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História Sophie - Casa maluca


Escrita por: PequenaPianista

Capítulo 11 - Casa maluca


Fanfic / Fanfiction Sophie - Casa maluca

Anteriormente...

Virei-me para olhar para ele. Sean sorria como se minha rebeldia fosse uma conquista para ele, estava feliz em ter um motivo para me punir, mas eu não vou abaixar a minha cabeça, não hoje, justamente quando tive que me afastar de meu tio por causa dele.

— O que está fazendo aqui? — Ele perguntou.

Manti a cabeça erguida e continuei encarando.

Ele deu uma risada, assim como tinha feito ao me apresentar Angie. Aproximou-se ainda mais e ajoelhou para focar em meus olhos.

— Você é corajosa, Sophie, mas coragem em excesso pode ser perigoso aqui — disse com uma calma surpreendente.

— Por que acha que sou corajosa? Seu dote não é forte o bastante para sentir meu medo? — Rebati, mas depois percebi que eu tinha dito as palavras que poderiam me levar para a forca, mesmo assim, ele não perdeu a calma.

— Coragem não significa ausência do medo, e sim enfrentá-lo. Amanhã você não terá aula, Sophie, vá dormir, está tarde para eu decidir o que vai acontecer com você.

 

Capítulo IX - Casa maluca

Soou o toque, e eu enterrei ainda mais a cabeça no travesseiro. Como disse Sean, eu não teria aula hoje, esse é um bom motivo para não levantar da cama.

Então lembrei o que "Mestre Hall" disse sobre a punição. Como ele tinha as chaves de todos os quartos, não queria correr o risco de ele me encontrar dormindo depois de 5:30h.

Quando me levantei uma enorme tontura percorreu minha mente, a minha visão estava tão desfocada como um mergulho em uma piscina, poderia ter sido por eu não ter comido mais nada desde o almoço de ontem.

Tentei recuperar o equilíbrio, sem grande sucesso.

Mesmo sem aula, vesti o uniforme.

Queria contar a Angie o que aconteceu. Mesmo que eu não a conheça bem, me transmite confiança. Porém, não sei se é uma boa ideia confiar nela, deve contar tudo ao Sean.

Esperei algum tempo por um aviso de como seria meu dia, se eu realmente seria punida. Que ironia, sempre acordei com a certeza do que iria fazer o dia inteiro, aqui eu devo aguardar ordens do que farei no dia.

A tontura voltou, eu não posso ficar aqui, eu tenho que ir à Ala Hospitalar.

Eu sentia que estava perto de perder a consciência, saí rapidamente do quarto. Eu podia percorrer livremente Valence se não fosse depois do toque de recolher e fora do horário da aula. Estar na Ala Hospitalar poderia significar "fugir" da punição por um dia. Seria uma boa ideia. Ou não... O lugar é enorme, mas Sean terá conhecimento se eu entrar na Ala Hospitalar, então eu não tinha esperanças.

Os corredores pareciam se mover como em um brinquedo de um parque de diversões no qual minha mãe já tinha me levado, se chamava "casa maluca", o chão tremia, as paredes não eram planas e era quase impossível enxergar algo na escuridão imensa, parece que estou no parque novamente, mas dessa vez não está sendo divertido.

Já ouvi falar em "luz no fim do túnel", mas nunca em "som no fim do túnel". O som do violino do Mestre Holmes estava no corredor, ele era a minha esperança.

Corri até a sala de música. Quando Mestre Holmes me viu largou imediatamente o violino e se aproximou de mim rapidamente para me dar a mão, eu estava quase caindo.

— O que houve, Sophie?

Não consegui processar a pergunta, apenas permaneci olhando para as gotas de chuva  escorrendo na janela. Está chovendo, eu nem havia percebido antes.

— O que houve, Sophie? — Ele perguntou mais alto e segurou meu rosto para eu olhá-lo. — O que está sentindo?

— Parece que está tudo girando.

Ele não disse nada por uns 4 segundos, ficou apenas me observando, tentando descobrir algo, e conseguiu:

— Você se alimentou ontem?

Ele entendeu o meu silêncio, fez cara de impaciência e me puxou para dentro e eu me sentei em uma cadeira do lado da poltrona enquanto ele tirava do bolso do seu paletó uma embalagem de remédio, tirou uma capsula e colocou na minha mão.

— Irá ajudá-la a recuperar o equilíbrio.

