História Sorte pra nós - O que você ta fazendo aqui com ela?

P.O.V (Thali)

O desentendimento com a Gabie já tinha sido o suficiente para estragar todo meu dia, assim que finalizei a edição do vídeo para o Rafa liguei para o meu irmão e pedi uma carona. Depois de 30 minutos esperando recebi uma mensagem avisando que ele já estava na porta do prédio da Dia, estava esperando o elevador quando o Victor se aproximou.

- Ei Thali! Já se resolveu com a Gabie? – ele perguntou preocupado.

- Victor, você pode entregar essa chave pra ela? E diga que eu não vou dormir em casa e pedi um tempo para pensar. – falei e forcei um sorriso.

Ele não disse mais nada apenas pegou a chave do carro da minha mão e se despediu. Entrei no elevador e sai do prédio o mais rápido que pude, assim que entrei no carro me deparei com o Bruno todo sorridente.

- Demorou hein bonitão? – falei enquanto colocava o sinto de segurança.

- Estava no médico com a Nathi. É tudo tão incrível. – ele me disse bastante emocionado.

Segurei toda a minha tristeza e ouvi tudo o que o meu irmão disse, eu já tinha passado por aquela situação com o Samuel e sei bem como é bom poder compartilhar isso com alguém. Ficamos parados na porta da Dia por quase uma hora compartilhando experiências de médicos e ultrassons, ele realmente estava encantado com aquele mundo.

- Nós podemos continuar a conversar enquanto comemos? – perguntei e sorri.

- Claro! Vou te levar em um restaurante mexicano incrível. – ele disse já ligando o carro.

Ficamos em silêncio até que ele resolve me perguntar o motivo da carona repentina e eu inventei uma desculpa qualquer. Assim que chegamos ao restaurante fizemos o pedido e voltamos a conversar sobre bebês. Quando de repente o Bruno interrompe a minha fala.

- Você convidou a Gabie pra jantar conosco? – ele perguntou encarando para a porta de entrada do local.

- Não. – falei e virei para verificar o que ele tanto olhava.

Foi quando vi a Gabie entrar junto com a Luiza e caminharem para um corredor quando a perdi de vista entrei em desespero. Quer dizer que nós brigamos e ela vem pra um jantar secreto com a Luiza? Já estava vermelha o suficiente quando comecei a ouvir o Bruno me chamar.

- Que foi? – perguntei o encarando.

- Você ta muito vermelha, se acalma. Você não sabia que ela viria? – ele perguntou preocupado.

- Claro que não! – falei e fiz um sinal para o garçom.

- O que você vai fazer? – Bruno perguntou antes do garçom se aproximar.

- O que tem naquele corredor? – perguntei para o garçom que já estava em pé ao meu lado.

- Mesas mais reservadas, senhora. Tem interesse em trocar de lugar? – ele disse educadamente.

- Sim! – respondi e sorri.

- Que é isso Thali? – Bruno me perguntou desesperado.

- Relaxa, Bruno. Podemos ir para alguma mesa reservada? – perguntei para o garçom.

- Só um momento, senhora. – o garçom disse.

Ele sorriu e saiu, em poucos minutos voltou e nos guiou até o mesmo corredor em que a Gabriela entrou, assim que entrei os meus olhos e os da Luiza se encontraram no mesmo instante e pude notar o desespero dela.

P.O.V (Gabie)

Estava em um restaurante mexicano com a Luiza e estávamos falando sobre a Thalita quando notei que ela começou a ficar vermelha e o seus olhos quase saltavam do seu rosto.

- Gabie, Gabie, Gabie! – ela dizia com um tom de desespero.

- Que foi? – perguntei assustada.

- Não olha pra trás, mas a Thalita ta aqui. – ela disse pausadamente.

- Como assim? – falei virando e confirmando que ela estava lá.

- Tinha que olhar? – Luiza perguntou puxando o meu rosto em direção ao dela.

- Desculpa! E agora? – perguntei desesperada.

- Agora você tem que ir lá. – ela disse como se fosse uma ordem.

Então eu levantei e me direcionei até a mesa em que eles tinham sentado, assim que me aproximei o Bruno me recepcionou com um abraço caloroso e um sorrisão, a Thalita me encarava com bico, não levantou para me abraçar e apenas respondeu a minha frase de boa noite friamente.

- Eu quero conversar com você. – falei na frente do Bruno mesmo.

- Eu não quero conversar com você. – ela respondeu com uma voz fria.

- Vou conversar um pouco com a Luiza enquanto vocês se resolvem. – o Bruno falou caminhando e se distanciando da mesa.

A Thalita ameaçou levantar e eu segurei o braço dela e a mantive sentada, então sentei ao lado dela e a encarei nervosa, com os olhos cheios de lagrimas, eu estava desarmada, estava ali demonstrando toda a minha preocupação e a minha vontade em fazer aquela ser a nossa ultima briga. Notei quando o semblante dela mudou a me ver daquela forma e no meu intimo fiquei feliz!

- Eu te amo a cada dia um pouco mais... – falei e sequei rapidamente uma lagrima que escorreu pelo meu rosto.

- O que você ta fazendo aqui com ela? – Thali me perguntou possuída pelo ciúme.

- Estava sem ninguém e precisava desabafar, ela é minha única amiga. Você me abandonou, fugiu como se o nosso casamento não fosse nada! – me expliquei nervosa.

- Fiquei muito decepcionada com nossa conversa na sala de edição, percebi que nós temos pensamentos diferentes do futuro e aquilo me assustou bastante. Eu não queria te abandonar, mas estava com muita raiva e ainda estou! – ela dizia friamente e me encarava ainda com ciúme.

- Thali, isso tudo pode ser conversado, nós podemos entrar em acordo. Eu te amo e eu quero fazer isso dar certo, mas temo que essas nossas brigas nos separe. – falei e involuntariamente comecei um choro silencioso.

- Um bebê não é um acordo, ambas tem que querer, é pra vida inteira. – ela disse e os seus olhos encheram de lagrimas.

Eu podia sentir em cada palavra que ela realmente queria aquilo e que seria difícil fazê-la desistir, eu estava cansada de discutir e queria muito fazer as pazes com a minha esposa então apenas dei o braço a torcer e menti afirmando que gostaria de ter um filho agora e que nós poderíamos buscar ajuda com aquela decisão, no inicio ela não acreditou, mas aos poucos foi caindo na ilusão. Depois de horas conversando nos despedimos do Bruno e da Luiza e fomos juntas para casa, as coisas ainda não estavam como antes, mas só em estarmos juntas era o suficiente para mim.