História Soulmates - My name is troublemaker.

Louis nunca teve muita paciência, talvez só com sua família, mas com o resto ele somente ignorava e parava de insistir ou fazer. Talvez, com certeza, seja por isso que ele nunca conseguiu namorar sério por muito tempo, mas grande parte da culpa disso é que nenhuma pessoa que ele havia conhecido durante todos esses anos parecia ter o que seu coração queria. Louis não se importava que achassem isso uma “filosofia de vida” bem gay, afinal ele é gay, mas sua filosofia é questão de amor, tesão, desejo e vários sentimentos, não só de um ou outro.

Desde que era criança, Louis sempre foi preguiçoso, os únicos momentos que não era quando tinha treino de futebol. Quando cresceu, seu amor por futebol só cresceu, assim como sua preguiça, mas ele adquiriu outros prazeres além do futebol, ele conheceu o quão bom eram festas e sexo. Muitas pessoas o chamavam de promiscuo, mas ele não se importava.  

Enquanto empurrava suas malas em cima da cama e as abria, seus pensamentos estavam em matar Tyler. Que merda ele tinha cabeça pra o meter naquele fim de mundo? Por Deus, ele queria sair dali o mais rápido possível, mas seu contrato de um ano e meio discordava de sua vontade.

Suas roupas já estavam quase todas nas gavetas e suas coisas no armário quando seu telefone berrou. Louis parou e tentou ouvir melhor de onde estava vindo o toque, o celular não estava no quarto, então ele desceu as escadas correndo e quase beijando o chão, mas enfim encontrou o aparelho sobre o rack da sala. Quando suas mãos voaram pra atendê-lo, o toque finalizou e o apartamento voltou a ficar silencioso.

- Infernos! – Louis grunhiu, suas mãos puxaram de leve seus cabelos pra cima e ele riu de si mesmo. A chamada era de um numero desconhecido e por isso ele não retornou, só enfiou o aparelho no bolso e voltou pro quarto pra terminar a arrumação.

Depois de mais vinte minutos o quarto estava finalmente arrumado e as malas embaixo da grande cama de casal, Louis se jogou sobre a mesma e ficou olhando pro teto, seus pensamentos estavam entre levantar e procurar algo de bom pra fazer na cidade ou voltar correndo pra Londres, a segunda alternativa não era realmente pautável, por isso ele levantou e começou a se despir pra entrar no banho, quando estava só de boxes seu telefone voltou a tocar, mas agora era Tyler, e Louis mataria Tyler pelo telefone se fosse possível. Mas pra sorte de Tyler, e má-sorte de Louis, não era ainda possível, talvez no futuro.

- Seu merdinha. – Tomlinson grunhiu enquanto voltava a se sentar, o pano macio da colcha da cama roçando em suas coxas nuas faziam cocegas. – Eu quero te matar.

- Okay, okay, mas por quê? – A voz mansa de Tyler só conseguia fazer o outro ficar mais irritado. – Eu sei que Doncaster não é tão movimentado quanto Lond-

A gargalhada de Louis cortou a fala do outro, mas não era uma gargalhada verdadeira, era puro deboche.

- Você só pode estar brincando comigo. Diga que sim. Ou melhor, diga que isso tudo é uma grande brincadeira e eu posso voltar pra Londres.

- O contrato já está assinado? – Louis bufou antes de responder um “obvio”. – Então você terá que passar um ano e meio em Doncaster, mas isso não quer dizer que você não terá tempo pra visitar Londres.

- Isso é castigo? – Tyler riu. – Não, não responda. Mas eu devo agradecer pelo apartamento, é bem legal. Você sabe se tem alguma boate ou pelo menos um bar nesse lugar?

- Louis! Não vá começar. – O tom de voz de Tyler já havia mudado de brincalhão pra sério em modo de aviso.

- Tyler, eu estava indo tomar banho quando você ligou, então eu vou desligar.

- Falo com você depois, okay? E não se meta em encrencas, e qualquer coisa me ligue! Eu só quero seu bem, você sabe...Nós somos como irmãos.

- Grande irmão que você é. Mas tudo bem, qualquer coisa eu te ligo. Até mais. – Louis jogou o celular sobre a cama e correu pro banheiro. Seus olhos se arregalaram em surpresa, excitação e animação ao ver quão grande era o banheiro, até uma banheira tinha ali.

Os cabelos castanhos do homem estavam cheios de espuma quando ele ouviu seu celular voltar a tocar, e como um grande idiota, acabou por acidente abrindo um dos olhos.

- PUTA QUE O PARIU! – Seu berro ecoou pelo apartamento, ele se enfiou debaixo de agua, depois de minutos a ardência já tinha parado, mas seu olho parecia pegar fogo. Acabou que o banho foi bem mais curto do que Louis previa.

Ele se enrolou em uma toalha, que havia encontrado embaixo da pia, e pegou outra pra enxugar seus cabelos, parou em frente ao espelho antes de seguir pro quarto e conferiu que seu olho esquerdo estava vermelho como uma bola de fogo.

