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História Soulmate - Através de Você


Escrita por: ArsLilith_ e Yayabs

Notas do Autor


Ossslaaaaaaaaaa

Alguém chegou mais cedooo galerinhaa
SKSKSKSK

Esse horário está bom?

Porque é um horário que eu consigo fazer pelo fato do intervalo aqui no técnico. SKKSKSKS

Eu to feliz com esse capítulo, meu deusss. Espero que gostem gentii

Boa leitura

Capítulo 35 - Através de Você


Fanfic / Fanfiction Soulmate - Através de Você

Foi olhar em teus olhos que eu me perdi

Foi sentir tua boca que estranhamente  eu me encontrei

Mas foi estar em teus braços que eu senti quem eu sempre quis ser



 

As lágrimas grossas rolavam pelo rosto avermelhado, enquanto aos tropeços, o ômega caminhava pelas ruas daquele vilarejo. Youngjae estava desolado, completamente, sem rumo. Sentia-se abandonado, como se estivesse nu, desprovido de qualquer coisa que pudesse lhe cobrir… cobrir suas dores, proteger aquele que sempre escondeu de todos.

 

Era como ser sufocado por um turbilhão de sentimentos. Não era só um término, não era só o fato de Jaebum estar lhe deixando. Sua relação com o Im sempre foi aquele seu motivo de acordar todos os dias sem precisar ter medo de respirar. Não era preciso sentir medo quando estava nos braços do alfa, não quando ele lhe prometia proteção e um amor eterno. Youngjae se deixava levar por aquelas palavras, mesmo que no fundo não se sentisse digno delas. Se sentia tão sujo, tão incapaz de ser amado por alguém como aquele alfa. O fato era que, Jaebum sempre fora muito mais que um namorado… quase noivo. Para si, Im Jaebum era aquele que via muito mais que sua sensualidade ou o seu jeito astuto e cheio de audácia. Nunca sonhou com o dia em que um alfa lhe perguntaria se estava bem, antes de se insinuar para si, mas em uma tarde, onde achou que seria de fato o seu fim, Jaebum apareceu como quem não queria nada, levando de si, com um simples sorriso, toda dor que sentia.

 

E ali, naquela calçada, sentou-se, perdendo-se no choro alto que não tinha mais controle. Não queria ficar em sua casa, não quando nenhum daqueles que tinham o dever de lhe cuidar iriam lhe entender. Estava sozinho… vazio e sem um rumo que pudesse tomar.

 

Respirou com dificuldades, soluçando alto, olhando para cima, como se perguntasse o que havia feito de errado para estar ali, totalmente acabado. Envolveu seus joelhos com seus braços, puxando-os para perto de si e escorando seu rosto sobre eles. Youngjae se sentia pequeno naquele momento e mesmo que algo lá no fundinho lhe dissesse para erguer a cabeça e apenas ignorar, não conseguia seguir aquela sua natureza, era mais forte a dor dentro do peito. Sentia mais seu coração despedaçado do que a droga da sua natureza.

 

Não tinha noção de tempo, era provável que já havia perdido o almoço, porém não fazia questão alguma de dividir a mesa com seus pais. Não teria estruturas para encarar o alfa, que com certeza lhe diria absurdos por deixar Jaebum ir embora. Ah, e pensar no alfa lhe deixando lhe fazia chorar mais. Levantou-se, aos tropeços, segurando-se no muro. Tentou limpar as lágrimas teimosas, mas era em vão… não conseguia parar, não quando vinham fleches de sua vida ao lado do Im em sua mente.

 

Jaebum tinha lhe mostrado um lado tão bom, tão cheio de significado. Havia se apaixonado pelo ruivo, havia confiado nele… tão depressa que assustou-se de início, afinal, nunca esteve em seus planos se apaixonar por alguém. Seu pai lhe dizia que sua única função era apenas fazer o que era lhe mandado e, em todo caso, sua maior ordem a ser seguida era simples: Nunca, em hipótese alguma, poderia gostar de alguém. Se envolver romanticamente com um alfa estava fora de cogitação. Porém tudo aquilo foi pelos ares quando Im Jaebum cruzou seu caminho e durante aqueles cinco anos juntos, aprendeu que seus planos tinham que ser feitos ao lado daquele homem.

 

Youngjae não demonstrava, mas no fundo era um tolo. Um bobo apaixonado que no primeiro beijo sentiu seu coração balançar mais do que podia imaginar. Escondia a fachada de ômega romântico, porque não era de seu feitio mostrar aquele lado, mas Jaebum insistia em ser o alfa quase perfeito, quase, porque havia momentos que Jaebum se distanciava de sua presença, principalmente quando o tempo do cio chegava, ou a primavera se fazia presente.

 

Durante a época de cio, não tinha informações sobre o alfa, ele simplesmente sumia e voltava quase duas semanas depois, completamente abatido, fraco e cheio de machucados. Já houve tempos em que pediu para passar um dos cios do ruivo, mas este, sempre lhe negou. Não insistiu mais. Jaebum tinha seus motivos, assim como ele, Youngjae também tinha os seus, até porque, por mais que muitos não acreditassem, não deixava Jaebum lhe tocar durante seu cio. Não naquele momento. Não conseguia. Algo parecia lhe travar.  E talvez o fato de Jaebum não lhe querer como companhia no cio, também em certo ponto lhe agradava, afinal, também não queria alguém junto de si naquele período. Não tinha como se entregar, era demais para seu corpo, para seu psicológico.

 

Jaebum podia ser um verdadeiro cavalheiro consigo, mas não o suficiente para lhe fazer esquecer todos os traumas vividos por si. Mesmo que Jaebum lhe sorriso e lhe assegurasse que tudo estava bem, ah, nada estaria bem. Não enquanto, todas as noites ao deitar sua cabeça no travesseiro, seu passado vinha em peso, lhe inibindo de ter uma noite de sono tranquila.

Não passava o cio com o alfa, nem muito menos, o período de primavera. Jaebum se tornava alguém melancólico demais nessa estação, carregando consigo uma culpa que não cabia dentro do corpo e, de certa forma, Youngjae até entendia, mas não era como se conseguisse demonstrar ou deixar claro que sentia alguma empatia com aquilo.

Youngjae podia não carregar marcas pelo corpo, mas as que carregava dentro de si, eram o suficiente para lhe destruir por completo.

 

Era quebrado e parecia que todas as circunstâncias queriam lhe quebrar mais ainda. E sem querer, apenas deixava-se levar por aquela dor, afinal, um coração quebrado não fazia diferença naquele lugar, não onde todos ligavam apenas pela aparência, prazer e riquezas. Oh, tinha tudo aquilo, mas era insuficiente. Era vazio.


 

Sem nada a oferecer a ninguém. Por fim, era mais um a perambular por aquelas ruas, sem rumo algum, buscando de alguma forma, algo que lhe motivasse a viver… a pelo menos, uma vez em sua vida se sentir preenchido, sem medo do que o amanhã lhe havia preparado.

 

Uma coisa que aprendeu com Jaebum, foi a droga da liberdade. Im Jaebum tinha um espírito aventureiro que era incapaz de acompanhar. Ele era um tanto intenso demais para si em sua opinião, mas aquilo só o deixava mais especial, bom, a tempos atrás, porque agora, não conseguia controlar o rancor dentro do peito. E sim, mesmo que não quisesse, não conseguia controlar. Odiava Jaebum. O odiava com toda força que ainda existia dentro de si.

