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História Startruck: Ligados pela Música - Ao Seu Lado


Escrita por: LilBeM

Notas do Autor


Todo mundo em choque com a atualização depois de dois dias ~autora dando um surto também~
Boa leitura!

Capítulo 30 - Ao Seu Lado


De algum jeito Hermione percebeu que estava pisando sobre algo barulhento e firme. Ao redor da entrada pequena que separava as portas de vidro precárias e o balcão de madeira negra e organizada com um computador, algumas pastas e duas funcionárias de uniforme azul ela notou que estava em um hospital. O piso de mármore que já vira dias melhores, apesar do provável bom serviço da equipe de limpeza, tinha um brilho encardido apesar do cheiro forte de água sanitária. Ela não lembrava como tinha chegado ali, muito menos se era o hospital correto, mas uma mão a empurrou devagar pelas costas e teve que continuar andando até encostar as mãos trêmulas no balcão.

- Com licença. Estou procurando minha mãe.

Uma mulher baixa, gordinha e de cabelo loiro preso em um rabo de cavalo ergueu os olhos do computador.

- Qual o nome dela?

- Mônica Granger.

- Sabe quando ela foi internada?

- Não, mas recebi uma mensagem dela as... – Hermione não lembrava mais. Por que tantas perguntas? Ela sabia onde sua mãe estava e era só dizer o número do quarto ou o andar da enfermaria.

- Um pouco depois da quatro da tarde. Ela disse também no nome do hospital, então não sabemos mais nada além disso.

Hermione girou o corpo, vendo Rony parado ao seu lado. Então ele a havia levado até lá e provavelmente foi quem a impediu de fazer alguma besteira no decorrer do trajeto. Ela olhou de novo para a loira enquanto os dedos dela batucavam o teclado do computador e logo depois grudar o adesivo de visitantes na blusa dos dois. Rony voltou a guia-la por um corredor.

- Está com defeito – uma voz atrás deles soou cansada. Hermione viu um homem de jaleco e celular na mão; ele nem se deu o trabalho de erguer o rosto. – Se quiserem usar o elevador vão ter que dar a volta pela emergência ou usar as escadas.

A placa de fundo branco e letras vermelhas em caixa alta informava que o único elevador daquela área estava à espera de concerto. A impaciência começou a deixar a morena irritada e girando em volta do corpo ela pode listar várias coisas que em um hospital seriam comuns se não fosse as filas de cadeiras mais quebradas ou sem estofado que estavam na frente da entrada, ou as venezianas faltando nas janelas ou simplesmente a merda de elevador para leva-la até sua mãe. Estava pouco movimentado e ela não sabia se isso era bom ou não.

O ruivo bufou ao seu lado e quando o médio parou de dar atenção para o celular e olhou para eles, Hermione puxou o garoto para voltar a andar, não querendo perguntar onde podia encontrar as escadas. Alguns passos depois e após empurrar uma pesada porta de ferro, eles subiram três lances até o terceiro andar. Os degraus de concretos escuro não tinha uma forma ou espessura igualitária e uma olhada no corrimão a fez puxar de volta a mão com dúvidas sobre que líquido brilhoso cobria a extensão daquilo. Hermione estava certa; a enfermaria onde Mônica estava era ampla e cheia de macas em fileiras de cinco doentes, começando da parede até perto de onde era o elevador. O teto era alto e lâmpadas fortes iluminavam a sala. Ela parou de frente a tudo, vendo um posto de remédios a esquerda com duas enfermeiras conversando rápido e checando a estante de suprimentos e a direita uma porta branca de daria provavelmente a um banheiro. Duas ou três das macas estavam desocupadas e a morena trabalhou para procurar a mãe.

- Hermione, ali – Rony a puxou pelo casaco.

