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História Solenemente Sua - Jily - XIII - Solenemente Devastados


Escrita por: IsabelMorg

Capítulo 13 - XIII - Solenemente Devastados


— Eles vão namorar — cantarolou Sirius com um sorriso aberto para a ruiva ao seu lado, que comia pipoca enquanto fitava a tela da televisão sem realmente vê-la, os pensamentos perdidos em James, que estava fora há mais de três dias e estava começando a preocupá-la.

Quer dizer, Sirius, Remus e Peter diziam que era normal, que as vezes aquilo acontecia mesmo, mas Lily não conseguia nem falar com ele e isso a estava agoniando demais. Felizmente tinha Marlene e Sirius ao seu lado, eles impediam-na de enlouquecer de preocupação com seus programas loucos que envolviam pornô e museus do sexo. Lily definitivamente tinha os amigos mais loucos da face da Terra, mas felizmente naquele dia eles tinham decidido apenas por um filme.

— Nos seus sonhos, Black — riu Lily, levantando-se do chão enquanto se esticava para pegar e atender o próprio celular, que estava tocando. O maroto riu enquanto Marlene sorria de sua mesa do escritório — Remus e Peter estão saindo como amigos.

— Um homem pode sonhar, Evans! — Siruus gritou de longe enquanto ela se afastava e atendia o telefone, rindo:

— Alô?

— Lily? — a voz que soou do outro lado da linha era mais do que conhecida e estava tão hesitante que a ruiva apertou o celular contra seu ouvido, o sorriso se desfazendo de seu rosto.

— Tonks? — ela saudou, temerosa — aconteceu algo com Harry? Por que está me ligando?

— Lily, a Minerva pediu que eu te ligasse porque tem um casal aqui — disse Tonks, ainda hesitante, mas Lily já tinha entendido e seu coração congelou de puro terror — eles querem adotar Harry.

Por um momento, Lily não teve reação, então o medo, tão irracional e totalmente impensável pânico correu o corpo dela como uma flecha. Ela sentiu como se mal pudesse respirar enquanto absorvia a notícia.

— Segure esse processo o quanto puder, Tonks, e diga para Harry que eu estou a caminho — disse ela com a voz quase sumindo e tudo o que ouviu antes de desligar foi uma confirmação cheia de segurança de Tonks, sabendo que a amiga faria o que fosse preciso para impedir aquele casal.

E eles que desculpassem Lily, mas Harry não seria filho deles se dependesse dela. Como um jato, ela atravessou a sala do hotel, perguntando para Marlene com uma voz urgente o suficiente para alarmar a amiga e Sirius, que olharam para ela com preocupação:

— Marlene, onde está minha mala? — a amiga franziu a testa e Lily redobrou a urgência em sua voz — onde está a mala, Lene?!

— Está no guarda roupa do meu quarto — responder Marlene cada vez mais assustada — o que está acontecendo, Lily?

Mas a ruiva não respondeu, muito ocupada em pegar suas coisas e organizar sua mente que não parava de gritar que porra, Harry ia ser adotado por algum casal que não o conhecia e que não sabia como ele era ou como agia. Ela deveria parar isso, nem que fosse na marra, mesmo que seu plano inicial fosse apenas conversar com o casal.

— Lily, espere! — dessa vez foi Sirius quem exclamou, mas ela também não deu atenção, preferindo correr para o elevador e falar por cima do ombro:

— Marlene, por favor, prepare o jatinho, eu preciso ir para Fort William o mais rápido possível.

— Mas por que, Lil's?! — perguntou Marlene em um grito, mas a porta do elevador fechou, deixando a ruiva em um silêncio sepulcral cheio de seu medo e seu pânico. Lily mal conseguia pensar além dos instintos que gritavam para que ela chegasse até Harry o mais rápido possível.

Quando o elevador finalmente chegou até o térreo, Lily percebeu com alívio escorrendo por si que Amos acabara de chegar com Jack e correu para o Impala. Ela chegou lá no segundo em que o empregado saiu do carro com um sorriso animado por vê-lo.

— Amos, graças a Deus — suspirou Lily — eu preciso do mau carro.

Amos, parecendo não perceber a urgência de seu tom, parou em frente à porta do carro, barrando a passagem de Lily.

— Lily, você não tem ideia de como é bom vê-la aqui — disse ele com um sorriso estranho, enfiando a mão nos bolsos da calça bege.

