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História Start Over- Camren - Appointment


Escrita por: ffharm

Capítulo 6 - Appointment


 

“O melhor médico é aquele que mais esperança infunde. ” – Samuel Coleridge

 

Lauren chegou em casa cansada naquele dia, tinha tido uma das melhores tardes que lembrava, sua cerejinha havia lhe cansado de verdade. A morena foi direto para o banheiro tomar um banho bem relaxante e demorado. No final do banho, Lauren foi para seu quarto, colocou uma roupa confortável para dormir, mas antes foi até a mesinha onde estava seu notebook, fez uma busca rápida por consultórios de psicologia em Belfast, encontrou um no centro da cidade, não era longe, dava para ir a pé.

Como era domingo, ela não conseguiria contato com a clínica, mas se programou para ir na segunda pela manhã, após sua corrida matinal no consultório, talvez se chegasse cedo conseguisse agendar um horário para o mesmo dia. Aproveitou que estava com o notebook aberto e abriu seu e-mail, e logo viu vários e-mails de sua família pedindo para que ela voltasse para casa, e de Verônica, sua amiga de infância que ameaçava estrangular Lauren caso ela não voltasse para casa.

Lauren resolveu responder somente o e-mail de sua mãe, avisando que estava bem, que estava em uma cidade em Londres, mas não especificou a cidade para que sua mãe não fosse até a cidade atrás dela, e que estava tentando melhorar para poder talvez voltar para sua família.

A morena foi até a cozinha, tomou um copo de suco e voltou para o quarto, iria tentar dormir, estava tão cansada que assim que deitou no colchão, seus olhos pesaram.

Sangue, bomba explodindo, barulhos de tiro e poeira. Lauren acordou sobressaltada como de costume, a morena não aguentava mais repetir a mesma cena na cabeça, estava se sentindo esgotada, levou as mãos ao rosto e se permitiu chorar, como a muito tempo não fazia.

Chorar lhe acalmou um pouco, quando ela olhou no relógio já eram quase 4h da manhã, a morena tomou um banho rápido e vestiu sua roupa de corrida, decidiu ir correndo até o centro, não se importava se as pessoas a olhariam torto por estar descalço, ninguém tinha nada ver com sua vida.

Por volta de 4:40 Lauren já tinha chegado na clínica, mas tudo estava fechado ainda, vendo que não conseguiria ficar parada esperando que a clínica abrisse, decidiu dar mais voltas ao redor da clínica, aproveitaria para ver um pouco mais sobre a cidade.

Viu uma loja de materiais para pintura, achou interessante, fez uma nota mental para que depois fosse na loja comprar algumas coisas para ela tentar voltar a pintar, costumava desenhar antes de se alistar no exército, talvez voltar a desenhar lhe fizesse bem.

Lauren já estava em sua sexta volta pelo quarteirão da cidade quando viu uma moça loira abrindo o consultório, olhou o relógio e já eram 6:30 da manhã, se apressou e correu até a moça.

– Com licença – Lauren disse de uma vez assustando a moça que estava sua frente que levou a mão ao coração – Desculpa, gostaria de saber se tem alguma vaga para hoje.

A loira a encarou por alguns segundos, olhou para a morena a sua frente, com a expressão cansada, toda bagunçada e com os pés sangrando e viu que aquela mulher realmente precisava de ajuda, terminou de abrir a clínica e se encaminhou para dentro, Lauren apenas a seguia, a loira deu a volta na mesa da recepção, pegou um caderno de anotações que tinha em cima de sua mesa, analisou por alguns segundos e olhou novamente para Lauren.

– Para sua sorte, o primeiro paciente de hoje entrou em contato remarcando o horário para semana que vem, então sim, tem uma vaga, mas a médica só chega as 8h.

– Tudo bem, eu posso esperar, disse se encaminhando para a poltrona que tinha na recepção.

– Você quer um calçado? – A loira perguntou

– Não, eu gosto de correr descalço – disse simples.

– Certo, me chamo Alexa, posso fazer seu cadastro para facilitar quando a Dra. Vives chegar? – Alexa já mexia em seu computador, provavelmente criando uma ficha para Lauren.

– Claro, do que precisa? – Lauren já se encaminhava novamente para o balcão.

– Dos seus dados pessoais e algumas informações.

O cadastro demorou, mas Lauren não achou de todo ruim, foi bom que conseguiu ocupar a mente enquanto esperava pela médica. O relógio já marcava 8h e Lauren estava andando de um lado para o outro na clínica esperando a médica, e assim que a Dra. Vives entrou na clínica e colocou o olho naquela mulher a sua frente, vendo seu estado de perturbação, percebeu de imediato que aquela não seria uma consulta comum igual a de seus pacientes da cidade.

– Bom dia, Alexa – disse gentilmente – Onde está o Sr. Douglas?

– Ele teve que cancelar e remarcar para semana que vem – disse olhando seu caderno – mas essa moça apareceu hoje e a coloquei no horário dele de hoje, fiz mal?

– Não, só me passa a ficha dela, vou para o consultório – disse pegando a ficha em suas mãos – daqui a 10 minutos peça para que ela entre, tudo bem?

– Certo, Dra.

A Dra. Vives se encaminhou para sua sala sem encarar Lauren, estava lendo a ficha de Lauren e pensando em uma forma de abordagem para lidar com aquela bagunça visível que era a moça. Assim como a Dra. Vives pediu, após 10 minutos, Alexa pediu para que Lauren entrasse no consultório.

– Bom dia, Dra. Vives – disse envergonhada.