Ao ver o rosto pálido da mãe a garota sentiu os olhos arderem. A mulher estava deitada em um colchão alto com um travesseiro e lençóis muito brancos. Tinha um acesso nas costas da mão direita e um suporte para soro, uma cadeira de ferro e um pequeno criado mudo ao redor. Mesmo que a cama fosse alta e visivelmente confortável, Mônica parecia muito frágil deitada ali. A mulher abriu os olhos quando sentiu a filha tocar de leve em sua mão.

- Ah, mamãe – Hermione murmurou. – Eu sinto muito. Deveria ter ficado em casa hoje e cuidado melhor de você.

- Está tudo bem, querida. Não foi sua culpa.

- Foi sim.

Hermione sentiu as primeiras lágrimas caírem. Distraída por um momento, não notou a direção da atenção da mãe.

- Olá, você.

Rony, que estava tentando ficar invisível para não atrapalhar o momento, sentiu as bochechas quentes. Acenou com a cabeça e vendo a expressão confusa da mais velha notou o quão sem educação estava sendo; arrancou o gorro e os óculos escuros e caminhou até ela.

- Olá, Sra. Granger. Sou um... amigo da Hermione.

- Amigo? Espera, eu conheço você.

O ruivo riu sem graça, assentindo para a mesma ideia. Olhou em volta para checar que ninguém estava olhando e arrastou uma cadeira ao lado de outra maca e a posicionou ao lado da mulher.

- É um prazer conhecê-la, Sra. Granger – ele falou baixo. – Sou Rony Weasley. Conheci sua filha em um pub e depois ela veio trabalhar na minha casa.

- Então ele é aquele garoto que você estava falando?

- Garoto? Que garoto? – Hermione a olhou confusa, entrando na conversa dos outros dois atrasada.

- O garoto, sabe? – Mônica apertou a mão da morena. – Escutei você e Luna conversando um dia. Na verdade, acho que a Luna estava meio que gritando.

Obrigado, Luna. Hermione lembrou da última conversa que tivera com a amiga e como a loira tinha percebido algo de diferente na voz da morena. Após muita chantagem e ameaças Hermione teve que confessar algumas coisas a respeito do ruivo: sim, ela tinha conhecido alguém e sim, estavam conversando. Mas nunca, nem tão cedo, ela iria dizer quem era o tal garoto a Luna.

- Luna não consegui deixar a língua quieta na boca. Um dia desses alguém vai ensiná-la da pior maneira.

- Então, é ele? – Mônica revirou os olhos fracamente.

Hermione olhou para ruivo. Rony deu um sorriso encantador como se quisesse saber também.

Ela bufou tentando esconder o constrangimento que era ter eles olhando-a com expectativa.

- É, é ele sim – disse. – Satisfeita?

- Na verdade, não muita – ela girou a cabeça e olhou para o garoto. – Obrigada por trazê-la em segurança. Hermione costuma não pensar muito quando o assunto é minha saúde.

- Não foi nada. Sei como a senhora é importante pra ela e eu faria o mesmo se fosse a minha... mesmo que ela seja difícil lidar – acrescentou maroto, notando a expressão cínica de Hermione.

Eles riram cúmplices e Mônica os observou com um ar de experiências. Havia notando como eles tinham chegado à enfermaria – o garoto agia ao redor de sua filha como uma seta aponta para o norte em uma certeza que a lembrou muito seu amado Wendel. As bochechas vermelhas, os dedos roçando um nos outros e a preocupação que ele deixava transparecer para sua filha era tão linda que a fez sorrir para eles. Mesmo que o ambiente fizesse os olhos e narizes arderem por causa dos produtos de limpeza, os dois pareciam muito confortáveis. E, por Deus, qual a possibilidade de um cantor mundialmente conhecido está sentado ao seu lado em um hospital decrépito na área humilde de Londres?

A fadiga deixou começou a nublar sua mente e seu corpo já muito cansado começava a protestar em continuar acordado.

- Mamãe? – Hermione murmurou devagar e ela abriu os olhos que nem notou que os tinha fechado. – O médico disse alguma coisa?

- Falou algo sobre a irritação em meu estômago – ciciou fracamente. – Não lembro mais o resto.

