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História Splintered - Esconde-esconde


Escrita por: nicmfs

Notas do Autor


Eu sei, eu sei, eu demorei, e bastaante...
Mas voltei, não é?
E justo hoje, que é o aniversário de uma pessoa maravilhosa, a ~cellmitw <33
Eu aconselho vocês a lerem as fanfics dela, são excepcionais(na verdade, acho difícil alguém não ter lido pelo menos uma).
Mil felicidades Akiseee e mais aquilo tudo que toda vó fala <33

Capítulo 16 - Esconde-esconde


POV Tarik

Eu já não aguento mais ficar nesse hospital e não tenho motivos muito específicos por isso.

Talvez deva ser por falta do convívio social... Ou não, já que eu não sou lá muito sociável.

Não é legal acordar todos os dias e ver apenas a cor branca. E quando não é branco, é um amarelo tão claro quanto possível.

Eu só estou aqui a três dias e já decorei toda a rotina dos funcionários, inclusive todos os afazeres para com os pacientes.

Pelo menos hoje eu já vou poder sair daqui.

Ontem, no horário de visita, Rafael veio e me disse que iria me buscar assim que eu recebesse alta, já que fora ele quem assinou os papéis como meu responsável.

E bom, a única coisa que deixava tudo menos chato era o meu celular e os presentes que o Rafa mandava, além de suas visitas, claro.

Já dava para abrir um jardim, de tantas flores que ele mandou nos últimos dias. No detalhe, são todas azuis ou vermelhas e apenas uma lilás, que eu particularmente me lembro de ter visto em algum lugar.

Estar na presença dele era estranho. Um estranho bom.

Na verdade, é como se eu me sentisse totalmente seguro ao seu lado, mas ao mesmo tempo correndo perigo.

Além disso, não parece que nos conhecemos a pouco tempo.

Ele me parece tão familiar, mas também desconhecido.

E seu sorriso... Ah, eu sinto como se pudesse ficar admirando aquilo pelo resto de minha vida.

Eu estou tão confuso quanto a isso. Pensamentos desse tipo invadem minha mente e a tomam por completo. É quase impossível parar de pensar naquele garoto.

Ah, droga... Eu não posso estar...Eu não estou, certo?

-Bom dia, Tarik.

A enfermeira entrou pela porta, com um sorriso e uma bandeija. Se fosse em algum filme, eu deduziria que ela fosse uma psicopata querendo arrancar meus órgãos para o tráfico.

Deve ser umas oito da manhã...

Ela sempre vem no meu quarto às oito.

-Bom dia -meu tom foi animado, mas só pelo fato de eu receber minha alta hoje-.

-Dormiu bem? -ela deixou a bandeija numa pequena cômoda do quarto e sentou na cama-.

Eu já perdi as contas de quantas vezes ela deu em cima de mim.

Geralmente ela finge que vai verificar minha temperatura e esfrega os peitos na minha cara.

-Sim, mas... Poderia ter sido melhor -eu digo e lhe mando uma piscadela-.

É engraçada sua reação, ela fica desnorteada e depois começa a desabotoar a roupa, mas eu sempre digo que tem alguém a chamando.

É uma questão de princípios. No meu caso, eu não fico de pau duro.

-Melhor? -ela pergunta, irônica- Você quis dizer prazerosa, não é?

No momento, eu estou numa cama extremamente desconfortável com uma mulher vestida de uma quase enfermeira semi nua praticamente sentada no meu colo.

Eu já tive fetiches, é claro, mas nada comparado a isso.

-Acho melhor n... -eu tentei empurra-lá-.

-Você não vai escapar dessa vez -ela me interrompeu-.

Que ótimo. Eu sou um idiota mesmo. Preferia que ela fosse uma traficante de órgãos.

Eu tentava de todas as mentiras empurrar aquela desgraçada, mas ela não caía. Decidi então procurar uma saída alternativa.

Olho para o lado da cama e vejo um pequeno botão vermelho. Sem pensar em mais nada, apenas aperto.

Nada acontece...

Qual a razão de se colocar um botão inútil aqui?

Droga, eu não tenho desculpas...

A moça começou a distribuir beijos por toda a extensão do meu pescoço e ia descendo sua boca conforme os segundos passavam.

-Ouvi um chamado vindo daqui, está tudo b...

Como uma luz no fim do túnel, uma outra enfermeira abre a porta.

-Ahn... E-EU POSSO EXPLICAR -a tarada grita-.

A mulher na porta simplesmente vira as costas e sai andando. A outra, começa desesperadamente a arrumar seu uniforme e logo sai em disparada, tentado alcançar a outra mulher.

Realmente, a esperança é a última que morre.

Antes que eu pudesse raciocinar direito, meu celular vibra.

Pego-o rapidamente, por conta da adrenalina ainda presente em mim.

A princípio pensei ser o Rafael, para dizer que já estava vindo para o hospital me buscar e etc, porém era uma mensagem de um número desconhecido.

Resolvi abrir para ler, talvez fosse um alerta da operadora dizendo que vão bloquear meu chip se eu não o carregar.

Insiro a senha do dispositivo e logo início o aplicativo de mensagens. Não, não era da operadora...

Era um padrão estranho de letras e formas. Como eu ainda não sou detetive, apenas ignorei.

De repente, um homem entra na sala. Ele estava uniformizado, então deduzi ser um médico ou enfermeiro.

-Você já está liberado, senhor Pacanhan.

Finalmente.

Depois da fala dele, era evidente a minha felicidade.

-O Rafael já chegou? -pergunto, animado-.

-Quem? -ele tenta se recordar- Ah, sim, seu responsável. Bom, não exatamente.

