1. Spirit Fanfics >
  2. Special Needs - Romance Gay >
  3. Taste in men

História Special Needs - Romance Gay - Taste in men


Escrita por: Amadeo

Notas do Autor


Esse capítulo demorou devido à imprevistos!!! Me perdoeeem x_x

Aaaai eu não sei nem o que pensar!
Leiam, comentem, me xinguem...opa, melhor não! Sejam bonzinhos.
*-*

Bjs <3

Capítulo 7 - Taste in men


Quarta-feira – 23:37

 

- Thor...você tem medo de mim? – Théo repetiu sem sair do lugar me olhando com uma cara estranha.

- Théo...não...não é isso – eu disse olhando pro chão, não conseguia encará-lo.

 - Porque você mentiu para eles? – ele dizia se aproximando e parando no meio do quarto.

- Eu...eu não podia contar – eu olhei para ele com dor em meus olhos, tudo voltava a tona em minha cabeça.

Ele me olhava de maneira incrédula, como se não acreditasse que mesmo depois do soco que ele me deu eu não o odiava. Ele franzia a testa e às vezes olhava pra cima, calado, como se tivesse tentando processar tudo que estava acontecendo. Era difícil pra ele, doía, eu podia dizer pela expressão dele. Eu mesmo não conseguia falar nada, um nó na minha garganta me fazia respirar com dificuldade. 

Quando me dei conta de que não conseguiria falar nada e olhei para ele novamente eu me assustei. Ele me olhava fixamente, ele estava tenso plantado no mesmo lugar desde que entrou, com os punhos cerrados e os dedos brancos. Mas foram seus olhos que me chamaram atenção, eles brilhavam e logo em seguida eu via lágrimas escorrendo pela sua face. Ele estava chorando, ali na minha frente. E eu não conseguia ter forças para levantar e fazer alguma coisa, as lágrimas corriam soltas pelo seu rosto, mas eu notava o esforço que ele fazia para não desabar de vez, sua boca contorcida como eu nunca havia visto.

Antes que eu pudesse fazer mais alguma coisa ele se virou e saiu apressado do meu quarto. Eu mais uma vez não sabia o que fazer. Porque era tudo tão difícil. Porra ele me socou e quando ele chora tudo que eu queria fazer era abraçá-lo e dizer que ia ficar tudo bem, pensei respirando rápido. Tentei em vão conter as minhas próprias lágrimas, me deitei e sentia como se meu corpo estivesse tendo uma convulsão. Eu não tinha controle sobre mais nada, uma tristeza tão grande tomou conta de mim que eu não controlava nem meu próprio corpo mais. Adormeci depois de um tempo devido à exaustão física e psicológica daquele dia.

 

Quinta-feira – 6:20

 

Meu celular tocava insistentemente mas eu não sentia como se tivesse forças para alcançá-lo no chão onde ele havia caído ontem. Depois de uns bons minutos daquele toque irritante entrando pelos meus ouvidos eu estiquei o braço tateando às cegas e decidi que eu precisava levantar logo em seguida. Ao entrar no banheiro encarei minha face quase irreconhecível, além do hematoma do meu olho estar um pouco mais escuro do que ontem haviam grandes olheiras em meus olhos. O que eu fiz pra merecer

isso, me perguntei encarando meu reflexo.

Tomei um banho demorado, não estava nem aí se me atrasaria ou não, eu não tinha forças para fazer nada rápido. Quando desci para tomar café da manhã todos já estavam na mesa, cheguei calado e me sentei ao lado do meu tio. Notei que eles me olharam, mas não disseram nada até que eu abri minha boca.

- Bom dia – disse quase murmurando, Théo me ignorava e eu também.

- Bom dia meu querido – minha tia disse – você tem certeza que está bem Thor? Não acha melhor ficar em casa hoje?

- Não, ta tudo bem – eu dizia me servindo – eu não quero faltar.

