~ Notas inicias ~
- Você não acreditou no que aquela garota falsa falou, acreditou? - Rachel choramingava. - Além do porque eu já havia falado antes que o Tyler é gay. - falou se ajoelhando a minha frente.
Eu estava sentado na cama com a cabeça baixa pensando no que Louren havia me falado a pouco tempo. Ela disse que estava gravida e que eu era o pai. Passei minhas mãos em meu rosto levando até meus cabelos e os puxando em seguida, levantei meus olhos até os de Rachel e segurei seu rosto entre meus dedos precionando suas buchechas a fazendo arregalar os olhos.
- Olha nos meus olhos e fala que é mentira. - falei entre os dentes.
- Cameron, você está me machucando. - vi medo em seus olhos.
- Fala agora. - repeti.
- É mentira. - assim que falou a soltei a fazendo sentar no chão. - Lógico que é mentira daquela lerda. Eu jamais te trairia com alguém, nem mesmo com o Tyler. Só fala que você acredita em mim, por favor.
Olhei para ela que tinha o rosto de preocupada.
- Cameron. - olhei para a porta e pude ver Nash com o rosto vermelho. - Posso falar com você por um instante? - ele parecia bravo com algo.
- Claro que pode, Nash. - Rachel levantou do chão e indo até ele.
- Não estou falando com você, estou falando com ele. - apontou para mim.
Respirei fundo pois já sabia do que se tratava. Levantei da cama e olhei para Rachel que logo entendeu o que eu quis dizer, saindo do quarto em seguida. Fiquei em pé de braços cruzados esperando o sermão que possivelmente Nash me daria a qualquer momento.
- O que você tem na cabeça? - perguntou.
- Do que você está falando? - fiz que não entendi nada.
Ele riu baixando a cabeça e negando a mesma.
- Você só pode está brincando. - falou seco. - Como você preferiu acreditar na Rachel do que na Louren? - começou a andar de um lado para o outro. - Não sei se você notou mais esse cara é bem estranho pra ser só um amigo fotógrafo da Rachel. Ela nunca falou desse cara até hoje.
Não tinha o que falar. Por um lado ele tinha razão, nunca soube da existência desse amigo da Rachel até hoje, quando veio falando que faríamos uma sessão de fotos e que ele seria o fotógrafo.
- Não estou com cabeça para isso, Nash. - falei indo até a varanda do meu quarto.
- Sério, você tem um amigo fotógrafo e acabou caindo nessa. - ouvi ele soltar um sorriso de deboche.
- Chega! - me virei quase que gritando. - Eu preciso ficar sozinho e pensar um pouco. - me acalmei mais. Olhei para Nash que assentiu em seguida, ele deu as costas indo até a porta.
- Só espero que você pense na Louren e no filho de vocês. - assim que ouvi Nash falar aquilo senti meu coração acelerar. - Eles não merecem pagar por uma coisa que você fez. - ouvi a porta ser fechada.
Senti minha garganta arder um pouco. Passei a língua em meus lábios e em seguida sentei no chão da varanda, baixei minha cabeça e encolhi minhas penas, afundei meu rosto entre as duas e comecei a chorar. Eu podia até parecer forte para os outros, mas não conseguia enganar a mim mesmo.
Levantei meus olhos até o céu e enxuguei uma lágrima que caia em meu rosto.
- Eu preciso da sua ajuda. - falei baixo. - Por favor, me ajuda meu pai. - juntei minhas mão. - Eu não sei se suporto mais viver dessa forma. Me mostre a verdade e faça com que tudo se resolva.
Assim que fechei os olhos pude ouvir uma voz serena e calma cantando um pouco longe. Olhei ao meu redor e não vi ninguém, tentei adivinhar quem era a dona daquela voz sem muita demora. Era Louren com certeza, só a voz dela me deixava calmo daquela forma assustadora. Me apoiei na parede observando as janelas ao lado vendo uma aberta e as luzes acesas.
Fiquei parado apenas ouvindo a letra da música.
Não queria ficar ali vendo ela sofrer. Eu tinha que fazer alguma coisa. Sai da varanda indo até o quarto e pegando apenas meu celular de cima da cama indo até a porta, desci as escadas com um pouco de pressa e vi Nash sentado no sofá assistindo alguma filme que passava, assim que abri a porta para sair ouvi alguém falar e me interromper.
- Pra onde você está indo? - me virei vendo Rachel.
