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História Sol da Meia Noite - johnil - O entrelaçar dos destinos


Escrita por: SafiraOpaca e SafiraZen

Notas do Autor


Oi pessoinhas ><
Estou de volta e não tenho muito oq falar shuehsue
Aproveitem o cap e me digam oq acharam :3

Boa leitura, perdoem os errinhos e até as NF!

Capítulo 2 - O entrelaçar dos destinos


O trono de pedra possuía a mesma coloração que os degraus compridos que levavam até os assentos reais. Taeil ocupava o do centro, não pela primeira vez, mas a sensação daquele dia era diferente. O salão enchia como se as pessoas fossem uma leve corrente de água: gradativamente. As vozes borbulhavam em excitação, mas sem se elevarem ao ponto do insuportável. Taeil batia a ponta do indicador no apoio para os braços, a pequena coroa de prata com peso quase imperceptível em sua fronte, porém com grande significado aos olhos de todos. Seu pai sentava-se a sua direita, mas não chamava menos atenção por não ocupar a cadeira do meio. Continuava gigantesco com seus músculos duros, barba cheia e a coroa dourada apontando para cima. Por último, sua mãe se ajeitava do outro lado, sorrindo elegante como tudo o que vinha dela. Os longos cabelos lisos e quase vinhos eram invejáveis e a coroa ornada com as mais belas pedras preciosas chamava atenção tanto quanto os olhos afiados. A família real, diferente de outros reinos, era amada por ali. Cuidavam bem de suas terras e sabiam gerenciar as poucas crises pelas quais passavam, utilizando do pulso firme quando viam necessidade. Conquistaram o respeito do povo, o que era um agravante para o salão continuar se enchendo.

 Várias famílias se reuniam pelo obscuro salão iluminado por tochas nas paredes com um único intuito: descobrir quem seria o novo cônjuge do príncipe. A caçada era uma tradição do reino, aqueles que já eram casados iam em busca de agrados para seus companheiros e os que ainda não tinham esse status brigavam na floresta por prendas chamativas que pudessem conquistar seus amores. O próprio rei divertia-se com as tradições, mas aquele ano ficara impedido de se aventurar devido ao casamento do filho. Deveria estar lá para julgar a melhor presa oferecida também, mas não escapava dos olhos de Taeil o quanto ele estava inquieto de não estar entre as árvores, caçando. Ele era um alfa poderoso e seu lobo imponente não gostava de ser contrariado. Queria estar livre e fora impedido de tal proeza, obviamente não estava feliz. Os jovens teriam um certo prazo de tempo para voltarem com suas ofertas e a ansiedade era pesada no ar pelo prazo estar se esgotando.

As pessoas do lado de fora do grande salão começaram um caloroso burburinho e Taeil aprumou-se no trono, os olhos faiscando para saber qual seria a primeira presa que ofereceriam por sua mão. O homem que entrou era bons anos mais velho que ele, provavelmente regulando idade com seu pai. Não se surpreendeu, qualquer um tentaria a chance de viver no luxuoso palácio. Ele arrastava o corpo sem vida de um cervo vistoso e musculoso, uma bela marca de mordida no pescoço e a língua para fora. Taeil sorriu frio, apenas por ser o que o príncipe deveria fazer. A presa foi colocada aos pés da escada e o homem se ajoelhou em respeito à família real. Taeil trocou olhares com a mãe, que segurava o riso como a boa nobre que era, sabendo que o filho não gostara daquele pretendente. Antes que qualquer outro pensamento pudesse ocupar-lhes as mentes, outro caçador foi ovacionado, atravessando as portas maciças do salão com um guepardo atravessado nos ombros. Taeil arrumou a postura novamente, um sorriso digno do mais puro demônio cortou seus lábios, admirando-se com a força dos músculos expostos do próximo pretendente. Os cabelos eram longos, mas não escondiam sua juventude. Ele tinha o olhar caloroso ainda da caça ressente, e o lobo de Taeil sentiu-se revigorado. Ele depositou a presa ao lado do homem que trouxera o cervo, ajoelhando-se como ele.

O tempo estendia-se com pressa, cada vez mais caçadores lotavam os pés da escada do trono, mas nenhuma presa parecia maior ou mais impressionante que o guepardo. Taeil sentia seu coração retumbar com força desmedida no peito, querendo saber o veredito de seu futuro, em qual daqueles alfas deveria amarrar seu destino. O rei já aprontava-se para encerrar a temporada de caças quando a multidão voltou a se remexer do lado de fora. Os sussurros eram surpresos dessa vez, fazendo com que Taeil levasse o indicador aos lábios em apreensão. Manchado de sangue, suor e lama, o último pretendente adentrou o salão, os olhos fixos no chão, a respiração saindo quase em rugidos pelos lábios separados. Taeil colocou-se de pé, a boca entreaberta, sentindo sua mãe apertar seus dedos: não deveria demonstrar nenhuma reação a qualquer participante, mas nem em seus pensamentos mais originais imaginara aquela cena.