 

Oh, foi-se o tempo que ainda podia sentir algo de bom dentro de si, pensando bem, esses tempos, verdadeiramente, nunca foram capazes de existir.

 

Infelizmente, era mais um daqueles que havia nascido apenas para suprir as ordens de alguém que faria de tudo para se manter no poder. Até mesmo, usar o  próprio filho como uma mercadoria descartável.




 

[...]




 

O barulho de falatório e de caixas batendo sobre o chão eram altos. O comércio naquele vilarejo era enorme, repleto de variedades que deixavam os responsáveis por tomarem conta da casa endoidecidos. O maior público ali, sempre seriam os ômegas, sejam eles homens e mulheres. Todos os dias os compradores se encontravam ali, seja para comprar um suprimento para o almoço ou apenas para por a conversa em dia e dividir de seus anseios e reclamações da vida de casados.

 

A barraca mais cheia era a do garoto de sorriso fácil, gentil e com um cheiro de flores do campo… tão delicado. As ômegas se empoleiravam em frente a barraca de frutas, pedindo das mais frescas, uma desculpa esfarrapada, visto que tudo que queriam eram roubar o coração do jovem alfa de cabelos de mel.


 

— Senhorita Kim! O que vai levar hoje? — O tom saiu suave, fazendo a jovem loira sorrir abertamente.

 

— Adoraria mangas frescas, querido. — Pediu, não dispensando um olhar sedutor, o que fez o garoto sorrir envergonhado.

 

As orelhas tomaram um tom avermelhado, assim como as bochechas, fazendo a ômega rir, adorando aquele jeitinho do alfa. Viu o acastanhado arrumar suas frutas, lhe entregando seu pedido em um pacote muito bem feito, totalmente caprichado. O agradeceu, sentindo seu coração doer ao ser obrigada a sair da fila que era gigantesca.

 

O alfa buscava prestar a devida atenção nas ordens que eram lhe dadas pelo seu chefe, buscando dar conta dos pedidos das suas clientes.

 

— Ei, pirralho! Vá pegar as caixas de tomate lá atrás. — Revirou os olhos. Odiava ser chamado daquele jeito, mas parecia que Shindong, amava lhe irritar.

 

Caminhou até onde as frutas ficavam, cantarolando uma música baixinho. Comprimentou alguns ômegas que passavam por si, sentindo-se envergonhado com os olhares descarados de alguns. Céus, era impossível existir um dia em que não tivesse que lidar com aqueles flertes descarados. Parecia carma aquela situação.

 

Pegou as duas caixas de tomate, as pondo sobre o ombro direito. Saiu daquele lugar, andando com calma para que nenhuma fruta caísse e corresse o risco de ser descontado do seu salário que praticamente só dava para sua comida e um ou dois impostos.

Quando dobrou para finalmente chegar a rua que lhe levava para sua barraca, perdeu o equilíbrio, debatendo-se em algo que lhe fez cair com tudo no chão.

 

— Mas que droga! — Resmungou baixo, tirando alguns resquícios da fruta do braço.

 

Elevou seu olhar à frente, notando o garoto completamente ensopado de tomate. Não conteve o riso curto, não quando o outro parecia querer lhe devorar com o olhar.

 

— Você não olha para onde anda, seu imbecil? — Disparou alto, completamente irado.

 

— Desculpa, mas a culpa não foi minha. Você que não olha por onde anda!

 

— Rá, eu? Era bem EU que estava levando essa merda, não é? Ai que ódio!

 

— Ya! Não chame isso de merda, seu imbecil!

 

— Do que você me chamou? Você sabe com quem está falando? — Perguntou, tirando um pouco da fruta do rosto.

 

— Você acha que eu me importo com quem eu estou falando? Olha só, você destruiu meus tomates e isso vai ser descontado do meu salário. Você vai pagar esse prejuízo! — Não olhava o garoto ainda sentado, se pôs a juntar os tomates inteiros, os pondo dentro da caixa de madeira.

 

Yugyeom ouviu um bufar indignado, o que lhe fez olhar o outro, o vendo tentar tirar toda a sujeira de cima de si, o que só parecia lhe deixar mais sujo.

 

— Eu não vou pagar merda alguma! Só a droga desse casaco já paga a sua vida! — Soou mesquinho, sem se importar com nada. Tentou se levantar, falhando ao resvalar sobre o tapete vermelho que havia formado ali.

 

Cairia se não tivesse sido segurado pelo alfa que rapidamente lhe segurou pela cintura e braço.

 

— Eu não preciso da sua ajuda!

 

— Ah, que bom então. — Soltou-o, fazendo o garoto cair novamente de bunda no chão.

 

— Qual é o seu problema, seu idiota? Argh!

 

— É você que tem problema.

 

— Eu? Você que é um inútil e que não consegue levar uma caixa de tomates sem atropelar alguém e EU sou o que tem problema? Imbecil, também não podia esperar menos de um alfa, não é?! Todos vocês são uns imbecis, isso sim! Um bando de idiota sem noção, que acham que são os donos da razão, quando na verdade, não passam de um bando de cretino, ordinário! Eu odeio vocês. Odeio! — Gritou, massageando o tornozelo dolorido, sentindo algumas lágrimas encherem os olhos. — Eu odeio… odeio! — Grunhiu, abraçando os joelhos e deixando o alfa atrás de si com os olhos arregalados.

 

Yugyeom ouviu o choro baixo, sentindo seu coração se acelerar. Se pôs a ir até o ômega, ajoelhando-se atrás dele e pondo sua mão sobre o ombro. O viu se esquivar do seu toque, como se estivesse com medo daquilo.

 

— Me desculpa… eu não quis te machucar e nem te chamar de imbecil. Me desculpa. — Afastou-se minimamente, respeitando o espaço do loiro completamente encolhido.

 

Youngjae limpou, ou tentou, dissipar as lágrimas, respirando com cautela. Xingou-se mentalmente, por não conseguir segurar suas emoções, se sentindo fraco por desabar na frente de um estranho. Se sentia no fundo do poço por agir de modo tão contrário ao que sempre fez.

 

— Ei calma… está tudo bem. — Ouviu a voz suave, voltando a chorar mais alto, sem conseguir se controlar.

 

Yugyeom não sabia o que fazer, se sentia apavorado com o barulho do choro alheio, incapaz de ajudar o loiro. Não podia se aproximar, sentia a resistência de aproximação do outro na pele, algo que era estranho para si, visto que nunca sentiu aquilo. Era estranho a sensação, era como se seu coração se despedaçasse a cada soluçar alheio. Engatinhou sobre os tomates mesmo, até ficar em frente ao ômega.

 

— Ei, olha para mim… — Pediu baixinho, notando o loirinho com a mão apertando o tornozelo. — Deixe-me ver isso. — Tentou tocar, vendo o outro se afastar bruscamente.

 

— Não toca em mim. — Disse amedrontado, mesmo que os olhos a sua frente lhe passassem uma sensação de como se já o conhecesse.

 

— Eu não vou te machucar… calma. Deixe-me ver… está doendo?

 

Youngjae estava tenso, não conseguia abandonar aquele medo que voltava aos poucos a dominar seu corpo. Viu novamente o alfa tentar se aproximar de si, o que lhe fez recuar, chorando mais forte. Por mais que sentisse que o outro quisesse lhe ajudar, não conseguia se livrar da sensação de medo. Não quando se sentia tão fraco e frágil ao ponto de não ter mais controle das suas emoções.

