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História Sou Alaska - Bicho de 7 cabeças e a culpa é das Igrejas.


Escrita por: ppacespearb

Notas do Autor


num resisti e vou postar esse e o próximo capitulo que é o que eu mais curti escrever até agora.

esse é relativamente curtinho. e eu adoro a música que é título desse cap.

DESCULPA QUALQUER ERRO DNV.

Capítulo 3 - Bicho de 7 cabeças e a culpa é das Igrejas.


Descendo um pouco após aquela merda de árvore atrás dos dormitórios havia um pedaço que talvez fosse um início de uma quadra de areia, e provavelmente a U.A. não havia tido orçamento o suficiente para terminá-la.

Lá estavam eles, pelo terceiro dia seguido, os dois que nunca em nenhuma circunstância qualquer aluno daquela instituição imaginaria vê-los juntos. Ainda mais numa situação como aquela.

Bakugou estava apoiado em um dos joelhos, encarando um pedaço de papelão, onde Deku havia escrito com sua caligrafia infantil bem no meio “vitima”. Katsuki suava como se estivesse no mais difícil dos treinos, na verdade, estava transpirando até mais do que se tivesse em um. Ele brigava com as palavras que saiam como rosnados da sua boca.

– A... senhora... vamos... comigo... AGORA. – Era como se ele fosse uma besta vindo das profundezas do inferno, soltando grunhidos ininteligíveis, uns mais altos outros mais baixos como murmúrios.

Midoriya encontrava-se sentado em uma pedra observando aflito, mas não conseguia conter um pequeno sorriso às vezes, já tinha conseguido uma pequena evolução, no dia anterior Kacchan havia explodido todos os papelões. Inclusive alguns pedaços queimados ainda voavam quando algum vento batia.

– Esqueceu de perguntar o que ela tem, como ela se sente e onde dói, Kacchan. E sempre se lembre de dizer para ela se acalmar. Não se esqueça de sorrir... – Midoriya fez um gesto com os dedos nas próprias bochechas indicando o próprio sorriso.

– Vá se foder seu nerd maldito.

Aquilo definitivamente não era para ele, o loiro se sentia visivelmente constrangido, era como se não fosse natural. E não era. Ele não sabia como era tratar as pessoas de maneira lisonjeira. Sua mãe sempre lhe dirigiu aos berros e palavrões, seu pai nunca tentou lhe ensinar boas maneiras, e quando pequeno achavam seu comportamento rude “fofo e original”. A única coisa que sua mãe lhe ensinara era: ele tinha que ser o melhor, o número um, e se não fosse era melhor que estivesse morto. Pelo menos era o que ele havia entendido no domingo passado.

Sentiu um leve desconforto ao lembrar daquilo, e ao lembrar que era sexta-feira, ele teria que encará-la de novo.

– Acho que já chega por hoje, Deku. – Murmurou levantando. Por alguns segundos cogitou fugir, se mudar, largar toda aquela merda pra lá, desistir de algo que talvez nem fosse o que realmente desejava, ir viver no interior longe de tudo aquilo e perto de si mesmo. Cerrou os punhos bufando, frustrado, chutou o papelão ao invés de explodi-lo.

– Mas, nós mal começamos, Kacchan...

– Eu não to com cabeça, porra.

Midoriya conseguia visualizar um pouco o motivo, o esverdeado já tinha as malas prontas para visitar sua mãe, inclusive sentia saudades dela. Apesar de se sentir confortável longe das asas maternas tinha um apego peculiar e os finais de semana ao lado dela eram agradáveis.

Ao contrário dos de Katsuki. Que passava grande parte do final de semana trancado no quarto para não ter que encarar a própria mãe, que subitamente durante o final de semana arrombava a porta aos berros bêbados, isso quando o loiro não passava a noite em claro quando a mãe saia provavelmente em alguma casa de jogos clandestina. A calmaria de saber que não seria maltratado com palavras era falsa dando lugar a uma inevitável preocupação. E seu pai era como se o mesmo não existisse de qualquer maneira.

– Kacchan... sei que talvez seja difícil, no início, mas, você verá. É como instinto, sabe? E quando conseguir. Vai sentir. E uma sensação é bem boa. – Midoriya levantou-se também, limpando a calça surrada com as palmas das mãos. – Vou te liberar só porque hoje é sexta. – Não se conteve.

–Ora seu... – Por incrível que pareça não sentiu vontade de estalar suas pequenas e ameaçadoras explosões nos dedos, e outro fato incrível e quase inenarrável foi que realmente se sentiu repreendido pelo olhar daquele nerd maldito. É, o esverdeado estava sendo um bom professor, talvez.

– Vai pra casa esse final de semana de novo? – Eles subiam a pequena colina que não era muito longe dos dormitórios. Inclusive apenas servia para esconder aquele quase campo de areia.

– Tá me perseguindo, seu bastardo?

– Nós vamos embora todos no mesmo ônibus, Kacchan, é natural notar ou não sua presença nele.

Como medida de segurança a U.A. levava seus alunos para seus lares em um dos seus ônibus, deixando cada um em sua respectiva residência, e depois os buscava. Era raro quando Katsuki estava nele, normalmente ficava enfurnado no dormitório, dizendo que precisava treinar para conseguir a provisória. Mas, a verdade era que só se sentia mais confortável ali, na sua solidão, sem aquele monte de paspalhos idiotas azucrinando a sua cabeça, e principalmente sem Mitsuki.

– Masaru tem me ligado todos os dias me implorando pra ir, Mitsuki anda meio surtada. – disse com indiferença e como sempre os chamando pelos nomes, como se fossem estranhos.

Mitsuki Bakugou era como um maldito bicho de sete cabeças, cada uma com reações e personalidades diferentes, uma besta indomável por conta do álcool. Há alguns meses atrás havia se acalmado, e estava frequentando uma clínica, Katsuki conseguia até ter um rastro de conversa decente que fosse com ela, mas a situação piorou depois que o primogênito e filho único começou a morar nos aposentos da U.A., Masaru era incapaz de controlá-la e a cada dia que o filho passava longe ela ficava ainda mais colérica. Era uma situação deveras intragável e um fardo cada vez maior para Katsuki, sentia que a qualquer momento desmoronaria com o peso da situação. Era impossível tentar ser luz no meio àquela escuridão.

Involuntariamente Deku colocou sua mão sobre o ombro do seu atual rival, em um aperto terno, de como quem diz que está ali caso ele precisasse conversar a respeito. E Katsuki não pareceu achar ruim, inclusive sentiu vontade de segurar aquela mão apoiada em seu ombro.

Mas que diabos? Que caralho estava pensando. Segurar a mão daquele nerd de merda? Como se precisasse da piedade daquele bastardo maldito.

– Tsc. – bufou e apertou o passo desvencilhando-se do toque do menor, que ficou para trás.

Midoriya continuou encarando um tanto quanto estático as costas de Bakugou que se afastava cada vez mais rápido.

A vontade densa de alcançá-lo martelava seu peito.

Por que sentia uma inevitável vontade de abraçá-lo?


Notas Finais


música que dá título ao cap: https://www.youtube.com/watch?v=0yyTG-8EM6I

<3


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