Entre uma piscada e outra ela notou os olhos da filha nivelando até o ruivo e voltando a olhá-la calmamente.

- Tudo bem, vou tentar falar com ele. Agora descanse para irmos para casa logo.

Os dois permaneceram em silêncio alguns minutos após Mônica dormir. O pico de força inesperada que a fez conversar com eles pareceu cobrar um preço alto na mulher e dando um tempo para a morena absorver toda a situação, Rony imitou e acompanhou a quietude de Hermione. O silêncio na sala era surpreendente e mesmo que alguns arquejos e um ou outro paciente chamasse uma das enfermeiras, logo o ar voltava a ficar pesado e levemente quente.

Parecendo focada no rosto da mãe e pensando em algo importante, Rony começou a observar mais a enfermaria. Nada fora do normal: o posto de enfermagem nunca ficava sem ninguém, os enfermos pareciam sempre bem cuidados, a janela do outro lado parecia cumprir bem seu trabalho de deixar um pouco de ar e luz entrar e ele não viu nenhuma sujeira pelo chão. Porém, ele notou tudo o que faltava. A tinta verde-água das paredes estava descascando em alguns pontos e após estreitar os olhos, viu um círculo de mofo no teto, no canto, próximo a porta do banheiro. Os ferros que sustentava as camas estavam enferrujados e ele pode jurar escutar a cadeira onde estava sentado ranger cada vez que se mexia. Fora isso, somado ao elevador quebrado e os lances de escadas nojentos, o hospital estava ruim. Talvez, pensou amargamente, era condizente a área humilde onde estava situado.

Um dos lados positivos era a higiene, apesar de tudo, imaculada pelos doentes. As enfermeiras se revezavam para checar a todos, sempre lavando as mãos com álcool e erguendo os lençóis. Ele se assustou quando uma mulher alta abriu a porta das escadas, parando para conversar no posto de enfermagem e olhar na direção deles quando uma das funcionárias gesticulou. A médica era alta, a pele dourada, com os cabelos cacheados presos em um coque. Ela vestia um macacão azul, jaleco e sapatos confortáveis de corrida.

- Boa tarde – ela sorriu. Olhou para Mônica e depois revezou a atenção a eles. – São filhos da Sra. Granger?

- Não. Hermione é a única filha.

A morena se virou quando escutou seu nome e se afastando da mãe, se aproximou da médica.

- O que aconteceu com a minha mãe?

- Um vizinho ligou mais cedo para a emergência e quando ela chegou aqui estava desmaiada – a médica colocou as mãos no bolso, atenta a Hermione. – a pressão estava um pouco alta. O nível de glicose também então já a medicamos. Fizemos os exames comuns, sinais vitais, pupilas e tiraram sangue para um exame. O enfermeiro da ambulância falou com o vizinho que chamou socorro e ele falou sobre a diabete dela, estou correta?

Hermione assentiu depressa.

- Fizemos também uma tomografia computadorizada e ela mostrou um pequeno problema. A quanto tempo sua mãe se medica para diabetes?

- Tem anos. Oito, dez anos – ela respondeu sem conseguir lembrar direito. – Quando ela ficou doente eu era criança e não me ocorreu lembrar quando que a medicação começou.

- É normal não lembrar, Srta. Granger, não é sua culpa. Mas entenda que se uma pessoa toma certas medicações a um número xis de anos algo de bom vai acontecer, como tratar a diabetes da sua mãe. Mas os rins dela não estão bem. Pode ser por causa dos remédios ou um fator externo, ou qualquer outra possibilidade. É preciso que você entenda toda a situação por causa dos exames que foram precisos serem feitos.

Rony notou quando o corpo de Hermione vacilou. Ele ergueu a mão para segurar seu braço no momento que ela se apoiou no colchão, mordendo o lábio para não chorar. Segurando-a pelos ombros ele ergueu os olhos para a médica em um pedido mudo para que continuasse.

- Quando ela acordar vamos recolher um pouco de urina também. Com o exame de sangue poderemos ter certeza.

