"Você e eu
Não queremos ser como eles
Podemos levar isso até o fim
Nada pode ficar entre
Você e eu"
(One Direction - You and I)
- Você ficou por cima ou por baixo? – Louis perguntou com a mão no queixo e um sorriso safado no rosto.
- É claro que ela ficou por baixo, Louis – Sophia rolou os olhos – era a primeira vez dela e Harry tem cara de ser muito controlador.
- Concordo com a Sophia – a voz de Bea soou, o telefone estava no viva voz – Quero saber mesmo é se ele foi romântico, safado ou uma mistura dos dois, fala logo Alice.
Suspirei exasperada, estávamos no shopping – exatamente na praça de alimentação – e sabia que esses três seriam os que fariam mais perguntas. Zayn estava ao meu lado, fazia cachos no meu cabelo e ria vez ou outra.
- Não vou entrar em detalhes – falei me ajeitando na cadeira (ainda estava dolorida, infelizmente) e olhando ao redor em busca de alguém de olho em nossa conversa – mas ele foi romântico, sim, safado também, mas se preocupou muito comigo. E pronto. Fim de papo.
Bea soltou um gritinho empolgado. Assim que postei uma foto no instagram da minha mão com o anel prateado, ela ligou para mim exigindo saber o que tinha acontecido e se foi realmente o Harry que havia mesmo me pedido em namoro, como minha conta era privada as fãs ainda não sabiam do que tinha acontecido e, graças a Deus por isso.
- Só para que você saiba, Bea – Louis disse rindo – ela está com dois chupões no pescoço.
- Droga, Zayn – reclamei – pare de mexer no meu cabelo ou todo mundo vai ver.
Eles riram da minha cara abobalhada e Sophia falou com uma voz mais baixa, quase um sussurro – Quantos orgasmos ele te deu?
Zayn engasgou e eu fiquei mais vermelha que a blusa do Louis que, por sua vez, ria descontrolavelmente. Bea gargalhava alto enquanto ecoava a voz de Soph, pedindo sem parar para que eu respondesse.
- Não vou responder a isso – falei tentando manter a seriedade.
- Foi só um? – Bea perguntou decepcionada – sempre achei que o Styles era o mais quente de todos os meninos, pensei que ia te jogar na parede, segurar teu cabelo, te chamar de larg...
- Beatriz! – exclamei – meu Deus do céu, pare com isso.
- Você só acha o Harry mais quente porque... – Zayn perguntou aproximando a boca do telefone em cima da mesa – ... nunca esteve entre quatro paredes com Zayn Malik, querida.
Queria ter visto a cara dela agora. Olhei desconfiada para Zayn que sorria com a língua entre os dentes.
- Agora vai começar o sexo por telefone – Louis disse – vou pegar a pipoca, esperem antes de começar.
- Sabe, Malik – Bea falou ignorando o Tomlinson – não posso concordar com você, a menos que me mostre isso na prática.
- Isso é melhor que novela mexicana! – Sophia bateu palmas enquanto eu balançava a cabeça, sabia que Bea não ia se intimidar, se fosse eu... bem, eu estaria com 50 tons de vermelho em meu rosto agora.
- Gostei dela – Louis riu – quando você vem para Londres mesmo?
- Nem vem, Lou – Zayn falou carrancudo – Bea vai estar entre quatro paredes comigo.
- Nossa, amiga – zombei – o quão disputada você esta.
Ela riu – Não vamos mudar o foco do assunto! Pessoal, vamos nos concentrar no sexo selvagem da Alice! Viada, você ta andando de pernas abertas?
Relaxei na cadeira quando todos os olhares voltaram-se para mim – Para ser sincera, só melhorou um pouco com o relaxante muscular que Soph me deu.
- Vai melhorar na próxima – Louis garantiu – ou também tem a possibilidade de você ficar toda assada.
Arregalei os olhos enquanto todos riam, pelo visto, a piada do mês serei eu. Se me contassem que eu estaria falando do começo da minha vida sexual, em detalhes, com esses malucos enquanto Harry, Niall e Liam compravam lingeries e nossa comida, eu não acreditaria. Demorou muito para que finalmente o foco da conversa mudasse e foi quando soube que iríamos embora amanhã a noite, fiquei triste imediatamente porque tudo em Los Angeles foi perfeito, conhecer Hollywood, jantar com Harry, brincar com os meninos, ficar mais próxima de Sophia... tudo foi absolutamente perfeito.
