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História Soukoku AU: Escapism - Livre


Escrita por: DoubIeBlack , Biagawa e SemanaSoukoku

Notas do Autor


Finalmente, chegamos ao último capítulo de Escapism.
Então deixaremos as despedidas para as notas finais. Vamos logo ao que interessa!

⚠️ ATENÇÃO PARA OS AVISOS DE GATILHO
Não haverá nenhuma descrição explícita, mas faremos menções a relacionamento abusivo, automutilação, suicídio e estupro. Nossa intenção não é chocar ou entreter usando esses temas, e sim trazer reflexões por meio dos sentimentos, pensamentos e ações dos personagens envolvidos.

TEMA DO CAPÍTULO 07 - Final
Livre.

Desejamos uma boa leitura.

Capítulo 7 - Livre


Fanfic / Fanfiction Soukoku AU: Escapism - Livre

15 anos depois...

 

— Vamos logo com isso, pirralho, ou você vai se atrasar. — Dazai disse com um pequeno riso, se encostando no batente da porta do quarto. Era um quarto não muito grande, com uma cama de solteiro, um guarda-roupa e uma escrivaninha, com vários pôsteres colados nas paredes.

O garoto de cabelos vermelhos estava terminando de fechar sua mala, se voltando para o mais alto com a testa bem franzida.

— Eu não sou mais um pirralho, seu velho! Já tenho 18 anos, esqueceu?

— Bom, continua um pirralho pra mim, fufu.

Fumiya, agora com 18 anos, tinha se tornado um belo adolescente. Naquele momento, tinha os cabelos ruivos curtos penteados para trás. Usava uma regata com uma estampa de uma banda de rock, com uma corrente no pescoço. Vestia bermuda jeans e suas unhas estavam pintadas de preto.

Sua voz tinha engrossado consideravelmente em decorrência daqueles anos, afinal, já havia se tornado um rapaz.

Assim que terminou de arrumar a mala, o ruivo a pegou com um dos braços, erguendo-se para mostrar a língua para Dazai.

— Pronto, múmia seca.

— Ah, mal posso acreditar que o meu garotinho está indo para a universidade! — O moreno dizia emocionado, se aproximando de Fumiya para olhá-lo melhor. Como Dazai havia previsto, o garoto não passava dos 1,60 m de altura, ainda que tivesse esperança de crescer.

— Pare com isso. — Respondeu Fumiya revirando os olhos. Sempre ficava sem jeito quando Dazai fazia aquele tipo de coisa.

— Tem certeza que vai ficar bem sozinho? Tóquio é uma cidade totalmente diferente de Yokohama.

— Eu sei me cuidar, pai. — Disse o garoto com um bico nos lábios. — Me ajude com a outra mala.

Dazai assentiu com um sorriso, até que ouviram uma buzina do lado de fora da casa. 

— Oh, o táxi chegou. — Osamu dizia enquanto pegava uma segunda mala do ruivo, seguindo o mais novo para fora do quarto. Mas quando os dois foram até a entrada da casa, Dazai fez com que Fumiya parasse diante da porta.

O garoto ruivo ergueu os olhos para ele.

— Vá se despedir do seu pai.

Nesse momento, uma terceira pessoa aparecia na sala.

Chuuya estava ali, sentado em uma cadeira de rodas e uma expressão cheia de orgulho por ver o filho se tornar independente.

Podia chorar ali mesmo, se não fosse o seu orgulho.

Fumiya se aproximou então do outro ruivo, parando na frente dele enquanto desviava o olhar. Não era bom em despedidas, pois tinha herdado isso de Chuuya.

— Então... Falô.

— Se não se despedir direito, eu soco a sua cara, moleque. — Disse Chuuya de maneira irritada, estendendo os braços para que Fumiya pudesse se inclinar e abraçá-lo.

Naquele momento, o mais velho sentiu novamente que poderia chorar, mas se conteve.

— Amo você, Fumi.

— Também amo você, pai...

Chuuya então o apertou um pouco mais forte entre os braços, como se por um momento, não quisesse deixar o seu menininho ir.

Mas então, finalmente tomou coragem para soltá-lo, e permitir com que o garoto vivesse a própria vida. Sabia que coisas incríveis o aguardavam agora em Tóquio.

Assim, os dois se despediram, e Fumiya precisou desviar o rosto para limpar os olhos rapidamente, sem que ninguém o visse chorando.

Mas nesse exato momento o garoto era pego por trás por Dazai, que bagunçava os cabelos que Fumiya havia passando tanto tempo para arrumar.

— Cadê o meu abraço? Hein? Hein?

