1. Spirit Fanfics >
  2. Soshite I want your love, I want your hate >
  3. Parte 2

História Soshite I want your love, I want your hate - Parte 2


Escrita por: Nymus

Capítulo 2 - Parte 2


Parte 2

– Serviço limpo. Sua destreza é impressionante. Sempre faz muito bem o que lhe é ordenado, Tat-chan. Sempre fico muito feliz com seu serviço.

O homem tinha falado com sua voz rouca e cansada. Tatsuya Ueda estava ajoelhado na frente dele, as mãos descansando no joelho, em sinal de respeito. Vestia apenas o hakama e seu peito estava a mostra, o imenso dragão tatuado em seu corpo era o sinal que ele era assassino daquela família. Aquele homem, seu chefe, sugeriu que sua tatuagem fosse ampliada. Ele não tinha como negar e havia um certo orgulho em marcar seu corpo daquela forma.

Estava na casa do chefe da família Kumiko. Havia outros homens ali, observando a reunião dele com o chefe. Era uma casa agradável mas Ueda não gostava de ir pra lá. Agora, faria a nova marca e ficaria alguns dias por ali.

Havia perdido a conta de quantas pessoas ele havia dado cabo nesses anos de família. Tinha começado com 17 anos e agora ele estava perto da casa dos trinta. Matar não era um trabalho penoso pra ele. Haviam feito alguma coisa com ele, não sentia nada por retirar a vida de outras pessoas. Era como uma indução que ele não podia evitar.

– Vá agora se marcar. Conversaremos sobre o que seu ato e as consequências. Você não precisa saber sobre isso.

Ergueu-se e fez um gesto de respeito e saiu, para tatuarem a nova marca nele.




Em um mês, ele voltou ao bar no porto. O dono sabia de suas atividades e não perguntava nada. Aquele lugar era mantido pela família, não tinha mesmo o que perguntar. Foi quando voltou pra lá que Ueda lembrou-se de Ryo. Achava que o homem teria esquecido dele depois de sumir por um mês, mas sua surpresa foi quando ele entrou naquela noite.

Ryo estava com o cabelo penteado de lado e vestia um terno caro que lhe caia muito bem. Ueda percebeu que sentiu falta dele e permitiu um sorriso curto quando Ryo foi até o balcão.

– Por quê?

– Não posso explicar.

– Não pode ou não quer?

– Um pouco dos dois. – Ueda lhe serviu uma cerveja. O olhou e viu o olhar de sofrimento dele. Ryo sentou-se no banco e respirou fundo.

– Achei que estávamos... Namorando!

– Eu disse que você fala coisas estranhas pra quem não conhece, Nishikido-kun. Você não me deu ouvidos. Foi apenas uma transa... Uma boa transa.

Ryo não disse nada. Bebeu a cerveja em silêncio e olhou com raiva pro marinheiro bêbado que estava paquerando Ueda descaradamente. Ueda fingia não se importar, ele distribuía sorrisos amáveis a todos. Ryo o estava observando, pensando que talvez, Ueda estivesse incomodado e por isso que tinha sumido. De qualquer modo, sua prioridade era ficar com aquele cara e ter certeza que era ele quem estava procurando. Estava ansioso, ele quase tivera certeza na outra noite, dessa vez, não falharia.

– Ueda-san – Ryo começou quando Ueda foi pra perto dele – Podemos nos ver hoje a noite?

Ueda deu de ombros. Queria dizer que sim, mas achava que era impossível ele ter se encantado com apenas uma noite de amor – que só havia aceitado porque lhe era perfeita as suas reais intenções daquela noite. Ainda conseguiu capturar o olhar de tristeza de Ryo e sentiu-se mal por isso. Afinal, o que havia de errado naquilo tudo?

Quando o marinheiro segurou seu braço, Ueda ficou impressionado com a rapidez que Ryo respondeu. Ele atirou-se sobre o homem para socá-lo no chão. Alguém tentou fazer a briga acabar, garrafas foram quebradas, sangue espirrou. Ouve uivos, um urro de dor, gritos de satisfação. Ueda ainda estava olhando, do outro lado do balcão, seu braço arranhado pelo marinheiro bêbado que agora estava desmaiado no chão. Duas pessoas estavam segurando Ryo para que ele não batesse mais no homem desacordado.

