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História Sorteados em 1971 - Lil e Sev


Escrita por: LadyMary1994

Capítulo 2 - Lil e Sev


Lily Evans não sabia, mas Severus Snape sempre a amou. Desde que a viu pela primeira vez, brincando com a irmã no jardim perto de casa, teve certeza: encontrara a mulher da sua vida.

Ela era a única que alegrava os seus dias de tristeza e sofrimento. Seus pais Tobias e Eileen só sabiam conversar aos berros. Tobias era um homem amargo, frustrado, que não parava em um emprego e ainda por cima casado com uma bruxa e com um filho com os mesmos poderes que os dela. Já Eileen se arrependia todos os dias de ter ignorado os conselhos de seus pais e fugido para viver uma vida praticamente miserável ao lado de um trouxa.

- Quando crescer, filho, não faça como eu. Case com uma mulher bruxa como nós e de preferência, que tenha dinheiro e nobreza.

Mas para Severus, já estava tudo resolvido. Ele vira Lily brincar no jardim e as coisas que ela fazia eram provas cabais de que ela era bruxa como ele. E das boas. Severus era capaz de fazer magia, mas nada tão lindo e incrível como Lily, apenas azarações e maldições que sua mãe lhe ensinara. Ela só tinha um defeito: ser nascida-trouxa. Sua mãe o aconselhara a se casar com uma bruxa sangue-puro, como seus avós que ele nunca conheceu, mas Lily era uma Evans. E não havia nenhum Evans nos tais círculos de elite sangue-puro que sua mãe tanto valorizava. Porém, Severus estava disposto a relevar tudo isso se Lily o aceitasse em sua vida.

O primeiro encontro foi desastroso. Severus sentiu que foi um erro dizer logo de cara que Lily era uma bruxa. Mas para sua surpresa, foi justamente isso que fez Lily o procurar novamente. Ela passara a noite pensando no assunto e concluiu que as coisas que era capaz de fazer não eram comuns às crianças de sua idade.

- Conte mais sobre isso – disse ela, indo até ele no mesmo jardim em que estiveram anteriormente.

- Sobre o quê? – indagou Severus, surpreso, mas ao mesmo tempo, radiante por ela ter voltado.

Com vergonha de si mesma, Lily disse em voz baixa:

- Sobre eu ser bruxa...

Severus sorriu. Não estava tudo perdido, afinal. Lily agora pensava na hipótese de ser bruxa. Ele respirou fundo e começou a falar:

- Você é bruxa, você é igual a mim. Eu também posso fazer algumas coisas que as outras crianças não fazem, coisas diferentes, olhe – Severus esticou a palma da mão sob uma pedra e a fez levitar, deixando Lily boquiaberta.

- Meu Deus! E agora, o que eu faço? Conto aos meus pais?

- Melhor não, talvez eles não entendam. Se entendessem, seriam bruxos também, aí você saberia disso antes de eu precisar lhe contar...

- E os seus pais? Eles sabem?

- Sim. Minha mãe é bruxa também, mas meu pai não, é por isso que ele está sempre com raiva...

As duas crianças ficaram em silêncio por uns instantes. Lily andava em círculos pelo gramado, a cabeça repleta de dúvidas...

- Mas como é possível? Eu ser bruxa e eles não?

- Eu não sei. Ninguém sabe explicar. Dizem que isso pode pular algumas gerações em alguns casos. Mas isso é bem raro. Geralmente, bruxos são filhos de outros bruxos, como foi comigo.

- Uau... – Lily se voltou para o balanço. Foi lá que ela brincou com a irmã na primeira vez que elas se encontraram com Severus.

- Escuta... Naquele dia, você chamou minha irmã de trouxa. O que isso quer dizer?

- Trouxa é alguém que não é bruxo. Como o meu pai, os seus, a sua irmã...

