Só pode ser brincadeira!
Tantas missões mais radicais, legais e divertidas, ele vai me mandar pro meio do nada com um bando de adolescentes. Tudo bem. Eu meio que me encaixava nesse bando, no entanto, minha realidade não é igual a deles.
— Não ache que eu estou contente com isso também. - Taeyhung falou ao meu lado. Estávamos no avião embarcando para Busan. — Pense no lado bom: quanto mais rápidos acabarmos, mais rápido isso tudo acaba.
Bufei. Vou deixar para pensar nos pontos bons quando eu voltar, por enquanto vou me focar nos ruins.
— Namjoon falou que era pra ter nos colocado como primos, mas era muito complicado, então pediu para que fingíssemos ser namorados para manter a discrição. - Taeyhung falou.
Com as duas cordinhas de meu capuz, as puxei para que fechasse toda em meu rosto e deslizei um pouco sobre o banco. Só queria que aquele dia acabasse logo.
[...]
— Bom crianças, sei que não é muito normal esse tipo de coisa mas, dois alunos novos entraram hoje para nossa escola e vão conosco nesse passeio incrível! Sejam legais com eles e espero que sejam bem-vindos. - falou o tal professor de geografia que iria conosco.
Eu sorri de leve por educação ao mais velho, já Taeyhung não fez questão nem disso, já que enquanto o professor falava e ele colocou seus fones de ouvido e fechou seus olhos.
Taeyhung e eu procuramos essa tal Yeeun, mas sem sinal dela.
Namjoon nos assegurou que ela estaria no passeio.
O caminho no ônibus escolar foi tranquilo, dormi o caminho todo. O professor começa a despertar todos do veículo. Pegamos nossas coisas e ainda temos uma longa caminhada até o local correto nesse frio.
Meio do mato, 16:43
Como eu e Tae chegamos muito em cima da hora e as duplas já haviam sido sorteadas no colégio, por sorte, ficamos juntos.
Eu tentava montar nossa barraca, mas nem eu, nem o castanho conseguia efetuar isso com sucesso.
— Estão com problemas aí, novatos? - Bingo! Achamos essa tal Yeeun, e eu estava certa sobre sua voz, é mais irritante que os barulhos incessantes dos mosquitos zunindo em meu ouvido.
— hum... meio que sim. - Tae coçava sua nuca envergonhado, fingindo obviamente, quem o conheça sabe que de vergonha ele não tem nada. — Poderia nos ajudar?
— Eu tenho cara de quem faz caridade? Se virem. - se virou deixando seus cabelos curtos, sedosos e bem tratado, voarem elegantemente junto com seus "amigos" que a seguiam para onde fosse.
Segurei com força o cano da armação, começando a pensar se, caso eu bata nela com isso, ainda conseguiria montar a barraca depois.
É tentador ...
Mas Jungkook provavelmente me bateria com o cano depois, alegando que eu havia estragado a missão. Melhor deixar pra lá.
O professor ficou com pena de nós e auxiliou para que conseguíssemos montar aquela geringonça.
Já estava quase pra escurecer, então fui pra beirada do barranco que havia ali para observar a linda vista que teríamos, no entanto, o que eu vi foi um grande e belo nada.
Desistindo da paisagem e tremendo de frio, me sentei na madeira ao lado de Tae ao redor da fogueira rodeada de mato e mais mato que fizeram, a fim de me aquecer. Eu já estava de mal humor, e ainda tinha esses mosquitos nos devorando a cada suspiro.
Eu nunca tinha ido acampar, mas ao menos imaginava que seria o maior conto de fadas como nos filmes, mas nada vida real, eu estava cogitando sentar naquela fogueira para ver se eu sentia o mínimo possível de calor e se os malditos sanguessugas voadores me deixassem em paz.
Sem falar da cantoria desafinada de todos que se titulavam a cantores. Meus ouvidos sangravam, e Taeyhung se divertia com as minhas caretas.