Nash olhou por cima do sofá assim que ouvio ela falar e o olhei por um minuto desviando o olhar para a menina que esperava uma resposta. Ela parecia brava pela forma de como eu me encontrava. Apenas de bermuda de chinelos e com os olhos vermelhos e pouco inchados.
- Você não vai atrás daquela projeto de barata... - falou cruzando os braços.
- Não fale assim dela. - tentei me controlar.
- Agora vai defender ela? - debochou. - Não acredito nisso, Cam. - veio até mim passando sua mão em meu rosto. - Olha pra mim e fala que não vai atrás dela. - peguei sua mão tirando de mim e olhei em seus olhos.
- Não vou atrás de ninguém. - menti. - Só vou apenas na portaria e daqui a pouco volto.
Não esperei e logo dei as costas saindo ouvindo apenas Rachel berrando.
Tranquei a porta pois já sabia que ela viria atrás, além de mim só quem tinha as chaves dali era Nash e ele não daria a ela. Fui até a porta ao lado e parei encarando um pouco procurando as palavras certas para pedir desculpas a pessoa que se encontrava atrás dela ainda cantando. Bati na porta três vezes e esperei um pouco.
- Como você foi rápido. - ela falou antes de olhar para meu rosto. - Ah, é só você. - não tinha animo algum em sua voz. - O que quer? - inclinou sua cabeça um pouco para o lado. - Já não bastou suas palavras incrédulas agora á pouco? - espremeu um poucos os olhos.
- Enquanto a isso, eu só queria falar que... - não terminei. - Louren, eu não queria de forma alguma...
- Sei bem qual a desculpa que você vai dar. - falou fechando a porta.
Coloquei o pé a impedindo.
- Dá pra você tirar o pé da minha porta? - olhou pela pequena brecha.
- Me dê apenas um minuto. - pedi olhando fixo em seus olhos claros.
Ela parecia insegura com sua decisão, mas no fim deixou eu entrar. Fitei o apartamento dela vendo já algumas coisas embrulhadas e encaixotadas, senti meu coração apertar um pouco. Me virei para Louren e puder ver seu cansaço nítido, o suor escorrer pelo rosto e a respiração descompassada.
- Pode falar agora. - cruzou os braços e me olhou.
Mordi os lábios e sem jeito caminhei até ela.
- Louren, você está realmente esperando um filho meu? - perguntei sentindo meu corpo tremer.
Ela baixou a cabeça e afirmou com a mesma. Fechei os olhos sentindo o choro vir mais uma veze, as lágrimas escorreram sobre meu rosto me fazendo desabar no sofá. Louren sentou ao meu lado e parecia estar preocupada comigo.
- Cameron, você está se sentindo bem? - ela me abanava.
- Por que você não falou que estava esperando um filho meu? - perguntei entre soluços. - Não acredito que você iria esconder isso de mim, esconder que eu teria um filho com você. - tentei olhar para ela sem sucesso.
- Voce não entende? Eu sabia que você deixaria ela para ficar comigo sem pensar duas vezes, que tudo isso iria afetar não só você como a mim. - levantou do sofá. - Todos pensariam absurdos sobre mim e falariam que fiz isso tudo só para poder te dar um golpe e ganhar fama a suas custas.
- Que deixasse eles falarem isso. - fiquei a sua frente. - O que importaria é que eu estaria perto de você e do meu filho. - apontei para sua barriga. - Não os abandonaria por nada nesse mundo.
Eu queria tanto poder agarrar ela e a beijar, mas ela estava machuca por dentro e eu fui o culpado.
- Tudo bem, agora que você sabe de tudo isso já pode sair. - foi até a porta a abrindo.
- Você acha mesmo que eu vou deixar você ir embora e levar meu filho com você? - continuei no mesmo canto a olhando.
Louren fechou a porta com força e veio até mim brava.
- Cameron, eu não quero de forma alguma que meu filho cresça sendo alvo de fotógrafos e se tornando assuntos de revistas e sites. - vi seus olhos marejados. - Não quero ser perseguida por todas aquelas pessoas que inventam tudo apenas para ganhar dinheiro. - ficou em minha frente. - Então, você querendo ou não eu vou embora e vou proteger meu filho disso tudo...
- Eu te amo, não posso deixar você ir. - falei com a voz rouca.
- Mas vai. - afirmou com a cabeça.
- Louren...