- É a melhor coisa que você faz – disse meu tio dando um sorrisinho – é bom ocupar a cabeça.

-É – e eu acenei pra ele com a cabeça.

- Thor você deveria dar queixa desse cara – disse Cecília em tom preocupado, ela não parava de olhar pro meu rosto – olha o estado que ele deixou seu rosto. E se ele tenta fazer algo...

- Não – eu disse sério e nessa hora o Théo me encarou calado – eu não vou fazer isso.

- Mas Thor isso não pode ficar assim – ela disse indignada.

- Nesse ponto eu tenho que concordar com a Cecília meu querido – minha tia me olhava séria – você tem que...

- NÃO! – eu me exaltei e Théo quase deu um pulo na cadeira, ele me olhava fixamente e eu tentava evitar – Me desculpa gente, eu...eu não queria gritar. Mas eu não quero prestar queixa, eu só gostaria de não tocar mais nesse assunto.

- Vocês ouviram ele, ele sabe o que faz – disse meu tio de forma calma – agora deixem ele comer em paz.

Minha tia sorriu de leve como se entendesse que não adiantaria. Ela estava preocupada com tudo que aconteceu, mas era perfeitamente capaz de entender minha decisão. Minha prima por outro lado parecia bufar e mexia a cabeça em negação para o próprio prato, ela estava indignada com aquilo. Imagine se ela soubesse, imagine se meu tio soubesse. Ele poderia expulsar o Théo de casa e tudo que eu menos queria era ser pivô de algo entre eles dois.

Théo parecia perdido em outro mundo após essa conversa. Ele mal terminou de comer o que havia colocado no prato, eu não o culpo, também não comi quase nada. Mas ele olhava fixamente para seu próprio punho com uma expressão perdida. Notei que ele também tinha olheiras nos olhos, parecia ter dormido pouco. Pela primeira vez eu senti raiva dele, como ele poderia ter feito tudo isso e ainda chorar na minha frente depois. Ele queria o quê? Me deixar pior do que eu já estava? Eu sentia ainda mais raiva de mim mesmo por não conseguir odiá-lo e ao menos revidar um soco na cara dele. 

O caminho até a universidade foi quase um sacrifício, tive que me colocar em um transe com meus foninhos e meu celular e passei a viagem toda olhando fixamente pra a janela do passageiro. Eu nem escutei quando minha prima deu tchau e saiu porta a fora, continuei na mesma posição a viagem toda. Meu pescoço até doía quando desci do carro, mas não era nada comparado a tudo que eu andava sentindo em questão de dor.

Sem nem olhar pro lado, fechei a porta e saí andando. Eu já sabia chegar sozinho à minha sala e mesmo se não soubesse não me atreveria a depender de ninguém no momento. Eu estava machucado, eu não queria conversar com ninguém, sobre nada. Com Théo era pior ainda, depois da noite passada eu não queria nem vê-lo, tinha medo de começar a chorar descontroladamente como ontem e isso era demais pra mim. Ignorá-lo parecia ser a coisa mais sensata a se fazer, todo mundo me disse que ele seria difícil e se eu tivesse acreditado, talvez não estivesse nessa situação.

Segui apressado para minha sala, o quanto antes eu chegasse e sentasse melhor era. Pelo menos sentava num canto mais sossegado e evitava falar com as pessoas, ou de atrair atenção pro meu olho. Cheguei ao corredor onde ficava minha sala e dei de cara com a Isa me esperando em frente à entrada.

- Oi lindinho – ela sorriu e me abraçou apertado – você ta bem?

- Não muito, mas vou ficar – eu disse arriscando um sorriso sem sucesso.

- Vai sim, se precisar sabe que eu estou aqui.

- Obrigado por tudo Isa, agora eu tenho que ir.

- Vai lá, no intervalo a gente se vê – ela piscou pra mim.