— Amos, seja o que for, eu realmente não posso agora...

— Não, isso é rápido — objetou Amos e Lily respirou fundo, tentada a mandá-lo se danar — eu só quero saber se você aceita sair comigo qualquer dia desses.

Lily piscou, pensando no quão estúpido o homem precisava ser para não entender que ela não estava interessada. Não era como se eles tivessem conversado por mais de que três minutos, na maior parte do tempo por insistência dele, porque ela o achava irritantemente chato.

— Olha, Amos, eu realmente aprecio o convite, mas você sabe bem que eu estou com James agora e isso não é...

Ela não conseguiu terminar, porque algo bateu fortemente contra o seu rosto, derrubando-a no chão. Lily perdeu o fôlego com a queda, sentindo seu pulso, que estivera esticado, doer, mas não tanto quanto seu rosto. Os olhos da ruiva lacrimejavam com a dor e isso não pareceu bastar para quem quer que a tivesse agredido, porque Lily sentiu o chute em suas costelas virá-la no chão, tirando o resto de fôlego que lhe restava, fazendo com que ela engasgasse com a saliva.

— Ele vai ficar muito satisfeito com isso — resmungou uma voz masculina ao lado dela, mas Lily não podia abrir os olhos com a dor em sua bochecha e no maxilar — agredindo a namoradinha vadia do Potter em vez de fazer o que ele pediu.

— Ora, cale a boca se você não gosta do que estamos fazendo — outra voz retrucou e Lily engoliu em seco ao notar que a voz pertencia a Amos — vamos levar a perua conosco e...

— Lily! — a ruiva tentou se virar em direção à voz de Marlene, mas a verdade é que sua visão estava escurecendo e Lily se sentia desorientada. Ela tentou rastejar, mas não fazia ideia de para onde ir e, constatando que estava no estacionamento, ficar perdida sem enxergar não era o melhor movimento.

— Caralho — xingou a voz desconhecida ao lado de Lily, mas se distanciando enquanto os passos da bota de Marlene se aproximava e tudo o que a ruiva viu depois disso foi escuridão.


——— ⚡ ———


— Porra, Sirius, que merda foi essa?! — perguntou a mulher, que felizmente já tinha voltado ao seu cabelo preto natural, empurrando o maroto pelo peito como se se conhecessem há décadas. James franziu a testa, alarmado ao ouvir aquela discussão.


— O que está acontecendo aqui? — ele perguntou, interrompendo os dois enquanto movia os olhos de Marlene para Sirius, e então para Peter e Remus, sentados lado a lado no sofá do hall de entrada de seu quarto — por que todos estão reunidos aqui e por que estão matando um ao outro desse jeito?

Assim que os olhares se voltaram em sua direção, James notou que as expressões dos amigos mudaram quase completamente. Onde antes havia raiva, agora havia uma aflição latente que fez seu coração dar um pulo no peito. Era exatamente aquele brilho que sua mãe tinha nos olhos ao lhe contar sobre a morte de Michael e isso fez com que ele engolisse em seco quando seus amigos se entreolharam, apreensivos.

— James, não surte — disse Sirius tentando manter a voz calma, o que só serviu para aumentar a ansiedade do maroto, que deu um passo a frente antes de estacar, notando a única presença que faltava ali.

— Onde está Lily? — ele perguntou, olhando nos olhos de Sirius — foi por causa dela que você ligou no meu número de emergência, não foi, Sirius?! O que aconteceu com ela?

Ele avançou em direção ao amigo, agarrando a gola da camiseta dele, desesperado. Não havia violência ali, apenas a agonia terrível que James sentia naquele momento, como se pudesse sentir a notícia ruim em sua nuca, arrepiando-o. Sirius voltou a hesitar e olhou para Marlene, que tomou a dianteira.

— Ela está no seu quarto, descansando — disse a mulher com a voz trêmula, abalada — houve... Uma coisa aconteceu ontem e Lily se machucou feio. Como o tratamento poderia ser feito aqui, eu convenci seu médico a deixá-la no nosso ambiente.

— Tratamento? — James engoliu em seco, ainda que estivesse franzindo a testa, confuso — que tratamento? O que aconteceu?

