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História Stained Light - One Step At a Time


Escrita por: Maya-nee

Notas do Autor


Eu já postei essa história aqui antes em outra conta, mas perdi o acesso a ela, e agora estou repostando nessa aqui. O personagens não pertencem a mim, e sim ao Hiro-sensei ^^
Devo dizer: Boa leitura! E se você for fã de mitologias em geral, espero que goste dessa fic <3

Capítulo 1 - One Step At a Time


Fanfic / Fanfiction Stained Light - One Step At a Time

Os olhos de um verde intenso fitavam os céus, a imensidão esbranquiçada estendia-se por toda terra. As árvores negras tornavam a paisagem a mais bela obra de arte que vislumbrara. O frio era acolhedor. A neve caia, com delicadeza, como se desejasse encantá-la.

Os sons da floresta a induziam imaginar o mundo além das fronteiras do vilarejo, fechava os olhos, e conseguia imaginar os lobos cinzentos pela neve caçando, correndo livres, sem nenhuma corrente que os prendesse, eram assim por natureza. A vida parecia ser mais bela daquele ângulo, simples e pura. Seus invernos eram assim desde que podia lembrar, sempre antes do amanhecer, fugia de casa, corria até chegar aos limites do vilarejo, sentava-se com as costas apoiadas em uma árvore. E ali escondida de olhares de julgamento, ela permitia-se ter um pecado como desejo: viver na floresta negra

O inverno era sua estação preferida, um reflexo de como se sentia por dentro, gelada. Ansiava por calor, emoção. Não queria terminar sua vida casada, dependendo de um homem pelo resto de seus dias. Ela apreciava a beleza do inverno, era encantadora, porém o inverno que reinava de si não era da mesma forma. Um floco de neve é levado pelo vento por lugares inimagináveis, desconhecidos. Ela rogava para que viesse a se tornar um floco de neve. O sol começava a nascer, a chegada da aurora anunciava que devia retornar o mais rápido que pudesse à vida de sempre, as coisas de sempre e as tolices de sempre. Era o que mais odiava o "sempre" reinando em sua vida.

 Levantou-se mirou o horizonte, e novamente deu as costas a seus anseios.

O Álibi perfeito. Pegou o balde de madeira já velho, dirigiu-se ao grande poço que abastecia a todos, o encheu e andou vagarosamente até em casa.

            - Onde esteve Querida?

Sequer teve tempo para respirar, abriu a porta e dera de cara com sua Mãe, de braços cruzados a olhando com desaprovação.

- Acordei está manhã e vi que não havia água para preparar o desjejum, então fui pegar um pouco.

- Por uma hora? - franziu o ceio, esperando um descuido da menor.

          Ela suspirou e disse:

- Está um gelo lá fora, o poço não é tão perto da nossa casa, a neve que está por toda parte me atrasou!

Suas manhãs eram assim, carregadas de descuidos, mentiras, e olhares interrogativos, que questionavam além de suas ações, eles queriam saber o que se passava em sua mente, sempre que a fitavam, nem mesmo o maior dos descuidos revelaria seus anseios, ninguém sabe dos seus sonhos e desejos, quer dizer, quase ninguém.

O Silêncio ali era reconfortante, não queria conversas, entretanto, seus pais pareciam muito interessados nela esta manhã. Isso foi deveras irritante. Havia dias que mal a olhavam agora estavam ali, como dois leões, fitando o cordeiro.

 - Algo errado? - Olhou os dois sentados à mesa, e perguntou incomodada.

- Preciso que vá à casa do padeiro e traga o bolo que encomendei querida! - Sua mãe disse sorridente. Bufou.

 Caminhava em direção a casa do padeiro. As casas do vilarejo em sua maioria eram simples, feitas de madeira e pedra, os "ricos" tinham uma pequena lareira, que com certeza viria a calhar nesse inverno. As entradas das casas improvisadas eram tornadas mais agradáveis por flores. Até mesmo as construções rústicas do lugar, seguiam um padrão. Algumas mulheres passavam minutos, se não horas nas janelas, esticando os pescoços para ver o que se passava nas ruas. A construção mais simples do lugar era a pequena igreja, sendo considerada a mais bela. Em sua maioria as residências eram parecidas, havia poucas divergências entre elas.

 

Parou de repente.

 

 

Sua cabeça começou a latejar, um frio percorreu sua espinha. Olhou para todos os lados sentindo uma tontura a dominar, o mundo girava ao seu redor. Um som preencheu seus ouvidos, o mal-estar aumentava com o som, eram gritos, alguém, em algum lugar estava gritando. O som aumentava a fazendo se arrepiar por dentro. Uma criança! Era uma criança. Como num estalo, voltou à realidade.

Correu na direção onde eles começavam, sentia os batimentos cardíacos acelerarem, o suor escorria por sua testa, estava ofegante. Vários homens afoitos se dirigiam para lá, todos desesperados, sem entender o que aconteceu, e o porquê de tanto alvoroço. Algumas pessoas rodeavam o poço.

-Isso é.. - Ouviu alguém dizer

-A cor ruim - outro completou

 Uma menina, estava de joelhos na neve chorando, suas mãos estavam ensanguentadas, ela murmurava frases desconexas, estava em choque, suas mãozinhas apoiadas na camada grossa e branca, indicavam vergonha do que escorria delas. As pessoas a olhavam caladas, ninguém iria consolá-la. Acreditavam que aquelas lágrimas de arrependimento a tornariam pura novamente. Seu coração se apertava, tinha que tirar aquela doce menina dali, se não, ela seria severamente punida por ter tentado tocar em...