Chegando na sala me sentei no canto do fundo da sala, muitos alunos ainda não haviam chegado e eu fiquei mais tranqüilo. A aula foi relativamente tranqüila, tudo que eu tinha que fazer era manter um fone no ouvido e olhar da lousa para o caderno e tudo estava bem. As pessoas com quem eu havia conversado os outros dias estavam mais à frente e nem me notaram. E quando o intervalo chegou, esperei todo mundo sair da sala pra então sair.

- Você demorou – era Isa que me esperava encostada na parede ao lado da porta – você não quer que ninguém te veja né?

- Mais ou menos isso – eu acenei com a cabeça – não quero ter que dar explicações na verdade.

- Eu te entendo – ela colocou a mão em meu ombro – vem eu compro um lanche pra você enquanto você espera num lugar mais tranqüilo – e sorriu. 

- Você é foda – eu sorri de verdade.

Ela riu e foi me levando pela mão até alguns bancos que ficavam em uma área externa da praça de alimentação, eram bem mais tranqüilos. Me deixou sentado em um banco mais afastado e foi

comprar algo pra comermos. Ela era demais, eu tinha que admitir isso. Já fazia uns dez minutos que Isa havia saído e eu olhava distraído pra frente com meus fones quando alguém senta no banco ao meu lado. Era Arthur.

- Thor...- quando eu me virei e o olhei nos olhos ele ficou pálido e calado.

- Foi o Théo que fez isso com você? – ele disse tocando meu rosto de leve com a mão e a boca entreaberta. 

- Não – eu olhava sério para ele, ele não podia descobrir.

- O que...o que aconteceu então? – ele havia se virado de frente pra mim e agora só me olhava – Eu sabia que ia dar merda depois que você foi embora da festa.

- Isso não foi na festa – eu disse ainda olhando pra ele, ele parecia estarrecido – aconteceu ontem aqui. Eu ajudei a Isa com um cara que tava sendo escroto, mas não quero falar sobre isso.

 - Você deveria dar queixa...

- Não, eu não vou. Já me disseram isso, eu não quero – nesse momento a Isa chegava com algumas sacolas.

- Oi Arthur – ela disse sorrindo pra ele – Thor eu trouxe algo pra você, espero que goste.

Ela se sentou no banco comigo e com o Arthur e nós comemos em silêncio. Arthur ficava me olhando de maneira triste, ele não conseguia acreditar no que tinha acontecido. De qualquer forma ele deve ter percebido que eu falava sério e não me incomodou mais, fiquei muito grato por isso. O Arthur era realmente um cara bacana, além de bonito, mas mesmo assim o pensamento do quase beijo parecia errado.

Me despedi deles mais tarde com um abraço em cada um. A companhia deles me fez bem, eu estava menos preocupado. Terminei o dia na universidade ainda ignorando o resto da população da minha classe e querendo ir embora o quanto antes. Na saída achei que encontraria a Isa novamente, mas nem sinal dela, acho que ela queria evitar ver o Théo por não poder bater nele. 

Parei em frente ao carro no estacionamento, coloquei novamente meus fones e liguei uma música aleatória num volume relativamente alto. Fiquei ali parado olhando para o nada com meus óculos escuros, que depois do soco me lembrei que existiam. Quando vi que Théo se aproximava ele andava meio devagar com uma cara fechada. Notei que ele me olhava de relance às vezes, mas quando ele entrou no carro e eu o segui nenhum dos dois olhou para o lado.

Almocei igualmente quieto, respondendo uma ou outra coisa que meus tios às vezes falavam. Assim que terminei de comer levantei e fui para o meu quarto. Era insuportável ficar no mesmo ambiente que Théo, eu não queria encará-lo e era difícil desviar dos olhares dele. Fiquei só pelo resto da tarde, matando tempo de um jeito ou de outro. Liguei até para minha mãe, mas logo desliguei porque era difícil falar que tava tudo bem quando não era o que eu sentia.

