Jongin narrando
- Vamos sair hoje à noite? Ou tem que se encontrar com o Luhan outra vez? – perguntei ao garoto sentado ao meu lado no sofá.
- Vamos – disse e logo depois bebeu um pouco da cerveja que segurava – Amanhã vou conhecer a mãe do Luhan – contou-me fazendo uma careta.
- Vai conhecer a sogrona? – falei brincalhão e o mesmo me deu um tapa no braço.
- Não estou preparado psicologicamente nem fisicamente para conhecê-la. – disse tomando mais um gole.
- Você? Um soldado corajoso que enfrenta vários perigos – comecei a falar gesticulando com os braços – Enfrenta até a morte... Está com medo de conhecer a mãe do namorado?
- Estou – respondeu irritado – Porra, é a mãe do Luhan, o que eu tenho que falar pra ela? E se ela me perguntar à famosa frase “Quais suas intenções com o meu filho” eu vou responder o que? – perguntou afobado.
- Calma cara não vai entrar em pane, você diz apenas a famosa resposta “As melhores, senhora”.
- Isso é muito clichê Kai.
- Os clichês são legais. - falei recebendo um olhar entediado de Sehun e suspirei – Fale o que vier na cabeça, fale a verdade. – falei começando a ficar irritada – Porra Sehun, vocês dois se amam e isso está na cara, à mãe do Luhan não vai matar você ou algo assim. – recebi como resposta um suspiro do – agora - loiro.
- E se ela não gostar de mim? – o interrompi.
- Ela já não te conhece? Pelo que me lembro vocês se conheceram quando ainda eram crianças no enterro do pai de vocês, ela gostou de você, não gostou?
- Erámos duas crianças, que estavam tristes. Ela não iria me xingar ao algo assim Kai.
- De o seu melhor – falei dando tapinhas em seu ombro que bufou, saindo da sala para ir à cozinha.
Senti meu celular vibrar no bolso, indicando uma chamada e quando peguei acabei abrindo um sorriso, era o Soo.
- Oi Soo - Falei ainda sorrindo.
- Oi Jonginnie, como você está?
- Com saudades – falei fazendo um biquinho com os lábios mesmo sabendo que ele não iria ver.
- E se nos encontrarmos hoje?
- Hoje eu não posso – falei e ouvi um “porque” do outro lado da linha. – Vou sair com o Sehun hoje, não fazemos isso desde que começamos a namorar e, bom... Não quero perder meu amigo – falei soltando uma risadinha.
- Entendo – falou e escutei que ele também ria – Não se preocupe, fique com Sehun. Eu apenas queria lhe contar uma coisa.
- E o que é? – perguntei curioso.
- Sabe o Sebastian? – murmurei um “sim” para que ele continuasse – Chanyeol resolveu adotá-lo.
- Sério? Como assim? – Perguntei surpreso.
- Quando nos encontrarmos te conto tudo direito.
- Amanhã Sehun não vai estar aqui, pode vir se quiser – falei recebendo um “okay” como resposta.
- Tenho que ir agora. Tchau.
- Tudo bem. Te amo pequeno Soo. – disse e escutei sua risada do outro lado
- Também amo você.
- Falando com quem? – Sehun gritou da cozinha.
- Com o Soo – falei indo para lá.
- Mas vocês não param de conversar não é? – perguntou irônico.
- Olha quem fala – respondi com desdém pegando uma maçã de cima da mesa.
- Credo, sabe nem brincar – falou fazendo bico e ri.
- Soo me disse uma coisa interessante – falei chamando a atenção do loiro que fazia sanduíches.
- O que? – perguntou curioso.
- Chanyeol vai adotar o Sebastian.
- Aquele menino que tem câncer? – perguntou e acenei positivamente. – Ele é órfão? – perguntou confuso.
- É sim. Não sabia? – respondeu-me apenas negando com a cabeça.
- Está pronto princesa? Ou precisa de mais gliter? – gritei da sala esperando Sehun.
- Olha aqui – disse brotando no corredor – Eu sou a diva que você quer copiar, cala a boca – falou e soltei uma gargalhada e seguindo-o até a porta.
- Porque eu iria querer copiar você? – perguntei depois da crise de risos passar. – Você é feio.
- Vai tomar no seu cu Jongin, lembre-se que você já quis pegar esse “feio”.
- Ainda bem que isso não aconteceu, eu estava bêbado, vale lembrar.
- Dizem que os bêbados é que falam a verdade. E fazem o que querem com mais facilidade. – disse colocando a mão no queixo, como se pensasse.
- Para com isso – falei entrando no carro – E dirige direito, da ultima vez quase matou a nós.