 

Yugyeom notou que sua presença só deixava o outro mais amedrontado e o cheiro do ômega estava transmitindo a situação que ele se encontrava. Levantou-se rápido, informando ao loiro que voltava logo. Correu até a barraca onde ficava, chamando a esposa do seu chefe e a puxando até aquele beco.

 

Não podia chegar perto daquele garoto, não com ele naquele estado.

 

A mais velha atendeu seu pedido, ajudando o ômega e o levando para a casa dela, onde lá o pôs sentado e o limpou. Seguiu ambos, sempre mantendo o espaço que o outro precisava. Alguns momentos tentou chegar perto para o ajudar a se manter de pé, mas a senhora Shin apenas lhe pediu para manter aquela distância.

 

Ficou na sala, sentado, esperando alguma notícia sobre o loiro, que demorou a vir.

 

— Como ele está? — Levantou-se da cadeira, olhando a mais velha cruzar a sala para a cozinha, a seguindo.

 

— Ele está no quarto. O que você fez para ele, Kim Yugyeom? — Virou-se com um olhar acusatório, fazendo o alfa se encolher.

 

— Eu não fiz nada senhora. Nós acabamos nos esbarrando, então ele começou a me xingar e eu devolvi, só que ele começou a chorar do nada… sei que fiz errado devolver os insultos, mas eu pedi perdão. — Se sentiu uma péssima pessoa naquele instante.

 

— Pois não deveria mesmo! Ele é um ômega e está muito amedrontado. Você usou a voz de comando?

 

— Não! Não, por Lua! A senhora sabe que eu não faria isso. Eu seria incapaz de machucar um ômega e ainda mais usar minha presença ou voz para me impor. Eu nem ao menos sei fazer isso.

 

— Tudo bem querido, eu acredito em você. Mas saiba que aquele menino está muito machucado.

 

— Eu  não sei o que dizer. — Olhou para baixo, sentindo seu coração doer com a ideia de ter machucado alguém.

 

— Acalme-se. Agora volte para a feira antes que seu chefe lhe mate.

 

— Ma-mas e…

 

— Eu cuido dele, uh. Você pode voltar mais tarde para saber como ele está, tudo bem?

 

— Sim. Obrigado, senhora Shin. — Sentiu seus fios serem afagados e um beijo em sua testa ser deixado pela mais velha.

 

Ouviu o adeus da mulher, logo se pondo a sair da casa, caminhando até onde trabalharia aquela tarde. Não tinha mais os sorrisos que sempre disponibilizava para a clientela, mesmo que seu chefe lhe chamasse a atenção, não se sentia bem o suficiente para fazer tal ato. Havia algo que lhe sufocava, algo que parecia apertar seu peito sem dó e nem piedade. Ah, era estranho cada sensação que sentia. Em sua mente vinha flashes do garoto loiro lhe pedindo todo choroso para que se afastasse, como se fosse um inimigo que fosse a qualquer momento lhe machucar. Yugyeom viu através daqueles olhos verdes todo o medo que nunca pode sentir em sua vida. Sentia a dor daquele garoto… era como se pudesse sentir tudo dele. E pior que toda aquela estranheza de sentimentos, era sentir que de alguma forma inexplicável conhecia o loiro.

 

Não havia explicações plausíveis. Nunca o viu em sua vida e nem pelos arredores do vilarejo. Porém, não tinha como negar o fato de que aqueles olhos pareciam ser familiares a si.

 

Era loucura, mas quase que podia ver através daquele garoto.

 

Podia vê-lo.


 

Sentí-lo.


 

E por todos os deuses existentes, Kim Yugyeom entendia aquela dor refletida naquele olhar melhor do que ninguém.




 

Era, infelizmente, a mesma que carregava junto de suas marcas.

 

Era tão ferido quanto aquele ômega.




 

“Nós costumávamos refletir um ao outro. Melhor que isso, eu era capaz de ver através de você.”




 

[...]





 

O Sol pouco aparecia naquela tarde. O tempo era complicado de se entender, visto que mais cedo estava nevando e agora, o céu parecia estar mais iluminado, com algumas colorações alaranjadas, preparando-se para um pôr do sol tardio em meio a um inverno rigoroso.

 

Jinyoung segurava um livro em mãos, enquanto Jungkook se colocava a arrumar algumas classes na sala que fizeram para as aulas. Tentava prestar atenção na sua leitura, porém não conseguia manter seu foco nela, não quando tinha seu melhor amigo lhe enchendo de perguntas, todas elas levando a uma só pessoa.

 

— Olha, eu não acho que ele esteja confuso. Pelos Sóis, Jinyoung! Quem fica confuso daquele jeito? Ele te pegou com tudo que tinha direito e te beijou na frente de todo o acampamento. Confuso é só uma desculpa que você dá para não se jogar naquele alfa.

 

Jinyoung revirou os olhos pela milésima vez naquela tarde, irritando-se por Jungkook ser tão desinibido com as palavras, ocasionando em lhe deixar envergonhado todas as vezes que abria a boca para falar.

 

— Olha, Taehyung também me beija daquele jeito… será que ele está confuso? — Debochou, pondo a destra no queixo, fingindo pensar.

 

— Você é insuportável! — Bateu o livro, o fechando e desistindo da leitura.

 

— Insuportável é você que tem um alfa lindo, louquinho para te ter e fica ai arrumando desculpas esfarrapadas para o evitar.

 

— Pensei que tinha dito que ele era feio.

 

— Não disse que ele era feio, apenas disse, que esperava mais.

 

Jinyoung riu, desacreditado. Ah, seu amigo era uma figura e tanto.

 

— Mas diz aí, você não o acha bonito? — Perguntou como quem não quer nada.

 

Viu Jinyoung desviar o olhar e caminhar entre as mesas, dedilhando-as a cada passo.

 

— Jaebum é bonito, nunca neguei isso. — Respondeu óbvio, sem remorso ou vergonha. Não podia negar, Jaebum era bonito mesmo e isso era estampado na cara daquele alfa.

 

— Tá, e o que mais você acha bonito nele?

 

— Sei lá. Jaebum não faz meu tipo de alfa. Argh, por que está me fazendo esse tipo de pergunta?

 

— Para de dizer que ele não faz seu tipo. Assim você me decepciona, Park Jinyoung! Ops, Majestade Im. — Riu maldoso, desviando do livro que veio em sua direção.

 

— Ah, para com isso! Já chega aquele alfa me chamando assim. — Cruzou os braços, fazendo beicinho, tentando soar irritado.

 

— Ah, então ele te chama assim, é? — Seu sorriso aumentou. Caminhou até o moreno, ficando do lado dele. — Gosta quando ele te chama assim?

 

— Cla-claro que não! Meu nome é Park Jinyoung e ponto final.

 

— Você é muito chato! Acho tão sexy quando Taehyung me chama de Kim Jungkook… — Mordeu o lábio, só de lembrar da voz rouca lhe chamando daquela forma.

 

— Você é um pervertido, meus deuses!

 

— Ya! Não a nada de errado nisso. Vai dizer que você também não tem pensamentos assim com o seu maridinho, hã?

 

— Claro que não! Jaebum e eu somos apenas amigos! — Elevou o tom, buscando se defender do olhar malicioso. Pelos sóis, Jungkook era um ser venenoso demais.

