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História Legacy - Capítulo 16


Escrita por: hanalp_p

Notas do Autor


Estou atualizando os capítulos que deveriam ter saído ano passado kkkk




Boa leitura 🍷🍷🍷

Capítulo 17 - Capítulo 16


- Capítulo 16 - 


Bar dos Min's , Seoul. 

00:50 a.m



Meu corpo reage de acordo com o seu. Acompanho seus espasmos , seus suspiros, os arrepios e até mesmo a forma como choraminga. Posso a sentir em cada átomo , como se estivéssemos tão conectados ao ponto de nós tornar um só. A forma como aperta meus ombros e puxa-me contra si , sussurrando meu nome com seus lábios doces e sujos. Tornando tudo ainda mais difícil e apagando qualquer requisio de receio da minha parte. Mesmo após já termos feito isso um milhão de vezes, ainda é capaz de tornar único até o mais banal dos atos físicos. 

Não existe música alta , vozes, batidas ou pessoas. O mundo para no instante em que sinto meus músculos relaxarem , um gemido rouco escapando por entre meus lábios enquanto encho a camisinha. Yang geme mordendo meu queixo enquanto arranho suas coxas fartas , ela rir quando deixo a cabeça sobre seus ombros nus. Nossas respirações sendo o único som em todo o ambiente fechado.

_ Acha que podem desconfiar ? - ela me provoca cócegas ao sussurrar em meu ouvido. 

_ Eu disse que iria atender uma ligação do meu pai. E bom , a única pessoa disposta a conversar com Jeon Jungkook em uma sexta à noite é Tina - ambos rimos. 

_ E ela está mais preocupada com manter JungHyun longe de problemas - concordo esfregando meu rosto entre seus fios loiros. 

Yang cheira a morango. 

Gostaria de poder me enterrar para sempre entre seus fios , porém, a realidade bate na porta em forma de um golpe quando recordo onde estamos. Afasto meu corpo do seu , puxando minha calça e a ajeitando antes de fechar o cinto , observo Yang ajeitar a si mesma antes de pular para fora da bancada. Ela se vira pro espelho , usando o batom brilhante de sempre que deixa seus lábios chamativos. 

Me pergunto em que momento tal ato tão simples tornou-se relevante na minha vida , porque não consigo simplesmente sair enquanto ela tinge sua boca com o rosa fraco de cheiro doce. É assim todas as vezes , transamos ; Yang começa a se arrumar assim que acabamos , e eu permaneço estagnado lhe admirando por todo o processo longo ou rápido. Incapaz de partir.

_ Eu preciso ir - é um aviso mais para mim do que para ela. Estou tentando mandar sinais para meu corpo. 

Yang apenas acena com a mão que está livre, retornando ao seu trabalho de limpar abaixo dos olhos com desinteresse. Aceno , repetindo apenas para a ver repetir o mesmo ato. Respirando fundo , minhas pernas finalmente parecem reagir e me fazem caminhar até a saída, onde eu paro com a mão na maçaneta. 

Do lado de fora está a realidade, o nosso mundo real , onde não existe qualquer relação entre mim e Yang. Nada além de uma inimizade constante, de uma família que nós obriga a estar presente na vida um do outro. Sem sexo , sem conversas por telefone, sem piadas e risadas compartilhadas , sem Yang. Assim que eu passar por essa porta ; voltamos a ser Jeon WooJin , Park Yang. Com uma enorme vírgula entre nós, porque jamais compartilharemos o "e". 

E daqui alguns dias talvez essa vírgula torne-se um muro. Um muro enorme e frio. Então não vai existir mais o segredo; nada de ligações ao anoitecer , nada de fugas , nada de olhares e sussurros , nada de cheiro doce ,perda de camisas. Nada de Yang. Viverei o meu mundo sem ela. Sem ela. 

_ Ei - não desejo sair. 

_ Sim ? - seus olhos enfim estão em mim. 

_ Vamos sair amanhã. 

Parece ter sido pego de surpresa , ainda assim , sorrir. Com seus lábios brilhantes , com seus olhos quentes , com tudo. Tudo que a faz ser um ponto de sol e vida em um mar de frio e noite. Apaixonante. 