Harry chegou com uma sacola da Victoria Secret em uma das mãos, dois sanduiches em uma bandeja na outra e um sorriso safado no rosto, sentou-se ao meu lado e aproximou os lábios do meu ouvido – Amor, comprei uma lingerie preta transparente e mal posso esperar para tirar ela com minha boca.
Uma frase safada dita por aquela voz rouca que tanto amava e pronto, já estava corada, ansiosa e arrepiada dos pés a cabeça. Ele riu da minha reação e beijou minha bochecha enquanto eu mastigava uma batata frita.
- Olá, Bea – Liam cumprimentou, juntamente com Niall, a louca da minha amiga que gritava cantando com Louis.
- Ah meu Deus, todos chegaram? – perguntou assim que ouviu a voz dele – porque ninguém me avisou que estou pagando mico enquanto os donos das melhores vozes que conheço estão ouvindo?
- Obrigada pelo elogio – Soph riu – mas devo dizer que minha voz está bem longe de ser a da Alice.
- Já a minha voz é realmente a melhor aqui – Zayn se gabou.
- Tenho que concordar – minha amiga falou toda doce.
- Só concorda porque está caidinha por ele – Harry entrou na conversa assim que Louis gesticulou um coraçãozinho apontando para Zayn e o telefone.
- Olá, dono do sexo safado e romântico da vez. Como vai?
- Eu vou desligar o telefone – falei em português – você está me matando de vergonha.
- É verdade que quer fazer sexo selvagem com o Zayn? – Harry perguntou rindo – quer testar os dotes dele entre quatro paredes, não é?
Louis era o mestre das fofocas, fazia gestos obscenos com as mãos dando dicas para Harry enquanto Niall comia calado e Liam suspirava olhando – assim como eu – ao redor.
- De sexo selvagem eu entendo, Harold. Espero que não esteja decepcionando minha amiga nesse quesito.
- Okay, já chega – me intrometi pegando o telefone e tirando do viva voz, Louis jogou uma batata frita em mim bufando e Zayn fez uma cara descontente, aposto que estava adorando ouvir essa conversa – Bea, você está impossível.
- Estava tentando te ajudar, Ally! – reclamou rindo e em português também – mas tudo bem, vou desligar porque tenho que estudar. Mande um beijo para esses lindos, gostosos, sexy’s...
- Já entendi – sorri – bons estudos, amo você e estou com saudades.
- Awn, que amiga boba a minha.
- Idiota.
- Amo você, ruiva. Beijos.
Desliguei o telefone e voltei a comer em silencio, Liam conversava baixinho com Sophia e Louis olhava o telefone enquanto jogava batatinhas em mim que acabaram grudando no meu cabelo fazendo com que Zayn reclamasse mas tirasse todas elas, Niall disse que era um desperdício de comida então empurrou Harry pro lado e comia a comida que Zayn o entregava assim que a colocava longe dos meus fios ruivos.
Estava tudo calmo e silencioso – na medida do possível – quando um grito histérico soou, olhei ao redor e vi uma adolescente loira com roupas curtas apontando para os meninos, em seguida repetiu o que tinha dito numa voz mais limpa – É A ONE DIRECTION!
Não sei exatamente o que aconteceu a seguir, uma multidão começou a se formar ao lado da garota, essas directioners vivem com cartazes? Como podem ter arrumado um monte deles em menos de 2 minutos? Consegui ler um “LARRY FOREVER” antes que Niall puxasse minha mão e me ajudasse a ficar de pé, olhei ao redor e pisquei os olhos quando flashes invadiram meu rosto, uma gritaria enorme soou quando mais garotas apareceram, por todos os lados meninas corriam até nós.
- Precisamos correr – Sophia falou – ou vamos ser atropelados.
- Como não vi nenhum paparazzi? – Liam disse puxando sua cintura, a colocando na sua frente enquanto desviava de algumas cadeiras – aposto que saiu em algum lugar que estávamos aqui.