 

— Pelo amor ao nosso Sol, Jinyoung! Como não? Olha só, ao menos ter pensado em uns beijinhos, né?! Não é possível. — Praticamente esperneou em ao lado do moreno.

 

— Jungkook, eu não sei se sabe, mas eu não sou como você, um total pervertido. — Respondeu caminhando até a mesa em frente o quadro negro posto para as aulas ali dentro.

 

— Claro que não é! Se fosse eu, meu filho… Jaebum já estava na minha mãozinha!

 

— Você é um ômega casado, sabia?

 

— Sei, sim. Porém, não estou morto meu querido. Jaebum é um alfa bonito e de confuso mesmo, ele só tem as ideias de que lugar vai te levar para te dar uns bons amassos.

 

— JEON JUNGKOOK!

 

Gargalhou alto, notando a vermelhidão do Park. Achava engraçado o jeitinho envergonhado do mais novo. Jinyoung nunca iria perder aquela sua essência de garoto inocente, mesmo que o tempo passasse mais do que pudessem imaginar. Continuou a infernizar a vida dele, usando das suas piadinhas cheias de maldades na ponta da língua, azucrinando os ouvidos do ômega que não sabia mais onde enfiar seu rosto tamanha vergonha que estava sentindo.

 

Ajudou o mais novo a distribuir os livros ganhados por Jimin em cada classe, amanhã as aulas começariam para as crianças betas e Jinyoung queria tudo o mais perfeito possível. Jungkook estava concentrado na disposição de materiais na mesa principal, a qual iria pertencer a Jinyoung, quando novamente sentiu mais umas das milhares de tonturas que vinham lhe acertando durante aquele mês. Apoiou-se sobre a mesa, sentindo sua vista escurecer e antes que pudesse sentar-se, ouviu seu nome ser dito alto e tudo pareceu se apagar.


 

[...]



 

— Podemos levar ele para o castelo… Seria melhor ele ficar lá.

 

Abriu os olhos, sentindo sua cabeça doer à medida que ouvia as conversas paralelas ao seu redor.

 

— Ah, graças aos Sóis você acordou! Quer me matar do coração, garoto? — Notou Jinyoung ao seu lado, segurando sua mão.

 

Engoliu a saliva, sentindo sua garganta seca. Se sentia fraco e ainda um pouco tonto, como se sua cabeça estivesse girando.

 

— O-o que acon-aconteceu?

 

— Você desmaiou enquanto estávamos arrumando as coisas na escola. Te trouxemos para cá.

 

— Cadê Taehyung?

 

— Eu pedi para o chamarem, ele está na casa do exército. Chanyeol foi atrás dele, não se preocupe, logo ele estará aqui.

 

— Uhum… — Resmungou baixinho, fechando os olhos levemente.

 

Jinyoung notou o amigo voltar a dormir, agora, sabendo que o mesmo já se encontrava um pouco melhor e consciente. Caminhou para fora do cômodo, chegando até a cozinha onde Jihyo se encontrava.

 

— O que será que ele tem? — Escorou-se no balcão, olhando a beta fazer um chá.

 

— Mas não é óbvio, querido? Ele está esperando um filhote! — Sorriu estonteante, fazendo Jinyoung por um momento parar de focar sua atenção na xícara.

 

— U-um filhote?

 

— Sim! Nem ele nota, mas é óbvio isso. O modo como o rosto dele está mudado e até o corpo… ele está gravidíssimo!

 

— Is-isso é… é fantástico! — Não conseguia acreditar naquilo, mas não deixava de ficar feliz.

 

Se sentia alegre pelo amigo. Pelos deuses, não conseguia nem imaginar a alegria que Taehyung iria ficar. Sempre fora o sonho do alfa de cabelos cinzas ter um filhote, porém, Jungkook sempre teve problemas em gerar um. Ah, não conseguia conter a alegria dentro de si. Voltou ao quarto, vendo o de fios róseos acordado.

 

— Ya, Kookie! Parabéns! — Praticamente jogou-se sobre o mais velho, não tirando nem por um segundo o sorriso do rosto.

 

— Parabéns pelo quê, garoto? — Mesmo que estivesse fraco, não dispensou seu tom alto e de costume.

 

— Por estar esperando um filhote, oras!

 

— O quê? Co-como assim?

 

— Ué, assim! Tem uma pessoinha dentro de você! — Jinyoung não deixava de sorrir. Afastou-se minimamente do mais velho, sentando-se ao lado dele e passando sua mão sobre a barriga coberta.

 

— Eu não acredito que você deu a notícia para ele dessa forma, querido.

 

— Perdoe-me Noona, mas eu não resisti.

 

— Alguém pode me explicar o que está acontecendo? — Jungkook foi posto sentado com a ajuda do Park, enquanto Jihyo lhe alcançava uma xícara de chá.

 

— Como seu amigo lhe falou. Você está esperando um filhote. O certo seria esperar seu alfa para dar esta notícia, porém, parece que temos um mocinho apressadinho aqui. — Olhou para Jinyoung, que se encolheu envergonhando sussurrando em meio a um sorriso pequeno um pedido de desculpas.

 

— Ah… nã-não. Eu… isso não é verdade.

 

— É sim Kookie e, sinceramente, já estava desconfiando disso desde que você passou mal no jardim. Eu lhe disse que era para se consultar, que pelo menos procurasse Sehun.

 

— Não, isso só pode ser um mal estar, vai passar. Eu não comi hoje direito, minha pressão deve ter baixado… eu não… não estou esperando um filhote. — Explicou tudo rápido, tentando absorver cada palavra dita ali.

 

— Quando foi seu último cio? — Jihyo sentou-se na beirada da cama, mirando nos dois ômegas a frente.

 

— Do-dois meses atrás.

 

— Você e seu alfa se envolveram dias antes de entrar no cio? — O viu balançar a cabeça lentamente, concordando. — E durante o cio?

 

— Também, mas isso não significa que… que eu estou esperando um… filhote.

 

— Sinto muito meu amor, mas você está sim!

 

Jungkook deu sua xícara para Jinyoung a pegar, sem condições de manter nada sobre as mãos. Não conseguia acreditar naquilo, claro que boa parte da sua falta de crença era por seu medo de mais uma vez dizer que estava esperando um filhote e dias depois o perder, não iria suportar mais uma perda, não naquela altura da sua vida. Só de lembrar de todas as vezes que teve que dar a notícia a Taehyung aquilo lhe machucava. E sem controle algum, começou a chorar, assustando os presentes ali.

 

— Ei, Kookie… calma! Por que você está assim?

 

— Eu… eu não sei.

 

— Fica calmo, você vai ter um filhote… Taehyung irá ficar muito feliz quando souber.

 

— Não! Ta-Taehyung nã-não pode saber. Eu não quero que ele saiba. — Desesperou-se, sentindo uma angústia lhe preencher o peito, quase lhe sufocando.

 

— Eu não posso saber do quê?

 

Os três pares de olhos ali, foram até a porta, notando três alfas.

 

— Tae… — Jungkook disse choroso, tomando a atenção do alfa totalmente para si. O de fios cinzas correu até seu ômega, o abraçando e buscando o acalmar.

 

Jinyoung se afastou, ficando em pé e quando deu por si, sentiu uma mão em seu ombro. Virou, percebendo Jaebum ao seu lado, lhe olhando preocupado. Não soube explicar, mas como algo mais forte dentro de si, apenas abraçou o alfa de modo forte, enquanto ouvia o choro cheio de medo do amigo.

