I'VE GOT A FEELING
Hermione ainda estava andando sobre as nuvens por conta dos dias maravilhosos que ela tinha passado em companhia das filhas de Draco e pelas noites ainda mais perfeitas que passou na cama dele. E esse era o motivo pelo qual ela estava cantarolando e toda sorridente, enquanto andava pelos corredores do St. Mungus após suas rondas.
- Te peguei! – Falou Harry passando os braços pela cintura dela e a levantando do chão.
- Porra! Que susto! – Hermione gritou, colocando a mão no coração, ainda que estivesse rindo. – Você quase me causou um ataque cardíaco agora. – Ela falou empurrando o ombro de Harry quando ele a colocou de volta no chão.
- Você parece estar de bom humor hoje. – Harry falou sorrindo para ela.
- Eu estou, na verdade. – Hermione confirmou. Ela tinha passado a manhã inteira no trabalho repassando a noite anterior em sua mente, se perguntando quando ela o veria novamente. Ela realmente quis dizer o que tinha dito a ele sobre não querer ser outra responsabilidade. A última coisa que Draco precisava era de uma mulher exigindo seu tempo e atenção. Mas ela também não podia controlar o jeito que se sentia, cada célula do seu corpo estava irradiando felicidade. – O que você está fazendo aqui? – Ela perguntou, desviando seus pensamentos e passando o braço pelo de Harry e seguindo em direção ao seu consultório.
- Só pensei em dar uma passada e ver se você queria comer alguma coisa. – Ele falou olhando de lado para Hermione. – Gina teve uma consulta, mas ela precisou ir porque tinha um chá de panela de uma amiga com quem ela jogou e eu não estava a fim de almoçar sozinho. – Ele disse para ela.
- Bem, obrigado por me escolher. – Ela disse sorrindo. – Vamos pegar minha bolsa e podemos ir. – Disse Hermione e alguns minutos depois os dois estavam um em frente ao outro em um restaurante próximo ao hospital. Hermione tomou um gole da água que ela tinha pedido e olhou para Harry que sorriu para ela.
- O quê? – Ele perguntou.
- Eu é que pergunto. – Ela respondeu. – Que cara é essa? – Ela perguntou estreitando os olhos para ele, fazendo o sorriso de Harry aumentar ainda mais.
- Adivinha quem eu encontrei hoje? – Ele perguntou.
- É sério que vamos fazer esse joguinho, como se tivéssemos quinze anos? – Hermione perguntou revirando os olhos.
- Sim. – Confirmou Harry.
- Okay... Dicas? – Perguntou Hermione.
- O nome dele começa com 'D', tem muito dinheiro e cara de furão. – Harry disse e Hermione o chutou por baixo da mesa. – Ai. – Harry resmungou esfregando a canela.
- Você não está sendo engraçado. – Hermione falou.
- Vocês estavam juntos esses dias que você estava de folga. – Harry falou e Hermione ergueu a sobrancelha em questionamento sobre como ele sabia disso.
- Sim. – Ela respondeu, ainda que não fosse uma pergunta.
- Você gosta dele. – Harry afirmou e Hermione revirou os olhos.
- Eu só espero que você não fique falando isso pelos corredores do Ministério. – Hermione falou olhando séria para ele.
- Falar o quê?! – Harry perguntou retoricamente. – Que o Diretor do Departamento de Cooperação Internacional em Magia está fodendo a garota de ouro? – Harry perguntou.
- HARRY! – Exclamou Hermione olhando em volta. Mas isso não impediu Harry de continuar.
- Ou você não quer que eu fale que Draco Malfoy está fazendo as “pazes” com Hermione Granger, sua inimiga mortal da época de escola? – Perguntou Harry fazendo aspas nas pazes. – Eu nem consigo imaginar porque você quer que deixar isso discreto por enquanto. – Disse Harry pegando um pedaço do pão que o garçom tinha deixado na mesa.
- Okay... Mas fale baixo, por favor. – Hermione pediu. – Nós não sabemos quem frequenta esse lugar. – Ela falou baixo.
- Tudo bem. – Harry concordou. – Mas me conta, como foi? – Ele perguntou curioso.
- Perfeito. – Hermione disse após um suspiro longo e lento.
- Você não será capaz de manter isso discreto por muito tempo, você sabe. – Disse Harry olhando para ela com um sorriso conhecedor. – O olhar no seu rosto denuncia o quanto você está apaixonada. – Ele falou e Hermione arregalou os olhos.
