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História Speechless. (Sooshu) - Twelve


Escrita por: cakkenutshell

Capítulo 12 - Twelve


Horas antes da apresentação, Shuhua pensou que poderia ser a última por um longo tempo, então deu o seu melhor. A Yeh não conseguia ter pensamentos positivos sobre o futuro do (G)-IDLE e, consequentemente, o seu. Pra variar, não teve muitas linhas, mas, em compensação, teve mais tempo como centro. Iria sentir falta daquilo; dos gritos, do seu nome sendo chamado, da química que havia criado com boa parte do grupo masculino durante os ensaios e o stage.

Depois de sair do palco, Shuhua viu logo a frente Hui abraçando Soojin de lado e lhe dando um beijo no topo da cabeça, os dois sorriam abertamente. Era uma merda admitir que formavam um casal bonito e que o Lee era um cara decente e bom o suficiente para Soojin.

O suficiente para que Soojin nunca a visse com outros olhos.

Infelizmente estava pareada com o casal quando Hoetaek decidiu beijar a Seo, que timidamente levou sua mão ao rosto do líder. O boygroup começou a gritar e dar tapinhas no ombro do Lee enquanto Soyeon e Minnie sorriam fracamente aplaudindo para disfarçar o incômodo presente.

Miyeon puxou a mão da taiwanesa para dentro da van. Shuhua estava tão cansada que sua cabeça pendeu para a janela e acabou adormecendo, não escutou a pequena discussão que Miyeon e Soojin tiveram,ou pelo menos boa parte dela.

- Empatia. Um mínimo de empatia, é só isso o que peço se você não pode fazer por ela, então faça por mim em nome da nossa amizade. - escutou a voz de Miyeon soando baixa. - Acorda, bebê. - Miyeon deu beijos na têmpora da mais nova. - Chegamos.

Shuhua piscou algumas vezes até conseguir se acostumar com a claridade. Miyeon praticamente a carregou até o penúltimo andar, segurando sua cintura e dizendo que se ela não a ajudasse iam acabar caindo, só então a Yeh despertou completamente e começou a se mover corretamente. Miyeon deixou Shuhua no sofá, pedindo para que a mais nova fosse tomando banho enquanto ela, Soyeon e Minnie iriam comprar alguma coisa para jantarem.

Mas a Yeh estava dividida entre fazer o que a coreana pediu e ir ver o que aconteceu com Soojin; sabia que se perguntasse para a Cho ela inventaria algo. Suspirou quando decidiu seguir o caminho para o quarto de Soojin e Yuqi. Apesar de tudo, Shuhua se preocupava com a Seo; elas eram amigas, afinal. Deu três batidinhas na porta que estava aberta, só para avisar que estava ali.

- Você tá bem? - perguntou baixinho.

Soojin guardava peças de roupa com agressividade na mochila, chegando a socar para que desse mais espaço. Parecia estar com pressa.

Shuhua concluiu que ela não dormiria em casa e foi o combo com o beijo desnecessário do casal para que se sentisse ainda mais desanimada.

- Tenho que sair daqui antes que eu cometa um homicídio.

- O que aconteceu, Soo?

- Nada de novo, só Miyeon implicando comigo e Hui.

- O que ela disse?

- Nada, Shuhua. - Soojin suspirou. - Só que eu deveria parar de fazer isso.

- Isso o quê?

Soojin a olhou como se fosse uma retardada, estava mais que óbvio que era sobre o casal e Shuhua.

- Eu vou falar com Miyeon. - disse decidida.

- Ela toma suas dores como se fossem as dela. - resmungou.

- Pelo menos ela faz isso. - Shuhua resmungou. Às vezes parecia que Soojin pedia para que vivessem em guerra. - Não precisa descontar a porra da sua frustração em mim, Soojin.

- Não é questão disso, Shuhua!

- Então é questão de quê? - aumentou o tom da voz. - Você deve se fazer de lerda, só pode... é claro que Miyeon vai implicar contigo, porque você poderia muito bem parar de me provocar, de me testar... mas não! Você vive me deixando confusa, sua babaca egoísta... vive fazendo essa merda!