 

Jaebum devolveu o gesto, apertando levemente o ômega em seus braços, protegendo-o de sabe-se lá o que afligia ele.


 

— Diz para mim, o que aconteceu, uh? Por que você está chorando, meu amor? — A voz de Taehyung foi ouvida por todos. Jungkook se encolheu mais ainda dentro do abraço, sentindo-se pequeno naquele momento.

 

Demorou uns bons minutos para a voz do Jeon ser ouvida naquele meio. Jinyoung deixou seu rosto descansar no peito do Im, enquanto observava o amigo, sentia-se protegido ali, como se nada pudesse lhe machucar.

 

— Eu… eu que-quero ir embora. — Pediu em meio ao choro.

 

— Eu vou te levar para a casa, amor.

 

— Nã-não… eu quero ir para a minha casa. Não quero ficar aqui. Não quero mais ficar com você Taehyung. — Disse rápido, afastando-se do alfa.

 

O Kim piscou rapidamente, sem entender o que havia acabado de escutar, perdendo o ar à medida que olhava aqueles olhinhos esverdeados, refletindo medo.

 

— Amor…

 

— Eu não quero mais.

 

— Jungkook, não faz isso. — Jinyoung se desfez dos braços do Im, chegando perto da cama. — Diz pra ele a verdade.

 

— Nã-não.

 

— Que verdade?

 

— Jungkook es…

 

— Para Jinyoung! Para! — Alterou a voz, totalmente desesperado. — Eu não quero. Eu não quero, por favor…

 

— Kookie, diz para ele…

 

Taehyung não estava entendendo nada. Apenas sentia a marca lhe deixar mais nervoso e os sentimentos de Jungkook estavam totalmente bagunçados o que só lhe dificultava a entender o que se passava naquele instante.  

 

— Ele está grávido?! — A única voz ainda não manifestada até o momento se fez presente, chamando a atenção dos demais.

 

Chanyeol estava escorado rente a porta, observando a todos, até mesmo a aproximação do Im para perto de Jinyoung. O cheiro de margarida se fazia presente pelo quarto, instruindo o alfa a entender o que de fato estava acontecendo ali.

 

O cheiro de margaridas em um ambiente trazia a ele, pureza, a inocência de alguém. Era remetido a um ou uma ômega que estivessem esperando um filhote. Chanyeol sabia disso, já havia o sentido anos atrás.

 

— Quem… quem está grávido? — Taehyung perguntou com o olho arregalado.

 

Todos ficaram em silêncio, até que novamente Jungkook voltou a chorar alto. Em um estalo, o Kim pareceu despertar do seu momento de transe, não acreditando no que agora, parecia cair a sua frente.

 

Santo Sol. Santa Lua. Seu ômega estava esperando um filhote seu, não podia estar mais eufórico do que naquele momento.

 

— Nós vamos ter um filhote! — Gritou em plenos pulmões, abraçando Jungkook que ainda chorava. — Ei, amor. Olha para mim. — Pediu, segurando o rosto do garoto com as duas mãos, mirando firme nos olhos alheios. — Vamos ter um bebê, por que você está chorando, uh?

 

— Por-porque vai ser co-como antes… eu não vou conseguir segurar… você sabe. Eu nunca vou conseguir te dar um filho!

 

— Shii… shii, não fala isso. Sabe que não é verdade, meu amor.

 

— É sim, você sabe que é. Eu vou perder… perder como sempre! — Soluçou, sentindo o Kim lhe abraçar forte.

 

Taehyung deixou sua presença envolver o corpo trêmulo em seus braços, buscando acalmar o amado.

 

— Vamos ter esse bebê meu amor, se for realmente para termos, ele irá vingar forte, como você.

 

Tentava soar o mais calmo possível, sem assustar o mais novo.

 

Jaebum observou Jinyoung, o vendo totalmente envolvido ali, naquela cena em frente aos seus olhos. O puxou de volta para seus braços, o sentindo lhe apertar a roupa. Ômegas tinham o dom ou a mania de sentir a dor um do outro, não sabia explicar, até porque no quesito apenas de alfas, bom, tudo que tinham era que competir um contra o outro para verem quem era o melhor dentro de uma alcateia ou distrito.

 

— Está tudo bem, uh?! — Disse baixinho, deixando um carinho leve sobre as costas do moreno.


 

Jihyo ajudava Taehyung a manter Jungkook calmo e o fazer tomar um chá para que assim, pudesse dormir e ficar mais tranquilo, enquanto isso, Chanyeol perdia-se observando Jaebum grudado ao ômega e o cuidando. Por mais que o plano fosse deixar Jinyoung sobre os cuidados daquele alfa, não podia deixar de sentir uma pequena pontada de ciúme naquele momento. Ficou imaginando se  Jaebum não tivesse chegado, junto de si e Taehyung. Talvez se o ruivo não estivesse presente, seria ele a estar abraçando o Park, acalmando-o e o protegendo. Era algo inevitável de não se sentir.

 

Não chegava a ser uma inveja da sua parte, porém, não negava o quanto queria estar naquele lugar.

 

Oh, precisava entender que Park Jinyoung era apenas um sonho distante, de um Chanyeol que a muito tempo foi enterrado. Aquele ômega, ainda mexia consigo, porque era o único a ainda lhe despertar algo de bom, como se o pudesse fazer respirar. Um oxigênio particular. Sorriu tristonho, sabendo que naquele momento, suas chances de ter algo com o outro era deveras impossível, afinal, mesmo que aqueles dois não admitissem algo, havia uma nuvem de quereres sobre eles e isso, nada e nem ninguém podiam negar.

 

Chanyeol só precisava aceitar que não tinha chances com aquele ômega, porém, fazer o que sobrou de seu coração machucado aceitar, era algo bem diferente, até porque, Jinyoung era ainda, a única causa que o fazia bater mais forte.


 

“Era como um castigo dolorido, romântico e tão doce. Porque eu fui justamente me apaixonar por alguém que nem em sonho foi capaz de em pertencer.”





 

[...]




 

O frio a noite pareceu vir para castigar a todos ou quase, todos. Jaebum se mantinha quieto, enquanto levava Jinyoung de volta para o castelo. O ômega ía um pouco mais a frente no próprio cavalo, totalmente em silêncio, porém, Jaebum sentia a inquietação do outro, embora não estivesse muito diferente do mesmo.

 

— Você quer meu casaco? — Quebrou o silêncio, chamando a atenção alheia.

 

— Nã-não, eu estou bem.

 

— Você está tremendo. — Segurou as rédeas firmes, fazendo o cavalo ir um pouco mais rápido, parando na frente do ômega.


 

Desceu do animal, indo até Jinyoung e estendendo sua mão a ele. Viu o ômega negar, revirou os olhos com a teimosia alheia, desprendendo o pé alheio da parte metálica, o puxando com rapidez.

 

— Você está louco? — Sustentou seu peso sobre os ombros alheios, com medo de cair.

 

— Eu quis que descesse por bem, não quis… agora arque com as consequências. — Afastou-se, tirando o casaco de pele, totalmente negro.

 

— Eu não quero.

 

— Não perguntei! — Respondeu sério, pondo o casaco sobre os ombros do garoto, o vendo se esquivar.

 

Segurou-o firme, pondo o casaco de vez, mesmo com Jinyoung resistindo.