- A cidade inteira veio ver vocês comerem em um shopping? – perguntei ficando entre Harry e Niall, ambos seguraram minhas mãos com mais força.
- Fudeu, galera – Louis anunciou em alto e bom som quando menos de 5 metros estavam entre nós e as fãs – corre!
Harry me puxou rindo e olhando para trás, corri arrastando Niall comigo e olhando Zayn e Louis fazerem o mesmo. Estávamos indo na direção norte quando mais algumas meninas apareceram gritando histericamente enquanto corriam em nossa direção, estávamos encurralados entre dois grupos enormes de directioners loucas para arrancar um pedaço desses meninos, quando Liam apontou para um corredor a nossa esquerda, rapidamente o seguimos e segurei a mão do irlandês com mais força já que sua palma suada ameaçava escorregar da minha.
- Estava com saudades disso! – Louis gritava pulando.
Sophia o olhou como se fosse maluco.
Sedentária e asmática do jeito que sou, já sentia dor nas pernas, minha bolsa estava quase se abrindo e meu cabelo voava caindo em meus olhos, respirei fundo sentindo o ar faltar e estava prestes a dizer a Harry que não ia aguentar correr mais quando uma moça puxou Zayn pelo braço e o arrastou para dentro de uma loja pequena, Liam e Sophia foram atrás dele e acabamos todos respirando ofegantes dentro da loja enquanto a garota desconhecida rapidamente trancava a porta e colocava umas cadeiras para segurá-la melhor quando algumas meninas bateram no vidro, tirando fotos, sorrindo e gritando ao mesmo tempo.
Soltei a mão dos dois e sentei-me, o ar faltando em meus pulmões. Não é uma boa hora para ter uma crise de asma, Alice. Tossi fortemente chamando a atenção de todos e coloquei a mão no peito já que não consegui formar nenhuma frase coerente, conseguia ouvir o chiado no meu peito e lágrimas dançaram em minha visão.
- Amor? Está tudo bem? – Harry me sacudia.
- Obvio que ela não esta bem – Louis falou com um olhar apreensivo – está sem ar.
- Alice? Alice! – Liam ajoelhou-se ao meu lado massageando minhas costas. Queria dizer que não estava engasgada, mas som algum saiu da minha boca, procurei Zayn com o olhar para que lembrasse que isso era uma crise de asma assim como tive a algum tempo atrás. Até tentei pegar a bolsa mas meus dedos trêmulos não deixaram.
- Amor, está me deixando preocupado.
- Droga, está com ela na bolsa? – Zayn perguntou se abaixando ao lado de Harry e abrindo minha bolsa.
Assenti segurando a mão de Hazza com força.
- Ela vai morrer? – Niall perguntou baixinho.
- Não vai, não – Zayn garantiu finalmente achando minha bombinha, colocou ela entre meus lábios e com a mão livre a usei para me ajudar a respirar – é só uma crise de asma.
Concordei com a cabeça, respirando aliviada e fechando os olhos até que finalmente a tosse se foi e minha respiração voltou ao normal.
Aconcheguei-me no peito de Harry e senti que também respirava aliviado – Não sabia que tinha asma.
Dei de ombros e sussurrei – Não sabia que íamos correr uma maratona.
- Estão tirando foto desse momento romântico – a garota desconhecida avisou, era morena e vestia o uniforme da loja.
Harry não ligou e acariciou meu cabelo, Zayn sorriu quando soltei a bombinha e segurei em sua mão agradecendo com o olhar.
- Se não tivesse com a bombinha, o que teríamos que fazer? – Liam perguntou.
Louis respondeu – Provavelmente respiração boca a boca.
- Enquanto me levam para o hospital – completei.
- Olha só, gente – Soph suspirou – o papo está ótimo, mas duvido que esse vidro aguente tanta pressão assim.
Olhamos na direção das directioners, algumas pulavam animadas ao me ver nos braços de Harry, outras olhavam com cara feia e umas não estavam nem aí e continuavam acenando para os meninos.
- Tem alguma saída pelos fundos? – Niall perguntou acenando para uma morena simpática do lado de fora.