— Dois homens atacaram Lily ontem no estacionamento do hotel — disse Remus com o máximo de calma, sem se levantar do sofá em que ele e Peter estavam. O Pettigrew parecia abalado e movia o olhar constantemente para a porta do quarto de James, sem dúvida preocupado com Lily — um desconhecido e... Amos Diggory.

— O motorista? — perguntou James, sentindo-se cada vez mais preocupado e incrédulo — mas que motivo eles teriam para bater na Lily? O que eles queriam?

— Nós não sabemos — disse Marlene em resposta, a expressão assumindo todo o cansaço que ela sentia — Lily falou para a polícia o que ouviu os dois conversando e tudo o que podemos descobrir é que existe alguém querendo prejudicar a Mister Marotos, porque os dois não deveriam estar fazendo aquilo. Mas isso é tudo o que sabemos.

A mente de James estava nublada por confusão, mas ele conseguiu pensar o suficiente para perguntar:

— E Lily? O quanto ela se machucou?

Isso pareceu trazer ainda mais tensão para a sala, mas de algum modo, através da voz chorosa, Marlene conseguiu falar:

— A maior parte dos traumas foi leve. Apenas uma escoriação no abdômen e um corte superficial no rosto além de alguns hematomas e uma torção no pulso. Nada que o médico da ambulância não pudesse lidar, mas quando estávamos no hospital... — os olhos de Marlene, castanhos chocolate, brilharam sombriamente — tem uma coisa que você precisa saber, James.

O coração dele, já gelado, passou a parecer trincar de tanto que doía, porque agora James podia ver que eles estavam chegando na pior parte daquela conversa. Era notável nos olhos de seus amigos, em suas expressões e comportamentos. Seus dedos afrouxaram na camiseta de Sirius, fracos demais para continuar segurando e o Potter tinha quase certeza que estava tremendo.

— James, irmão... — Sirius disse com uma delicadeza que ele raramente via no amigo — sente-se.

James deixou que o Black o empurrasse até uma poltrona e observou, totalmente mudo de pânico quando Marlene e Sirius se ajoelharam diante dele e Remus desviou os olhos para o tapete. Todos eles pareciam mais do que arrasados.

— Quando estávamos no hospital, o médico que estava atendendo a Lily descobriu... — a voz de Marlene falhou e ela baixou os olhos, sem conseguir encará-lo — ele descobriu que ela estava grávida.

Silêncio.

Onde antes tinha um tumulto terrível na mente de James, agora era silêncio. Um silêncio terrível e sepulcral que ele não queria encarar. Ele não podia acreditar em tudo o que acontecera no dia anterior. Ele não podia acreditar que não estava lá para Lily. Ele não podia acreditar, não podia acreditar...

— Estava — James não soube dizer se aquilo foi uma pergunta, mas foi a única coisa que ele conseguiu dizer em meio a tudo aquilo. A única coisa em que conseguia pensar. Os olhos de Sirius se encheram de lágrimas.

— Ela perdeu o bebê por causa do chute em seu abdômen — falou ele em um sussurro, como se falar em voz alta fosse tornar aquilo mais real. Mas era real. Era tão insuportavelmente real que James mal podia respirar. Ele nem mesmo soube quanto tempo ficou parado antes de levantar os olhos, assustado com o barulho que ouviram.

Antes de perceber que era a porta se abrindo, revelando Lily, todos eles se voltaram para ela. A primeira coisa que James notou foi que ela estava usando um shorts jeans e uma de suas camisetas. Então notou o cabelo ruiva desgramado e os olhos, os olhos verdes que ele tantão amava, inchados.

Ao vê-la, tudo o que James pôde fazer foi se levantar e andar até ela, o nó em sua garganta não lhe permitia falar nada. Lily acompanhou-o com o olhar silenciosamente e encarou James quando ele parou há menos de um metro dela.

— Eles já contaram? — perguntou ela em uma voz rouca e murmurada. James assentiu e então pensou no quão insensível estava sendo.

— Já — ele tentou sussurrar, mas sua voz quase não saiu, então ele pigarreou e repetiu — sim, eles contaram.

Eles se encararam por mais alguns segundos, ambos sem saber o que fazer ou o que pensar. Lily foi a primeira a tentar falar.

— Eu...

Mas James se quebrou. Ele se sentiu quebrando ao ouvir a voz da mulher que amava mais uma vez e avançou rapidamente, segurando o rosto dela entre as mãos com delicadeza e carinho.