O homem caminhava com dificuldade, não por estar ferido, mas por carregar um imenso urso pardo em suas costas. O peso o fez ceder, passando o enorme animal por cima de sua cabeça antes de encarar os nobres a sua frente. Taeil precisou sentar. O sangue do homem ainda fervia pela caçada difícil, os olhos pintados de vermelho denunciando o grande esforço que fora necessário de seu lobo para aquela conquista. Taeil nunca se sentira tão nu quanto naquele momento, sob a mira dos olhos violentos. Sentiu que apenas aquele olhar poderia destruir castelos e naufragar navios. Os traços do rosto belo eram fortes, os cabelos negros e compridos não escondiam sua graciosidade e foi ele quem desviou o olhar primeiro, como se tentasse se controlar. Taeil olhou para o pai, que ainda estava surpreso pelo desenrolar daquele dia. Quando o encarou, Taeil sabia: não tinham o que discutir, sua mão seria daquele alfa.

 

Sedas brancas e prateadas enfeitavam todo o salão de pedra, parecendo que o próprio inverno havia preenchido aquele espaço. O tapete por onde os noivos caminhariam também era branco, assim como as rosas que ornamentavam cada espaço livre que era visto. Os nobres foram os primeiros a encherem o salão, com os aldeões pegando os últimos lugares ou ficando espalhados à porta. Tudo era encantador e mágico, a cerimônia despertando mentes sonhadoras e desabrochando sorrisos. O que não era tão certo com os noivos.

Taeil adorava as tradições de seu reino. Achava encantadora a faixa dourada que ligava o pulso dos noivos durante a cerimônia matrimonial, iluminava seus olhos as taças de prata contendo água da fonte sagrada para abençoar aquela união e admirava-se do respeito que todos tinham pelo momento onde os noivos entregavam seus símbolos um para o outro. O que lhe incomodava era que seu momento finalmente chegara, mas estava realizando todos aqueles ritos com um desconhecido, um alfa que não era detentor de seu coração. Manteve-se impassível até o final da cerimônia, quando recebeu o pesado casaco de urso por sobre as vestimentas reais, era o símbolo de seu marido. Representaria proteção quando ele estivesse distante. Curvou-se, virando para pegar a delicada coroa de prata feita especialmente para Youngho, que descobriu ser o nome de seu cônjuge – uma das únicas coisas que sabia sobre ele. Youngho se encurvou, a expressão tão neutra quanto a de Taeil ao sentir o objeto deslizar por seus fios e fazer pressão perto de suas orelhas. Representava todas as responsabilidades que ele teria de arcar agora que se casara com o príncipe. Curvou-se novamente, como mandava a cerimônia e, estendendo a mão para seu marido, viraram-se para serem ovacionados pelo povo.

Estava feito. O príncipe se casara com o aldeão que trouxera a maior presa e selara seu futuro com aquele alfa de quem nada sabia. Com um suspiro, tentou trancafiar qualquer emoção desesperada que quisesse expressar naquele momento, sobrevivendo à festa em silêncio ao lado de seu marido e partindo da mesma maneira para seus aposentos. Retirou o pesado casaco de urso, deixando-o na poltrona. Trocou-se no banheiro, evitando qualquer extensão de contato com o homem que o aguardava no outro quarto. Ao abrir a porta, o avistou apoiado contra o muro da varanda, as costas expostas e os cabelos balançando contra o vento. Como se sentisse seu olhar na nuca dele, Youngho se virou, fazendo Taeil desviar os olhos e começar a puxar os lençóis para se deitar. Tentou não tremer ao sentir a presença dele se aproximando e nem mesmo desviou o olhar para perguntar.

– O que está fazendo? – a voz era firme, mas os dedos apertavam os lençóis em suas mãos.

– Me deitando. – ouviu a resposta simplista. Pela primeira vez desde que chegaram ali, olhou para ele. Não saberia decifrar a imensidão daqueles olhos, mas eles pareciam o estar desafiando. E Taeil odiava desafios.

– Podemos ter nos casado hoje, mas você ainda não conquistou a mim ou impressionou o meu lobo. – mentiroso, seu subconsciente completou. Era inegável que seu instinto primitivo tinha tremido ao ver aquele homem adentrar o salão com a maior caça que já vira, mas manteria-se firme. Não cederia a instintos tão baixos – Pode dormir no sofá.

Youngho limitou-se a sorrir ladino e aquilo gelou o coração de Taeil, pois atingiu bem sua parte carnal, a mais humana. Ajeitando-se nos lençóis, ouviu quando ele saiu do quarto. Com um suspiro, apoiou o rosto no travesseiro e dormiu observando a coroa de prata abandonada sobre a mesa de centro.

 


Notas Finais


É isso, galeris!
O começo dessa trama, estou animada kk
Não acho que essa história será muito pesada, então deem uma chance pra ela, pfv sheuhsue

Obs.: sei que a maioria dos casais ABO são homossexuais, mas quis os pais do Taeil exatamente do jeito que são e vou deixar assim, não me julguem kk pra quem quiser saber, a rainha é inspirada na Tzuyu.

Obrigada por lerem até aqui e espero ver vocês mais vezes :3
Até o próximo cap ~
XOXO


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