-Como assim? 

-Um amigo seu quem veio assinar sua alta. Nós liberamos ele por conta de um documento do próprio Rafael que permitia isso.

-Ok -quem sou eu 'pra discutir?-.

Levanto daquela cama, se é que aquile pedaço de pedra pode ser chamado assim, e saio do quarto, sem antes deixar de agradecer a equipe médica.

O problema é que esse lugar é enorme, e eu não me lembro onde fica a recepção.

Dane-se, eu vou sair andando por aí e vou acabar achando.

Conforme eu andava, os corredores ficavam mais vazios. Era assustador, mas eu não podia sair correndo e gritando. Só se eu quisesse ser internado novamente com uma camisa de força dessa vez.

Ao longe, pude ver um objeto pequeno no chão. Não consegui identificar pela distância, e acelerei os passos para ver melhor.

A sala estava com uma cor mais terna e escura, o que aumentava o medo que eu estava sentindo.

Finalmente, cheguei perto do objeto, que agora era visível ser um urso de pelúcia e peguei-o. Tive a sensação de já ter visto esse brinquedo em algum lugar.

Como um déjà-vu.

O ursinho estava com partes costuradas e uma orelha faltando. Tinha uma pequena gravata-borboleta azul no pescoço e seus olhos eram botões pretos. Diferente de outros bonecos assim, ele não sorria.

Ao virá-lo, vi um pequeno papel grudado em suas costas.

Arranquei do lugar que estava e comecei a ler.

"Vamos brincar de esconde-esconde? Quem for achado primeiro, perde."

As poucas luzes que haviam no corredor começaram a piscar, e eu, que já estava com um medo enorme, fiquei ainda mais paranóico.

Comecei a andar um pouco mais rápido. Agora só se tinha eu andando por aqueles corredores piscantes.

Parece que estou andando em círculos. São sempre as mesmas falhas nas paredes e o mesmo piso gasto.

Algumas salas estão com a porta aberta, porém não há pacientes nelas. Não há ninguém.

Uma das salas me chama a atenção, ela contém uma luz interna mais forte que as outras. Talvez fosse para chamar atenção...?

Talvez a minha atenção.

Eu não iria cair na armadilha, não é? É bem óbvio que aquilo está assim de propósito.

Mas a curiosidade é maior que o medo.

Como diz o ditado: "a curiosidade matou o gato". Nesse caso, eu sou o gato prestes a morrer.

Ando cautelosamente para aquele quarto estranho, logo chegando em frente à porta. Aparentemente não havia nada lá dentro. Resolvo entrar e averiguar melhor.

Nada demais. Só uma cama meio desarrumada e um criado-mudo ao seu lado, com um uma folha de papel amassada.

Espera... Folha de papel...?

Rapidamente, chego até o lugar onde a folha está e a pego, desamassando cada detalhe. É possível ver algo escrito.

"Parece que você perdeu."

A escrita está com uma caligrafia totalmente caprichada. Parece que a pessoa que fez isso não teve o mínimo de pressa para fazer uma obra dessas.

Eu estou num lugar deserto, com um medo absurdo, e fico reparando na letra de um desconhecido. Em filmes de terror, eu provavelmente seria aquele que morre primeiro por ter ido fazer algo inútil e desnecessário.

Amasso o papel novamente e o jogo em algum canto aleatório daquele lugar. 

-Eu ganhei.

Ouço uma voz dizer, com um tom baixo e grave, um pouco rouco.

Viro-me para encarar o ser que disse isso e me deparo com uma figura masculina. Não consigo observá-lo direito; a porcaria das sombras feitas pelas luzes não deixam, mas pude notar que ele era uns cinco ou seis centímetros mais alto que eu.

Ele estava de frente para minha pessoa agora. Eu estava paralisado, observando cada movimento do homem.

Ele retrocedeu um passo e fechou a porta atrás de si, logo voltando para sua antiga posição.

Ok, então o ditado realmente é verdadeiro. Mas se eu for morrer por aqui, eu queria ter pelo menos o direito das últimas palavras.

Isso se meu corpo não estivesse num estado de inércia.

O garoto passou a mão pelos cabelos e umideceu o lábio inferior. Começou então a caminhar lentamente em minha direção. 

Conforme ele se aproximava, eu conseguia fazê-lo se afastar, caminhando na direção oposta a dele com passos curtos.

Um frio na espinha me percorreu ao perceber que minhas costas tocaram na parede gelada. E não é um frio por cauda da parede estar gelada, é por conta de eu estar sem saída.

Pouco antes de estarmos com os corpos muito próximos, ou colados, um do outro, ele para.

Eu poderia acertar um tapa em sua cara, mas eu provavelmente iria me foder muito com isso, já que ele aparenta ser muito mais forte que eu.

Ele me analisa dos pés à cabeça, e a única coisa que eu consigo olhar são aqueles óculos com uma remenda ajustada no meio.

Desço o olhar e posso perceber a forma como ele morde seu lábio.

Ele volta a se aproximar, e agora eu já estou sufocado com tamanha aproximação. Nunca fui muito fã de afetividade.

Sua boca se encaminha para minha orelha, e eu me arrepio ao sentir o contraste entre o lábio e a língua enconstando na hélice.

-Qual vai ser a minha recompensa? -ele sussura, trazendo à tona aquela entonação em sua voz-.


Notas Finais


⚔Capítulo não revisado⚔
Bom, não sei se repararam mas esse capítulo saiu mais descontraído e misturado com assunto que exija seriedade.
Foi proposital, ok? :D
E mais uma vez, parabéns diva vulgo akise <33


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