— Não vou te abraçar, bambu enfaixado. — Ele resmungava, mas não tinha outra opção além de se render aos braços do Osamu.

Depois que o Dazai o apertava bastante, finalmente o soltou, quando mais uma vez ouviram o táxi buzinar do lado de fora. Em seguida o moreno se colocou a ajudar o filho a levar as malas para o carro. Dali, Fumiya iria até a estação para pegar um trem que o levasse para Tóquio.

Com Dazai e Chuuya agora na porta de casa, os dois acenavam para o filho, que acenava de volta para eles antes de entrar no carro.

E se despediram assim, vendo o filho partir rumo a sua própria vida, deixando para trás seus pais cheios de tristeza por vê-lo ir embora, por mais que estivessem muito orgulhosos também.

Quando o táxi partiu, Chuuya ergueu os olhos para cima e viu Dazai fungando, enquanto limpava algumas lágrimas.

— Ele cresceu rápido demais! — Dizia de maneira bastante dramática. — Não quero mais brincar disso. Quero que ele volte a ser criança!!!

— Pare de drama, isso não combina com você. — Chuuya respondia emburrado, embora logo virasse com o rosto para também limpar as lágrimas. — Vem, vamos voltar para dentro. — Dizia antes de se virar com a cadeira de rodas, voltando então para dentro da residência.

15 anos haviam se passado desde que tinham se conhecido, se apaixonado, e Chuuya quase havia perdido a vida para Ougai Mori.

Naquela noite, Chuuya havia se vingado de todo mal que aquele homem havia lhe provocado. Contudo, a vingança cobrava seu preço na forma de um tiro nas costas, dado pelo próprio Mori antes de morrer.

Mas Chuuya havia sido salvo.

Salvo por Dazai.

Felizmente, fora levado para o hospital a tempo, ainda que sua condição fosse grave. Precisou de uma cirurgia de emergência para retirar da bala alojada em sua coluna, e mesmo que tivesse a vida poupada, a consequência de seus atos o levaram a perder os movimentos de suas pernas, de maneira irreversível.

Quanto a Mori, este havia morrido no local e, depois de sua morte, uma série de investigações começaram envolvendo o seu nome.

Assim, foi uma questão de tempo até que seus escândalos viessem a público. Casos de corrupção, assédio, extorsão e pedofilia. Além disso, ficava comprovado que Chuuya havia sofrido um relacionamento abusivo nas mãos daquele homem, por meio do depoimento de Ryurou Hirotsu, seu antigo mordomo, que havia sido a pessoa que mais presenciou os abusos.

Mas Chuuya demorou a acordar para saber as novidades, sem também sequer ver o moreno que sempre dormia ao lado de sua cama, zelando pelo seu sono.

Chuuya só vinha a acordar um mês depois.

Acordava para a sua nova vida.

E a primeira coisa que viu, foi o sorriso mais lindo que Dazai poderia ter em seus lábios.

Após todas as comprovações de abusos e crimes de Mori, Chuuya era isentado pelo assassinato, uma vez que havia se configurado como legítima defesa. Por serem casados, Chuuya também teve direito a uma parcela da herança do falecido, contudo, o ruivo decidiu reverter todo o dinheiro para instituições de abrigos para vítimas de violência doméstica.

Quando Chuuya finalmente deixou o hospital, Dazai também decidia recomeçar com sua nova família. Vendeu seu antigo estabelecimento para poder abrir um novo, em outro lugar, além de se mudarem para uma casa mais acessível para Chuuya, uma vez que agora ele precisaria de uma cadeira de rodas.

Com toda a repercussão do caso, a história dos dois amantes ficou conhecida na cidade e, com isso, sua floricultura se tornou popular. O negócio prosperou, e foi crescendo até que a Aki Flowers se tornasse uma das melhores de Yokohama.

E depois de tudo daquilo, os dois juraram que nunca mais iriam se separar, e apenas um ano após o acidente, Dazai e Chuuya se casaram. Além disso, Osamu também adotara legalmente Fumiya como seu filho.

Mas agora, 15 anos depois, com a partida de Fumiya para a faculdade, o casal de pais tinha o sentimento de missão cumprida. Afinal, tudo o que tinham feito até ali fora pensando no futuro do garotinho, fruto do amor que havia entre eles.

— Agora temos a casa só para nós. — Assim que fechava a porta da frente, Dazai se voltava para o marido com um grande sorriso no rosto. — Podemos transar em todos os cômodos da casa, sem nos preocuparmos.

— Não quero sair transando por aí. — Chuuya disse em reprovação. Já estava sentindo a falta de Fumiya, mesmo que ele tivesse saído apenas há poucos minutos.