- Claro que tem, a propósito me chamo Angelina – cumprimentou cada um e eu me ergui, separando-me de Harry, para aceitar seu abraço simples – Um de vocês pode pegar o carro e deixar aqui na porta e depois podem ir embora sem serem vistos. Vieram de carro, não é?
- Ótima ideia – Louis concordou piscando o olho para Angelina que era até bem bonita – viemos em dois carros, Niall e Zayn podem ir pegá-los.
- Quem te nomeou o líder? – Harry riu.
- Vão pegar os carros – Liam ordenou quando os meninos continuaram parados.
- Porque vocês só obedecem o Liam? – Louis reclamou cruzando os braços.
10 minutos depois estávamos nos despedindo de Angelina, a garota gentil que colocou o numero do telefone no bolso de trás da calça jheans de Lou enquanto o abraçava. Graças a Deus, ninguém percebeu que já estávamos do lado de fora, saímos do shopping discretamente e aliviados.
- Me deixe uma quadra entes do hotel – Harry disse para Zayn.
- Onde você vai? – perguntei mordendo o lábio numa tentativa de não soar possessiva.
- Nós vamos fazer uma coisa – falou sorrindo.
- Sexo ao ar livre? Ou tem um motel? – Louis perguntou rindo – não sabia que Lucy fazia o tipo de garota que adora uma adrenalina na hora “H”.
Me inclinei para bater eu seu braço já que estava no banco da frente e ele segurou minha mão, beijando a ponta dos meus dedos antes de soltá-la. Assim que descemos do carro, Harry tapou meus olhos para que não visse onde estávamos e colocou a mão na base da minha coluna me guiando para dentro de seja lá o lugar que estamos.
- Onde estamos? – perguntei apreensiva.
- Relaxa, amor – beijou meu pescoço e me ajudou a subir um pequeno degrau – Lembra quando disse que um dia te convenceria a fazer uma tatuagem?
- Lembro, Hazza – suspirei já imaginando onde estávamos, ele tirou a mão dos meus olhos e pude ver um homem cheio de tatuagens na minha frente, sorria com alguns desenhos nas mãos – Mas não vou fazer isso.
- Apenas uma, Alice – falou pegando os desenhos na mão do tatuador.
- E porque eu faria isso?
- Porque estou pedindo.
- Não me convenceu.
- Porque eu te amo?
- Ainda não é o bastante – falei seriamente mas por dentro meu coração se encheu de alegria.
Ele suspirou – Porque eu vou tatuar seu nome bem grande em meu braço?
- Você não faria isso – estreitei os olhos.
Ele deu de ombros – Duvida?
- Hazza, sério, tire essa ideia da cabeça... Não vou fazer tatuagem nenhuma.
- Okay – disse sentando-se na cadeira vazia ao seu lado e olhando para o tatuador – quero o nome Alice bem aqui.
Esticou o braço e apontou para o espaço vazio logo embaixo do cotovelo.
- Harry! – chamei sua atenção porque olhava para diferentes tipos de letras – não faça isso, tatuagem é algo definitivo.
- Eu sei.
- E se nós terminarmos?
- Isso não vai acontecer, amor – me assegurou com um sorriso torto – mas mesmo que o impossível aconteça, vou sempre olhar para meu braço e lembrar que namorei a garota mais linda do universo.
Estava quase conseguindo me derreter e sabia disso porque continuou a falar com uma voz suave – Mas se você faz tanta questão assim que não tatue o seu nome, basta fazer uma tatuagem, qualquer uma, simples até, não me importo. Só quero que faça.
- Porque quer tanto isso?
- Porque quero saber que tirei da sua cabeça àquela ideia de que tatuagens fazem de você uma pessoa maloqueira ou um gibi, como você mesmo disse, e porque quero que veja o como é bom expressar o que sente e o que gosta.
- Posso expressar por meio da musica, não preciso de uma tatuagem e não acho que ter uma tatuagem te torna uma pessoa maloqueira, Hazza. Meu pai tinha algumas.