Ryo estava sujo de cerveja e em algum momento, tinha ferido seu supercílio, que agora banhava seu rosto de sangue. Houve reclamações porque a briga terminou e alguém se ocupou em pegar o homem que estava no chão.

Quando ele ficou calmo, os homens o soltaram e Ryo encostou-se ao banco que estava sentado antes. Ueda entregou a ele um pedaço de papel para limpar o rosto sujo de sangue.

– Por que fez isso? – Perguntou com uma voz fria. Ele não precisava de ajuda pra deter bêbados, aquele homem nem ao menos era uma ameaça. Lidar com eles deixava Ueda mais tolerante e por isso, permitia que os homens o tocassem.

– Ninguém encosta no que é meu... Ou no que era meu. Tanto faz.

Perguntava-se a todo momento se Ryo aceitaria o que ele era de fato, o que fazia pra viver. Parecia bom ter uma vida simples, com uma casa com coisas simples, sem ter sangue nas mãos. As coisas não eram assim, ele tinha sido treinado pro que fazia e talvez nunca tivesse encontrado um momento de verdade em toda a sua vida. Ueda queria isso, mas o novo sempre assustava.

Observou Ryo esvaziar a garrafa e deixar o dinheiro no balcão. Ele lançou-lhe um último olhar, que Ueda entendeu como um “adeus”. Com tanta classe e distinção, diferenciando-se das pessoas que estavam naquele lugar, ele apanhou a pasta que trazia, virou-se e caminhou para a porta. Quando o viu saindo por ela, foi que entendeu que não podia acabar assim.

Lançou o pano sujo no balcão e falou alguma coisa enrolada pro dono do bar e saiu correndo atrás de Ryo. O encontrou andando com a mão no bolso indo para longe do bairro portuário. Correu atrás dele e o chamou quando estava bem atrás dele.

Ryo virou-se para olhá-lo. Ueda não pode deixar de rir, sentindo uma felicidade idiota. – Nee, você não faz ideia no que está se metendo.

– Muito pelo contrário, Ueda-san. Eu sei muito bem sobre isso.

O que mais gostava era aquela segurança que emanava de Ryo. Permitiu que ele o puxasse pelo braço, o prendesse contra o peito e esmagasse seus lábios num beijo aflito e cheio de saudades. Quando isso aconteceu, o assassino acalmou-se e entregou-se ao momento. Ryo o convidou a irem a sua casa e Ueda aceitou, o corpo ansioso e seu coração saltitante. Voltou apenas pra apanhar sua mochila e seguiu com o homem.

Pelo o que tinha entendido, Ryo tinha três apartamentos. Aquele era o de Nagoya. Um apartamento grande, limpo e organizado para um homem que vivia sozinho. Como sempre fazia, Ueda olhou em volta antes de sentir-se confiante para entrar no lugar. Havia muitos espelhos como enfeites pela casa, fato que lhe chamou atenção. Mas havia algo de estranho na decoração e talvez pudesse questionar Ryo depois sobre isso. Não havia fotos. Havia quadros mas não tinha fotos. Um homem sozinho sempre teria fotos.

Ryo não disse nada, ele entrou, deixou a pasta de couro em cima de uma mesa, tirou os sapatos e caminhou de meias até o banheiro para limpar seu corte. No caminho, livrou-se do blazer e afrouxou a gravata, abrindo os primeiros botões da camisa de um branco perfeito. Ueda retirou as botas, deixou sua mochila perto da porta e o seguiu. O banheiro era grande, com uma banheira espaçosa e um box largo. Ele estava gemendo, tentando limpar o corte com um papel molhado e Ueda divertiu-se com a cena. O fez sentar então na escada de quatro degraus pra banheira e tratou de limpar o corte, seus rostos próximos, o olhar de Ryo em seu rosto. Ueda ficou entre as pernas bem abertas de Ryo, curvado e bem próximo para limpar bem o ferimento.

