História Somethings never change - Capítulo 67- Cups

*Salto temporal*

PDV Chloe

Beca e eu estávamos na sala da diretoria da escola da Olivia, os pais da vadia mirim... quer dizer, da Sophie também estavam lá, estávamos nós quatro sentados de frente para a diretora e eu ainda tentava não perder a minha paciência, mas acho que Beca já tinha desistido disso, já que ela se levantou bruscamente e começou a gritar com o pai por ele ter dito que talvez a Olivia não tivesse contado a verdade para nós, o que também me deixou brava, mas não o suficiente para tomar a atitude de Beca. - você está chamando a minha filha de mentirosa ?

- Senhora Mitchell-Beale, por favor se acalme - a diretora disse tentando tomas as rejas daquela situação que só piorava. - tenho certeza de que o senhor Jackson não quis dizer isso...

- Ah eu quis ! - ele disse também se levantando para confrontar Beca, dava para piorar ? Dava! - minha filha não teria feito algo desse tipo! E se ela fez foi por ter motivos.

- Seu canalha filho de uma... - a interrompi colocando a minha mão na sua.

-Beca, se acalma meu amor - tentei fazê-la sentar, mas minha atitude foi em vão já que ela se recusava e enquanto os dois trocavam gritos, eu e a senhora Jackson apenas nos entreolhávamos com cara de "me desculpa por isso".

...

Tenho a impressão de que foram cerca de quase sessenta minutos até concertarmos a situação, durante esse tempo, muitas palavras de ódio foram trocadas e palavrões foram ditos, mas aparentemente tudo havia se resolvido, a diretora continuava a falar enquanto Beca e eu estávamos sentadas uma do lado da outra e eu segurava as suas mãos - Eu só não dô um soco na cara desse desgraçado porque isso não é um bom exemplo pra Elena e para o Jordan - ela sussurrou no meu ouvido e eu ri baixinho só para que ela ouvisse .Nós nos levantamos para irmos em bora e enquanto nos despedíamos, percebi o pai me olhar de um modo diferente, estranho, algo semelhante a um flerte, porém como se ele me enxergasse como um objeto, ou algo que me rebaixasse, depois disso, olhei para Beca, que percebera o olhar dele para mim - Para de olhar assim para a minha esposa ou eu acabo com você agora mesmo !

- Beca, não se rebaixe a esse nível - acho que isso foi a gota d'água para ela, Beca foi para cima dela com socos no seu peito que pareciam não fazer efeito nenhum. Felizmente ou não, depois dela dar um tapa no rosto dele, eu, a esposa dele e a diretora conseguimos separar os dois mesmo que eles permanecessem relutantes, sei que é errado, mas não posso negar ter sentindo um pouquinho de orgulho da Beca naquele momento.

*Salto temporal*

Era noite e Beca e eu já estávamos na cama e apenas esperávamos pelo sono, eu estava nos seus braços com meus olhos já quase se fechando e ela passava sua mão brincando com algumas das mechas do meu cabelo que estava caído sobre o seu peito, mas foi quando senti algo estranho, como um beliscão dolorido na minha barriga.

- Beca.

- Chlo Chlo - Ela disse com uma voz manhosa, eu provavelmente tinha a acordado.

- Aconteceu algo com os bebês - eu disse quase que petrificada ainda sem saber o que fazer e Beca se levantou agitada para entender a situação.

- O quê ? Como assim ? Tá tudo bem ?

- Eu tô sentindo algo na minha barriga - sua feição era a de alguém preocupado quando ela levantou o tecido da minha camiseta e posicionou as suas duas mãos sobre a superfície já avantajada da minha barriga de cinco meses, de repente, sua expressão de desespero foi substituída por uma que carregava um dos sorrisos mais lindos que eu já tinha visto e ela veio até o meu rosto e deixou um selinho nos meus lábios.

- Eles estão chutando , Chlo Chlo, não é nada de ruim, querida - ela deixou mais um beijo na minha boca, dessa vez um mais longo e calmo, mas eu ainda tinha meus olhos abertos mesmo com nossas bocas coladas, eu permanecia preocupada, muito preocupada.

