História Sonhos esquecidos de um quase adulto! - Dois Stan uma história pt1

Ep-3

  -Stan...acorde.

 A voz era grossa e calma e o acordava com suaves empurrões.

 -Acorde velho babão. Hoje é um dia importante.
- Para agora mesmo Ford! Eu quero dormir até amanhã se der.
 -Não pode. Como nós podemos ter um dia  especial se você só sabe dormir.
 -Dia especial?
 -Seu idiota é nosso aniversário.

    Ford parecia não estar nem um pouco Feliz com o esquecimento do irmão.  Mas ele entendia até porque era o Stan e ele só lembrava mesmo era de respirar. Mas as vezes disso ele também esquecia. Bem o que ele guarda naquela cabeça é só como fraudar o imposto de renda. Ou como fazer para roubar as coisas da loja de conveniência. Ou até mesmo como roubar o dinheiro dos seus clientes e sair ileso. Era com certeza a única coisa que ele não se esquecia.
  
  -Stan está me ouvindo.
 -Desculpe Ford mais é que meu ouvido está cheio de cera.-riu alto. Uma risada que só ele sabia dar e também as hienas.
  -Levanta? Ou eu vou ter que te forçar?
  -Sugiro tentar mas conseguir é outra coisa.

 Ford e Stan pareciam crianças naquele momento. Um puxava o outro. Caiam da cama. Rolavam no chão. Eram momentos raros. Por isso tão precioso para os dois... A noite já pairava sobre eles e ambos pareciam não se importar. Stan estava sentado com um pedaço de bolo de chocolate nas mãos e um nariz de palhaço vermelho. Ford estava deitado no colo do irmão já apagado. Seus olhos e boca estavam completamente sujos de glasse. Ele estava a sonhar profundamente. Stan pegou o irmão no colo e o pôs pra dormir, o cobriu e voltou a sala onde viu televisão e comeu seu pedaço de bolo até pegar no sono também.

  -Stan...acorde! Acho que...

   A voz rouca de Ford estava mais baixa porém mais imperativa. Balançava o corpo de Stan arduamente. E o mesmo ainda permanecia imóvel.

   -Stan...Preciso da sua ajuda...acorde.
   -O que foi?-disse Stan coçando os olhos e pondo os óculos em seguida.
   -Alguém ou alguma coisa acabou de nos parar. E eu não faço a menor idéia do que seja.
   -Você não sabendo de algo - riu sarcasticamente -Se você não sabe como espera que eu saiba?
   -Stan eu estou falando sério. Eu acho que Bill pode ter voltado.
   - O que fez Ford?
   -Nada eu juro. Eu não sei como.  Mas acho que Bill pode ainda estar vivo e ele quer vingança.
   -Ele precisa de um corpo. Não é?
   -Então eu acho que ele conseguiu.

   Assim que Ford terminou de falar, a porta abriu fortemente. Os irmãos se assustaram.  Estavam os dois com muito medo. Mas não conseguiam ver muito coisa. Pelo medo e pela poeira que a porta levantou e os tampou os olhos. Era uma fumaça seca e áspera.
   Ao coçar os olhos e abri - los Stan percebeu estar dormindo profundamente novamente. E havia novamente sonhado com  a possibilidade de Bill voltar. Era um temor não só dele. Mas com cereza seu medo era maior, pois sabia que se houvesse uma forma de Bill voltar ou estar vivo,ele teria total culpa. Querendo ou não ele estava  preso na mente de Stan e se ele resolvesse escapar, seria pelo próprio. Levantou  e foi pra cozinha onde seu irmão, o Ford já estava tomando café da manhã.

  -O que tem pra comer?
  -Bom dia também Stan. Tem omelete. E bolo de ontem.
  -Que bom bolo passado e feto de galinha mexido era tudo que eu queria- disse ele pegando um pouco de café em sua cabeça favorita e sentando ao lado do irmão.
  -O que houve? O balanço do mar está te dando enjoou. Nos podemos ir à costa se quiser.
  -Não é nada. Só que ultimamente você só dá atenção aquela experiência do convés.
  -Está solitário é isso? Nunca pensei que Stanley Pines  se sentiria zangado por estar triste. O mundo da voltas mesmo.
   - Eu nunca gostei da solidão. Só não demonstro. E sim em estou me sentido solitário. Até porque raramente se da pré ver televisão.  A frequência não chega. E a única coisa boa a se fazer aqui é ficar com meu irmão que só te olhos para aquele polvo - tubarão.
 -Tudo bem. Hoje eu serei só seu.
 -Não diga isso. É estranho.- Stan escondeu sua felicidade mais uma vez atrás daquele rosto zangado.

    O dia todo eles conversaram. Brigaram. Gritaram. Sorriram. Conversaram mais. E se esqueceram por aqueles estantes apenas que o mundo existia. Era apenas eles dois. Ninguém mais.