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História Sophie - Angie


Escrita por: PequenaPianista

Capítulo 8 - Angie


Fanfic / Fanfiction Sophie - Angie

Anteriormente...

— Eu vi um homem ser condenado à morte injustamente, eu não queria participar de um totalitarismo com esses ideais. — Disse ele finalmente.

Meu tio saiu com mais ou menos 35 anos, mais ou menos quando eu nasci e não fui completada, mais ou menos quando meu pai morreu... aqui.

Ele está certo, eu não posso ficar aqui, mas eu também não posso sair e perder o meu segundo pai. Eu já perdi as duas pessoas que me deram a vida, sendo que uma delas eu nem cheguei a conhecer. Perdi as duas por causa desse sistema de ditadura e estava a ponto de perder a terceira, a não ser que eu sirva à esse sistema e aprenda tudo o que condeno.

— Sophie, eu darei um jeito de ficar tudo bem, mas eu não posso ficar aqui agora, por favor, vá para sua aula que começa em 10 minutos, depois vá para seu quarto e eu dou um jeito de irmos embora.

 

Capítulo VII - Angie

Quando cheguei na biblioteca, eram exatamente 8:30h, acho que serei punida por isso.

A biblioteca era tão grande que parecia cobrir duas alas, literalmente, tinha dois andares. Acho que Julie esqueceu de mencionar isso, tem uma parte da biblioteca na Primeira Ala, e outra na Segunda. Havia uma grande escadaria encostada na parede, ao lado tinha várias estantes de livros e na outra parede tinha alguns sofás, para estudo e leitura, provavelmente.

Logo na entrada havia uma bancada fechada onde trabalhava uma bibliotecária.

— Por favor, eu vim para a aula de magia — perguntei.

Ela fez cara de "pouca paciência" e apontou para as escadas.

Agradeci e fui em direção as escadas, só então olhando por cima do corrimão pude perceber, não havia ninguém na biblioteca porque todos tinham aulas nas salas.

O segundo andar não era tão grande quanto o primeiro, mas era muito mais aconchegante. Nas estantes haviam livros coloridos, pareciam ser de aventura e fantasia. Ao invés de sofás, haviam puffs. E haviam muitas janelas por onde a luz passava, com uma vista linda para a floresta. Acordei para o mundo quando percebi que uma mulher vinha alegre em minha direção, ela me lembrava a minha mãe.

— Então você é a Sophie! Eu que darei aulas de magia para você, meu nome é Angie — ela disse empolgada.

— Desculpe-me pelo atraso... — eu disse.

— Não tem problema, você pode se sentar, fique à vontade — ela me disse enquanto ia buscar um livro na estante e eu me sentei em um dos puffs fofinhos.

Era incrível como parecia que eu estava conhecendo apenas as boas pessoas desse lugar, fora os alunos cruéis, o Mestre maníaco Hall e a bibliotecária sinistra. Ou seja, eu conheci duas pessoas que pareciam legais, mas para um lugar assim, sombrio na maioria das vezes, é meio surpreendente. Angie tinha cabelos compridos que faziam lindas curvas nas pontas, eram loiros, apenas um pouco mais claros que o meu e o de minha mãe, seus olhos tinham um lindo tom violeta, ela aparentava ter pouco mais que trinta anos.

Ela se aproximou com três livros empilhados nas mãos e se sentou puff do lado do meu.

— Antes de começarmos com a aula teórica, conte-me um pouco mais sobre você — ela disse.

— Não tenho muitas histórias — eu disse.

— Que tal começarmos com fatos comuns?

Respirei fundo e comecei:

— Sou Sophie Collins, meu pai foi Charlie Collins, cujo dote foi herdado por mim. Minha mãe foi Cassie Collins, ela era telepata. Eu vivia com ela em Verona e estudava em um colégio normal, depois fui morar com meu tio e ele continuou o ensino que eu não tinha terminado na escola.

— O que você gosta de fazer no tempo livre?

— Meu tio me ensinou a tocar alguns instrumentos. Também gosto muito de ler...

Ela parou de falar, parecia que estava me analisando, estava fascinada com a minha presença, como quando os adultos ficam ao ver um bebê recém-nascido. Ela está assim como Sean estava quando cheguei aqui, mas pelo menos, não transmitia medo algum.

— E você? — Tomei coragem para perguntar. — Qual é a sua história?

— Ora não estamos aqui para falar de mim.

"Nem de mim!" eu queria dizer, mas até que estava divertido conversar, não queria dar início à aula.

— Por favor...

— Não está querendo enrolar a aula, está? — Perguntou desconfiada.

— Não!!! De jeito nenhum, eu só queria...

— Que pena... — ela me interrompeu — porque eu conheço várias outras coisas mais interessantes para fazer aqui do que eu tentar te ensinar coisas que você já sabe.

Sem dúvida ela era uma telepata.