Após o jantar em silêncio eu estava me sentindo tão mal que tudo que eu queria era sair, fazer alguma coisa sozinho. Eu sabia que o condomínio em que meus tios moravam era grande e tinha uma área de lazer com quadras e outras coisas. Coloquei um shorts, um tênis uma regata preta e um moletom com toca por cima, tava ventando e eu não tava afim de passar frio. Saí do meu quarto e dei de cara com o Théo indo pro dele.

- Onde você vai? – ele me perguntou parando na minha frente. Ele devia ter saído do banho porque ainda estava sem camisa e com o cabelo molhado.

- Eu vou dar uma volta – eu olhava pra um canto na parede logo ao lado do pé dele.

Antes que ele dissesse mais alguma coisa eu saí andando.  Ao passar por ele ainda no mesmo lugar nós quase trombamos. Segui para a rua do condomínio e comecei a andar sem destino, só lembrando como voltar pra casa do meu tio depois. Cheguei à área de lazer e notei que havia vários bancos próximos às quadras e tinha até uma piscina. Dei uma volta andando o mais devagar que eu conseguia, queria ficar fora de casa o máximo possível, precisava respirar.

Meu celular tocou e quando olhei vi que era Isa me ligando. Eu havia passado meu número para ela ontem, após nossa conversa, mas confesso que não me lembrava disso. Eu atendi e do outro lado a voz dela parecia feliz.

- Thor, amanhã não vai ter aula bixo – e ria.

- Como assim? – eu disse surpreso.

- Vai ter conselho com os professores, alguma coisa do tipo. O que importa é que não vai ter aula, pra ninguém.

- Porra, sério? – falei de certa forma aliviado.

- Sim lindinho, viu você ta afim de ir numa festinha logo mais?

- Isa, eu não estou exatamente na vibe de ir numa festa – eu disse rindo.

- Exatamente por isso que você precisa ir Thor - ela ainda ria e eu escutava gente falando ao fundo.

- Isa, que festa é essa mano?

- Bom vai ter música e bebida, mas é na casa de um conhecido, é mais simples que a última.

- Obrigado, mas...

- Thor, vaaamos. Eu passo te pegar, você não precisa beber e ninguém vai encher o saco por causa do seu olho. Aliás, foda-se isso você tem que esquecer – ela ria, mas de certa forma achava que ela estava certa.

- Isa, eu não tenho chave na casa dos meus tios e eu não quero levar o Théo...

- Sua tia guarda uma chave reserva em um dos vasos que tem no jardim na frente da casa – ela falava desafiadora.

- Como é...você é foda viu! – eu tentava ser sério, mas não tinha como, ela era demais.

- Eu já te falei isso, mas você não acreditou, vai ser bacana. Você pode avisar sua tia eu tenho certeza que ela não vai falar nada, ela confia em mim.

- Mas Isa, o Théo vai achar estranho você me convidar e nem falar com ele – eu disse imaginando uma desculpa.

- Thor eu posso convidar ele também, se ele quiser ir deixe que vá, você não precisa falar com ele, mas não pode deixar de viver por causa disso. Vai ficar assim até quando? Eu já disse, VOCÊ não tem culpa. – ela estava séria.

- Isa eu tenho medo – eu continuava andando – vai que ele bebe e alguma merda acontece. Eu não quero isso.

- Você vai viver com medo dele até quando?

- Eu...eu não sei – gaguejei – mas não é assim.

- Thor, é o que parece sabe. Foi a porra de um beijo saca, se ele não sabe lidar com isso o problema é dele. Você não pode ficar assim se escondendo pelos cantos ou fugindo dele pra sempre – ela dizia em tom preocupado.

- Você...você tem razão. Eu vou, mas se não estiver bem você me trás de volta? – eu disse ainda indeciso.

- Na mesma hora! – ela parecia feliz – eu vou convidar o imbecil do Théo, vai se arrumando que umas 22h eu passo aí.

- Okay.