Sabia que aquela seria mais uma grande mudança em sua vida, afinal, agora eram apenas ele e Dazai. E não que não estivesse ansioso para compartilhar uma vida a dois com o homem com quem havia se casado, apenas temia se sentir um fardo para o marido.

Afinal, ainda dependia de outras pessoas para fazer certas coisas, e aquilo era algo que realmente incomodava ao ruivo. 15 anos tinham se passado, e mesmo que fosse um tempo considerável para se adaptar às novas condições, a verdade era que sentia falta de andar.

E mais do que isso, sentia falta de dançar.

Aquele sentimento vinha se intensificando nos últimos meses, especialmente com a partida de Fumiya se aproximando. Chuuya voltava a se sentir preso, e sentia falta da sensação de liberdade que dançar e se vestir como Tsubaki lhe trazia.

E aquilo era algo que nunca havia comentado com Dazai, pelo simples fato de não querer preocupá-lo. Porém, se o moreno já era capaz de saber tudo o que se passava com Chuuya logo quando se conheceram, agora, após 15 anos juntos, era praticamente impossível esconder alguma coisa daquele homem.

E quando o ruivo se deu conta, Dazai havia simplesmente desaparecido da sala, sem dar qualquer satisfação. Chuuya então seguiu com sua cadeira de rodas até o quarto, desconfiado. Sabia que quando Osamu desaparecia daquela forma, era porque ele claramente estava aprontando alguma.

— Ei, idiota. — Chuuya chamava por ele, até chegar no quarto de casal, no qual dividia com seu marido. — Que diabos está fazendo? — Procurava por Dazai, mas ele não estava no quarto. Contudo, algo logo lhe chamou a atenção.

Havia um embrulho sobre a cama, algo que Chuuya tinha certeza que não estava lá mais cedo. Ao se aproximar, viu que se tratava de uma espécie de presente, já que havia um bilhete de Dazai preso ao mesmo.

 

“Era para ser o seu presente de aniversário, mas eu pensei melhor.

Espero que goste. Com amor, O.D.”

 

O ruivo acabava arqueando uma das sobrancelhas, puxando então o tal embrulho para colocá-lo sobre o seu colo, onde podia começar a abri-lo. Estava curioso, afinal, Dazai era completamente imprevisível. Aos poucos, ia desfazendo o embrulho, até que pudesse ver a caixa que havia por baixo dele.

Se tratando de uma caixa branca, sem rótulos, Chuuya não teve outra escolha além de também abri-la. Agora queria descobrir logo qual era o seu conteúdo.

A primeira coisa que viu ao abrir a tal caixa, foi um tecido de seda preto. Mas conforme o ruivo foi puxando aquele tecido, pôde ver que se tratava de um belo quimono, com várias camélias vermelhas bordadas. Era quase como voltar no tempo, e estar diante de um dos quimonos que costumava usar, quando fazia suas apresentações como Tsubaki.

— Não precisava fazer isso... — Disse com um suspiro.

Não havia se desagradado com o presente, mas não via mais nenhuma utilidade nele, uma vez que não podia mais dançar. Chuuya suspirou, mas foi ao remexer um pouco mais no tecido que viu um segundo bilhete cair sobre o seu colo.

Tornando a franzir a testa, pegou o pequeno cartão para poder lê-lo.

 

“Ainda não acabou, hihi.

Quero ter certeza que o quimono serviu. Então você terá que vesti-lo.

Depois disso, venha me encontrar”.

 

— Esse idiota acha que pode ficar brincando comigo... — Chuuya resmungou, olhando do cartão para o tal quimono que havia acabado de ganhar. Hesitou por um momento, já que não fazia aquilo há 15 anos. Mas sabia que Dazai deveria ter um motivo bem especial para fazer aquele pedido.

Em seguida, Chuuya passou a tirar a própria roupa para poder vestir seu novo quimono. Colocava-o sem muita dificuldade, apesar das limitações de seu corpo.

Uma vez vestido, Chuuya seguiu até o guarda-roupa do quarto, onde havia um grande espelho, revestindo o interior de uma das portas do móvel. Ali, teve um deslumbre de si mesmo, agora de quimono. O caimento do tecido era perfeito, e de maneira inconsciente, Chuuya se sentiu bonito.

Dando um pequeno sorriso, acabava por soltar seus cabelos ruivos, deixando com que caísse sobre seus ombros. De alguma maneira, sentiu como se Dazai quisesse que Chuuya visse a si mesmo, como ele o via.

Tendo então aquele pensamento em mente, o ruivo achou que era hora de encontrá-lo.

