outra vez, eu resolvi esperar a princesa liberar o meu Potter favorito do cativeiro e assim que eles saíssem, eu o chamaria e nós conversaríamos.

Fiquei um tempão lá dentro. Deu oito da noite e nada deles saírem. Será que Madame Pince também é puxa-saco deles e os deixa ficar mais tempo que os pobres mortais?

- Que mulher chata, não tinha nada de mais ela deixar a gente ficar mais um pouquinho, como se nós fôssemos destruir os preciosos livrinhos dela... – pelo mimimi da Rose, não.

- Albus, Albus, que bom que te encontrei – corri até ele antes que ele fosse embora de vez – Tô precisando urgentemente falar com você.

- Ai, Lizzie, tem que ser agora?

- Tem que ser agora. Pra ontem. Eu tenho que te contar uma coisa realmente importante. E a sós – deixei isso bem claro pra Rose não inventar de fuxicar nossa conversa.

- Ah, bem, eu vou então, Albus, estarei te esperando na Torre da Griff, OK?

- OK, Rose, até mais.

Ela saiu, devagar demais pro meu gosto. Que garota irritante!

- Então, Lizzie, o que de tão importante você tem pra me dizer?

Congelei nessa hora. Eu esperei tanto por esse momento, agora eu estava lá, parecendo uma pateta, olhando pra cara do Albus sem saber o que falar.

- É... Eu... Albus, eu... Sabe o Homem-Aranha?

- Hã?

Reconheço, foi uma péssima ideia meter o Homem-Aranha no meio de uma conversa tão séria como essa. Albus não deve estar entendendo nada, ele é bruxo, não deve conhecer o Homem-Aranha. Mas eu realmente não sabia por onde começar e queria usar uma metáfora pra justificar minha vida dupla.

- O Homem-Aranha... Dos filmes...

- Eu sei quem é o Homem-Aranha.

- Ah, então. O Homem-Aranha, ele... Ele é um herói, certo? – Albus concordou com a cabeça – Bem, ele tem que usar um disfarce, pra combater o crime...

- Sim, Lizzie, e...?

- Você sabe por que ele usa um disfarce, né?

- Sei lá, por que ele é um super-herói?

- Não, porque... Porque... Tem uns vilões que vivem atrás dele e se souberem que ele é o Homem-Aranha, no caso, o Peter Parker, né, que o Peter Parker é o Homem-Aranha, os super-vilões vão atrás da família dele e matam todo mundo.

- Tá, mas onde você quer chegar com isso?

- Bem... – eu tava me enrolando legal agora – É que... Aqui em Hogwarts, no caso, nós temos uma situação meio parecida, bem, não temos super-vilões aqui, mas temos uma treta entre bexigueiros e quadribolistas e você é um bexigueiro que odeia quadribolistas, e...

- ALBUS, ALBUS, você ficou com o meu livro de feitiços!

Aff. Rose tinha que aparecer justamente agora que eu ia revelar tudo! Tudo o que eu não queria era que ela ouvisse nossa conversa, aquilo era entre eu e Albus, agora essa enxerida vai querer saber o que é que eu tava falando com ele, tudo isso por ciúme besta.

- Ih, é mesmo, Rosie, tava aqui, desculpe.

- Não tem importância.

- Mas e então, Lizzie, o que é que você tinha pra me falar?

Claro que eu não ia dizer nada na frente da Rose, por isso resolvi deixar pra outro dia.

- Nada não. É... Depois eu falo!

Que ÓÓÓÓÓÓÓÓDIO! Rose estragando tudo, como sempre. Eu achei que fosse conseguir falar com ele no dia seguinte, ou depois, ou quem sabe depois de depois do dia seguinte, mas nada! Não teve um dia que eu não pudesse ter um minutinho de privacidade com ele. Isso foi na primeira semana. Na segunda, teve um surto de gripe no colégio e teve uma galera que ficou internada. E adivinha? Albus estava entre eles. Albus e também Julius e Lana Arncliffe, claro que os treinos de bexigas tiveram que ser suspensos. Eu escapei da gripe, mas não escapei da minha crise de consciência.

- Você já tentou entrar na ala hospitalar pra fazer uma visitinha? – perguntou Cameron, enquanto estávamos tentando capturar uns cogumelos saltitantes durante a aula de Herbologia.

- Já, Cameron, mas todas as vezes que eu tento ir lá, a Sra. Longbottom não me deixa entrar, diz que tá fora do horário de visitas, e quando eu tento ir no horário, já tem gente demais visitando os dois e eu nunca consigo falar com eles a sós.

- Faz que nem das outras vezes: manda uma carta!

Kendra é uma gênia às vezes. Como eu não pensei nisso antes? Claro! Escrevo uma carta, contando tudo o que eu não tenho coragem de dizer cara a cara, mando pra eles junto com uns presentinhos e pronto! Quem sabe a doença não amolece os coraçõezinhos deles e eles não relevam a minha situação?