Costumava traçar com meus dedos uma tatuagem de uma árvore sem folhas nas costas do meu pai, quando era criança me disse o significado de cada uma delas. Lembro quando avisou que se um dia eu fizesse uma, seria algo que me marcasse, algo que não fosse banal. Olhando para Harry agora senti vontade de expressar o amor pela música e o amor pelo meu pai, não sabia como fazer as duas coisas juntas ate que uma ideia surgiu em minha mente.
Aos 04 anos papai disse que cantar para mim é “sonhar em voz alta”, repetia essa frase em todos os meus aniversários e toda vez que não queria ensaiar ou tocar piano.
Sonhar em voz alta, minha Katherine. Você sabe como sonhar em voz alta – dizia e sempre me sentia feliz ao ouvi-lo me elogiar, sempre ficava contente quando dizia essas três palavrinhas.
Com um suspiro, bati no ombro de Harry e indiquei com a cabeça para que saísse. Ele se levantou com um sorriso e sentou-se ao meu lado.
- O que vai querer? – o homem perguntou.
Escrevi no papel exatamente como queria que ficasse, não sabia desenhar perfeitamente o símbolo da musica, mas ele tinha alguns moldes que ficariam perfeitos, desci a alça da camiseta e disse que queria a tatuagem no ombro.
- Vai ter que tirar a blusa, querida – falou com um sorriso de quem se desculpa – não posso correr o risco de borrar.
- Porque você sempre escolhe o caminho mais difícil e, nesse caso, o mais torturoso para mim? – Harry me perguntou franzindo a testa.
- Lembre-se que a ideia de fazer uma tatuagem foi sua – falei rindo e depois puxando a camiseta por meus ombros, meu sutiã era preto e composto, porém o tatuador demorou o olhar por meus seios.
Harry pigarreou irritado enquanto eu ria baixinho mas desconfortável por saber que estava só de sutiã na frente de um desconhecido, me recostei na cadeira e Harry colocou minha blusa em cima dos meus seios, tapando a visão do homem que a essa altura já estava quase tocando minha pele com aquele negocio afiado e que parecia doer.
- Vai doer muito? – perguntei virando a cabeça para meu namorado.
- Um pouco – admitiu beijando minha testa – mas passa logo.
Mordi o lábio quando a tatuagem começou a ser feita, estava doendo, mas não reclamei, também não fiquei olhando e confiei em Harry para que alternasse o olhar entre meu rosto e o trabalho do tatuador. Fiquei concentrada na sua boca rosada comprimida num sorriso sem mostrar os dentes, seus olhos me passavam coragem enquanto acariciava minha mão. Ele era tão lindo, mal acreditava que era meu. Um dia de namoro e já estava aqui, completamente rendida as suas vontades.
Não demorou muito e a tatuagem estava pronta, virei à cabeça e a primeira coisa que percebi foi que tudo ao redor estava vermelho, bem vermelho. O resultado ficou ótimo, o símbolo da musica estava um pouco maior que a unha do meu dedão e ao seu lado, um pouco a baixo, estava a frase “dream out loud”, pendendo acima dos meus seios e abaixo da clavícula.
- Ficou linda – Harry sussurrou alisando a pele avermelhada, seu toque provocava arrepios involuntários, desceu o toque até o meio entre meus seios tirando a blusa de lá e levantando meus braços para que ele mesmo a vestisse. Dei uma risada baixa vendo como se preocupava com o fato de ninguém me ver só de sutiã e depois de ter feito um curativo e de ter pego uma pomada caso haja ardência, fomos embora. Não vi Harry pagando e ninguém o cobrou, deduzi que já tinha acertado tudo antes.Ele entrelaçou minhas mãos assim que saímos da loja e caminhamos até o hotel com o cheiro do mar ao redor.
HARRY
Dizem que todo namoro tem seu lado bom e lado ruim mas olhando para Alice vestida com minha blusa preta apenas com uma calcinha por baixo, não conseguia sequer pensar se um dia chegaria a conhecer esse lado ruim. Não acho que cruzava as pernas na cama, enquanto penteava o cabelo, para me provocar e também não acho que saiba o quanto gestos assim me deixam louco. Sentei-me na cama apenas de cueca box, normalmente dormia nu mas não queria correr o risco de que me visse de pau duro assim que acordasse, pelo menos não ainda, observei como alisava o cabelo moldando os cachos ruivos abaixo dos ombros, fazia desse gesto algo tão sensual que acrescentei uma nota mental de lembrar para pedi-la deixar crescer os pêlos na sua intimidade - precisava descobrir se eram tão ruivos quanto o cabelo. Amava os fios ruivos em sua cabeça.