Desliguei o celular ainda incerto sobre a decisão de ir à festa. Mas a Isa estava certa, o Théo que se foda. Minha vida não depende dele, desde que a gente não se mate ou pelo menos saiba conviver ta ótimo. E no momento que não soube lidar com a situação foi ele, eu não vou privar minha vida por causa disso. Voltei para a casa dos meus tios ainda andando devagar porque tinha tempo para me arrumar.

Quando cheguei não encontrei ninguém na sala, subi direto para o meu quarto e fiquei lendo até dar a hora de tomar banho. Assim que saí do banheiro escolhi uma calça preta jeans e uma camiseta também preta de manga comprida. Botei uma toquinha de lã na cabeça porque meu cabelo estava caindo nos olhos e decidi que estava mais do que bom. Meu hematoma ainda era feio e bem visível, mas eu não estava me importando mais com ele. Eu não conseguia pensar em passar três dias inteiros

trancado no quarto. 

Quando já eram quase dez horas da noite eu desci e encontrei meus tios na sala vendo TV. Eles me cumprimentaram assim que me viram e eu sentei na poltrona ao lado do sofá.

- Tio, tia, eu vou sair com a Isa, tudo bem pra vocês? – disse sem medo.

- Meu querido, se você já está bem eu não vejo problema. Mas por favor não se meta em mais nenhuma confusão... – ela disse me olhando.

- Não pretendo – eu ri timído – já tive o suficiente pela universidade toda.

- Aproveita a festinha Hector – meu tio disse – o Théo também vai?

- Eu não sei...A Isa disse que chamaria ele mas eu não sei se ele aceitou.

Fiquei ali assistindo TV com eles até que escutei alguém tocando a campainha. Levantei e fui atender a porta já que só poderia ser a Isa. Ela me abraçou assim que me viu e sorriu. Antes que eu pudesse falar qualquer coisa uma voz atrás de mim me deixou assustado.

- Isa? – era o Théo que terminava de descer as escadas – Eu disse que não ia... – quando ele me viu ali ele parou e ficou pálido. Mesmo assim eu não olhava nos olhos dele.

- Você disse, porque você é chato. Mas o Thor vai, já que você não me acompanha – ela disse sorrindo, mas percebia que ela estava magoada com ele.

- Eu não...eu não sabia que ele iria aceitar – ele franzia a testa ainda pálido.

- Bom, a gente já ta atrasado. Beijos Théozinho – ela foi e o abraçou apertado – boa noite.

Sai de casa falando “boa noite” sem olhar nem pro lado. Enquanto ela conversava com ele eu ficava entretido no meu celular. Não queria encontrar os olhos dele, eu sabia que isso seria um problema se acontecesse. Eu e a Isa saímos no carro dela e ela já estava toda animada colocando música alta e falando várias besteiras. Não tocou no nome do Théo o caminho todo.

Chegamos a tal festa e pude perceber que a vibe era totalmente diferente da última. Era em uma casa com um quintal grande de grama e a garagem havia sido toda decorada com luzinhas de natal que pendiam do teto. Em um canto da garagem havia um projetor que ficava passando vídeos em uma das paredes, e logo ao lado algumas caixas de som que eram o suficiente.

. No gramado haviam vários puffs expalhados e muita gente circulando. O público da festa parecia ser mais velho, não eram bixos, estavam mais para uma festa de veteranos. Notei enquanto andávamos que haviam alguns tantos casais espalhados pela festa e alguns eram gays. Achei bem bacana o clima de liberdade que rolava ali, a música era mais tranquila e não era tão alta. Me senti mais a vontade do que no meu próprio quarto.

Isa nos levou até o bar e eu decidi que uma cerveja não faria mal a ninguém. Sai de lá com ela e

andamos mais um pouco rindo e bebendo, ela parou várias vezes para cumprimentar pessoas e me apresentar muitas vezes. Nenhum deles me perguntou nada sobre meu olho, na verdade todos foram bem legais. Eu estava curtindo a idéia de ter ido. 