_ Quer transar em um lugar diferente ? - sinto suas palavras descerem como um soco. Lembrando-me da nossa realidade. 

Não quero enganar Yang. Não quero a dar esperanças. Não quero destruir o que temos. Não quero cruzar nossos limites. Quero parar no enorme vermelho e ficar , porque avançar vai arruinar ela. Porque se eu der mais um passo então tudo vai explodir. Irei arruinar Yang. 

_ Você quer sair para jantar comigo ? 

Todos os alertas estão gritando. 

Pare. 

Pare agora. 

Recue. 

Estamos caindo. 

E Yang permanece parada , em silêncio com seus olhos cheios de tantas emoções que torna-se difícil as compreender, e eles me encaram tão profundo quanto capazes. A falta de uma resposta cria o amargo em meu paladar, minhas mãos gelam tanto quanto meu estômago, a ansiedade atravessando meu corpo como uma corrente elétrica. Ela me dá todos os sinais aos quais preciso , ainda assim , desejo suprimir o pequeno calor de esperança que está na ponta dos meus dedos. 

_ Amanhã estarei te esperando na saída da comunidade. Vou permanecer lá até as oito horas ,entenderei caso não apareça.

E eu a deixo , não porquê quero , mas porquê temo pela sua rejeição. Mesmo que ela seja justificável, gostaria de me prender a nossa falsa realidade onde a vírgula entre nós nunca existiu. Onde eu posso arruina-lá e a concertar , onde eu jamais vá ficar sem ela. 




••••••



20:40.

Yang não irá vim. Não importa o quanto espere , sua resposta já está clara. Ainda assim , permaneço incapaz de sair daqui ou retornar para minha casa , incapaz de aceitar sua rejeição. Compreendo das minhas próprias angústias e desejos, aceitando que nossa realidade é o que é. Eu sou Jeon WooJin, ela é Park Yang. Vivemos mundos opostos , vidas diferentes, temos pesos desiguais. 

Está na hora deu ir. Aceitar que permaneceremos com nossas vírgulas e os nossos limites. É com essa aceitação que fecho a viseira do capacete e seguro mais firme as chaves , enfiando a correta na moto para a ligar, ouvindo o motor e respirando fundo ao subir. Estou pronto para esquecer. 

_ Espera ! - a voz surge pela escuridão da noite. Pisco encarando o retrovisor. 

Uma figura branca surge , correndo em minha direção. Imediatamente ergo o visor do capacete ao que viro o rosto , temo que seja um fantasma ou uma alma penada vagando pela comunidade, mas é apenas Yang. Com um vestido branco minúsculo, os sapatos nas mãos , um sobretudo e sua bolsa que utiliza para acenar. Ela corre nada graciosamente até me alcançar. 

_ Essa vai ser a maior estupidez que já fiz. Espero que tenha escolhido um restaurante bom ,ou eu te mato Jeon WooJin - sorrio a oferecendo o capacete. 

Sou incapaz de reclamar por a esperar. Para ver Yang eu esperaria mais três horas ou até amanhã, assim como esperei por todos esses anos. Porque é melhor a esperar e tê-la, me abraçando enquanto xingar por ter escolhido usar vestido e eu utilizar a moto , do que nunca a ter. Do que não a pertencer. 


____



Meu pai e minha mãe tiveram um primeiro encontro desastroso , que ainda assim os fizeram ter um "e" entre seus nomes. É claro , o restaurante escolhido por meu pai na época era terrível e se não fosse pela freira de rua próxima voltariam para casa com fome , mas ainda assim mamãe fala dele com olhos brilhantes e papai sorri sempre ao lembrar. Dizem ter sido o melhor encontro de suas vidas , foi o único. 

Após tantos anos o restaurante sofreu suas mudanças e evoluções. Quando descobrir que seria reinaugurado sentir que jamais haverá outro lugar ideal para meu primeiro encontro. Claro , não esperava que fosse com Yang, mais com quem mais poderia ser ? É um lugar importante para a história dos meus pais. É o início da história de amor deles. 

_ Boa noite , eu fiz uma reserva - toco o quadril de Yang. A guiando enquanto está admirada por tudo a nossa volta. 

_ Boa noite. Qual o nome do senhor ? - a recepcionista soa gentil. 