-Uma rosa Vermelh... - A frase saiu sem pensar, a mente quis apenas crê se o que via era real. No entanto antes que pudesse concluir uma palavra tão "inocente", um tapa foi desferido contra seus delicados lábios, ela olhou seu agressor sentindo ódio.

Um líquido quente começava a escorrer do seu lábio. Merda.

-Não diga esse nome. Limpe sua boca suja! Ela está impura! - Gritou o maldito homem, ele usava uma camisa marrom cheia de fuligem, um casaco cinza surrado, e botas de caçador. Tinha cabelos negros como à noite, e era peludo como um lobo. O reconhecera, era um grande amigo de seu pai, o padre: Mard Geer

Mard, foi em direção a menina, tirou o casaco, pôs sob os ombros dela. Uma cortesia suspeita em sua opinião. Todos ao redor se mantinham em silêncio, como se qualquer palavra proferida pudesse estragar o espetáculo que vislumbravam. O homem bruto levantou a menina, a puxando por seus cabelos castanhos forçando-a a encarar seu rosto frio e impassível. E disse com rispidez:

- Por que você estava gritando? – Ele não queria resposta alguma, desejava apenas intimidá-la. Deu tapa forte em seu rosto, uma lágrima escorreu. Ela engoliu o choro.

- U-u-uma mulher...  – A voz dela saiu fraca e tremula, estava prestes a mergulhar no mais profundo mar de lágrimas. Não conseguiu terminar a frase. O homem desferiu mais dois tapas, entretanto ela não emitiu som algum.

- Olhem para esta menina! – Gritou, o silêncio ali presente fez com que sua voz ecoasse por todas as direções - Ela foi vítima da maldade, seu olhar, sua voz, seu sorriso, serão devorados. Uma alma tão inocente não pode ser levada de tal forma. Por mais que seja doloroso devemos purificá-la, algo ou alguém a influenciou para que tocasse naquilo – apontou para a rosa em cima da neve pintada de Vermelho.

Ela chorava, e mesmo assim, os corações de pedra mantinham-se firmes. Cada pessoa ali presente deveria bater naquela pequena menina. Assim ela seria “purificada”.  Os seus olhos foram de encontro aos dela, uma tempestade de verde e castanho. Ambas olharam para o chão, e naquele instante o calafrio tomara novamente conta de si. Ela a perdoava pelo que seria obrigada a fazer a seguir, a menina percebera a culpa em seus olhos.

Vermelho é a cor do sangue, diziam os antigos ser a cor demoníaca, mas o vermelho é de uma intensidade inexplicável, também é a cor das rosas. Os anciãos, afirmam que as rosas também são demoníacas, pois estão banhadas pela luxúria do vermelho, e enganam como as feiticeiras, lindas, no entanto estão carregadas de espinhos que a qualquer momento podem perfurar sua carne para consumir o seu sangue de cor impura e pecado. Essa é uma cor proibida no vilarejo, às rosas também são proibidas, os jovens alegam que tudo isso é tolice, mas os sábios que ali residem afirmam que não.

A lua todos os anos também é infectada pelos pecados dos homens adquirindo uma cor avermelhada, sendo conhecida por todos como a lua de sangue, ela fica uma semana nessa coloração, é o período de maldições, as bruxas saem para matar, os lobisomens continuam suas linhagens, os demônios têm novas crias, as criaturas das trevas se fortalecem, é uma semana onde sua alma pode ser levada ao inferno em apenas segundos. Por isso todos no vilarejo devem se comportar, nunca se deixar levar pela inveja, não mentir, não tocar em objetos proibidos, não cometer atos que conduzam criaturas das trevas a entraram na vida das pessoas que ali residem, tais como bruxaria e leitura de cartas, ser puro de coração e alma. A lua de sangue é para fazer os homens pagarem por seus pecados. É uma noite maldita

É uma boa história para persuadir pessoas. Influenciá-las e torná-las manipuláveis. Não queira viver submisso a lendas e mitos inventados pelos religiosos. Todos bobagens que não existem. Pressionou uma das mãos no lábio que ainda sangrava, e andou de cabeça baixa, a culpa reinava em seu nobre coração, uma brisa que ali passava levou seus belos cabelos dourados de encontro ao vento. Seus olhos encontraram a fronteira e uma raiva começou a crescer dentro dela, todos a olhavam cochichando, por estar sangrando. Depois de alguns minutos, despistou os olhares curiosos e correu até a fronteira, olhou para traz. Nunca entrara ali sem Ele.

O sangue seco entre seus finos dedos a denunciava: vermelho era sua cor favorita.

 Desejou pôr os olhos naquela cor tão bela, ali sentindo o frio da tempestade de inverno que começava tomar conta de tudo, ela quis ver algo excêntrico no meio do turbilhão branco que também admirava.

“Você deve ser uma boa menina. Respeite todas as regras, e nunca em hipótese alguma entre na floresta"

Não poderia mais viver lá. Sentiu-se mais livre apenas em estar parada imaginando a ideia de ir caminhar sozinha nas sombras da floresta. Sabia dos perigos que ela representava, mas desses...tinha menos medo. A ventania empurrava-a para aquele mundo.

Não era tão difícil, seria apenas: Um passo de cada vez

Respirou fundo, deu um passo, um único passo que tinha o poder de mudar tudo. Toda jornada começa com um primeiro passo, e a sua iniciava-se ali, com o primeiro passo em direção ao seu futuro. Era o que pensava.

 


Notas Finais


Obrigado por ter lido, e espero que tenha gostado <3


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