— Que tal adiarmos essa aula e passearmos um pouco? Ninguém precisa saber, e talvez nós duas aprendamos mais refletindo ao ar livre do que lendo teorias aqui. — Disse ela me surpreendendo.

Quando eu estudava em Verona, nunca nenhum professor me sugeriu isso. Eu realmente sei muito sobre teoria mágica, aprendi muito com meu tio, mas eu não conhecia todas propriedades do meu dote, sei apenas que posso curar doenças e ferimentos, isso é praticamente garantia de imortalidade(pois mantrikas param de envelhecer ao redor dos 40 anos), para todos que estão perto de mim, exceto para mim mesma.

Poucas pessoas sabem da existência do dom de curar. Toda família do meu pai tinha esse dote, e era uma família grande, mas quando diferentes mantrikas começaram a procurá-los para adquirir a imortalidade, meus tios e meu pai resolveram não ter filhos e não usarem o dote para mais nada, extinguindo os curandeiros. Assim, eles não curavam uns aos outros e morreram por diversas causas: doenças, acidentes ou assassinatos, o único "ferimento" letal que não podemos curar, pois nesse caso a morte é instantânea. Mas meu pai não cumpriu o acordo que teve com meus tios, ele criou uma última pessoa portadora do dote: eu.

— Sophie! — Angie chamou a minha atenção.

— Oi, desculpa, eu viajei um pouco...

— Então? Vamos passear?

— Claro — respondi sorrindo.

•••  

Fomos conversando até a pequena floresta que ficava escondida nos fundos, talvez, não tão pequena quanto eu pensava.

A luz do sol passava entre as folhas das árvores, novamente, faziam-me esquecer do lugar em que eu estava.

Vi um lindo gato persa branco que estava em um dos galhos e desceu para se aproximar de nós.

— Que fofinho! — Eu disse, sentindo-me uma criança.

— É "fofinha", — corrigiu Angie — o nome dela é Lucy, era da irmã de Sean.
Senti um frio na barriga quando ouvi o nome dele.

— "Era"? — Perguntei.

Ela hesitou em responder, mas me contou:

— Sarah faleceu há muito tempo, achamos que foi morte súbita, mas ela  descobriu como transformar animais em mantrikas, por isso Lucy não envelhece.

— Ela é completa? — Perguntei.

— Não sabemos, basicamente ela não se alimenta de nada, por isso Sean proibiu a transformação de animais, é arriscado, ele não deve saber que Lucy ainda está aqui.

Eu não podia imaginar como um animal que não se alimenta, não defeca e não morde poderia apresentar algum tipo de risco.

Lucy se aproximou de mim e sentei na grama para acariciá-la. Ela tinha uma coleira com o mesmo emblemas com F dos meus uniformes.

— Por que "F"? — Perguntei.

— "F" de Fierce — respondeu Angie, me mostrando um colar em seu pescoço com o mesmo emblema — é o nosso nome, Aprendizes, Mestres, somos os Fierce. E esse lugar, chamamos de Valence.

— A floresta?

— Não, tudo aqui.

Não sei porque meu tio não me contou isso, sem dúvida ele sabia.

— Angie, — chamei ela para sentar do meu lado e ela atendeu — você ainda não me contou a sua história.

— Tudo bem, — disse sorrindo — eu nasci na Austrália, sou vidente assim como meus dois pais. Meu pai foi transferido pelo emprego e foi trabalhar na Alemanha, eles aproveitaram a mudança de país e me deixaram estudando aqui. Quando eles morreram eu estava no meu último ano de ensino, então continuei por aqui, lecionando.

Eu tinha certeza que ela era telepata, para variar eu estava errada.

— Mas você vê eles as vezes não é?

— Sophie, almas que não pertencem à terra não podem entrar em Valence. Elas não podem subir andares, por isso há tantos. Vi poucas vezes meus pais, mas apenas no jardim, ou aqui mesmo na floresta.

Então era por isso que minha mãe não veio me ver até agora, e por isso que não deixaram ela entrar. É tão lógico, eles matam muitas pessoas, e essas pessoas deviam assombrar esse local, mas não podem entrar, não podem ficar longe do chão.

Resolvi manter a calma, meu tio disse que iria achar uma solução para tudo.

— Sophie, o horário da aula acabou há duas horas, você precisa almoçar.

— Mas aqui tem comida? — Perguntei.

Se eles não faziam refeições não devia haver comida.

— Lógico que tem! — Disse Angie rindo. — Vamos para o seu quarto, ligamos para a cozinha e pedimos seu almoço.

— Jura que você vai me acompanhar na jornada pelas escadas? — Apelei esperando que ela me oferecesse uma carona pelo elevador.

— Eu aposto que chego antes de você — ela desafiou.

Saímos correndo, rumo à escadaria, e deixamos Lucy para trás.


Notas Finais


Gente me falem o que acharam, opiniões, sugestões e críticas são bem-vindas.
Beijos, até o próximo capítulo ^^


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