- Eu nunca disse que estava apaixonada! – Hermione disse na defensiva. Tudo bem que os sentimentos que ela estava sentindo por Draco no momento eram bastante vertiginosos, de tirar o fôlego e do tipo que consumia tudo. Mas isso não significava que ela estava apaixonada. Não mesmo! – Você está descompensado. – Hermione falou para ele.
- Tudo o que você diz, mana. – Ele falou em um tom condescendente que Hermione odiou, mas se obrigou a ficar calada para não estender esse assunto em particular. – Você quer vir almoçar com a gente no sábado? – Harry perguntou e Hermione fez uma careta.
- Eu adoraria, mas sábado é a venda de bolos da Lyra e eu prometi ajudá-la. – Hermione explicou e Harry prendeu os lábios para não rir.
- Para com isso. – Hermione ordenou. – Sua cara está estranha. – Ela falou e os dois começaram a rir. – Sério Harry! – Ela disse suspirando. – Você acha que eu estou me apressando demais? – Ela perguntou desviando os olhos de Harry e olhando para seu vinho, que estava ondulando dentro da taça.
- Não. – Disse Harry e Hermione voltou a olhar para ele. – Vocês dois são adultos totalmente crescidos e não precisam fingir que gostam menos um do outro. – Disse Harry. – E você não está se apressando, porque o Malfoy certamente gosta de você. – Harry afirmou e os olhos de Hermione se arregalaram.
- Sério?! – Ela exclamou. – Como você sabe disso? – Ela perguntou se remexendo na cadeira. – Você me disse que encontrou com ele... Ele disse alguma coisa? – Ela voltou a perguntar, fazendo Harry gargalhar.
- Calma aí, Lilá Brown. – Ele falou e Hermione fechou a cara.
- Foda-se, Harry. – Ela rosnou e Harry riu ainda mais.
- Será que em breve você estará agarrando ele em público e o chamando de 'Dray-Dray'? – Harry perguntou seriamente e Hermione balançou a cabeça, ainda que tivesse rindo.
- Você é um imbecil. – Hermione apontou, voltando sua atenção para a comida que tinha sido servida.
- Você usa esse linguajar chulo na frente das meninas? – Harry perguntou.
- Óbvio que não! – Ela respondeu. – Na frente delas eu tenho meu melhor comportamento. – Hermione disse. – Já basta o Draco para encher o jarrinho do palavrão. – Ela disse e os dois riram juntos durante um tempo e começaram a comer, mas Hermione percebeu Harry ficando cada vez mais tenso. – O que houve? – Ela perguntou e Harry olhou para ela interrogativamente. – O que aconteceu que mudou o seu humor? – Ela perguntou.
- Eu não ia falar nada, mas tem dois caras em uma mesa distante que não param de olhar para cá e depois ficam falando em voz baixa e rindo. – Ele falou e os ombros de Hermione ficaram tensos. – Inclusive ele não me é estranho, mas não tenho certeza de onde o conheço. – Ele falou para a amiga.
- Onde eles estão? – Ela perguntou.
- Duas e dez. – Ele respondeu sabendo que Hermione entenderia o que ele estava falando. – Quando eu falar ok você olha. – Ele disse e Hermione concordou. Harry esperou os homens desviarem os olhos e deu o ok para Hermione. Ela discretamente olhou por cima do ombro para o local que Harry tinha falado e suspirou já imaginando o tipo de comentário baixo que eles não deviam estar fazendo. Ela só esperava que ele não tivesse escutado o comentário que Harry fez sobre ela e Draco.
- É Rufo Fudge. – Hermione disse e Harry se lembrou.
- Claro! – Ele falou e franziu a testa. – Qual a história? – Ele perguntou. – Porque ele está tão focado na nossa mesa? Em você especificamente. – Harry falou.
- Para transformar uma longa história em uma curta, ele está um pouco ofendido por ter perdido a chefia da pediatria e continua me alfinetando sempre que tem a oportunidade. – Ela explicou a Harry, se recusando a repetir as palavras que ela tinha contado a Draco.
- Eu sei que tem mais aí e não vou te obrigar a falar... Agora. – Ele disse, olhando para ela por cima dos óculos. – Mas saiba que vou ficar de olho. – Ele disse e Hermione assentiu, segurando a mão dele por cima da mesa em um ato de agradecimento. O resto do almoço correu maravilhosamente bem. Eles ignoraram totalmente Rufo Fudge e focaram em contar sobre o que fizeram desde o dia que tinham se encontrado no noivado de Luna. Harry deixou Hermione de volta no hospital e aparatou para o Ministério.