— Eu sinto muito — disse ele, deixando que as lágrimas escapassem livremente enquanto encostava a testa na dela — Lily, eu sinto tanto por não estar aqui, tanto. Você não faz ideia...

A ruiva foi gentil ao subir as mãos para o rosto dele também, o olhar verde preocupado e infeliz, mas mesmo assim ela secou suas lágrimas, uma a uma com cuidado e o mesmo carinho que ele mostrava. Lily não falou nada, no entanto, além daquela palavras que James uma vez temera que ela perguntasse:

— Por que estava fora assim, James?

Se ela tivesse perguntado isso em qualquer momento que não fosse aquele, talvez James tivesse recuado e nunca contado para ela a verdade, mas era direito de Lily saber o motivo do pai do filho que ela nunca teria não estar presente enquanto ela passava pelo inferno. E, por Deus, James não queria esconder mais nada dela, não depois disso, não quando o medo de perdê-la também o sufocava mais do que tudo.

Ele tomou fôlego para começar a contar, mas se arrependeu quase imediatamente, porque seu peito doeu com o esforço.

— Você se lembra que meu irmão e a esposa dele morreram em um acidente de carro, não é? — perguntou James retoricamente, mas Lily assentiu mesmo assim — eu... Não contei toda a verdade para você sobre aquele dia. A verdade era que eles estavam indo até Inverness porque eu havia insistido, porque eu queria falar com Michael sobre o meu pai e queria ver... Meu sobrinho.

As sobrancelhas de Lily se juntaram por um momento, em confusão, e então compreensão brilhou no fundo dos olhos dela.

— Hellen e Michael tinham um filho — ela disse suavemente — e ele... Também faleceu no acidente? É isso?

— Não — James balançou a cabeça, baixando os olhos — eles não encontraram nenhum vestígio de uma criança no carro destruído. Apenas os corpos do meu irmão e da minha cunhada. Os policiais procuraram em todos os lugares, porque o acidente havia sido criminoso, mas nunca o encontraram e, passado um tempo, eles encerraram o caso. Eu... Tenho passado esses sete anos da minha vida tentando encontrar meu sobrinho, mas tudo o que eu faço é em vão, todos os detetives que eu contrato chegam a lugar nenhum ou desistem do trabalho... As vezes eles me chamam quando pensam que estão próximos de alguma coisa e eu... Como o idiota que eu sou, vou todas as vezes esperando que aquela será a vez em que eu vou achar meu sobrinho, mas... É sempre em vão. Eles nunca o encontraram.

Demorou alguns minutos para que Lily processasse todas aquelas informações, mas assim que processou, ela se afastou de James e perguntou com cautela:

— Jay... Como o seu sobrinho se chamava?

James abriu a boca, mas nenhum som saiu dela. Ele não podia falar o nome do sobrinho, não conseguia se obrigar àquilo. Sirius, notando com facilidade o que James não conseguia expressar, respondeu no lugar dele:

— Harold, mas nós o chamávamos de Harry — um pequeno sorriso tremulou no rosto de Sirius apesar dos olhos azuis acinzentados estarem mais brilhantes que o normal — nós costumávamos brincar que ele tinha nascido com cinquenta anos a mais por causa do nome dele.

James riu uma risada dolorida.

— Eles colocaram o nome do meio dele em minha homenagem e foi o que fez com que se mudassem de Inverness — disse o homem, trêmulo com os acontecimentos do passado e do presente, sem encarar Lily, que sentia seu fôlego ser roubado de si — meu pai ficou furioso por não receber a homenagem de praxe da família Potter. Ele e Michael brigaram, foi o que fez com que eu insistisse que eles deveriam voltar para a cidade com o pretexto do meu show. Eu não queria ser a causa da separação da família e muito menos queria ficar longe do meu sobrinho.

— Todos falavam como Harry e James tinham uma conexão profunda, sabe? Era lindo de ver os dois juntos — Remus acrescentou baixinho, parecendo lembrar da época com carinho e pesar — ele até deu uma pulseira com as iniciais de Harry uma vez, não foi?

— Sim — James tentou sorrir, mas não conseguiu. Como nenhum deles encarava as duas mulheres a sua frente, nenhum deles percebeu os semblantes totalmente chocados das duas.