— Já pegaram o relógio? - Ouvi a voz de Jungkook na escuta, em meu ouvido direito.
— Não. - respondi curta e grossa.
— Estamos pensando em pegar quando ela estiver dormindo, assim, ela pensaria ter perdido e não teria suspeitas sobre nós. - Taeyhung explicou antes que Jeon já fosse grosso conosco.
— Tá. - o moreno bufou. — Mas andem logo, não gosto dos dois tão longe assim do resto do pessoal, sem proteção.
Acho que aquilo foi a coisa mais linda que Jungkook já falou pra mim até agora.
[...]
Já marcava 1:04 da madrugada no relógio de pulso de Tae, horário perfeito para colocarmos o plano em ação.
Saiamos de nossa cabana fazendo o mínimo possível de barulho. Com tamanha descrição, caminhamos até a cabana dessa tal Yeeun.
— Meu Deus que frio! - exclamou Taeyhung quando finalmente a temperatura do lugar chicoteou seu rosto.
— Fica quieto! - o adverti
Com cuidado abrimos o zíper de sua barraca cinza. A garota dormia calmamente com a colega ao lado.
— Você que vai pegar o relógio. - falei pro Tae dando espaço pro mesmo adentrar.
— Eu não! Você é menor e mais ágil pra pegar, eu sou muito grande. - balançou a cabeça negativamente me empurrando levemente para que entrasse.
Engoli um gritinho de frustração diante minha situação. Respirei fundo e adentrei aquela barraca. Observando cada passo que meus pés davam e minhas mãos. Fui com cautela ao seu braço direito dobrado levemente em frente ao rosto. Prendí a respiração, uma única mão minha foi até o braço e tirou o objeto delicadamente. Por fim, consegui soltar o relógio de seu pulso e a mesma se remexeu levemente, me assustei e quando estava prestes a cair em cima da mesma as mãos grandes e fortes de Taeyhung pegaram em minha cintura e me puxaram como se fosse uma pena.
— Essa foi por pouco. -Tae falou. Nossos rostos muito próximos, nossas respirações estavam aceleradas, mas não era pela proximidade, e sim, pelo susto que acabamos de levar.
— O que tá rolando aí com vocês? - a voz suspeita de Hoseok inundou nossa audição.
— Nada. - respondemos juntos, nos separando rapidamente.
— O que faz acordado? - Taeyhung perguntou.
— Jungkook nos mandou dormir com a escuta, caso vocês fiquem em perigo. A respiração ofegante de vocês me acordaram, tão de safadeza, né?! - sua voz deixava clara toda malícia.
— Que? Não, idiota. - respondi furiosa
— Kylie quase caiu em cima da garota quando foi pegar o relógio, ficamos assustados. - Tae falou, terminando a fala rindo levemente.
Já havíamos voltado pra nossa barraca. Agarrei o coberto a fim de sentir, nem que seja mínimo, de quentura vindo dele, mas o frio estava maior.
— Se tivesse prestando atenção no que faz, não teria quase feito esse deslize. - a voz de Jungkook invadiu meu ouvido, me tirando a paz que restava.
— Ah, vai se fude! - disparei sem paciência.
Eu estava à espera de qualquer xingamento, que eu obviamente iria ignorar, mas o que recebi foi uma risada baixa sua.
Deixando a estranheza de seu comportamento de lado, deixei com que o sono me inundasse.
Meio do mato, 9:17
Os surtos de Yeeun eram ouvidos por todos do acampamento, que foram acordados com os gritos da garota, como eu.
— Ela tá dando um chilique pelo relógio. - Taeyhung entrou afoito em nossa cabana. — Falou que vai olhar a mochila de cada um.
Agora eu entendi todo o alarde.
— Meu Deus! O que vamos fazer com o relógio? - falava baixinho em desespero.
— Não sei! Não sei.
— E se ... jogarmos no meio do mato? - falei, seria nossa única oportunidade de se safar dessa.