 

— Você é um ogro! — Empurrou, sentindo suas mãos serem pegas e postas para trás de seu corpo.

 

— Eu não quero seu irmão em meus ouvidos, reclamando que fui um péssimo alfa ao deixar o queridinho dele pegar uma nevasca, mesmo que seja fina. Deixa de ser todo orgulhoso e mimado.

 

— Eu não sou mimado!

 

— Não é o que parece.

 

Jaebum mantinha o ômega perto de si o bastante para sentir a respiração quente vir em sua direção e mesmo que quisesse muito manter sua concentração nos olhos a sua frente, era impossível não desviar sua atenção para os lábios cheinhos e rosados. Apertou os pulsos alheios, deixando bem presos nas costas do ômega, trazendo para mais perto do seu corpo.

 

— Me solta.  

 

— Implora. — Raspou seus lábios sobre os do ômegas, sentindo o garoto tensionar o corpo. — Implora para mim…

 

— Nunca! — Jinyoung fechou os olhos, deixando-se levar pela sensação da presença do outro, porém em segundos recuperou sua consciência, empurrando o outro, ou ao menos tentando.

 

Jaebum riu fraco, curtindo a marra presente naquele garoto, porém queria algo que lhe interessa mais, muito mais. Queria aquele lado submisso que alimentava seu dominador adormecido dentro de si. Oh, precisava daquilo.

 

— Jaebum… — Ouviu seu nome ser dito baixinho, rosnando rente ao pescoço do mais novo.

 

— Vai implorar? — Lambeu a pele alva, sentindo o ômega se remexer.

 

— Você é um cretino!

 

— Implora, então… — Voltou a encarar as orbes esverdeadas, sorrindo ladino.

 

Se pudesse, Jinyoung socaria aquele alfa até perder os movimentos das mãos, de tanto que aquela mania lhe irritava. Desviou o olhar do alfa, sentindo seu rosto esquentar, mesmo que a noite estivesse fria. Deixou seu olhar cair sobre o local coberto de árvores altas e só com a iluminação das tochas. Engoliu seco, voltando a olhar Jaebum fixo nos amarelados a sua frente.

 

— Jaebum-ah… me solta… por favor.

 

Seu olhar era baixo. Seu tom era baixo. Jaebum grunhiu… rosnou. Algo havia despertado dentro de si e era difícil manter o controle.

 

Jinyoung sentiu seu corpo inteiro se arrepiar com o olhar que havia ganhado. Parecia que Jaebum estava prestes a lhe fazer algo, mas havia um impasse naquele olhar, como se ele estivesse se segurando para não fazer o que queria. Seu braços foram soltos tão rápidos quanto o afastamento do Im de si e mesmo que não confessasse em voz alta, sentiu falta do corpo gélido grudado no seu. Viu Jaebum virar as costas para si e caminhar até o cavalo.

 

— Está fugindo? — Perguntou trêmulo, sentindo ali, o frio daquela noite lhe acertar.

 

— Fugindo de quê?

 

Virou o rosto minimamente, vendo o outro parado lhe fitando. Tentava acalmar seus batimentos e seu lobo, que sentiu por segundos querer lhe dominar por completo. Seria péssimo, ainda mais naquela parte do acampamento, tão perto da Floresta.

 

— Você sabe muito bem!

 

— Não, Jinyoung, eu não sei! Não sei do que está falando. — Virou-se completamente.

 

— Você ía fazer… — Seu tom saiu baixo.

 

— Pra quê? Pra você vir com o seu papinho de que eu estou confuso? De que não devemos fazer, porque é um erro? Você acha que eu sou ator de circo, por acaso?

 

— Você ía fazer… — Pôs suas mãos na frente, deixando uma sobre a outra.

 

— Jinyoung… não faz isso. — Tentou pedir, algo que fez tarde de mais.

 

Jinyoung deixou as mãos juntas sobre o colo, sustentando o olhar baixo. Jaebum sabia bem o que o garoto queria fazer, onde queria lhe atingir. Já havia visto inúmeras vezes aquela cena, porém, nunca havia mexido com algo dentro de si. Rosnou sem controle, fechando as mãos em punho, buscando se controlar. Ah, não podia acreditar que aquele ômega estava se submetendo a si.

 

Sempre odiou o fato de ômegas usarem aquela artimanha de submissão para terem o que bem entendessem de seus alfas e, jurou a si mesmo, que nunca cairia naquela cena e não cairia com facilidade, se na sua frente, não fosse Park Jinyoung a fazer aquilo.

 

— Jinyoung… você vai dizer que vai ser um erro…

 

— Você não quer deixar ele falar por você?

 

— Garoto?!

 

— E-eu queria sentir… seu beijo… — Apertou os dedos no casaco de pele, olhando para o chão envergonhado. — Só… hoje, só agora.

 

Jaebum engoliu seco, perdendo a noção das suas ações. Sentiu seu corpo inteiro dar espasmos com aquela confissão. Seu lobo estava incontrolável e quando deu por si, já estava rosnando e prensando o ômega na primeira árvore que lhe convinha.

Escutou o ofego surpreso do moreno, sentindo as mãos quentes lhe apertar as costas, sobre o tecido fino da sua camisa.

 

— Eu odeio quando você me olha assim… quando me aperta com essas suas mãos quentes… eu odeio isso, Park Jinyoung. — Chupou a pele descoberta do pescoço, descendo suas mãos pelas costas do garoto, logo adentrando o casaco escuro por baixo, apertando cada parte daquele corpo.

 

— É Im Jinyoung, Majestade. — Jinyoung falou baixinho, fechando os olhos com a boca do mais velho maltratando seu pescoço.

 

Jaebum riu rente a pele avermelhada, sentindo-se diferente naquele momento. Chiou baixo ao sentir seus fios serem puxados de leve, apertando logo em seguida a bunda ômega, o fazendo gemer surpreso.

 

— Você vai dizer que é um erro depois e eu não sei ainda porque vou continuar apenas me deixando levar nisso.

 

— Você sabe que é verdade.

 

— Parece ser muito certo quando você me beija.

 

— Mas não é.

 

— Ah, você vai insistir em dizer que somos um erro e eu sinto muito, irei continuar insistindo nesse erro, porque eu preciso de você ofegante, sussurrando na minha boca que, sim, somos um erro e vamos continuar errando. — Jaebum subiu suas mãos, afastando-se minimamente, apenas para poder fitar o moreno. Segurou o rosto alheio, fazendo Jinyoung quase derreter com seus toques.

 

— Jae…

 

— Pede o que você quer… pede.



 

— Me beija… me beija, Jaebum!

 

Sorriu com os olhos esverdeados, totalmente cheios de um desejo reprimido que ali se fazia ouvido. Aproximou sua boca na do outro, tomando-a com vontade, sentindo o mais novo se entregar por completo, sem protesto ou arrependimentos. Jinyoung lhe apertou os ombros, logos deslizando as mãos pela extensão do corpo do alfa, deixando uma se prender entre os fios ruivos, os puxando, deixando claro naquele gesto a excitação que descontava através dele.

 

Jaebum gemeu rouco rente a boca do ômega, ao sentí-lo lhe arranhar por baixo da blusa. Oh, aquela sensação era maravilhosa. Puxou a coxa esquerda do ômega a levantando e encaixando em sua cintura, tendo um contato maior com o outro.