- Certeza de quê? – Hermione conseguiu falar, olhando determinada para a médica. – A senhora já deve ter uma ideia, não é? Eu quero saber. Seja o que for, eu preciso saber.

- Não tenho certeza de nada. Pelo menos por agora. O resultado do exame de sangue vai demorar um pouco para sair então é melhor saírem para comer ou descansar. Sinceramente – ela virou para Rony já que Hermione gemeu e voltou a sentar perto da mãe. – se puderem tirá-la daqui seria um bônus para a saúde dela.

- Como assim?

- Olhe em volta, garoto – ela ergueu os braços. – Esse hospital não foi construído e nem tem o suporte necessário para tratá-la, muito menos se as minhas suspeitas estiverem corretas – ela gesticulou para as outras duas pessoas. – Só estou dizendo isso a você porque a garota ali está abalada demais então sugiro abordar a questão o quão antes. A equipe de médicos aqui faz o possível para ajudar os pacientes que vem pra cá, mas não vou ser uma médica relapsa e deixar a pobre mulher aqui apenas para sofrer.

- Está sugerindo uma transferência?

- Bom, se vocês puderem – ela deu um passo para trás, começando a sair. – Você me parece familiar...

Rony então se lembrou. Se despediu da mulher com um aceno da cabeça e se virou depressa sem esperar uma resposta. O barulho dos passos dela no piso o fez suspirar e se abaixar perto de Hermione – ela parecia sem forças, apertando a mão da mãe em uma força contida enquanto enxugava as lágrimas que teimavam em cair nas bochechas. O ruivo mordeu a parte interna da boca sentindo o peito se contrair ao ver a garota tão triste. Parecia que ela estava tendo os mesmos pensamentos que ele a alguns segundos atrás; enquanto eles estavam juntos em uma bolha de atração e felicidade sabe-se lá desde quando Mônica estava passando mal e negligenciando sua saúde. Quando Hermione fungou, ele ergueu a mão e empurrou para trás da orelha os fios de cabelos grudados em seu rosto.

- Foi minha culpa – ela murmurou, chorosa. – Eu deveria ter notado quando ela não estava bem.

- Foi um acidente, Hermione.

- Não, não foi. Eu me deixei levar por um momento de alegria e deixei minha mãe ficar doente. Eu deveria cuidar dela pra ela poder cuidar de mim. É a nossa promessa e eu quebrei a minha parte... de novo.

Momento de alegria? Mesmo que fosse egoísta pensar em si, Rony apertou a boca em uma linha de mágoa e tristeza. Empurrando o golpe pro fundo da mente ele suspirou baixinho, tentando não soar muito duro com o que estava pensando.

- Eu sinto muito. Mas você não pode ficar se culpando por algo que está fora do seu poder – ela o olhou, franzindo o cenho ao escutar suas palavras. – Sua mãe passou mal e não foi a primeira vez e infelizmente não vai ser última porque ela tem diabetes e recaídas são comuns. Você pode continuar se culpando assim ou trabalhar para fazê-la ficar melhor.

Hermione tinha a boca entreaberta – algumas gotas de lágrimas trilhavam um caminho por seus lábios rosados. Com os olhos e nariz vermelhos ele a achou tão encantadora que foi uma tarefa difícil não beijar ela ali mesmo.

- Você tem razão. Me culpar não vai levar a nada, me desculpe – ela soluçou, inclinando o rosto até encostar a testa no ombro dele. – Eu não deveria ter dito aquilo. Você não é só um momento de alegria.

Rony a deixou chorar por um momento e depois a afastou para enxugar suas lágrimas. Passou os dedos em seu rosto e o riso inesperado dela o despertou.

- Você não deveria me ver nesse estado – a morena pegou a mão do ruivo que ainda estava em seu rosto. – Tô uma bagunça.

- Não está não.