Tentei afastar esses pensamentos ou acabaria jogando Alice na cama e implorando para que fizesse sexo comigo, não queria apressa-la porque sabia que estava dolorida.
- Zayn disse que íamos embora amanhã a noite - falou enquanto levantava da cama para guardar o pente de cabelo. Porque tinha que ter uma bunda tão gostosa? Minha camisa bem que poderia ser mais curta.
- Verdade - falei deitando a cabeça para apreciá-la melhor.
- Vou sentir saudades desses dias maravilhosos - virou-se com um sorriso triste - tudo aqui foi perfeito.
Da sua bunda para seus seios, meu olhar parecia hipnotizado. Seria safado demais pedir que fizesse frio? Adoraria vê-los arrepiados exatamente como ficaram quando estavam em minha boca.
- Harry, está me ouvindo? - perguntou colocando as duas mãos na cama e vindo ajoelhada até onde eu estava, me dando uma visão melhor dos seus peitos já que minha camisa tinha gola V. Porque tinha que amar tanto o corpo dela?
Hora de desviar o olhar, Harry.
- Claro que estou ouvindo - respondi pegando em seu braço e a puxando para meu peito, porém foi uma péssima ideia. Agora, com ela entre minhas pernas, só conseguia ver seus seios empinados e suas coxas - podemos voltar aqui sempre que tivermos folga.
- Você vai entrar em turnê - mordeu o lábio enquanto olhava fixamente para a televisão. Queria passar a língua por aquele lábio inferior, sentindo toda doçura do seu beijo mas temo não conseguir parar se fizer isso. Acho que sempre vou amar juntar nossos lábios em um beijo.
- Não significa que vamos ficar sem nos ver, amor.
- Sabe que vou sentir saudades.
- E você sabe que vou passar cada minuto pensando em você - falei verdadeiramente - mas não quero que pense nisso, vamos apenas aproveitar esse sossego.
Vi que sorriu, pegou minha mão e brincou com o anel em meu dedo ao falar - Estou tendo umas idéias ótimas para uma música.
Somos dois, amor -pensei, não estava brincando quando disse que ela era minha musa inspiradora.
- Me mostra? - perguntei puxando seu queixo e olhando em seus olhos.
Sua risada foi baixa - Não.
- Não vai me mostrar?
- Nope - estalou os lábios no final da palavra e continuo rindo baixinho. Amava a risada dela.
- E porque não? Tenho certeza que está ficando linda.
- Está ficando sim, mas só vou mostrar quando estiver pronta. Ainda não tenho certeza da melodia.
Bufei - Posso ajudar, te dar algumas dicas.
- Não e não - colocou o dedo em meu peito nu.
Suspirei já me sentindo derrotado, fazer o que se amo a teimosia dela?
- Sabe, fiquei um pouco triste hoje - mudei de assunto tentando não estremecer ao seu toque traçando minha tatuagem e meu peito.
- Porque? - perguntou erguendo os olhos. Fiquei alguns segundos sem responder porque me perdi dentro da imensidão cinza esverdeada que eram seus olhos por baixo dos óculos que tanto odiava. Amava aqueles olhos.
- Porque Zayn sabia sobre sua asma e eu não - falei finalmente. Não gostava de saber o quão próximo ele era dela, sei que são apenas melhores amigos mas vê-lo cuidar da minha namorada, justamente quando eu estava parado feito um paspalho, mexeu comigo.
Sua boca se abriu no meu sorriso preferido, não preciso nem falar o quanto amo o modo como sorri - Bem, Zayn não sabe me fazer sentir prazer e você sabe.
Acho que foi minha vez de sorrir, essa garota ia me levar a loucura.
- É muito bom saber disso - sussurrei beijando o canto da sua boca - muito bom saber.