 

Jinyoung buscava lhe acompanhar no ritmo, mesmo que soubesse que o ômega curtisse coisas calmas e foi ali, que buscou se acalmar, fazendo em um ritmo lento, que sabia o quanto agradava o mais novo. A boca alheia lhe abrigava bem, era tão gostosa e quente, lhe deixando ir a loucura com um simples beijo. Não era de seu feitio ficar tão entregue em um beijo, ainda mais um, tão calmo. Ah, mas Jinyoung fazia tudo tão intenso, desde a língua quente envolvendo a sua, até as mãos, que começavam com toques tímidos até evoluírem para algo mais desejoso… cheio de vontade e entrega.

 

— Jae… bum… — Gemeu sem fôlego, encostando sua cabeça no tronco de árvore à medida que o Im distribuía chupões e selares em seu pescoço. — Ahhh… — Sentiu Jaebum voltar a espalmar a mão em sua bunda, a apertando e lhe causando espasmos deliciosos pelo corpo.

 

Se sentia quente demais naquele momento, envolvido por completo por todo aquele cheiro do Im e a maneira como ele lhe deixava a beira de um abismo sem explicação alguma. Perdeu-se em mais tantos beijos que nem mais para contar tinha forças.

 

— Pre-precisamos ir para o castelo. — Tentou transmitir segurança na voz, mas falarara com os toques do alfa sobre si.

 

— Vamos ficar aqui… — Mordeu o lóbulo da orelha do moreno, o vendo arrepiar.

 

— Nã-não podemos… vamos logo, que ainda podemos chegar para o jantar.

 

— Só mais um beijo então. Sei que amanhã você não vai querer nem olhar na minha cara, então deixe-me aproveitar.

 

— U-um beijo…

 

— Um beijo.


 

Jaebum sorriu inerte, chupando o lábio inferior do mais novo, logo selando-o, e mais selares deixou, até que o beijou por completo, adentrando a boca alheia com certa urgência. Não queria acreditar que daqui algumas horas seria só seus pensamentos e seu lobo e, todo seu corpo a pensar em cada coisa ali vivida. Sabia que logo Jinyoung lhe olharia fundo nos olhos, mesmo desviando em partes, lhe diria que nada passou de um erro, um instinto reprimido ou carência. Não podia acreditar que era só seu peito a sentir algo a mais a cada vez que se beijavam. Que era só o seu corpo a sentir tudo se remexer, cada vez que se olhavam. Não queria e não podia acreditar.

 

Park Jinyoung era o erro ali, era ele o mentiroso.

 

Era ele, o principal a cometer todos os delitos, até porque, era ele  quem insistia naquilo, que sempre lhe olhava com um olhar impossível de resistir. Que usava de suas artimanhas para lhe ter. Céus, era tudo culpa de Park Jinyoung!

 

Perdido mais uma vez no cheiro que grudara em sua roupa e com a sensação de formigamento na boca, voltou para aquele castelo, sem conter a droga de um sorriso bobo nos lábios. Ao pôr os pés dentro do enorme local, foi puxado para o gabinete, sem direito a protestos. Antes, viu Jinyoung lhe olhar uma última vez aquela noite, lhe sorrindo de um jeito que fez seu coração falhar algumas batidas, lhe causando uma emoção que já havia esquecido de como era.

 

Oh, seu estômago parecia revirar.

 

Malditas sejam as borboletas que visitam os desavisados.






 

[...]





 

Os olhos esverdeados abriram com cautela, mirando no teto desconhecido acima. Mexeu-se um pouco, gemendo um pouco dolorido. Virou o corpo para o lado da onde vinha a luz que adentrava o cômodo, notando um garoto todo encolhido sobre uma poltrona velha. Buscou se sentar sobre a cama, sentindo-se zonzo por leves segundos.

 

— Oh, você acordou! — Elevou o olhar até a porta, vendo uma senhora adentrar o local com uma pequena bandeja em mãos.

 

— On-onde eu estou? — Puxou a coberta, cobrindo mais o corpo, olhando assustado o lugar desconhecido, sentindo seus olhos se encherem de lágrimas.

 

— Ei, calma meu anjo. Eu sou Shin Jinhe, mas pode me chamar só de Dona Shin ou do que você quiser. — Sorriu meiga. — Você e esse rapazinho dorminhoco aqui, acabaram se esbarrando e fazendo uma grande sujeira na rua do armazém. O Yug pediu para te trazer para cá, já que você estava com o tornozelo machucado e sem condições alguma de se manter de pé.

 

Seus olhos correram até o garoto citado, notando algo de semelhante. Lembrava daquele rosto, mesmo que ele estivesse um pouquinho escondido pela posição.

 

— Eu… eu quero ir embora. — Disse nervoso, com medo de que aquilo fosse mais uma das inúmeras peças de seu pai.

 

— Alimente-se um pouco. Você dormiu a tarde inteira ontem e engatou com a noite. Parecia que não dormia a dias.

 

— On-ontem?

 

— Sim.

 

— Eu passei… passei a noite aqui? — Viu a senhora concordar, enquanto arrumava uma xícara de leite, que logo foi-lhe alcançada.

 

— Beba, meu anjo. — Youngjae pensou em negar, mas sua barriga estava doendo já e a mulher a sua frente parecia dócil demais.

 

Aceitou a bebida, pegando a xícara e bebendo o leite morno. Tomou tudo rapidamente, estava faminto e mesmo que fosse criado para agir cheio de classe, naquele momento havia esquecido os modos. Foi servido demais leite, assim como biscoitos doces com canela.

 

— Coma devagar, eles não irão fugir. — Sorriu envergonhado, concordando levemente.

 

Viu a mais velha arrumar algumas roupas sobre a cadeira, as pondo na cômoda em frente a cama de solteiro na qual estava. Deixou seu olhar cair sobre o lugar, notando os móveis de madeira antigos, mas totalmente, bem cuidados. Parecia o quarto de um jovem, tinha algumas pinturas penduradas pelas paredes em um tom azul fraquinho. Era tudo muito delicado, pequeno e aconchegante. Youngjae voltou sua atenção a janela, notando a luz forte do Sol adentrando todo o quarto, não era muito adepto do calor, porém não suportava mais o frio e a neve presentes em Carlon. Baixou o olhar, mirando no garoto dormindo, nada confortável na poltrona.

 

— Desde quando ele está aí?

 

— Ah, desde que chegou ontem ao pôr do Sol. Pôs na cabeça que só sairia daí quando você acordasse. Nem para casa foi. Teimoso, teimoso que chega a doer.

 

Youngjae se permitiu rir levemente, tomando o resto do seu leite. Trocou algumas palavras com a mais velha, até ela ir para a cozinha levando a sua bandeja e algumas roupas. Suspirou, sentindo-se bem, descansado e levemente mais disposto. Moveu-se um pouco assustado ao ver o garoto de fios castanhos se mover.

 

— Bo-bom dia… — Yugyeom cumprimentou rouco, tossindo um pouco, a garganta seca lhe dava agonia.

 

Youngjae se manteve calado, apenas observando o mais alto e suas ações.

 

— Você dormiu bem? — Passou a mão no rosto, sentindo-se mais cansado do que podia imaginar. — Já comeu?

 

Silêncio.


 

Era tudo o que Kim Yugyeom tinha. Suspirou tristonho, sentindo-se culpado por machucar o ômega e ser a razão do choro dele. Pelo menos era isso que passava em sua mente.