— Que? E pra acharmos depois? - seus lumes esbugalhados em minha direção só me deixava mais aflita.
— Tem ideia melhor? - ergui minhas sobrancelhas.
— Eu vou colocar na minha cueca, ela não vai revistar lá. - Falou e minha careta foi instantânea.
— Que nojo! Nada disso! Meu relógio precioso. - ideia mais absurda essa dele.
— Tem ideia melhor então? - Ele devolveu minha pergunta, me pegando de jeito quando mordi meu lábio não sabendo o que responder.
— Tá legal' então. - Revirei meus olhos, era a única solução.
O castanho colocou o objeto sobre sua cueca. Fomos para fora encontrando todo mundo reunidos em uma linha reta. Eu e Tae fomos até essa linha enquanto o professor ia com Yeeun até a cabana de cada um e revirava as coisas.
Ela tinha tanto poder assim pra mexer nas coisas alheias? Sorte dela que eu estou de bom humor, se não iria querer meus direitos e virar um tapa na cara dela.
— Não tem nada na barraca dos seus colegas, Yeeun. Você pode ter perdido em algum lugar. - o professor falava para a garota furiosa ao seu lado.
— NÃO! Eu não o perdi. Alguém o roubou, esse relógio é muito importante para meu pai, ele vai me matar se eu não voltar com ele! - exclamou furiosa para o professor. — Eu vou revistar todos vocês! - falou em nossa direção, me fazendo arregalar os olhos.
— Fica calma, se não vai deixar na cara que você esconde algo. - Tae sussurrou em meu ouvido, visto que minha cara de espanto deixava algumas coisas em óbvio.
Tratei de melhorar minha postura o mais rápido possível, ela já estava a revistar os colegas, um por um.
Quando chegou na minha vez, lhe mostrei o sorriso mais sínico que consegui, ganhando duas mãos suas me revistando com agressividade, mas eu só conseguia rir da sua cara de brava.
Quando chegou a vez do Tae, Yeeun mais aproveitava para tocar em seu corpo, do que para revista-lo. Revirei meus olhos, aquela cena estava me dando ânsia.
— EPA! No meu Taetae precioso não! - A barrei quando a mesma estava de saliência BEM perto da parte íntima do castanho, que segurou um riso no momento. — Sabe como é né?! Eu tenho ciúmes, então por favor, fique bem longe do pau do meu namorado. - falei ácida.
— Quem pensa eu queria tocar nesse pauzinho mixuruca! - fez uma careta de grande desgosto
— Ei! pauzinho não que o Taetae preciso aqui pode te surpreender. - Sorriu safado ganhando uma leve cotovelada minha.
— Puff! - Se virou completamente emburrada.
— Escapamos dessa. - comentei
Yeeun já havia desisto de acusar seus colegas e começou a procurar pela mata, a fim de achar o objeto.
— Agora me explica uma coisa. TaeTae precioso? Sério? - me olhou indignado — Não tinha algo mais legal pra você pensar? Como: Sabre de luz, Taezão, Anaconda...
— Eu mereço ... - revirei os olhos o deixando falando sozinho diversos apelidos "bacanas" para dar ao seu precioso pau.
Busan, 13:04
Havíamos acabado de chegar na escola. Todos andavam procurando por seus pais, alguns aguardando a carona por aplicativo que solicitaram, que nesse caso se encaixaria eu e o Kim.
— Até que foi divertido me sentir um adolescente de novo. - O Kim falou colocando seus óculos escuros.
— Quantos anos você tem? - perguntei indo um pouco mais pra rua, precisava enxergar a placa do meu motorista e havia esquecido meu óculos para me auxiliar.
— vinte e seis - respondeu fazendo pose de galante
— é velho em! - ri no momento em que sua pose de ator de novela cessou e deu entrada a sua cara de bunda.
— Eu vou te mostrar o velho sua pe...
— SOCORRO TAEYHUNG! - gritei quando fui arremessada para dentro de uma mini van preta, segundos depois eu apaguei.
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