- Cameron. - me interrompeu. - Desculpa, mas eu não quero essa vida para mim. Nem mesmo pro meu filho. - passou a mão em sua barriga e levei meus olhos até a mesma.
Andei até ela e coloquei meu celular em cima do sofá.
- Posso? - ergui minhas mãos em direção a ela.
Louren afirmou com um pouco de remorso. Me ajoelhei em sua frente e coloquei minhas mãos em cima de sua barriga, fiz carinho ali e pude ouvir ela sorrir pelo nariz, olhei para cima e pude ver Louren enxugar as lágrimas. Voltei a olhar para a frente e selei o local passando meus lábios por ali. Afastei um pouco.
- Hey, filhão. - falei sorrindo e fungando um pouco. - Sei que eu fui um idiota com sua mãe, mas faz ela mudar de idéia e ficar com o seu papai. - parei olhando para ela que me olhava triste. - Não deixa ela sair de perto de mim e levar você junto. - continuei falando com os olhos fixos nos dela. - Prometo amar vocês dois pra sempre.
Beijei novamente a barriga dela e levantei em seguida. Enxuguei as lágrimas que escorriam pelo rosto de Louren, passava o polegar fazendo carinho ali. Vi os olhos dela fecharem e senti um pouco seguro.
- Como eu queria que isso não estivesse acontecendo. - falei. - Ver você ir embora assim mais uma vez e não poder fazer nada. Quantas vezes teremos que nos despedir? - perguntei.
- Creio que essa é a última vez. - sorriu sem vontade.
Segurei seu rosto entre minhas mãos e o aproximei mais do meu, ela não parecia querer se livrar de mim assim como eu não queria deixar ela ir. Rocei minha boca na dela e a selei por um longo tempo, senti meu rosto esquentar por alguns segundos logo me separando dela. Louren manteve os olhos fechados e a respiração regular.
- Te amo. - falei vendo os olhos dela se abrirem.
- Você realmente me ama? - perguntou quase que sem voz.
- Sempre te amei e não gosto nem um pouco de te vê assim, desse jeito. - sorri sem vontade.
- Então, por que você me maguou?
- Talvez porque eu seja um completo egoísta que pensa só no meu próprio umbigo. - dei de ombros.
Aquela sim era uma verdade. Eu havia machucado Louren esse tempo todo e não percebi por mero capricho meu, pois pensei apenas na minha felicidade e acabei esquecendo da dela. Acho que corações machucados não podem ser concertados facilmente, principalmente aqueles que são feitos de vidro.
- Por isso não sei se vou suportar te ver partir. - neguei com a cabeça. - Não posso viver longe de você, White.
Vi um sorriso em seu rosto se formar. Já fazia a algum tempo que eu não a chamava assim.
- Eu sei que você consegue. - Louren segurou minhas mãos as afastando de seu rosto. - Tenho certeza que vai conseguir esquecer de mim assim que sua filha nascer e seus compromissos dobrarem.
- Não é tão fácil assim, sabia? - franzi a testa. - Você também está esperando um filho meu.
- Por favor, não vamos voltar a esse assunto. - deu de costas indo até a porta.
Louren abriu a porta e apontou para o corredor vazio do prédio me fazendo apenas assentir. Peguei meu celular em cima do sofá e em seguida fui até ela que me olhava atenta, parei a sua frente e não falei nada baixando a cabeça e saindo por completo. Ouvi a porta batendo e engoli em seco. Procurei as chaves no bolço da bermuda e a coloquei no trinco entrando em casa.
- Ela vai ficar? - ouvi Nash.
- Não. - falei sem animo.
Vi o garoto saltar do sofá assim que me ouviu falar. Veio até mim e segurou meus ombros me sacudindo em seguida, abri meu olhos mais do que o costume e fiquei sem entender o porque daquilo.
- Você não vai ficar de braços cruzados vendo a mulher que você ama ir embora vai? - perguntou meio bravo.
- Olha Nash, ela vai ficar melhor sem mim. - dei um sorriso sem mostrar os dentes.
- E você está melhor sem ela? - me soltou. - Cam, sempre tem gente que quer ver você desistir. - apontou para o meu quarto que possivelmente Rachel estaria. - Só não facilita o trabalho delas.
Parei um pouco e olhei para baixo tentando pensar em algo, algo que não deixasse Louren White sair de perto de mim, algo que a fizesse ficar para sempre ao meu lado. Farei de tudo para sermos só eu, ela e nosso filho.
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