- Oooohhhh... – Severus achava engraçadas as reações de Lily a cada coisa que ele dizia sobre o mundo bruxo. Então, ele fez exatamente o que ela queria: a encheu de informações. A garota ouvia tudo com muita atenção, exceto quando se distraía para olhar o céu, as árvores ou as flores do jardim. Severus seria o seu mentor. E estava se sentindo muito importante com essa missão. Mas Lily também lhe ensinara coisas. Como por exemplo, a linguagem das flores.

- Meu nome significa, literalmente, lírio, que pode ter vários sentidos, dependendo do tipo. Por exemplo, o imperial significa majestade. Já o laranja quer dizer ódio, antipatia... Mas em geral, o lírio representa a pureza.

Severus concordava, achava que nunca encontraria uma garota tão pura quanto ela.

- Como você sabe dessas coisas?

- Eu tenho um livro que explica tudo. Na verdade, nem é bem um livro, e sim um dicionário. Posso te emprestar se quiser.

- Melhor não... Meu pai não vai gostar de me ver chegando com um livro desses em casa...

- Então lemos juntos!

E assim eles fizeram. Aquelas tardes de leitura jamais saíram da memória de Severus, assim como a linguagem das flores e o seu amor por Lily Evans. Estava louco para ir a Hogwarts e passar ainda mais tempo com a menina. Tinha certeza de que seria tudo ainda mais perfeito, afinal, seriam só os dois e mais ninguém.

Mas não foi isso o que aconteceu. Severus e Lily não eram as únicas crianças bruxas a entrar para Hogwarts naquele ano. Também haviam muitas outras, como dois garotos de cabelos negros bastante barulhentos que estavam no mesmo vagão que ele e seu grande amor.

Eles não lhe deram atenção até que Severus defendesse a Sonserina.

- Sonserina? – indagou o garoto de cabelos mais curtos, surpreso – Quem seria o idiota a escolher uma casa tão ridícula como esta? Eu voltaria direto pra casa se isso acontecesse comigo, você também, Sirius?

Sirius, contudo, parecia meio resignado.

- Minha família é toda de lá...

- Caramba! E eu achando que você era um cara legal...

- Ah, mas talvez comigo seja diferente. Você iria pra qual casa se pudesse escolher?

O garoto de cabelos mais curtos levantou-se, brandiu uma espada imaginária e bradou, como se fosse um cavaleiro:

- Grifinória, onde estão os bravos de coração! – Sirius e Lily acharam isso engraçado – Como o meu pai.

Severus não gostou nada de ver Lily sorrir para aquele garoto. Ele o invejou desde o primeiro minuto que o viu: o menino usava vestes muito mais bonitas e elegantes que as suas, aparentava ser saudável e muito bem cuidado. Na certa devia ser sangue-puro. Pelos cabelos, devia ser um Potter. Sua mãe já havia comentado que os Potter tinham cabelos espetados que cresciam por todos os lados e eram praticamente impossíveis de pentear. Foi, acima de tudo, a inveja que fez Severus imitar uma flautulência com a boca, irritando o garoto.

- Algum problema?

- Nenhum... Não tenho nada contra, mas se você prefere valorizar os músculos em vez de cérebro...

- E pra onde você espera ir, já que aparenta não ter nenhum dos dois? – indagou Sirius, quase se levantando para a briga.

Isso fez com que o garoto Potter risse e Lily se zangasse com os dois.

- Vem, Severus, vamos embora!

Severus se levantou contente e foi com ela. Estava louco para mudar de vagão e se livrar daqueles dois. O Potter tentou lhe passar uma rasteira, mas Severus foi mais esperto e desviou.

- Até outro dia, Ranhoso!!! – gritou ele, fazendo o Sirius desabar de rir e gritar:

- Ranhoso! Essa foi boa, James...