- Eu não acredito... - Isa disse de repente enquanto conversávamos em baixo de uma árvore que também estava decorada com luzinhas de natal.

- No que? - falei sem entender.

- Olha - e ela acenou com a cabeça para frente.

Quando me virei na direção que ela havia indicado meu coração disparou. Théo estava do outro lado da festa com um grupo de pessoas que eu não sabia quem eram. Puta que pariu, merda, caralho, que porra, pensei. Já faziam umas duas horas que a gente havia chegado, mas eu não fazia idéia de quanto tempo ele estava ali. 

- Que porra, que que ele tá fazendo aqui? - perguntei olhando pra Isa.

- Eu não faço a mínima idéia - ela disse ainda espantada - eu não achava que ele iria te seguir.

- Me seguir? Ele não está me seguindo - eu disse incrédulo.

- Eu sei, mas ele pareceu surpreso ao te ver pronto pra sair hoje - ela me olhou sorrindo - você mesmo viu. Eu tenho quase certeza que ele quer conversar com você mas não sabe como.

- Isa, tira isso da sua cabeça - eu disse balançando a cabeça - vem, vamos no bar.

Eu sai de perto da árvore e a Isa me seguiu. Fomos ao bar e eu peguei outra cerveja enquanto a Isa bebia alguma coisa na cor vermelho escuro. Decidimos ir para a área da garagem onde a música era mais alta e o povo animado dançava. Ficamos alí conversando por entre a música alta e rindo de coisas aleatórias. Quando começou a tocar uma música que eu descobri que a Isa também curtia nós começamos a dançar e eu me deixei levar pelo som e me esqueci de tudo.

Decidimos voltar para a árvore quando a música acabou, atravessamos o gramado e Isa cumprimentou mais algumas pessoas. Quando finalmente chegamos ao nosso local meus olhos percorreram o perímetro e eu me deparei com uma cena inusitada. Ou pelo menos não deveria ser inusitada, era uma cena completamente normal. Théo beijava uma menina loira no mesmo grupo que ele estava antes. Era pra ser normal. Era pra ser normal, pensei novamente. E porque aquilo me espantou?

- Thor? - Isa me chamava mas virou na direção que eu olhava e viu a cena.

- Oi...desculpa - eu agora olhava pra ela com a testa franzida.

- Você tá bem? - ela me perguntou levantando a sobrancelha.

- Eu tô...porque?

- Você parecia surpreso - ela disse séria.

- Não, nada a ver - eu também estava sério.

Ficamos mais um tempo conversando ali quando a Isa abriu sua bolsinha e tirou um baseado. Eu conhecia aquela cena, mas decidi tentar novamente. Fumei novamente com ela, mas dessa vez a acompanhei até o final. Eu me sentia diferente, não conseguia dizer se era ruim ou não. Tudo parecia mais devagar e eu notei que as luzes causavam um efeito bem diferente agora. E eu tinha algum problema pra me concentrar logo não conseguia pensar por mais de um minuto sobre qualquer assunto, como o Théo beijando aquela menina por exemplo.

Decidimos voltar para a garagem pois as músicas estavam convidativas. Eu sentia que andava estranho, mas não tinha certeza se isso era coisa da minha cabeça ou efeito do baseado. Logo já pensava em como aqueles vídeos eram loucos e faziam muito mais sentido agora, estávamos próximo à parede em que os vídeos eram exibidos bem ao lado de uma caixa de som.

Dançamos como se não houvesse amanhã, a cada música que começava eu sentia a diferença da batida. E perdido nesse tipo de pensamento esqueci do tempo e de tudo que me preocupava mais uma vez. Era disso que eu precisva. Isa dançava alegremente à minha frente e eu me animava só de vê-la. Quando olhei em volta vi que mais atrás da Isa estava o Théo, ele estava de frente com a loira e dançava devagar olhando e conversando com ela. Eu devo ter viajado na cena porque  a Isa percebeu mais uma vez.

- Alô? - ela disse passando a mão na frente da minha cara - Esquece que ele tá aqui.