Ela sorriu contra meus lábios e segurou minha nuca me puxando para um beijo. Amava a sua timidez e inocência porém amava mais ainda quando esquecia delas e ficava ousada, explorei sua boca com meus lábios e controlei um gemido quando enrolou a língua na minha. Era tão doce, tão cuidadosa e ao mesmo tempo firme e decidida. Sabia que amava quando puxava os fios de cabelo em minha nuca e fez isso de propósito, descendo as unhas até meu pescoço e peito.
Desci a mão que estava na sua nuca para a sua perna numa carícia longa, assim que senti sua coxa firme contra a palma da mão, puxei-a para o lado direito do meu quadril e Alice entendeu o que queria, ergueu o corpo enquanto abria as pernas em meu colo, cada uma em um lado diferente do meu corpo. Péssima ideia péssima ideia, péssima ideia, péssima ideia - minha mente sussurrou quando a blusa acabou subindo e sua calcinha apareceu, encostando no meu pênis num roçar leve. Contra minha mente, minhas mãos apertaram sua bunda coberta pelo fino tecido preto da peça íntima, calor por onde suas mãos passeavam em meu pescoço e peito. Amava o jeito que me excitava.
Prendi seu lábios em meus dentes enquanto apertava com força a carne deliciosa da sua bunda de brasileira, ela gemeu quando impulsionou o corpo e me sentiu quase totalmente duro contra si. Tinha que parar ou acabaríamos fazendo sexo, o que seria uma coisa boa se ela não estivesse dolorida. Estava prestes a afastar nossos corpos quando ela depositou um selinho em minha boca e sorriu ao sair de cima de mim.
- Desculpa, Hazza - falou olhando para as mãos - é que se fizermos isso mal vou conseguir me levantar amanhã.
Não pude evitar rir - Tem gente que não consegue levantar da cama na primeira vez, fico feliz que não tenha ficado assim.
Ela reprimiu o riso mordendo o interior da bochecha, ficava tão fofa fazendo isso - Louis disse que eu poderia ficar a... - suspirou - assada. É verdade?
Maldita Louis e sua boca grande, também tinha uma bunda grande mas isso não vem ao caso.
Alice sentou-se cruzando as pernas embaixo de si e respirei fundo para acalmar meu amiguinho aqui em baixo e controlar minha mente nada sã.
- Só ficaria assada se eu não respeitasse o fato de que, como foi sua primeira vez, está bem dolorida e fizesse um sexo selvagem com você.
Amaria fazer sexo selvagem com ela mas não nas condições em que estava no momento. Corou por causa das minhas palavras e depois puxou o lençol para se cobrir.
- Entendi - afirmou - obrigada por respeitar.
Deitei-me quando ela fez o mesmo e tirei o cabelo do seu rosto antes de beijar sua testa e falar - Sempre vou te respeitar, amor.
Sempre.
Passou os dedos por meu rosto antes de encostar nossos lábios brevemente e virar de lado bocejando - Obrigada por isso e boa noite, Hazza.
Amava o som do meu apelido em sua boca.
Enrolei meu braço em sua cintura e mantive meu corpo longe da sua bunda ou teria que passar no banheiro antes de dormir - Boa noite, linda.
Não foi fácil dormir, minha mente vagava para ontem a noite quando conheci todo seu corpo, observando o modo quieto como dormia sentia falta dos gemidos roucos que soltou. Tentei ser o mais romântico possível, quase perdi o controle quando encostei minha língua em sua intimidade, era tão gostosa e tão minha. Gozaria só ouvindo o modo como gemia meu nome se contorcendo na cama e arranhando minhas costas, passaria a madrugada inteira fazendo com que sentisse prazer. Foi a primeira vez que acordei primeiro que alguma mulher que dormiu comigo, mas tudo com Alice era novo porque nunca senti por alguém o que sinto por ela, nunca chorei e me emocionei ao ouvir um "eu te amo", nunca desejei tanto alguém.
Mas era desejo e amor, sexo e carinho, paixão e cuidado, pertencia a ela e amava isso.
Amava ser dela.
Fechei os olhos para tentar dormir, mal sabia eu que a madrugada me traria algumas surpresas.
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