- Seja quem for que me ligou, eu vou matar essa pessoa. – Louis murmurou pra si mesmo enquanto enfiava uma cueca rapidamente, jogou a toalha sobre a cama enquanto puxava o celular. – De novo é um numero desconhecido? – Assim que terminou de falar o telefone vibrou sobre a sua mão.

- Alô? Quem é, hein? Olh-

- Tomlinson?- Louis se calou assim que ouviu uma voz que ele havia ouvido recentemente. – Louis? Aqui é o Niall...- Um banho de agua fria caiu sobre a cabeça de Louis quando ele reconheceu a voz, não era quem ele queria.

- Oi...Niall. Como você arrumou meu numero?- Louis segurou o celular com uma mão e foi atrás de uma roupa decente pra sair.

- O Ben me passou, eu queria perguntar se você já conseguiu se instalar na cidade e se não quer sair pra conhecer o resto do time, beber uma cerveja e taus? – O homem parou sua mão sobre uma camisa, sem dar importância pra tal, assim que ouviu Niall falar “cerveja”. – Louis?

- Oh, sim sim! Quer dizer, eu já consegui me instalar, e eu aceito sair pra conhecer o pessoal, eu tava mesmo querendo conhecer a cidade, mas nem sabia como e por onde começar. – Se calou assim que percebeu que estava falando demais.

- Então, você tem carro né? – Niall perguntou mesmo já sabendo a resposta. Louis afirmou. – Me encontra em frente ao centro de treinamento que de lá nós vamos direto pra bar, os outros caras já vão estar lá. Umas oito e meia, okay?

- Aham, valeu, até daqui a pouco. – Louis desligou enquanto segurava sua língua pra não perguntar se Harry Styles estaria lá também. 

Se arrumar nunca foi problema pra Louis, por isso ele enfiou uma calça jeans escura e puxou uma camiseta sem mangas branca com detalhes vermelhos, seus tênis eram quase sempre os mesmos, seu cabelo não precisava de tanta atenção. Em menos de uma hora ele estava pronto, desceu as escadas em pulinhos e foi direto pra cozinha. A mesma estava vazia, ele teria que fazer comprar. Mas isso ficaria pra outro dia.

~

As ruas de Doncaster eram bem confusas, vários cruzamentos e semáforos, e diferente do que Louis pensava, havia varias pessoas e carros nas ruas. O homem desviou os olhos da estrada pra mudar de estação e quando levantou seu rosto viu o quão próximo estava da fila de carros parados no sinal vermelho, freou o carro com força e fechou os olhos com medo de um impacto, impacto esse que não veio.  Tomlinson respirou fundo antes de abrir os olhos, os mesmos se arregalaram quando ele viu quem saia do carro a sua frente.

Harry Styles deu duas batidinhas no vidro do lado do motorista e o coração de Louis bateu ainda mais rápido, mesmo assim ele abaixou a janela e abriu um sorriso porque ele não ficaria por baixo da situação, nunca.

- Ah! – Styles murmurou nada surpreso. – Você. Eu não deveria mesmo me surpreender, mas que merda você estava pensando quando quase brecou com o meu carro?

- Brecou. – Louis não conteve uma risada quando ouviu a expressão que seu avô usava.

- Você é idiota ou o que? – Harry bateu suas palmas abertas na janela de Louis que parou de rir e encarou assustado o homem ao seu lado. Graças a Deus ele estava do lado de fora. – Hein? Você está tentando se matar, ou me matar? Ah, já sei, você já está querendo ser noticia?

- Nem foi tão sério. – Louis disse voltando a abrir seu sorriso de lado, aquilo irritava tanto Harry, e o mais velho parecia já saber disso. – Eu me desconcentrei por um segundo. Não fiz por querer.

- Que seja! Não repita isso. Você pode acabar pegando um motorista não tão paciente. – Harry disse com seu rosto vermelho quando outros motoristas começaram a buzinar atrás deles e então a desviar seus carros dos deles.

- Você é paciente aonde? Eu já disse que não fiz por querer e você continua me dando esporro. Há quanto tempo você não transa? – Louis segurou um sorriso malicioso quando disse tais palavras.

- O QUÊ?- Harry berrou encarando Louis como se ele fosse um fantasma. – Tenha mais respeito por mim, eu sou seu superior. – As veias do pescoço do mais novo já estavam a ponto de saltar, e seu rosto só ficava mais vermelho.

- Eu só te fiz uma pergunta simples. Parece que você tá muito estressado, e você sabe...dizem que sexo faz a pessoa relaxar. – Louis deu de ombros como quem não quer nada, mas o sorriso que habitava seu rosto dizia o quão sacana ele estava sendo. – Além de qu-

- Foda-se, ou você me respeita ou vou ter que lhe ensinar como me respeitar. – O sorriso de Louis só aumentou ao ouvir aquilo, ele nem disfarçava que estava mesmo dando em cima de seu treinador. – E nem é como você está pensando. Preste mais atenção quando estiver dirigindo e lembre-se: me respeite. – Harry fechou a cara enquanto se afastava e entrava em seu carro, em segundos ele já estava longe enquanto Louis continuava sentado com as mãos no volante e um sorriso zombeteiro.

- Okay, senhor treinador. – Murmurou baixinho enquanto acelerava o carro em direção ao centro de treinamento.