Lily sentiu a cabeça rodar enquanto encarava James, que estava em silêncio, encarando o chão enquanto esperava que ela falasse alguma coisa, qualquer coisa, mesmo que ela não fizesse ideia do que poderia falar, não com todas aquelas descobertas sendo bombardeadas de uma só vez.

Felizmente, ela foi salva pelo gongo: seu celular começou a tocar no bolso de Marlene, que encarava James com os olhos arregalados em surpresa. Ela conhecia Harry, obviamente, e sabia exatamente o que todas aquelas descobertas significariam na vida do maroto — e na de Lily. Mas ela não disse nada, lançando um olhar chocado na direção de Lily antes de puxar o celular do bolso e olhar o contato.

— É a Tonks — disse erguendo os olhos para Lily, que sentiu a respiração falhar, sabendo que aquela poderia ser seu xeque-mate. O casal podia ter adotado Harry e então nem ela e nem James teriam chance de tê-lo. Sua respiração se prendeu na garganta e Lily olhou para Marlene, totalmente assustada. A amiga, graças a Deus, entendeu-a imediatamente — eu vou atender.

Ela se distanciou, falando com Tonks enquanto lançava olhares nervosos para Lily, que se voltou para James, o coração aos pulos. Por um segundo que pareceu se estender pela infinidade, eles se encararam.

— Eu sei que errei com você e com... — ele engoliu em seco e ela assentiu rapidamente para que ele não falasse do filho que ela perdera. Lily não achava que poderia aguentar aquilo — e, despois de sete anos, eu deveria ter desistido como meus pais sempre insistiram para que eu fizesse. Eu sei que tenho uma responsabilidade com você agora, Lírio. Me desculpe, por favor.

O coração de Lily derreteu, claro que sim. Como ela poderia ficar brava, como ela poderia sequer cogitar ao pensamento de ficar brava se James obviamente dava tudo de si para as pessoas que amava, mesmo aquelas que já tinham ido embora? Ela nunca poderia deixar de amá-lo, não depois disso. Se aproximando de James, Lily o abraçou com força, mas se afastou no segundo seguinte para olhá-lo com firmeza.

— Você não tem que se desculpar, estava tentando dar paz para sua família. Toda a sua família. E eu não posso e nem tenho o direito de ficar brava por causa disso. Além do mais, nós não podemos mudar tudo o que acontece na nossa vida — disse Lily com cuidado — não podemos saber se a sua presença teria mudado alguma coisa em tudo o que aconteceu... Apesar de eu saber que teria me ajudado, eu entendo e quero que saiba, James, que você também é meu coração.

Mais lágrimas escaparam dos incríveis olhos castanhos de James, que assentiu e beijou-a uma, duas, três vezes, totalmente aliviado pelo que ela falara. Lily segurou-se nele assim como ele estava se segurando nela e abraçou-o com força até que a voz de Marlene soou.

— Lil's? Você pode... Isso é meio importante — ela se separou de James com um beijo na bochecha dele e se virou para Marlene, que tinha o celular dela na mão — Tonks disse que o casal quer te conhecer. Amanhã. E que você vai ter de convencê-lo a... a não fazerem o que eles querem fazer. Se você não aparecer eles vão... Você sabe.

— Do que diabos vocês estão falando? — perguntou Sirius, confuso, nem percebendo seu tom rude por causa de todo o estresse liberado. Lily e Marlene olharam para ele e então se encararam. A ruiva se forçou a pensar além de seus sentimentos sufocados e do seu luto silencioso, considerando James e toda a situação.

Se ela chegasse lá e não conseguisse convencer o casal a não adotar Harry, talvez a presença de James fosse o suficiente para que eles dessem para trás. Mas para isso ela precisaria explicar o que descobrira por causa da história dele. Lily se virou para o Potter, que encarou-a totalmente confuso.

— James, isso vai soar extremamente repentino e não vai fazer nenhum sentido, mas eu preciso que você venha para Fort William comigo. Agora.

Ele pareceu surpreso com aquele pedido e olhou para ela por alguns segundos antes de perguntar:

— Por que? Seus pais estão bem?

— Sim, estão, não é por eles que eu preciso ir — ela hesitou visivelmente — é uma história muito longa para eu explicar aqui. Eu... Nós podemos falar no avião?

Ele não demorou um segundo para decidir assim que olhou em volta, tendo certeza de que todos os seus amigos estavam encorajando-o.

— Sim, Lírio, podemos.



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