Por sorte, eles conseguiram um vagão mais tranquilo, com apenas duas garotas mil vezes mais comportadas do que os garotos do outro vagão: Marlene McKinnon e Hestia Jones. O único defeito é que era perto do banheiro. As duas garotas pareciam distraídas demais na leitura da última edição do Profeta Diário para reparar na verdadeira palestra que Severus estava dando sobre as qualidades e vantagens de ser membro da Sonserina.

A única pessoa que ele fazia questão de que escutasse suas palavras não estava prestando a menor atenção no que ele dizia. Lily não conseguia tirar da cabeça aquele garoto do outro vagão, que dizia querer ir para a Grifinória. Na Grifinória estavam os bravos de coração, foi o que ele lhe falara. E apesar de não querer admitir, Lily achara tudo nele muito incrível: seu jeito, sua beleza, sua voz e suas palavras, que de certa forma eram semelhantes às que seus pais disseram antes dela ir para Hogwarts: “Agora você vai entrar em um mundo novo, mas lembre-se, filha: escute sempre o seu coração”.

Foi exatamente o que ela fez quando passou pelo Chapéu Seletor. Ela fechou os olhos e cinco segundos depois, o Chapéu deu o veredito:

- GRIFINÓRIA!!!

Lily não podia negar: gostou da escolha. Caminhou alegremente até a mesa dos grifinórios, onde foi muito bem recebida, embora tenha feito questão de ignorar um certo Sirius Black que se levantara do banco para que ela pudesse se sentar.

Severus olhava para ela com tristeza. Lily foi para a casa que ele mais odiava. Teve raiva do Chapéu Seletor por que a mandou para lá e ele sentiu que ela estava torcendo para que ele fosse para a Grifinória também.

Mas não tinha como Severus fugir de seu destino. E seu destino era...

- SONSERINA!!!

Seria o momento mais feliz da vida de Severus, se isso não significasse que ele ficaria longe da pessoa amada. As mesas da Grifinória e da Sonserina ficavam em campos opostos, separadas pelas mesas da Lufa-Lufa e da Corvinal. Severus mal conseguia ver Lily de onde estava. Só via o monitor Lucius Malfoy, que lhe parabenizava e dava tapinhas nas costas, assim como outros novatos sonserinos de quem ele logo aprendeu os nomes: Adolf Avery, Coriolanus Mulciber e Evan Rosier. Contudo, nenhum deles se comparava a Lily. Severus temeu que eles fossem separados para sempre, mas a própria garota foi procurá-lo depois do jantar.

- Sev... Olha, eu quero que fique clara uma coisa: Não vamos deixar de ser amigos só porque caímos em casas diferentes, nossa amizade é maior que isso tudo.

Ele ficou feliz com o que Lily dissera, mas ainda assim tinha medo.

- Mas Lil, você lá no meio daqueles grifinórios, pode acabar sendo influenciada por eles e virar uma idio... – a menina não fazia uma cara muito amistosa, por isso Severo se conteve.

- Eu não vou mudar quem sou só por que fui pra Grifinória, e você?

Severo não pretendia mudar. Ele tinha um lado oculto, desconhecido até de Lily, que só poderia ser aprimorado em uma casa como a Sonserina. Mas ele não queria abrir mão dela.

- Eu também não. Amigos?

- Para sempre! 


Notas Finais


Iti malia que amizade fofinha!
Apesar dos defeitos, Severus realmente ama Lily e quer ser mais que um amigo, só é uma pena que um certo grifinório tenha atravessado seu caminho
Esse capítulo está quase igual ao da versão original, a diferença mais importante, óbvio, é a da linguagem das flores, esse foi um dos fatores que me fez reescrever a fanfic, porque para mim, tanto Severus quanto Lily seriam extremamente fascinados por flores e suas simbologias, e isso explicará muita coisa sobre a forma com que ele tratará Harry no futuro.
Espero que estejam gostando e até a próxima!
Enquanto isso, visitem meu tumblr: https://ladymary1994.tumblr.com


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