- Que merda, Shuhua? - vociferou. - Eu tenho que me privar pra não te machucar? Tenho que ficar triste pra você se sentir melhor? Tenho que parar de ficar com o MEU NAMORADO PORQUE VOCÊ NÃO AGUENTA EU ESTAR APAIXONADA POR ALGUÉM QUE NÃO SEJA VOCÊ?

- VAI SE FODER!

- NÃO, VAI SE FODER VOCÊ! - apontou para a Yeh. - E A MINHA FELICIDADE? EU TENHO QUE ABRIR MÃO PORQUE VOCÊ SE APAIXONOU?

- Você é uma babaca... - disse com a voz trêmula. - Sabe que não é sobre isso... é sobre... sobre...

Shuhua não conseguia completar, seu choque era maior que qualquer coisa; mas Soojin sabia: era sobre a Seo a tratar de forma com que a deixasse com expectativas.

Soojin riu batendo palmas.

- Uma babaca por falar a verdade?! Tudo bem então, mas lembre-se disso: não é minha obrigação ficar triste porque você se apaixonou por sua melhor amiga. Você estragou o que tínhamos e somente você.

O corpo de Shuhua tremia, por pouco não desmoronou ali, não sabia dizer se era por raiva ou decepção, nunca imaginaria que Soojin fosse tão fria. Custou acreditar que foi por aquela pessoa à sua frente que havia se apaixonado, mas não tinha como imaginar... não tinha como imaginar que a Soojin fosse tão...

A raiva tomou parte de cada célula da taiwanesa, a única coisa que poderia fazer era atingir Soojin da mesma forma que ela a atingiu.

- Talvez eu realmente seja a culpada nessa história... eu nem queria ser idol. - Shuhua forçou uma risada. - Só fui na onda de meus amigos e esse foi meu erro... ter vindo e conhecido você. - secou as lágrimas que teimavam em descer. - Meu maior arrependimento foi ter conhecido você.



















Soojin acordou com uma dor de cabeça monstruosa, mal dormiu na verdade, não tinha como com o peito apertado; o rosto vermelho com lágrimas e o corpo trêmulo de Shuhua não saiu de sua mente. Não lembrava o que aconteceu após a discussão entre elas, quando acordou estava na cama sozinha e sua mochila estava no chão. Checou o relógio, 5:40... queria ficar enfurnada na cama, mas precisava tomar algum remédio para àquela dor de cabeça. Foi se arrastando até a cozinha, a claridade martelando sua cabeça, apesar do céu estar acizentado, tomou uma pílula do primeiro remédio que viu e caminhou rapidamente para fechar as cortinas da varanda.

Deu um pequeno salto ao ver Miyeon, Minnie, Soyeon e Yuqi no sofá. Suspirou, já pensando que, provavelmente, a taiwanesa contou o que aconteceu, mas a atmosfera era como se alguém tivesse morrido; Yuqi segurava a mão da líder, parecia querer confortá-la com o gesto, assim como Minnie acariciando a cabeça de uma Miyeon que se segurava para não chorar; parecia que a Cho estava fazendo isso antes de Soojin chegar, pois os olhos da mais velha estavam inchados.

- O que aconteceu? - tomou coragem para perguntar enquanto fechava as cortinas.

- Ela foi embora. - Miyeon mal terminou de falar e retornou a chorar.

A sala retornou ao silêncio terrível. Soyeon pôs as mãos na cabeça; sentia como se fosse sua culpa que a situação tivesse chegado àquele ponto, assim como Yuqi e Miyeon.

- Como assim ela foi embora? - perguntou em um fio de voz, as mãos ainda estavam nas cortinas.

- Ela disse que... precisava colocar as coisas no lugar. - Miyeon disse em um fio de voz. - Foi de madrugada e me deixou uma mensagem.

- Mas... e-ela vai voltar né? - Yuqi perguntou. A ficha ainda não havia caído, nem com Miyeon contando agora pela segunda vez. A chinesa abraçou a líder de lado. - Ela vai entrar em contato-

- Ela não disse. - Minnie disse enquanto passava a mão pelas costas de Miyeon. - É claro que vai voltar... só não sabemos quando e se vai falar com a gente.

Yuqi era a única que se mantia firme, todas estavam chorando. A Song afagava o corpo da líder, que a essa altura estava praticamente no colo da chinesa.