- Fresco, nunca tinha feito nada com mais adrenalina na vida do que correr de carro. – falou.
- Eu já sou soldado, tenho adrenalina de mais na vida cara. – falei colocando o sinto enquanto o outro fazia o mesmo e ligava o carro. – Pra onde vamos?
- Surpresa. – disse sorrindo diabolicamente depois, até me deu um pouco de medo.
- A velho – falei enquanto descia do carro. – Não acredito que você fez isso.
- Pode acreditar – disse sorrindo.
A primeira vez em que estive naquele lugar, mas especificamente chamado de “Bar Of The Hole” que é o nome de bar mais bosta que eu já vi, foi quando eu e Sehun nos conhecemos. Claro, já tínhamos nos falado algumas vezes em meio a alguns trabalhos do exército, mas começamos a falar sobre nós e o que gostávamos naquele bar, bebemos e ficamos extremamente bêbados, e foi daí em diante que viramos melhores amigos até hoje.
- A ultima vez que estivemos aqui – Sehun começou me tirando do devaneio e entrando no bar – Você me disse que precisava parar de beber.
Sehun disse olhando pra mim brincalhão, comecei a rir e bati no ombro do garoto ao meu lado, que já se dirigia a uma mesa mais afastada e privativa.
Um garçom logo apareceu e fizemos nosso pedido, bebidas e algumas besteiras para acompanhar, sempre.
- Como vai sua mãe? – perguntei ao loiro do outro lado da mesa, que parou a batatinha no meio do caminho a sua boca e olhou para mim, parecendo entediado por tocar justamente nesse assunto.
- Tá saindo com um cara aí – disse dando de ombros.
- Como assim “saindo com um cara aí” – perguntei fazendo aspas com os dedos.
- Tem um tempo já – disse de boca cheia e logo engoliu para poder falar melhor – Algumas semanas se não me engano, ela ainda não me apresentou à ele – disse cerrando os olhos como se desaprovasse o comportamento da mãe.
- Ela já não te deve satisfações, já é maior de idade – falei sorrindo.
- O pior não é isso Kai – disse exasperado – O cara tem um filho, que tem a quase a mesma idade que eu... É estranho, do nada talvez eu possa ganhar um irmão.
- Fale com ela, ela não vai te bater se você perguntar, você tem o direito de conhecê-lo, mas no momento que ela achar adequado.
- Por acaso eu sou uma criança de 5 anos que a mãe tem que fazer tudo certinho se não vou cair no choro?
- Às vezes – falei sorrindo e recebi uma batatinha frita na cara – Ô palhaço, olha o desperdício de comida – falei jogando a batata na minha boca logo depois e Sehun riu.
Jogamos conversa fora por mais algumas horas, Sehun não parava de reclamar sobre como não queria ter um irmão logo agora, ainda mais que tivesse quase a mesma idade que ele.
Não bebi muito, prometi que não iria mais beber e não cumpri, mas pelo menos reduzi o tanto. Sehun não estava diferente, um pouco mais alterado que eu, mas não tanto.
No final, eu tive que dirigir, porque apesar de não estar bêbado, Sehun estava alegre de mais e aquilo era perigoso, tive que ajuda-lo a ir para o quarto quando chegamos e logo depois fui para o meu, escovando os dentes e trocando a roupa por uma mais confortável, quando recebi uma ligação.
Sehun narrando.
Acordei sentindo a luz do sol entrar pela janela do quarto, o filho da puta do Jongin não fechou ela noite passada como pedi. Levantei e fiz minhas higienes matinas, segui até meu criado-mudo para pegar meu celular quando, abaixo dele tinha um bilhete, e o cordão de Kai.
Arregalei os olhos e peguei rapidamente o bilhete, lendo e relendo várias vezes até finalmente sair daquele quarto, correndo para fora do quarto e pegando o carro para ir ao hospital, ainda com as palavras frescas em minha mente.
Sehun,
Não pude ficar para explicar o que está acontecendo.
Mas não se preocupe comigo, ou algo assim, afinal esse é o meu trabalho.
Sim, sai em serviço e não sei a data de volta, apesar se que nunca sabemos se realmente vamos voltar um dia.
Encontraria-me hoje com o Kyunsoo, poderia avisá-lo que não conseguirei vê-lo hoje? Faça outro favor? Entregue meu cordão a ele, sinto que ele ficará menos preocupado com ele em mãos.
Desculpe partir sem você, pela primeira vez desde que nos conhecemos e nos tornamos amigos, em uma missão.
Mas estarei em casa antes mesmo que sintam falta de mim.
Jongin.
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