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História State of Decay - Hurt


Escrita por: helenafurnier

Notas do Autor


Sei que eu sumi e peço desculpas por isso, tenho muita dificuldade em me manter constante escrevendo, mas isso é um problema pessoal meu...probleminhas de saude mental que vocês devem saber... mas é, eu tento manter aqui, uma coisa que eu tenho certeza é que nunca vou largar essa fanfic, gosto demais dela.
Bem, mais um capitulo está aqui, espero mesmo que gostem e não desistam de mim...

Capítulo 18 - Hurt


Fanfic / Fanfiction State of Decay - Hurt

Ela tinha cheiro de sangue e tripas. Não era o melhor cheiro, mas eu preferia isso do que não abraça-la.

Eu não estava prestando atenção no que Rick estava falando. Parecia mais vários mosquitos zumbindo perto de minha cabeça. Incomodo. Só ouvi ele falar algo sobre manter o barulho baixo e as luzes apagadas. Que tudo ia dar certo.

Mas algo estava errado, muito errado.

-Mãe? – falei, esperando uma resposta confiante, algo que ela sempre faz.

-Grace, meu amor – tossiu – eu preciso de um banheiro.

Preocupada, fiz que sim com a cabeça. Mamãe segurava minha mão, não falava nada, só perguntou em qual casa poderíamos ficar e antes que eu pudesse responder, Rick apareceu do nosso lado.

-Você está bem? – ele perguntou, parecendo verdadeiramente preocupado.

-Eu só preciso de um lugar pra descansar – Eli respondeu, curto.

-Pode ficar na minha casa, é só descer a rua e virar a esquerda – mamãe agradeceu com a cabeça – tem certeza que está bem?

-Sim, Rick – ela respondeu, um tanto rude.

E Rick ficou lá, parado, parecendo perdido, enquanto mamãe voltou a caminhar, agarrada em minha mão, rua abaixo.

Ela gemia baixo e segurava com força o local onde o casaco estava amarrado. Andava meio manca, como se tivesse machucado a perna e isso me deixou um tanto preocupada.

Entramos na casa. Carl não falou nada, só observou, enquanto era deixado para trás somente com o barulho do sapato de minha mãe e o meu batendo na madeira dos degraus da escada. Chegamos ao banheiro e ela se escorou na parede. Sua respiração estava ofegante.

-Mãe você quer que eu chame a Denise? Ela é a medica daqui e você não parece muito bem...

-Grace, está tudo bem – falou – só preciso de um banho

Então ela tirou a blusa, havia um machucado roxo e grande em sua barriga.

-Cacet... – comecei a falar, mas antes de terminar, fui interrompida.

-Grace, preciso que você saia – Mamãe falou.

-Mas mãe...

-Grace, por favor, me obedeça – falou, abrindo a porta.

Não a questionei, sabia que ela já estava com raiva de ter me deixado vê-la machucado, mas acho que ela não fazia ideia da gravidade de seu ferimento. Ela fechou a porta e trancou. Fiquei lá, igual uma idiota, sem saber o que fazer ou o que falar, só olhando a porta, a encarando, completamente perdida.

Senti uma lágrima escorrer. Meus olhos já estavam carregando as lágrimas desde que a vi passar pelo portão, mas agora eu carregava outra coisa, dessa vez no peito, um medo real, de perde-la. Meu pai já não estava aqui, perder minha mãe era impensável a essa altura, não consigo aceitar que talvez eu possa virar órfã.

Pensamentos negativos escureciam minha mente e deturpavam minha visão. Senti minha cabeça começar a latejar. Caminhei pelo quarto, abrindo e fechando gavetas e armários, até finalmente achar um comprido para dor. Tomei a seco e senti o comprimido quase entalar na garganta, junto com um bucado de coisa que tenho pra dizer.

Desci as escadas com calma, segurando meu casaco com as mãos dentro do casaco. Carl estava apoiado perto da porta. Não conseguia olha-lo, não conseguia sequer me olhar. Caminhei rápido até a torneira e enchi o copo de água com as mãos tremulas. Estava com medo de chorar na frente dele. Escorei na bancada tomando um longo gole, quase engasgando com a água.

-Que cara é essa? – ele falou, com um tom nada gentil e naquela hora tudo que eu sentia era ódio.