_ Jeon WooJin - seus dedos param de digitar e seu olhar sobe. Reconheço a diferença imediatamente. 

_ Me siga por favor, senhor Jeon - aceno a permitindo ir na frente. 

Guio Yang para que adentre na frente , sempre mantendo-a a apenas um palmo de distância e nunca deixando de observar meu redor. Existe duas saídas, as janelas altas dão uma boa visão da rua , o restaurante está cheio e apenas contém quatro seguranças. Sinto minha arma pesar escondida , em caso de problemas Yang é minha prioridade. 

Sou pego de surpresa por chegarmos em nossas mesas. Dispenso a recepcionista com um agradecimento, me certificando de acomodar a loira antes de ocupar minha cadeira. O lugar é exatamente como mamãe descreve , a única diferença são os cardápios digitais e o fato de não estarem mais em Italiano. 

_ Meu Deus - Yang murmura. Subo o olhar do cardápio para ela. 

É encantador a forma como morde a boca e arregala os olhos , provavelmente lendo os valores dos pratos . Sinto as batidas dos seus pés e apenas afasto os meus para que não acabe me atingindo, rindo fraco por sua ansiedade abaixo seu cardápio e roubo sua mão.

_ O que mais gosta além de batata ? - com a outra mão livre percorro o meu cardápio. Yang aperta seus dedos nos meus. 

Ela não se afasta. 

_ Tomate - ainda tensa sussurra. 

Linda. 

Park Yang é linda ate quando reclusa. 

_ Boa noite, o casal já gostaria de fazer seus pedidos ? - a aproximação do garçom a faz escolher-se. Aperto sua mão e nego.

Ela jamais deve sentir-se invadindo um território. Afinal , eles que devem agradecer que esteja aqui. Yang é a melhor coisa que já os aconteceram ,não o contrário. 

_ Vamos querer uma sopa de tomate com queijo quente e um prato de carneiro. Ah , eu vou querer uma porção da batata no menu infantil. 

Ele anota tudo em seu celular. 

Felizmente não corremos o risco de pedir caramujos , como diz meu pai , ou qualquer outra comida surpreendente. Quero tornar o ambiente confortável para Yang , quero que goste de estar aqui comigo e se lembre com carinho. 

_ Para beber tem algo em mente senhor ? 

Nada no cardápio atrai minha atenção. 

_ Deixarei que nós surpreenda - ele sorrir parecendo animado antes de sair. 

A sós, Yang solta minha mão. Seus olhos voltam a percorrer todas as direções, o seu doce sorriso surgindo como um sopro suavizando a expressão nervosa que carregava até agora. A chuto por baixo da mesa , de leve , apenas para a ter com suas íris quentes sobre mim. 

_ Babaca - balbucia. 

_ Esse é o restaurante que meu pai trouxe minha mãe pela primeira vez , quando enfim conseguiu ter um encontro com ela - suas sobrancelhas erguem em surpresa. 

_ É sério ? - a animação escorrega por sua voz. Adorável.

_ Sim. 

_ WooJin ! - não mede a altura - Isso é incrível ! Meu Deus, eu pensei que nem existia mais. Isso aqui é..é...eu nem tenho palavras. 

Seus gritinhos atraem olhares, quem se importa ? Os devolvo com uma ameaça velada, ninguém irá interromper seu momento de alegria genuína. Yang pode gritar e espernear. É tudo dela e para ela. É a sua noite. É o seu encontro. 

_ A sua mãe me contou a história ontem , eu estou criado um vestido baseado nisso ! 

_ Um vestido ? - faço careta.

_ Juro que não é feio - compartilhamos nossa risada - É sério, ele tá ficando bonito. 

_ A sua definição de bonito assusta. 

_ Ótimo, sabia que eu te acho bonito ? - move a língua entre os lábios. Maldosa. 

Reviro meus olhos. 

Incapaz de me sentir atacado. 

_ Obrigado. Puxei minha mãe. 

Não sou rápido o suficiente para fugir da golpe. Minha canela arde pelo chute recebido , engulo o grito e encaro furioso. Yang é uma criança ao me mostrar sua língua. Sua figura sendo completamente oposta de tudo que nós cerca. Ela é a melhor coisa daqui.