- Desculpa, eu acho que não percebo o tempo passar depois que a gente fumou - eu disse rindo. 

- É, e fica brisando no Théo - ela riu.

- Não, eu to brisando em tudo, esse é o problema - e eu ria junto com ela.

Continuamos dançando, eu de costas pra parede e a Isa na minha frente. Eu me sentia animado e a Isa fazia questão de não desanimar nunca. Durante a dança olhei novamente para onde o Théo estava e para minha surpresa a menina acabava de dar um tapa na cara dele. Ele olhava para o chão como se conformado com o que acabara de acontecer. 

- O que será que ele aprontou dessa vez? - a Isa dizia, ela sempre seguia meu olhar.

- Não faço idéia -e eu ri, não era um soco, mas ele merecia.

- Você é um cretino - ela ria junto e olhava para trás.

- E você é louca - eu ainda ria.

- Sou sim - ela colocou a duas mãos no meu rosto enquanto sorria, e me deu um selinho. Durou no máximo três segundos, ela tinha os lábios macios e quando me soltou ria solto - Desculpa - e piscou pra mim.

Eu estava meio em choque, mas comecei a rir logo em seguida. Uma música começou a tocar e eu notei que a Isa começou a dançar de maneira sexy dizendo que amava aquela música. Reparando nela dançar vi alguém se aproximando pelas costas dela. Quando levantei meu olhar encontrei aqueles olhos azuis. Eles me olhavam como se me atravessassem, e a música ecoava alta ao fundo. Era tudo que eu conseguia prestar atenção enquanto aqueles olhos me engoliam.

Life is awesome, I confess    What I do, I do best 

Théo me olhava quase sem piscar, eu não sabia qual era sua expressão eu só conseguia olhar em seus olhos. Aquilo era estranho,  eu não me mexia, não sei se pelo que fumei mas eu me sentia paralizado perdido naquele azul. Notei que ele chegou mais perto porque seus olhos aumentaram dentro da minha visão, e aquela música me envolvia, entrava em minha pele.

Go baby go    Go, go, go, go, go

Eu me sentia quente sem saber o porque, a noite estava fria mas eu parecia queimar. E ele estava praticamente na minha frente, eu nem sabia o que a Isa fazia. Continuava a olhar para os olhos dele, preso em um mundo de sensações.

Go, go, go, GO, GO

Me dei conta ele passava a mão pelo meu braço e aquilo era como eletricidade, meus olhos não se mexeram. Era como se ele passasse gelo em minha pele quente, me arrepiava inteiro. Sua mão tatuada parou em minha nuca e ele me beijou. Eu fechei os olhos e só senti. Senti sua boca molhada e quente, e sua língua que acariciava a minha. Senti sua repiração ofegante e sua mão firme em minha nuca. 

  Need you, baby, like I breathe you, baby   Need you, baby, more, more, more, more

Théo me abraçou. Eu não conseguia pensar em nada, tudo que eu sentia era seu corpo, sua língua acariciando minha boca e aquela música em meus ouvidos. Minha pele se arrepiava e ele me encostou na parede, me prendendo com seu corpo e segurando meu rosto com suas mãos de maneira carinhosa ainda me beijando, eu tinha a impressão que minhas pernas não aguentariam meu peso naquele momento.

  Need you, baby, like I breathe you, baby   Fuckin' need you, baby, more, more, MORE, MORE

 Ele se afastou devagar, me olhando com uma cara séria e apoiando as mãos na parede.

- Porque a porra do teu beijo tem que ser tão diferente? - ele me olhava com a testa franzida de maneira sincera.


Notas Finais


:O :O :O
Esse capítulo foi tenso! <3
Espero que vocês gostem, por favor me deixem saber.

E se eu fosse vocês leria uma certa cena novamente com essa música aqui:
https://www.youtube.com/watch?v=lkm16oBiam0&list=RDlkm16oBiam0&index=1


Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...