- É minha culpa. - soluçou no pescoço de Yuqi. - Se eu tivesse me imposto... s-se eu tivesse sido mais atenta...

- Não ia fazer diferença, nem mesmo Miyeon poderia adivinhar que ela faria isso. - Yuqi sussurrou. - Vai ficar tudo bem, amor. Ela precisa desse tempo.

Quem observasse de longe, acharia que era realmente um funeral, assim como Soojin pensou. Todas sentiam culpa e ao mesmo tempo a maioria culpava Soojin, que estava de costas e não havia se pronunciado desde então.

Nenhuma delas sabiam sobre o que aconteceu na noite passada, Shuhua foi madura o suficiente em não envolvê-las por  saber que causaria atrito maior no grupo, mas não foi necessário que falasse; todas sabiam que o motivo era Soojin.

Sempre foi Soojin.

- Eu vou fazer um chá. - Yuqi anunciou. - Leve ela pro quarto, eu levo o dela depois. - se dirigiu a Minnie.

A tailandesa acenou, com dificuldade conseguiu tirar Miyeon da sala. Se tinha alguém que precisava dormir era ela, pois desde às 01:00 da manhã estava acordada, absorvendo a mensagem no celular depois que se levantou para ir ao banheiro e não viu  Shuhua na cama.

Soyeon estava do mesmo jeito que a Cho: o rosto completamente vermelho e olhos brilhando. Shuhua já tinha ido diversas vezes à sua terra materna, porém a situação era completamente diferente. A Yeh foi embora porque se continuasse ali seu estado pioraria, e Soyeon sentia-se péssima por achar que aquele estado seria passageiro; Shuhua sair na calada da noite, sem comunicar ao menos uma delas, era prova de que já tinha aguentado até onde pôde e, novamente, Soyeon se culpou por saber que poderia ter dado um basta.

Mas a Jeon não poderia. Não havia como.

- Como você consegue estar tão calma? - Soyeon perguntou quando Yuqi lhe entregou uma xícara com conteúdo quente.

- Sinceramente, a melhor coisa que ela fez foi ter vazado... e não me olhe assim! Você sabe que eu estou certa!

- Mas sumir assim do nada?!

- Você não é a mãe dela, Soyeon. - Yuqi se agachou, ficando na mesma altura que Soyeon. - Olha, logo logo ela vai estar de volta, gritando e pulando por aí. Shuhua precisa desse tempo longe. E também... - segurou as mãos da Jeon. - o Natal está chegando e você sabe que ela gosta de passá-lo com a família... se olhar por esse ângulo, ela só antecipou a viagem.

- Mas ainda falta um mês e meio para o Natal. - resmungou e Yuqi sorriu.

A Song fez com que Soyeon bebesse tudo e depois levou duas xícaras para o quarto de Miyeon.

- Como pode ser tão fria? - Soyeon perguntou baixinho. - É esse tipo de amor que você diz sentir por ela?

Soojin não deu um pio. Por estar com o rosto virado para a varanda, ninguém percebeu que chorava. Havia agido como um monstro machucando a única pessoa que sabia que faria exatamente tudo por ela. Soyeon estava certa em questionar, que tipo de amor era esse que ela afirmava sentir? Pela primeira vez, Soojin sentiu o fardo do seu egoísmo e mesquice, não era agradável, era nojento, lhe trazia repulsa. Ela não tinha argumentos para se defender... pelo menos, argumentos não sólidos. O arrependimento e peso de suas palavras agora faziam parte dela, mas não eram suficientes para que ligasse para Shuhua pedindo que a perdoasse e que voltasse para casa; sabia que a taiwanesa recusaria.

Era tarde, nada explicaria ou consertaria suas ações.

Meu maior arrependimento foi ter conhecido você; era a única coisa que passava em sua cabeça, não havia como se sentir pior do que se sentia. Relembrou de meses atrás, quando fizeram uma live e a taiwanesa disse que voltaria à seu país; aquilo mexeu com ela e estava fora de cogitação ficar mais longe do que o necessário da Yeh. E agora seu pesadelo tinha se concretizado: Shuhua foi para Taiwan, e dessa vez não tinha previsão de volta.

Puramente por sua culpa.




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