Escrevi duas cartas, com todo o amor e carinho do mundo, caprichei na letra (especialmente na carta do Albus) e escolhi muito bem as palavras.

“Querido Albus,

O que eu queria dizer naquela hora que a sua prima Rose me interrompeu é que como o Homem-Aranha, eu também tive que usar um disfarce para me esconder de uns vilões conhecidos como Rancor, Discórdia e Ressentimento. Esses vilões tomaram os corações dos bexigueiros que não se conformaram com a saída de alguns membros do clube para os times de quadribol. Mas quem disse que não se pode amar duas coisas ao mesmo tempo? Eu sou uma dessas pessoas. Eu amo quadribol e bexigas ao mesmo tempo e neste ano eu fui escolhida para representar os dois lados em disputas muito importantes. Eu gostaria de ter te contado tudo antes, mas eu tive medo da sua reação. Agora eu quero deixar tudo às claras com você, por isso, Albus, eu assumo: eu sou a jogadora mascarada e eu fiz isso por medo de te magoar. Mas eu ainda quero ser sua amiga, mesmo que a Sonserina perca ou que a gente não consiga ganhar esse campeonato de bexigas. E então, amigos?”

- Que fofo, Lizzie! – suspirou Kendra, dando pulinhos e batendo palminhas.

- Que coisa mais melosa – resmungou Cameron, fazendo cara de tédio.

- E então, vocês acham que ele vai gostar?

- Claro que vai! – respondeu ela, prontamente. Cameron, por outro lado, permaneceu meio cético – Vamos torcer, né? Mas e pro Julius Plumpton, o que você escreveu?

Não mudei muita coisa, só tirei essa parte do Homem-Aranha e do meu pedido de manter a amizade, mas pra não ficar repetitivo, não vou colocar a carta dele aqui.

Arranjei duas caixas de chocolate e coloquei as cartas dentro, endereçadas a Albus e a Julius. Deixei as duas cuidadosamente posicionadas nas pilhas de presentes destinadas aos doentes (a de Albus estava bem mais lotada, a de Julius tinha mais deveres para ele colocar em dia) e saí, rezando pra que eles lessem tudo e tivessem a melhor reação possível.

- Sra. Longbottom, quando é que eles vão receber as cartas, digo, os presentes? – perguntei, vai que...

- Assim que eles melhorarem, Daniels, não se preocupe, ninguém vai mexer nos seus presentes.

Ledo engano (que expressão chique, não acha? Vi num filme aí).

Os dias se passaram e nada. Eles pareciam não ter recebido as minhas caixas de chocolate, quanto mais a minha carta. Não me mandaram recado, nem mesmo pra me xingar por ter mentido. Mas em compensação, uma criatura veio falar comigo toda séria, preocupada, mas com cara de que venceu uma guerra.

- Eu sei de tudo, Lizzie Daniels. Você é o Jogador X, não é?

Aff². Virei pra ver quem era. A boa notícia é que não era Scorpius Malfoy. A má notícia é que era ela, Rose Griffi-Weasley.

Respirei fundo, contei até dez, segurei o choro e fui encarar a fera. Segurei também a vontade de dar um tabefe naquele rosto sardento, que ostentava um risinho maligno.

- Você estava mentindo pro Al esse tempo todo... Claro, você é da Sonserina... Sonserino mente a cada espirro que dá. E você não ia perder a oportunidade de entrar pro time, claro que não, você tentou entrar ano passado e não conseguiu...

AAAAAAAAAAAAAHHHHHHHHH!!! Que vontade de dar na cara dela! Eu tive que engolir uma dúzia de desaforos que estava doidinha pra dizer, mas a idiota continuava falando.

- Mas aí fracassou e como você é uma desesperada por atenção, resolveu dar em cima do Albus pra ver se conseguia um pouco de popularidade no colégio. E entrar pro time de bexigas fazia parte do plano, claro, como eu não pensei nisso? Você nem deve gostar de bexigas, aposto que só entrou por que o Al era do clube, diga se não tô errada.

Pior que NÃO! Eu entrei mais por causa dele mesmo. Eu até achava bexiga coisa de fracassado. Eu era muito idiota. Não mais do que sou hoje. Pensando bem, eu estou no clube certo, pois consigo ser ainda mais fracassada que o clube de bexigas.

- Foi o que eu pensei. Eu nem preciso te dizer como descobri tudo, mas já que você tá aqui, então eu vou falar. Estava supervisionando os presentes deixados pro Al na ala hospitalar, tive medo que o Malfoy ou alguém deixasse alguma coisa perigosa ou que pudesse sacaneá-lo de alguma forma. Naturalmente, eu vi a sua caixa de chocolate e eu abri pra ver se era mesmo uma caixa de chocolate. Até provei um pra ver se era mesmo chocolate, podia ter veneno, poção do amor ou qualquer outra coisa, mas tava tudo limpo. E então, eis que eu vejo um envelope. E você obviamente sabe o que tinha dentro, não é mesmo?