O olhei sentindo meu sangue ferver. Eu queria é enfiar a cara dele na parede.

Não pensei, só taquei o colo em sua direção, acertando, de propósito, a parede ao seu lado. Ele me olhou indignado e um tanto surpreso, mas sua expressão mudou quando viu que lágrimas escorriam de meus olhos sem parar. Eu não vocalizava nada, só fiquei em silêncio o olhando fixamente.

Não sei se ele ia falar algo, mas sai correndo, abrindo a porta contudo. Sem rumo. Só precisava ficar sozinha.

 

Pov Eli

 

Tentei manter a calma. Acho que adrenalina estava prevenindo a dor. Não acho, eu sei, eu fiz medicina. Foi há tanto tempo atrás, que as vezes, acabo esquecendo que um dia eu fui uma simples médica, com uma rotina, pacientes, conhecimentos médicos...não essa “guerreira” que mal consegue se manter inteira, não a pessoa que mantém uma cidade em pé, eu ainda carrego o peso de ter a vida das pessoas na minha mão, mas agora em um nível e complexidade completamente diferente. Agora sei seus nomes, conheço suas famílias, sei mais do que está escrito em um simples prontuário.

Aquele roxo na barriga me assustava e eu definitivamente havia quebrado pelo menos uma costela. Tentei apalpar meu tórax, mas doía tanto que não consegui saber direito quantas foram. Mais o mais preocupante era esse roxo na barriga. Só estava torcendo pra não ser a porra de uma hemorragia interna.

Peguei dentro de minha mochila um pote com comprimidos para dor e tomei uns três. Em seguida, peguei o kit de sutura e costurei o corte em minha cabeça. Era bizarro se olhar no espelho juntando um pedaço de pele ao outro. Já havia costurado vários rostos, mas nunca o meu. Higienizei ele e em seguida o cobri. Essa porra ardia pra caralho.

Não havia como eu fazer um raio x, muito menos uma tomografia, para descobrir se eu estava ou não com hemorragia interna. Era questão de esperar e ver se eu iria piorar ou não. Quanto a costela, era me entupir de remédios e torcer pra dor não durar muito.

Era perturbador ouvir os gemidos deles, como se estivessem pertinho do meu ouvido. Não sabia o que Rick faria em relação a isso e sinceramente não sei se quero saber. Só quero uma cama e um descanso, pelo menos por algumas horas.

Eu sabia que a casa não era minha, que a cama não era minha e que eu não tinha o mínimo direito de estar lá, abusando de Rick e sua hospitalidade. Mas tudo que consegui fazer foi me jogar em sua cama e em questão de segundos, apagar, com a ajuda de um comprimido ou dois.

***

Acordei com uma dor horrível na barriga. Eu estava suando e com calafrios horríveis. Algumas horas haviam se passado, visto que já era manhã do dia seguinte. Caminhei até a janela com dificuldade e vi que tudo estava escuro. Eu não conseguia enxergar um palmo na minha frente. Sai tropeçando em tudo, fazendo um grande estardalhaço até finalmente chegar na porta. Encostei na maçaneta, mas antes que eu pudesse abri-la, alguém a abriu, me dando um grande susto.

-Ei – Rick falou, observando meu rosto branco – Eli, você está bem? – quase cai tentando andar para trás, mas Rick me segurou – Puta merda você tá pegando fogo – comentou, preocupado, colocando o braço em minha cintura e me ajudando a caminhar até a cama.

Rick colou a lamparina ao lado de seu pé. Ele estava agachado, me olhando, extremamente preocupado. E o desespero começou a bater em mim.

Uma sensação de queimação tomou minha garganta, quase como refluxo, porém muito quente até que chegou ao topo da garganta e tossi com força. Parecia que todos os ossos dentro de mim quebraram quando dei aquela tossida.

A mão que tapei a boca estava molhada de algo, que escorreu por entre meus dedos, pingando no chão.

Vermelho escarlate.

Vermelho morte.

-Rick – falei, sentindo novamente a vontade de tossir e ele agarrou minha mão não ensanguentada, enquanto eu observava a outra, o sangue escorrendo pelo meu braço.

 – Rick, eu vou morrer.



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