 

— Olha… — Começou tímido, observando o chão. — Me perdoe por ontem. Eu não quis em nenhum momento te machucar ou te fazer chorar. Perdão se eu fui um babaca, um bruto e totalmente sem noção.

 

Youngjae se manteve estático, sem saber reagir ao pedido do outro. Nunca tinha visto ou ouvido um alfa falar daquela forma consigo. Não com os olhos cheios de água. Não soando tão sincero como soava.

 

Yugyeom se levantou, triste que o outro não lhe respondera, mas também, não podia cobrar algo do outro. Havia o machucado, mesmo que não tivesse intenção.

 

— Meu nome é Yugyeom e se você quiser mandar seu pai… irmão ou alfa resolver as coisas, você pode pedir… eu prometo que não vou revidar. — O alfa baixou o olhar, deixando evidente que se um da família do loiro viesse tirar satisfações consigo, não iria intervir, porque eles estavam no direito de fazer algo.

 

Youngjae quis rir, porque ninguém falaria aquilo, só um tolo mesmo. Mas por algum motivo, não riu. Não tinha o porquê fazer aquilo.


 

— Eu… eu não tenho ninguém. Não se preocupe.

 

— Como não?

 

— Não tenho. — Encolheu os ombros.  — Meu pai, nem liga para onde estou, tendo um alfa com título e rico é o suficiente. Eu sou filho único, então não precisa se preocupar com algum irmão valentão batendo aí na sua porta para tirar satisfações… e, bom, eu não tenho um alfa, não mais. Mas já tive. — Sorriu fraco, sentindo os olhos se encherem de água. — Na verdade… — Desviou o olhar. — Ele nunca foi meu alfa. Nunca me pertenceu. Eu que fui tolo demais em pensar que de alguma forma, daríamos certo, quando na real, nossas vidas já estavam traçadas desde o começo e nada mudaria o combinado por todos.

 

— Você não foi um tolo… só pensou que dariam certo, que eram o certo. Isso não te faz ser um tolo, apenas alguém que ama outra pessoa.

 

— Ah… você não sabe das coisas garoto. — Riu amargurado. — Amor é uma palavra muito forte.

 

— Mas você não o ama?

 

Youngjae sentiu o peso daqueles olhos sobre si. Sentiu não só aquilo, como o peso daquela pergunta.

 

Amava Jaebum? Podia mesmo amar alguém, sendo todo errado do jeito que era?

 

Ah, amor… não lembrava de alguma vez ter sentido o real significado daquela palavra.


 

— Eu o odeio com todas as minhas forças.


 

— Ódio é uma palavra forte demais para se usar…

 

— Você não acha que amor também é? É forte e mesmo assim, as pessoas usam essa palavra só para machucar.

 

— Talvez, você ainda não descobriu o real significado dela. Talvez você só precise conhecer mais de si mesmo.

 

— Quem é você para falar o que eu devo conhecer ou não?

 

— Eu não sei… sinceramente, eu não faço a mínima ideia de quem eu sou desde que eu vi você. Eu nem ao menos sei quem você é, seu nome ou sei lá mais o que! Eu só sei que… que eu não consegui ir para a minha casa ontem, porque tudo que eu tinha em mente era você chorando e pedindo para que eu não ficasse perto. Eu fiquei com seu olhar de medo sobre mim… e eu não consegui ficar calmo até que eu estivesse aqui, perto o suficiente de você. E eu não sei se vai acreditar, mas de alguma forma muito louca… eu consegui ver que atrás dessa muralha de defesa tem alguém aí dentro sufocando… que quer ser livre, mas tem medo de ser quem realmente é, pelo simples fato de sair da sua zona de conforto.

 

— Você não sabe de nada! — Levantou-se da cama, caminhando até a porta, tendo seu braço segurado.

 

— Eu sei… eu sei porque mais do que ninguém eu te entendo. — Olhou no fundo dos olhos esverdeados. Via o quanto o ômega lutava para segurar o choro, apertando os lábios. — Eu sei como é ser só o resto… a segunda opção. Como é querer gritar, mas não ser ouvido. Eu sei como é ser só a escória… como é ser só um objeto de serventia para o querer alheio. Por isso eu te digo, não vale a pena se matar pelos outros. Não vale a pena se sufocar por isso. Não vale. É uma conversa ridícula, mas é a mais pura realidade. Não somos o que eles querem que sejamos. Somos mais, mais do que eles podem nos vender.


 

— Eu… e-eu não aguento mais… — Desabou, sentindo tudo o que guardou anos vir. Cedeu sobre os joelhos, sentindo-se fraco demais. Yugyeom lhe segurou. Sentiu o alfa segurar suas mãos à medida que começava a se arranhar e se debater. Era uma dor interna, era um trauma que nunca iria superar.

 

Lhe sufocava. Vivia sufocado desde seus treze anos, obrigado a fazer coisas que lhe fazia se auto odiar.

Chorou não só pela dor que sentia, mas todas as coisas que destruiu, todas as pessoas que magoou, mesmo que lhe dissessem não ser sua culpa, sentia na pele que era. Era o único culpado e isso invadia sua mente.

 

— Shiii… — O alfa lhe abraçou forte. Youngjae tentou o afastar, soltando uma das mãos e tentando o empurrar, porém o Kim permaneceu ali, recebendo alguns tapas que pediam seu afastamento.

 

Chegou um ponto que o Choi desistiu de lhe manter longe e apenas se agarrou a camiseta do alfa, apertando ela e encaixando seu rosto no peito alheio. Os dois estavam sentados no chão e mesmo que fisicamente não se conhecessem, havia algo ali, que lhes davam a certeza que não foi por acaso que haviam se esbarrado. Não naquela hora, naquele momento vivido pelo Choi.


 

Youngjae havia adormecido em seu colo e Yugyeom não conseguia se mexer, não por não conseguir, mas sim, por medo de acordar o garoto que nem o nome sabia, mas entendia que mexia com algo dentro de si.

 

Gostava de acreditar que nada era por acaso e que encontrar o loiro no dia anterior tinha um propósito e, não podia negar que em seu pensamento, a única coisa que lhe vinha era o quanto podia o ajudar. Sentia a solidão assolar o olhar daquele garoto. Era palpável tal sensação.


 

Kim Yugyeom estava ciente de que a partir dali, seu maior papel, não era fazer justiça com quem estava nos seus planos desde sempre. Tinha algo muito maior agora. Seu maior papel, era enxergar através dos olhos opacos daquele ômega e o instruir a seguir seu próprio caminho. Só esperava que o loirinho um tanto invocado não recusasse sua amizade, porque querendo ou não, eram compostos da mesma dor.


 

“Mesmo que digas que me quer longe, eu estarei aqui

porque eu sei de que somos feitos

somos do mesmo pó

do mesmo composto

eu sei o que te dói, eu carrego essa dor também.

Não me afaste, não afaste a nossa única chance de nos encontrar.

Querido, somos melhor juntos, mesmo que eles sejam contra nós

Nós seremos contra eles,

porque

Somos melhor juntos”

 


Notas Finais


aaaaaaaaaaa

E aí galerinha, o que acharam?
FINALMENTE EU PUS O YUGYEOM, PUTA QUE PARIU, NÃO AGUENTAVA MAISSSS. QUERIA MUITO ELE.

AGORA EU VOU COMEÇAR A BRINCAR COM VCS KSKSSKKSSKSK

Gentii eu preciso ir para a aula

Um bjo na bunda e até a próxima loucuraaaaaaaaaa


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