Que ÓÓÓÓÓÓÓÓÓÓÓÓÓÓDDDDDDDIIIIIIIIIIIOOOOOOOOOOOOOOOOOO! Como eu detesto a Rose, na moral. Ela se intrometeu em tudo e estragou a minha vida novamente, pela milésima vez só este ano! Tremendo de raiva, eu respirei fundo e tentei me fazer de superior. O que eu fiz? Aplaudi.

Ela não entendeu nada, você também não, eu muito menos, mas eu tava com tanto ódio que eu nem tava prestando muita atenção no que tava fazendo, só queria mostrar pra ela que eu não ia abaixar a cabeça.

- Parabéns, Rose Griffi-Weasley. Ou melhor, Rose Grifferlock-Holmeasley? Você conseguiu usar seus neurônios e descobrir isso sozinha, uau, que gênia! Quer uma medalha? Quer um troféu? Quer que eu me ajoelhe aos seus pés? Eu me ajoelho! – e me ajoelhei mesmo! Rose me olhou com uma cara bizarra, como se dissesse “quê que ‘cê tá fazendo, sua louca?” – E agora, Rosinha querida, vai fazer o quê? Vai contar pra todo mundo da escola? Vai contar pro Albus? Pode ir, vai, não é isso o que você quer?

- N-não, eu...

- Ah, não? Não é isso o que você quer fazer desde aquele dia lá no trem? Me ferrar?

- NÃO! Eu não quero ferrar com você, quer dizer, eu quero, mas não dessa forma, eu... Olha, Daniels, infelizmente o Al se apegou demais a você e eu sei que se ele soubesse de tudo de uma forma traumática, ele ficaria péssimo. Eu não vou contar nada, vamos esperar ele sair e aí a gente combina um jeito dele ficar sabendo de tudo sem sofrimento, que tal?

Parecia uma proposta interessante. Melhor ter a Rose como aliada do que como uma inimiga. Mas eu não queria demonstrar que estava tão desesperada assim para aceitar a proposta dela.

- É, né, beleza, vamos ver aí como é que vai ser isso.

Eu tive que contar tudo pra Kendra e Cameron. Eles ficaram tão péssimos quanto eu.

- Nossa, Lizzie, que horrível, aquela Rose é muito intrometida mesmo, onde já se viu bisbilhotar as coisas do Potter? – tive que concordar com Cameron.

- Mas ela foi bem mais legal que o Malfoy, não te chantageou nem contou tudo logo pro Albus, deixou você contar como já tinha tentado fazer antes – também tive que concordar com Kendra.

- É, né, acho que esse é o único lado bom dessa história toda, tomara que Albus saia logo da ala hospitalar.

Louis também ficou sabendo, mas diferente dos outros, ele estava mais otimista.

- Não se preocupe, Lizzie, Rosie é uma pessoa super honesta e sempre cumpre as promessas que faz, se ela disse que vai te dar uma força pra abrir o jogo com Albus, é porque ela vai. Se quiser eu falo com ela pra gente combinar direito isso aí.

- Não precisa, Louis, você já fez demais por mim...

Eu não sei se eu queria que o tempo passasse mais depressa ou se eu devia torcer pra ele ficar lá mais um tempinho, o fato é que ele acabou saindo numa quarta-feira nublada.

- Ah, ali está ele, vai lá, Lizzie, conta tudo! – disse Kendra, e eu me levantei, reunindo todas as forças que tinha, pra ir até a mesa grifinória e falar a verdade. Enquanto caminhava até lá, recebi um olhar encorajador de Louis e um sinal positivo de Rose, que estava estrategicamente posicionada ao lado do Albus, que olhava para mim com uma leve expectativa.

Mas antes que eu pudesse abrir a boca, uma coisa terrível aconteceu.

- ATENÇÃO A TODOS! – ai não, Malfoy! – Desculpe interromper o desjejum de vocês, mas é que temos um comunicado muito importante a fazer! – um burburinho tomou conta do Salão Principal, todo mundo, até mesmo Albus, queria saber o que o Scorpius iria aprontar. Tentei puxá-lo pra um canto longe dali, talvez pressentindo o pior, mas ele não me deu bola.

- Peraê, Lizzie, eu quero ver o que é!

Pra quê ele foi dizer isso? Ele não tinha nada que escutar o Malfoy. Se eu soubesse o que era, tinha dado um jeito, quem sabe o azarado, mas confesso que na hora eu tava curiosa também e parei pra ouvir. Ou seja, a personificação do ditado “a curiosidade matou o gato”.

- Gostaria de anunciar a todos que descobri quem está por trás do Jogador X! É a... Lizzie Daniels!


Notas Finais


Que BOMBA!
Como será que Scorpius descobriu tudo?
Como Albus irá reagir?
E como será que ficará a situação de Lizzie no time de bexigas?
Só no próximo capítulo saberemos...


Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...