– Você tem jeito com isso, Ueda-san. – Ryo gracejou quando notou o olhar sério de Ueda.

– Não é tão difícil quanto parece. Vou conseguir fazer isso melhor se ficar parado. – Ueda respondeu com um sorriso, sua franja caindo sobre seu olho. Ryo afastou a franja e deslizou a ponta do dedo pelo rosto dele.

– Está doendo.

Ueda sorriu e Ryo retribuiu o sorriso, suas mãos indo pra cintura de Ueda, acariciando sua pele com cuidado. O assassino contorceu-se e o olhou com falsa raiva. Seu corpo acendia-se com facilidade ao toque dele, o que era ao mesmo tempo bom e preocupante. Ele pensou que não seria nada distrair-se um pouco com Ryo.

– Se continuar com isso, não vou conseguir limpar o corte.

O aviso não serviu de nada, Ryo estava abrindo sua calça sem algum pudor. Tocou seu sexo ainda coberto pela roupa íntima e ergueu os olhos maliciosamente pra Ueda.

– Mas já está duro assim, Ueda-san?

Sentiu o rosto em chamas. Não impediu Ryo quando ele abaixou sua calça até o joelho e quando ele esfregou seu rosto contra seu sexo ereto. As mãos de Ryo apertaram sua coxa por cima da tatuagem que descia por sua perna esquerda. O homem não comentou nada a respeito do desenho, parecia fascinado em colocar o membro na boca e tomá-lo com um vigor experiente.

O corpo de Ueda ficou mole, a pinça e o algodão foram no chão, juntamente com um gemido de aprovação dele. Segurou os cabelos negros, de fios espessos e macios e o apertou contra seu corpo, para que ele continuasse o que estava fazendo. Seu corpo reagia facilmente, entregue e submisso. Murmurou aflito que ia gozar e então os lábios de Ryo afastaram-se dele e com habilidade, sua mão fechou no sexo dele e impediu o ato.

Ueda abriu os olhos e encontrou o olhar raivoso de Ryo abaixo dele. Tentou entender o que ele estava fazendo, o impedindo daquele jeito. O rosto dele ainda sujo de sangue e o corte não tinha sido fechado.

– Senti tanto sua falta. – Ryo murmurou. – Você foi tão cruel comigo. Eu passei muito tempo procurando por você e quando finalmente te achei, você some? Muita crueldade.

Estava ser fôlego para dizer alguma coisa. E o pouco ar que restava fugiu com um gemido alto quando a outra mão de Ryo o tocou e sentiu os dedos dele dentro do seu corpo. O ouviu murmurar coisas indecentes com aquela voz que fazia o corpo inteiro de Ueda estremecer. Sentiu as leves mordidas dele em sua cintura. As pernas já não eram capazes de suportar o peso e Ueda estava se curvando lentamente. Caiu de joelhos no degrau da banheira e gemeu novamente.

Sua mão foi para tirar a mão que estava em seu sexo e Ryo cravou os dentes em seu pescoço depois de murmurar que não ia soltar. Naquela posição, não havia mais como os dedos continuarem dentro dele. Assim, enquanto Ryo mordia o pescoço de Ueda, a mão agora livre estava abrindo sua calça. Ryo forçou Ueda pra cima e contra a pia de mármore negro. Suas mãos bateram contra o imenso espelho do banheiro e ele apenas vislumbrou o olhar perverso de Ryo, afastando suas pernas, antes dele entrar em seu corpo com uma estocada violenta.

A mão fechada em seu sexo agora estava soltando-se, acariciando-o lentamente. Ueda finalmente pode gozar e sentiu suas coxas sujas com o gozo de Ryo. Ele estava respirando rápido, olhando pra baixo e Ryo o fez erguer a cabeça, puxando-o pelo cabelo. Eles se olharam pelo espelho, os dois corados e satisfeitos.

– Veja bem, Ueda-san. O ciúme, o ódio e a saudade são poderosos afrodisíacos. Eu não quero machucá-lo, mas vou fazer isso se sumir novamente.