Quando Hermione estava chegando ao seu consultório, Rufo Fudge caminhava pelo corredor um pouco à frente dela ao lado do mesmo homem que estava com ele no restaurante a quem Hermione lembrou ser um dos medibruxos residentes.
- Eu preciso fazer uma melhor amiga agora para quando eu me casar e minha mulher estiver do tamanho de uma casa, eu tenha alguém pra foder no meu horário de almoço. – Ele falou para o homem ao seu lado em alto e bom som e Hermione nunca teve tanta vontade de usar uma maldição imperdoável quanto naquele momento.
- Fudge. – Ela o chamou e os dois homens pararam e olharam por cima do ombro para ela. Ele demonstrou um pouco de surpresa porque sabia que ela tinha ouvido o que ele tinha falado, mas rapidamente ele colocou uma fachada e a olhou com desdém. – Eu preciso dar uma palavrinha com você. – Ela disse e olhou para o relógio que usava no pulso vendo que ainda tinha um tempinho para fazer o que ela precisava. – Será que você poderia me acompanhar até o meu consultório, por favor? – Ela perguntou. E como o idiota que ele era, ele cruzou os braços em uma postura que ele julgava ameaçadora.
- Por que você não poupa o meu tempo e fala aqui e agora? – Ele perguntou e o homem que antes estava rindo junto com ele pelas costas dela, estava se sentindo desconfortável agora que ela estava ali. Então ela teve que mostrar a ele que ela era a chefe ali.
- No meu consultório. Agora! – Ela falou e seguiu na frente sabendo que ele a acompanharia.
Os dois entraram no consultório e Hermione seguiu até atrás da sua mesa enquanto Rufo se sentou na cadeira em frente a ela, os braços cruzados defensivamente. Ele estava tentando um sorriso agradável, mas Hermione podia perceber o nervosismo em seus olhos. Ela precisava aliviar a situação porque seu objetivo ali era tentar virar esse jogo. Ela sabia que ele estava pensando que ela o tinha chamado ali para discutir a postura dele, e as coisas terríveis que ele disse e que ela sabia que era sobre ela. Mas ela iria surpreendê-lo.
- Eu quero que você saiba que eu sei o que você anda falando por aí. – Hermione começou. – Eu sei que é sobre mim, mas quero que saiba que eu não estou abalada. – Hermione disse sentindo um gosto de cinza amarga na sua boca e pôde ver a descrença estampada no rosto do homem. – Estou um pouco decepcionada, é claro! Mas isso não me abala de forma alguma. – Ela disse com firmeza. – Eu entendo e sei que você não está feliz com a mudança na gestão. – Hermione falou e Rufo cerrou os dentes e um músculo tremeu em sua mandíbula inferior. Mas ela precisava controlar essa situação e a melhor maneira era mostrar a Rufo que ela era uma profissional e estava ali para ficar. Ela era uma boa juíza de caráter, e se ela estivesse certa, a última coisa que ele queria é que ela lançasse um inquérito sobre assédio sexual e sua reputação fosse prejudicada no processo. Ele era egocêntrico demais.
- Eu estou bem com essa situação. – Ele disse com veneno antes de começar a se levantar da cadeira.
- Fudge. – Hermione o chamou. – Eu realmente gostaria que você deixasse isso passar e desse uma chance para o trabalho que eu estou fazendo. – Hermione disse séria. – Não é bom para a moral do Hospital esse tipo de comportamento. – Ela falou e esperou o que ele iria falar. Rufo endireitou o corpo e olhou para ela por um momento. Ela achou que ele poderia cumprimentá-la, um aperto de mão talvez. Mas ao invés disso ele simplesmente virou as costas e saiu do consultório.
E foi neste ponto que ela percebeu que Rufo Fudge tinha um nível de aversão por ela que ela não achava que pudesse ser superado. Isso a incomodou, porque ela não estava certa de como lidar com isso já que é era a primeira vez que isso tinha acontecido com ela... Ela tinha segurança em tudo o que fazia na sua vida. Mas para tudo na vida havia uma primeira vez. E definitivamente Rufo Fudge tinha colocado uma pedra na sua confiança.
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