Mônica se remexeu na cama e fez um movimento brusco com a mão onde estava a agulha. Hermione se afastou do toque do cantor por instinto para evitar que a mãe se machucasse e pousou o braço erguido de volta a cama. Passou os olhos pelo corpo da mais velha e o leve susto a fez suspirar e voltar a atenção a Rony. Ele estava do mesmo jeito, agachado na altura da cadeira baixa, os cabelos vermelhos caindo por sua testa e berrando de um jeito exótico sua beleza para ela. Ele fora tão maravilhoso desde o começo da tarde. Lembrava vagamente dele rosnar para o segurança do portão para deixá-los sair e de como guia-la pelo hospital quando não conseguia sentir por onde caminhava em meio ao torpor de desespero que assolava sua mente. Podia sentir a mão dele acariciando seus dedos e levando arrepios por seu corpo quando encontraram sua mãe e a presença de apoio quando a médica surgiu. Sem ele ali Hermione tinha certeza que já teria arrancado os cabelos de desespero – mesmo que o trajeto de ter que ir ao hospital não fosse algo novo o medo ainda a deixava sufocada.

Ele tinha as sobrancelhas contraídas enquanto ela pensava sobre a sensação boa tê-lo ali e não conseguiu evitar se inclinar e roçar os lábios nos dele em um beijo leve. O gosto doce de sua boca fez seu corpo relaxar instantaneamente.

- Obrigada por está aqui.

- Eu não poderia está em outro lugar.

Ela o beijou de novo, abrindo a boca mais avidamente e se perdendo no choque que era sentir ele. Foi ele quem se afastou e a morena viu notou suas mãos trêmulas segurando as bochechas sardentas dele e o riso maroto que deu.

- O que eu faço com você? – ele murmurou risonho, puxando-a para um abraço desengonçado.

- Não sei.

A noite já caíra do lado de fora, escurecendo as ruas e cobrindo de pontos prateados da lua onde os postes de luz não chegavam; as estrelas produzindo constelações que afastava o sentimento ruim. Uma enfermeira veio verificar tudo e saiu do mesmo jeito quieto que chegou. Rony levou a cadeira de Hermione para perto da sua e agora ela estava sentada ao seu lado, com a cabeça encostada em seu ombro e com o casaco do ruivo ao seu redor. Após a segunda ronda da médica a morena começou a tremer e ele não sabia de frio ou preocupação.

Ela parecia cansada, mas não estava disposta a dormir. Vez ou outra perguntava sobre assuntos diversos ao garoto e então voltavam a ficar em silêncio para voltar a falar. Mônica não acordou pelas primeiras horas da noite e o relógio do seu celular marcava meia noite e dez minutos quando a mulher piscou os olhos fracamente e mexeu a boca. Hermione tinha cruzado os braços e deitado a cabeça próximo a mão da mãe e acabou dormindo com o carinho de Rony em seus cabelos e ele levantou depressa para atende-la. Mônica franziu o cenho para ele por um momento e quando voltou a piscar pareceu lembrar.

- Olá, Rony Weasley – ela murmurou. – Você pode me dar um pouco de água?

Rony ficou chocado com a atitude dela até se lembrar de quem ela era mãe. Hermione tinha a quem puxar as mudanças de humor. Com a ajuda das enfermeiras conseguiu um copo de plástico branco com água e com a ajuda de um canudo deu para a mulher beber alguns goles devagar.

- Você deveria ter levado ela para casa.

- Ela não teria ido mesmo que eu pedisse – Rony murmurou de volta.

Mônica riu baixinho passando a mão na cabeça da filha.

- É verdade – depois olhou para ele. – Vocês estão juntos, certo?

Rony enrolou um pouco sentindo as orelhas quentes, mas o riso fraco da mulher o denunciou mais do que qualquer desculpa que inventasse.

- Estou feliz que ela encontrou você. Alguém como você eu digo – esclareceu quando ele pareceu não entender. – Hermione costuma deixar a vida de lado para cuidar de mim e fiquei preocupada que ela se negligenciasse por alguém que vai morrer logo.