Movendo a cadeira de rodas, Chuuya então se virava, deixando o quarto logo em seguida. Mas assim que adentrou ao corredor, teve mais uma surpresa.

Lá, havia várias pétalas de flores sobre o chão. Dazai era tão sorrateiro que havia feito aquilo enquanto Chuuya ainda estava no quarto, e o ruivo sequer o tinha ouvido.

Ainda que achasse aquilo um pouco brega, o ruivo acabava dando mais um sorriso por ver o esforço do marido. E assim passou a seguir o caminho feito pelas pétalas das flores, empurrando a cadeira até que chegasse a sala, onde a trilha terminava.

Encontrava Dazai então ali em pé, vestindo um terno branco, com um belo buquê de camélias vermelhas nas mãos.

Vê-lo na sala, vestindo-se de forma tão elegante, fez com que Chuuya sorrisse, até que ele parar com a cadeira de rodas de frente para o moreno.

— É mesmo um idiota... — Falou baixinho e com os olhos levemente marejados enquanto o olhava um pouco sem graça. — Não precisava ter feito tudo isso...

— Precisava sim. — Dazai dava um pequeno sorriso, aproximando-se de Chuuya para entregar as flores para ele. — Você está lindo com esse quimono.

— Obrigado... — Falou com o rosto corado, pegando as flores enquanto abaixava levemente o rosto, envergonhado com aquele elogio. — É como o nosso primeiro encontro...

— É. — Dazai dava um sorriso ainda mais bonito. — Mas ainda não acabou. — E então dava alguns passos para trás, indo até o aparelho de som que havia na sala. Quando apertava o play, uma música lenta começava a tocar.

Era a música que Chuuya costumava a dançar na boate.

E ouvir aquela música surpreendeu o ruivo, que sentiu mais uma leve tristeza o consumir. Foi como se por um momento pudesse reviver o exato dia em que dançou para Dazai na boate, vestido de Tsubaki.

— Dazai... eu adorei tudo isso, mas... eu não posso mais dançar como antes...

Foi quando o moreno tornava a se aproximar, pegando o buquê de flores das mãos de Chuuya para colocá-las de lado.

Em seguida, sem nenhum aviso, ele pegava o ruivo em seus braços, fazendo com que ele encostasse a cabeça em seu ombro enquanto o segurava bem firme pela cintura. As pernas imóveis de Chuuya se apoiavam sobre os pés de Dazai, que apesar de não o sustentarem, podiam se mover conforme o moreno as movesse.

— E se dessa vez eu dançar com você?

— E-Ei! Eu vou cair assim, Dazai! — Resmungou o menor ao se agarrar no outro com os braços, temendo por de fato cair por não conseguir se manter em pé, ainda que Dazai não fosse deixar aquilo acontecer, já que sustentava o corpo do menor com bastante facilidade.

— Não vai cair. — Dazai dava um pequeno riso, trazendo Chuuya para o centro da sala. Em seguida, o moreno começou a mover com o corpo suavemente, como se dançasse conforme o ritmo da música, com Chuuya nos braços. Suas pernas se moviam bem lentamente, de modo que os pés do menor pudessem ser movimentados no mesmo ritmo.

Quando se sentiu seguro para se manter nos braços de Dazai, o ruivo aos poucos foi relaxando com o corpo, sentindo Dazai movê-lo lentamente pela sala. A música preenchia todo o cômodo, ao mesmo tempo que ele deitava a cabeça sobre o peito do moreno, fechando os olhos lentamente.

Agora na escuridão, era como se Chuuya se sentisse como quando dançava em cima do palco. Podia ver as luzes, a fumaça que sempre preenchia o local quando ele entrava em cena. Podia se ver dançando como Tsubaki, com suas pernas e seu corpo se movendo sobre o palco no ritmo da música.

Em Chuuya, Dazai havia encontrado um motivo para viver.

E em Dazai, Chuuya havia encontrado a sua liberdade.

Agora podia se sentir livre, da forma que sempre desejou.


Notas Finais


E chegamos ao fim de mais uma Fanfic.
Escapism foi uma experiência incrível para nós. Foi muito, MUITO, corrido mesmo, já que coincidiu com os capítulos finais de Pacific, além de ser uma história com postagens diárias.
Mas foi uma experiência maravilhosa, e nós só temos a agradecer pelo feedback que recebemos.
Sem vocês, leitories, nada disso seriam possível.

Também gostamos muito de trabalhar com o angst e os temas da Semana.
Foi realmente bem legal e gostamos do resultado final (confesso que rolou algumas lágrimas aqui nos bastidores também, hihi).

Enfim, muito obrigado a você que acompanhou essa história!
Nos vemos em uma próxima Fanfic. ❤️

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