- Tem certeza, Becs ? - perguntei  interrompendo o beijo.

- Sim - seus olhos ainda estavam fechados - agora não corta o clima, menos papo e mais desses seus lábios carnudos colados nos meus- ela continuou o beijo e me ajeitou sobre a cama cautelosamente com ela por cima de mim.

- Não tenho certeza de que tenha sido só um chute, Becs - falei novamente parando o beijo e Beca rolou os seus olhos e se deitou ao meu lado.

- Quer que eu te leve para o hospital, então ? - ela ainda estava frustrada.

- Não me olha assim, só estou preocupada.

- É, eu sei - ela se sentou - mas fica tranquila, tá tudo bem com os nossos bebês, mas mudando de assunto... - ela se aproximou mais do meu rosto, o que me fez encarar os seus lábios e morder o meu e eu fui me sentando aos poucos - sei que sua libido está muito alta e talvez seja maldade eu me aproveitar disso, mas, eu não vou resistir - iniciei um beijo ainda sentada com Beca e eu mesma tomei a iniciativa de colocar a sua mão sobre os meus peitos e ela o apertou, mas eu parei o beijo.

-Será que realmente não é melhor nós irmos ao hospital ?

- Ah, vem cá - ela me puxou me fazendo deitar em baixo dela e iniciou um beijo rápido, era urgente e quente, eu me sentia mais molhada a cada toque de Beca pela minha cintura, suas mãos foram parar por baixo da minha camiseta e ela arranhava a minha cintura enquanto dúzias de sorrisos e risadas apareciam durante os amassos que trocávamos.

*Salto temporal*

PDV Beca

Chloe e eu voltávamos do supermercado e já entrávamos no apartamento - Sério, bebê, deixa que eu carrego essas sacolas para você, você não pode carregar peso - ela ainda me ignorava - por que está brava comigo, Chlo Chlo ?

Ela me entregou as sacolas que estavam com ela com raiva e se sentou em um dos banquinhos ao redor da ilha e eu coloquei as sacolas sobre o balcão - Não sei ! Por que você não vai perguntar para aquela atendente que ficou te secando no supermercado ? - olhei para ela e vi que estava de braços cruzados.

- Ah foi isso... -  disse percebendo o motivo de Chloe ter me ignorado o caminho inteiro,fui até ela e a abracei pela sua lateral mas ela me empurrou de leve e saiu de perto de mim.

- Sai Beca! Eu tô brava - ela disse e foi se sentar no sofá. A Chloe brava era tão fofinha, eu amava irritar ela com algumas coisinhas bobas as vezes só para ver a carinha emburrada dela depois. Fui até ela na sala.

- Você tá uma gracinha - ela continuava brava - Chloe, a culpa não é minha se a atendente tava me secando.

- É sim ! - ela praticamente gritou - você poderia ter pedido pra ela parar e... e... - ela começou a chorar - você não me ama mais ? É isso ? - esses hormônios de grávida de novo... - me sentei no sofá com ela e assim que a coloquei no meu colo, me deitei fazendo a sua cabeça ficar no meu peito.

-É claro que amo, bebê. E eu nem percebi que ela estava me olhando, se eu tivesse visto, eu teria ido até ela e falaria "tá vendo aquela ruiva gostosa alí ? Eu sou só dela, agora para de olhar !" - Fiz Chloe rir enquanto parava as lágrimas.

- Sério ?

- Com certeza, gatinha ? Sou totalmente e inteiramente sua ! - ela deu um beijo no meu queixo e voltou a deitar no meu peito.