- Não diga uma coisa dessas – Rony falou mais alto do que deveria. – A senhora vai ficar bem.

- Hoje, sim. Amanhã ninguém sabe e nem até quando. Por favor, não me entenda mal. Quero melhorar e quero viver muito anos ao lado da minha filha e participar de momentos que ela vai passar. Mas tenho que ser realista e é por isso que estou feliz por ela ter você.

- Eu é que agradeço por ter ela comigo. Hermione sabe ser única.

- Essa é a minha filha – Mônica disse como se fosse óbvio. – Mas não a deixe se achar a dona da razão sempre ou então vai ter que aguentar o resto.

- Sim, senhora.

A Sra. Granger ficou acariciando os cabelos castanhos da filha em silêncio e quando voltou a falar, tinha lágrimas brilhando nos olhos e Rony se sentiu a beira do desespero.

- Ela é meu bem mais precioso e queria muito, muito – a primeira lágrima escorreu devagar. – que ela tenha alguém com quem dividir sua tristeza. Que tenha alguém para amá-la e cobrar sobre coisas bobas da vida...

- A senhora vai fazer isso. Você ainda vai brigar muito com ela e também vai está lá quando Hermione se formar na faculdade – ele sorriu tentando ser corajoso. – Vamos fazer isso acontecer, ok?

- Tudo bem – ela assentiu. – Posso fazer isso.

Rony engoliu o nó da garganta e ficou observando as duas por um momento. Um brilho azul que vinha do seu casaco que cobria Hermione atraiu sua atenção e gentilmente sem querer despertá-la ele pescou o aparelho do bolso e viu as várias mensagens de sua mãe, seu pai e uma ligação de Lexie. Ignorou a ligação e após verificar as duas garotas saiu a passos vagarosos pela enfermaria. Sua mãe estava louca, exigindo saber onde ele estava e o pedindo para vir para casa na mesma hora até um barulho de interferência soar e seu pai que voltar a falar. Com  Arthur ele podia falar mais civilizadamente e mentiu sobre quem estava hospitalizado, dizendo que um amigo seu dos tempos de escola precisava de ajuda para se transferir de hospital. Seu pai era mais calmo e logo conseguiu permissão para poder falar com a direção do hospital e entrar com o pedido. Ele se despediu após responder algumas perguntas e virou-se para empurrar a porta das escadas – a falta inesperada do ranger do ferro não impediu ele de estancar para escutar os cochichos das duas enfermeiras no posto.

Elas eram diferentes, provavelmente a troca ocorreu enquanto conversava com Mônica e ele notou quando uma dela ergueu o celular e focou seu rosto em uma foto.

Merda. Era só o que lhe faltava; um tumulto no hospital e seu plano de ficar o mais discreto possível iria está estampado nos jornais do dia seguinte com uma doença qualquer que o acometia. Colocou os óculos escuros e o gorro e implorando que elas não ligassem muito pra ele, o garoto estranhamente conhecido que caminhava a noite por um hospital de óculos escuros.

Hermione tinha acordado e estava conversando com a mãe. Quando o viu se aproximar, sorriu.

- Ei.

- Oi – ele respondeu, sentando ao seu lado. – Como estamos?

Hermione olhou para a mãe.

- Bem. E você?

- Meus pais. Queriam saber onde eu estava e o drama todo.

- Se você quiser ir, tudo bem. Não vamos sair daqui até amanhã de manhã talvez.

Rony ergueu as sobrancelhas para ela.

- Sem chances. Além do mais, preciso fazer uma coisa ainda.

E dizendo isso ele voltou a sair da enfermaria e Hermione não pode ir atrás dele


Notas Finais


Fui escrever mais um capítulo porque não consigo escrever o próximo de Guia e tô me sentindo muito ruim por isso. Já faz semanas e nada; pessoal, vou tentar escrever essa semana. Se der certo, atualização no domingo aqui de novo, ok?
Comentem, quero saber o que estão achando.
Malfeito feito.
Nox!


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