Ueda não disse nada e sorriu. O homem beijou seu rosto e afastou-se. Ueda ainda o olhava pelo espelho, quando Ryo tirou a calça que vestia, agora suja devido ao sexo e permanecia apenas com a roupa íntima e a camisa branca. Ele tocou seu corte e fitou o corpo de Ueda ainda naquela posição, levemente inclinado.

– Melhor tirar essa calça, Ueda-san. Eu vou lavar pra você. – Ryo aproximou-se e retirou sua calça e peça íntima e lançou no canto do banheiro. – Talvez seja melhor dar um banho em você...

Ele não era contra a ideia do banho, mas não faria nada até chegar aquele corte que tinha voltado a sangrar e manchava a camisa branca. Assim, ele voltou-se para Ryo e terminou de limpar o corte e fez um curativo ali. Guardou a caixa de primeiros socorros notando que ela nunca fora usada antes, parecia com aquelas que os hotéis deixavam a disposição dos clientes nos quartos. Sua desconfiança sumiu quando ele ajudou a tirar a camisa suja de Ryo, seus olhos contemplando o corpo maravilhoso dele.

– Você tem uma bela tatuagem na perna. – Ryo comentou, o pressionando contra a pia, sua boca exigindo beijos que deixavam Ueda desnorteado. As mãos dele foram pra blusa que Ueda usava e a subiram até o peito. Ryo afastou-se para olhar e viu a tatuagem que cruzava o peito dele. Ueda não o impediu, quando ele tirou a blusa e seus dedos deslizaram pelo imenso dragão tatuado, que se enrolava no tórax de Ueda e que agora, sua cauda seguia por sua perna esquerda. – É uma tatuagem yakuza. – Afirmou com uma voz que soou estrangulada, como se ele estivesse emocionado, e fitou Ueda nos olhos. – O que significa, Ueda-san?

O choque por ele não parecer surpreso atordoou Ueda. Um dragão yakuza só podia significar uma coisa: assassino. Havia os kanjis da família Kumiko marcados. Ainda assim, Ryo continuava com o corpo colado ao dele, suas mãos acariciando a pele tatuada, seus olhos fitando o dele. Ele estava esperando uma resposta e Ueda sorriu, beijando os lábios dele. Talvez pudesse adiar aquele momento. Ryo pareceu não se importar já que o puxou pra dentro do box e voltou as carícias sensuais.

Ueda estava gemendo, sentindo o terceiro orgasmo desde que entrou na casa de Ryo e foi quando seus sentidos o avisaram do perigo. Antes que ele pudesse reagir, Ryo espetou alguma coisa nele. Tentou empurrá-lo e saiu do box, a visão turva. Seu corpo sentiu o efeito da poderosa droga e ele tombou na saída do banheiro. Seus olhos estavam fitando a linha do chão e ele não conseguia nem ao menos, virá-los. Estava completamente paralisado. Escutou enquanto Ryo desligava a água do chuveiro e vestia um roupão.

Ryo apareceu na sua visão, ajoelhando-se no chão e o fitando com um olhar sério.

– O Dragão abaixou sua guarda não foi? Gemeu tanto, tão perdido em seu próprio prazer que se esqueceu completamente de sua segurança. Eu inspiro isso ne? É uma pena que tudo termine assim, Ueda-san. Realmente foi prazeroso transar com você. – Ryo fez o corpo duro de Ueda virar-se e sentou-se em cima da cintura dele. Tirou do bolso do roupão uma pequena pistola com silenciador e olhou pra arma e depois para Ueda. – Ninguém me contratou. Isso é algo pessoal, se é isso que está perguntando. Certa vez o Dragão da família Kumiko atirou em um pedestre porque ele estava na frente do seu verdadeiro alvo. Isso foi há quatro anos. Você atirou no meu namorado... O nome dele nem apareceu nas matérias e ele foi tratado como apenas um azarado por estar ali. – Ryo olhou novamente pra arma. – Eu achei que ele merecia mais... E na verdade, merece. Por isso que eu passei quatro anos da minha vida atrás de você, não posso falhar agora. Queime em algum inferno, maldito Dragão.

O homem encostou a arma em sua cabeça e apertou o gatilho.





Fim. '-'



Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...