– Bom dia, Lauren – disse oferecendo um sorriso – gosto que meus pacientes me chamem somente de Lucy, se não se importa – Lauren apenas assentiu com a cabeça, ainda de pé na porta do consultório – pode sentar ou deitar, como achar melhor – Lucy disse percebendo que a morena ainda estava nervosa.

Lauren foi até o divã que tinha na sala de Lucy e resolveu apenas sentar.

– Então, Lauren – continuou – já vi algumas coisas na sua ficha, ex combatente ahn? –Indicou o cordão em seu pescoço, que Lauren logo segurou entre as mãos.

– Sim, tive que sair recentemente.

– Acredito que esse é o problema que te trouxe até aqui hoje, não é mesmo, Lauren?

– Sim, mas não sei como isso funciona – disse apontando entre si e a médica.

– Vou te explicar como isso – apontou para elas duas também – funciona, Lauren. Mas primeiro vou me apresentar para você e quero que você faça o mesmo, porque esse é o primeiro passo da construção da nossa confiança, pode ser? – A morena apenas assentiu – certo, primeiro de tudo, Lauren, gostaria de esclarecer como trabalho, eu poderia simplesmente ler as suas informações na sua ficha, mas gostaria que você me falasse, preciso que você confie em mim para que eu confie em você e possamos ter um relacionamento de troca e assim eu conseguir te ajudar, você entende o que eu quero dizer, Lauren?

– Acho que sim, Lucy.

– Certo. Eu me chamo Lucy, como você já sabe, tenho 27 anos, solteira, sou formada em psiquiatria, mas tenho doutorado em psicologia e amo cozinhar – disse rindo – acha que consegue fazer isso agora?

Lauren nada respondeu, mordeu o canto da boca e a olhou com expectativa.

– Eu me chamo Lauren, tenho 28 anos, solteira também e não cheguei a cursar faculdade, me alistei com 18 anos e tive minha aposentadoria forçada, a única coisa que eu amava fazer era servir, e agora, não tenho nada.

Lucy esboçou um pequeno sorriso por conseguir fazer Lauren se abrir.

– Certo, Lauren, vou te explicar agora como funciona minhas sessões. Os nossos atendimentos acontecerão de acordo com a necessidade que eu identificar no decorrer das nossas consultas, ok? – Lucy não esperava uma resposta verbal de Lauren, as informações eram apenas para seu esclarecimento – o objetivo das consultas é entender o que te trouxe até aqui, traçar um plano de intervenção para que assim você melhore, mas para isso eu vou precisar que você seja sincera comigo e confie em mim para se abrir e contar o motivo de você estar aqui nesse estado.

– Então eu só preciso vir aqui e falar com você?

Lucy riu, se seu trabalho fosse realmente tão simples quanto Lauren fez parecer, talvez ela nem tivesse se apaixonado pela área da saúde mental.

– Basicamente isso, Lauren. Você acha que consegue?

– Sim, acho que sim – disse confiante.

– Então, me conte o que aconteceu.

Lauren lhe contou do seu tempo em serviço, contou do fatídico dia em que perdeu todo seu batalhão e que somente ela sobrevivera, o que a fez ter que sair do exército e que desde então, não consegue dormir porque sempre tem pesadelos com o que aconteceu, sempre vê seus companheiros e amigos mortos, contou que morava no Texas e que havia se mudado recentemente para Belfast para tentar melhorar sem machucar ninguém.

– Sabe Lauren, é comum que ex combatentes carreguem traumas psicológicos no fim de seus serviços prestados ao país, o que posso afirmar é que com o tempo você conseguirá se livrar desses fantasmas que te perseguem, mas você precisara continuar com nossas seções e seguir minhas recomendações. Você acha que consegue fazer isso? – Perguntou séria.

– Eu posso tentar, Lucy – disse esperançosa.

– Há quanto tempo não dorme direito Lauren?

– Desde que saí do hospital.

– Vou te receitar um remédio para que você possa dormir à noite, mas é apenas uma solução temporária, você só deve tomar se realmente for necessário – a médica prescreveu um remédio e entregou a receita a Lauren – gostaria de te propor uma coisa também Lauren, gostaria que você adotasse um cachorro, eles são bons companheiros e um ótimo auxílio em algumas formas de tratamentos, mas é somente se você se sentir confortável com a ideia.

– Eu não conheço quase nada da cidade, Lucy, não sei onde posso adotar um cachorro – a ideia não era ruim, mas Lauren realmente não saberia como faria aquilo.

Lucy procurou algo em sua bolsa e puxou um papel, onde anotou um endereço de um abrigo de animais resgatados de um amigo seu e entregou a Lauren.

– Procure pelo Zayn, ele é um amigo meu, eu avisarei que você vai procura-lo – Lauren apenas assentiu – gostaria de marcar nossas sessões de forma semanais, Lauren, o que me diz?

– Por mim tudo bem, Lucy, mas gostaria de ser no primeiro horário, eu acabo acordando muito cedo e fico sem o que fazer – esboçou um sorriso envergonhado.

– Tudo bem, Lauren, basta passar na recepção e falar com Alexa, ela deixará agendado – disse terminando de anotar algo em sua ficha de acompanhamento – por hoje é só, Lauren, te vejo próxima semana – disse se levantando e oferecendo um sorriso.

Lauren apenas assentiu e saiu da sala, fez o que Lucy pediu e passou na recepção agendando as demais sessões, iria direto para casa tomar um banho antes de ir ao endereço que Lucy lhe passou.



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