Eu engoli o remédio e depois de alguns minutos me senti melhor, o que é muito estranho, pois sempre ouvi dizer que não é bom tomar remédios com estômago vazio.

— Agora você pode me explicar o que houve? — Ele perguntou.

— Não jantei ontem.

— Essa parte eu sei, quero saber a outra parte.

— Que parte?

Ele fez cara de impaciência novamente.

— Sophie, sabe qual é meu dote?

— Não. — Eu adoraria responder o contrário.

— Eu sou observador, percebo os mínimos detalhes em tudo. Eu sabia que você estava escondida ouvindo minha música ontem. Eu sabia que você estava nervosa quando chegou aqui. Você está nervosa e distraída agora. Não finja que nada aconteceu. Eu suponho que esteja preocupada com algo importante. Você se sentiu mal e resolveu vir aqui ao invés de ir à Ala Hospitalar, o que seria mais conveniente. Se fosse lá poderia faltar a aula caso não se recuperasse, mas como veio até mim, receberia uma senhora punição por se atrasar ou ausentar da aula. Tem duas opções: ou você não terá aula hoje, ou esta fugindo. Me conte, Sophie, você não pode esconder nada por muito sem que eu descubra.

Não havia saída.

— Eu sai do meu quarto depois do toque de recolher ontem.

— Por quê?

Voltei a olhar para a janela. Como eu adorava a chuva. Quando minha mãe estava viva fazia chocolate quente e biscoitos nos dias de chuva. Como eu sinto falta de algo doce. Como eu sinto falta dela...

— Sophie, — ele chamou minha atenção — você queria observar a saída para a caçada?

Não diria isso para ele, mas acho que ele percebeu a verdade. Ele pareceu se sentir mal com isso, acho que ele queria que eu o visse diferente dos outros mantrikas completos.

— Seria bom para você evitar essas coisas, deve ser desagradável observar. — Ele disse andando de um lado para o outro. — Você devia permanecer no seu quarto depois do toque, para o seu bem.

Passamos algum tempo em silêncio, pareceu uma eternidade, eu ouvia apenas o som da chuva e de seus sapatos, caminhando de um lado para o outro, preocupado. Até que ele fez a pergunta que eu não queria ouvir:

— Viram você fora do quarto?

Fiz que "sim" balançando a cabeça e sussurrei "Mestre Hall".

Parei de ouvir o barulho dos passos, ele parou imediatamente e quando encontrei seus olhos, estavam assustados, como se fosse a última vez que ele me veria. O mais lógico a fazer depois de observar a caçada era fugir por medo, mas eu não estava com medo, eu estava com raiva de ter assistido a aquela cena. Sem dúvida eu pensaria em fugir, mas tudo se tornou mais difícil depois que me encontraram depois do toque. Eu estava suspensa das aulas, destinada à alguma punição. Realmente havia como fugir?

Então finalmente ouvi passos, mas não eram do Mestre Holmes, vinham do corredor. Ele percebeu e pegou um livro de partituras rapidamente na estante, abriu em uma página qualquer e se sentou na poltrona que estava do meu lado.

Uma mulher que usava um terno feminino preto com o símbolo dos Fierce entrou na sala, caminhou até nós e ficou em pé na nossa frente. Acho que todos que trabalham aqui, fora os Mestres, usam esse uniforme, a bibliotecária também usava.

— Bom dia Senhor Holmes. Esta é Sophie Collins? — Ela disse.

— É sim, pode nos dar um momento? Estou explicando uma matéria para ela.

— Ela precisa ir à...

— Um momento, Chelsea, — ele interrompeu e levantou-se, guiando-a até a porta sem deixá-la falar — se for importante peça para Sean me ligar — praticamente a obrigou a ir embora quando fechou a porta.

Não me pareceu uma boa ideia.

— Se ele me buscar será pior!

— Sophie, Sean agora está na sala dele, ninguém pode tirá-lo de lá, mas ele virá buscar você quando perceber que não está na detenção.

— O que eu devo fazer?

Ele pegou o violino, o arco e começou a tocar.

— Você pode esperar aqui comigo — disse ele tranquilamente.

Como assim? Esperar a condenação à forca?
 


Notas Finais


Sei que ficou pequeno esse cap, mas acho que o próximo vai ser maior...
Se eu demorar para postar é pq semana que vem é semana de provas e eu infartei ao ver a prova de geografia, ou seja, me contem o que acharam, deem sugestões e façam críticas antes disso ok? Rsrsrs
Bjs da yaya <3


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