*Salto temporal*

Os últimos dias tinham sido uma loucura, Chloe já estava no oitavo mês, o que nos deixava no período pré reta final, eu não dormia, porque a libido da Chloe ainda estava muito alta, o que significava sexo a noite toda, ou os bebês ficavam chutando a madrugada inteira e eu tinha que cuidar de Chloe, até porque, se ela não pode dormir eu também não posso. Pelo menos três vezes na semana ela aparecia com um desejo diferente, fosse um comida estranha ou algum fetiche bizarro, devo confessar que gostava de alguns, mas para outros eu tive que dizer não. E por último, o que mais me incomodava, como a libido da Chloe estava altíssima, ela vivia tendo "sonhos molhados" com muitas pessoas que não eram eu, ela já tinha me explicado e nós até já tínhamos conversado sobre isso, ela disse que nem era por ela se sentir atraída por essas pessoas, a culpa era dos Hormônios, então por aproximadamente duas semanas, tive que aguentar ela gemer o nome de outras pessoas em quanto dormia, acho que umas três vezes foram sobre mim, o que me deixava feliz e orgulhosa, então assim que ela acordava eu transformava os sonhos dela em realidade, o médico já tinha nos dito que sexo era saudável e inclusive poderia facilitar o parto, a única coisa que não estava facilitando era a minha vida, você não tem noção do que é ir dormir às quatro da manhã porque você estava dando o deu máximo na cama com a sua esposa e depois acordar às cinco da manhã com ela gemendo o nome da Aubrey, do Gerald, da Stacie, e teve até a Amy. Mas esses sonhos já estavam finalmente diminuído, assim como a libido. Já era hora mesmo.

Nesse fim de semana as Bellas estavam no nosso apartamento para algo que seria como o chá de bebê do Jordan e da Elena.

PDV Chloe

- Beca, as Bellas, o Gerald e a Livi estavam conversando na sala enquanto eu fui até a cozinha pegar alguns copos, mas no meio do caminho para lá senti aquilo de novo e como um estalo, tudo se juntou e fez sentido na minha cabeça.

Meses atrás eu tinha sentido essa mesma dor, que não era como os chutes que os Bebes davam, esse doía e eu já sabia desde antes que algo estava errado, então algo até antes daquilo veio de volta à minha cabeça, no dia que Beca e eu fomos na diretoria falar com os pais da Sophie e eu tive que afastar a Beca do senhor Jackson, me lembro de algo ter atingido a minha barriga, provavelmente o cotovelo dela em um movimento involuntário, o único problema é que eu demorei de mais para juntar as peças do quebra-cabeça e agora era tarde de mais, eu já tinha um diagnóstico formado na minha mente: descolamento parcial da placenta da parede uterina, se ela se descolar completamente, os bebês correm risco de vida, assim como eu, mas como eu já disse para mim mesma nesse pensamento que me mantinha paralisada, era tarde demais, era como se meus sentidos tivessem se aguçado, me senti em um filme de suspense onde logo após descobrir quem era o vilão eu era pega pelo mesmo. Minhas suspeitas se confirmaram quando ouvi uma gota, uma gota fresca do meu sangue cair sobre o assoalho, meu vestido rodado não a impediu de cair, com certeza seria uma sujeira dolorosa para Beca limpara depois que eu já estivesse no hospital lutando pela minha vida e de outros dois seres. A gota já não era só uma, outras começaram a cair e escorrer pelas minhas cochas, estava perdendo sangue muito rápido , eu não tinha muito tempo antes de desmaiar. Olhei para a sala onde todos conversavam ainda sem perceber o que estava acontecendo comigo, mas Amy olhou para mim, um olhar solidário, ela se mantinha calma porque ainda não tinha visto o sangue, apenas minha cara assustada - tudo bem, ruiva ? - assenti rápido com a minha cabeça e todos olharam para mim. A imagem começou a se distorcer, sabia que eu apagaria e era questão de segundos para isso acontecer, eu suava frio e minhas pernas estavam fracas. Nenhum deles entendia o porquê de eu continuar congelada no mesmo lugar.

- Chlo Chlo ? - Foi a vez de Beca perguntar preocupada por mim.

- Não quero que vocês tenham medo, vai ficar tudo bem. - tentei dar o meu melhor sorriso, mas ainda assim sabia que tinha saído meio forçado.

As luzes se apagaram, era hora do show...