_ Criança. 

_ Idiota. 

_ Barbie. 

_ Ogro. 

_ Ponto de referência.

_ Brenda - abro os lábios em completa descrença. 

_ Jogou baixo ! - Yang gargalha e se engasga com a própria saliva. Nada graciosa.

Nossas conversas giram em torno de aleatoridades. Yang não pergunta sobre meu dia , não espera que eu fale sobre o trabalho ou nossa família, pelo contrário ; ela pergunta sobre qual meu animal favorito, sobre o que vejo quando olho pro céu, no que penso sempre quando acordo e antes de dormir. Deseja saber sobre o havai , sobre o mar , sobre minhas tatuagens e qual a minha preferida. 

Ela me conta sobre suas roupas. Explica a diferença entre o tecido da toalha de mesa e o do guardanapo. Brinca com os talheres. Fala em inglês apenas para zombar de sua própria pronuncia e da minha. Reclama de Nova York e logo após diz ter saudades do seu minúsculo apartamento, ao qual também explica que o escolheu pelo baixo custo. 

_ Para com isso - a interrompo. 

Ela pisca, confusa. 

_ Toda vez que vai rir tampa a boca e engasga. Pare de esconder sua risada, é frustrante o quanto estou me esforçando para a ouvir. 

_ Minha risada ? - preciso ser rápido para evitar que cubra os lábios mais uma vez.

_ Gosto da sua risada - seu sorriso parece receoso - Da sua risada de verdade , não essa. Gosto de como fica sem ar e ao puxa-lo imita um pouquinho, gosto de como suas bochechas ficam vermelhas e arregala os olhos. 

_ Disse que a odiava - sussurra. Claro , Yang se lembra do passado. 

Eu nunca odiei sua risada. Eu odiava tudo que me causava. Mas não direi , não vou avançar mais um sinal. É o nosso limite. 

_ Eu era uma criança estupida - ela sorri. 

_ Concordamos então - a empurro por baixo da mesa. E aqui está a risada. 

Yang não se contém, pela primeira vez desde que a vê naquele aeroporto. Meus olhos brilham com o barulho fraco que faz , é como se percorresse todas as minhas veias e enchesse meu coração, porque o sinto acertar meu peito com força. Sou incapaz de não avançar e a segurar pelo rosto, celando seus lábios rapidamente apenas para ter o prazer de engolir sua risada.

E tudo torna-se irrelevante. Não importa que a comida tenha sido terrível , que o vinho seja a única coisa boa que o restaurante serviu. Quem se importa com o fato de termos cuspido a sopa ? Ou o carneiro estar duro ? Quem liga que precisamos dividir uma porção minúscula de batata porque apesar de estar sem sal , era a única coisa comestível em nossa mesa ? Nada é importante. No final da noite; Park Yang me beijou enfrente a sua casa , e eu me sentir uma criança.

Deitado na minha cama minha conversa com Luke veio a mente ; 


" _ Eu a vejo em tudo , acho que estou sendo perseguido - rindo ,meu melhor amigo parou de limpar sua arma e virou o rosto. 

_ Acho que está apaixonado - é uma piada "


Sim , eu estou apaixonado. 

Apaixonado por Park Yang. 

Ela me arruinou. 

A realidade bate como um estalo em minha mente , incapaz de permanecer deitado corro para sair do quarto. Chegar no de Luke é rápido , não bato antes de o invadir e correr até sua cama , ele está babando no travesseiro e eu prefiro ignorar sua nudez. Balanço-o em desespero , chamando pelo seu nome apenas para o ver acordar assustado com uma pequena arma puxada de entre os travesseiros. 

_ WooJin ? - abaixa lentamente a pistola. 

_ Eu estou apaixonado - é como soltar a respiração. Luke pisca confuso e sonolento. 

_ O que ? 

_ Eu estou apaixonado. Luke , eu me apaixonei por Yang de novo. 

_ Sério ? - ele ansieia por uma negação. Mas sou incapaz de negar e Luke me conhece como ninguém - Porra WooJin, fudeu. 

Sim , fudeu. 







Notas Finais


Vamos dar uma pausa no arco do casal principal, mas eu juro que temos muito ainda para ler deles kkkkk


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