P.O.V. Narrador:
Daniel teve um dia para planejar o aniversário de Violet e ele fez isso muito bem. A festa seria na própria casa dela então ele contou com a ajuda de Johanna e Angelly para distraírem a garota longe dali, resolveram convida-la para ir ao shopping. Com seu jeito mais responsável Dan contou à avó dela e a mãe de Ashton sobre o que pretendia fazer as duas o notificaram sobre a mesma história que White já havia o contado, mas se dispuseram a ajudar se necessário. White que já tinha deixado bem claro que não se envolveria foi convencida a ajudar convidando os mais próximos da aniversariante. E Ashton achava aquilo uma besteira enorme, ele sim sabia o quanto aquela data não trazia lembranças boas para Violet e então se negou a ajudar em grande coisa, mas Dan não se importou nem um pouco afinal não queria que Ash acabasse ganhando algum credito se acabasse dando certo, e ele estava realmente convencido que daria.
Já estava entardecendo, a casa estava com os amigos e as famílias deles também. Os adultos na sala e os adolescentes na cozinha bebendo digamos que meio escondido, não seriam impedidos, mas com certeza ouviria algum sermãozinho aqui e outro lá e estavam tentando evitar isso. Dan intercalava entre os dois grupos.
Chegando em casa Violet estranhou que Chloe, junto com as duas filhas, fizeram questão de acompanha-la até a porta e quando a abriu paralisou ali mesmo.
- SURPRESA! - Todos gritaram e ela continuou parada olhando para o rosto sorridente de cada um que estava presente. Não pularam para cima dela com uma recepção agitada naquele momento, todos estava cientes que talvez fosse melhor ver qual seria a reação da aniversariante primeiro
.- Quem é responsável por isso? - Ninguém se pronunciou de imediato, então ela parou seu olhar em Ash pois ele era seu primeiro suspeito, porém outra mão um pouco relutante se ergueu.
- Fique sabendo que você acabou de entrar para a minha lista negra, Dan. - Falou, mas logo sorriu aliviando a tensão de todos e foi abraça-lo. Violet foi abraçada com carinho por todos e até que chegou a vez de Ashton que pareceu ser o último de propósito.
- Então você gostou da surpresa?
- Não sei, foi realmente um surpresa. Achei que vocês todos tinham desistido de fazer isso faz tempo.
- Pois é, mas parece que o novato do grupo ali não sabe seguir as regras. - Apontou para Daniel.
- Eu só sei que todas essas pessoas estão aqui por mim e não posso fazer a desfeita ou me esconder como quando era criança e vocês faziam essas malditas festas mesmo eu não querendo.
- Se soubesse que você iria relevar com o tempo, eu teria planejado isso. - Disse se referindo a festa. Ele estava chateado, sim, por não ter sido ele a proporcionar aquilo para ela.
- Você tentou muitas vezes, e sinceramente, isso não é nada comparado ao que você tem feito por mim até hoje. - Então o abraçou. Era um abraço diferente dos últimos que vinham dando, um abraço nostálgico. - Eu te amo.
- Eu também te amo. - Falou a erguendo um pouco do chão durante o aperto.
- Vamos cantar parabéns?! - White anunciou. - Vem Violet.
- Isso é realmente necessário? - Se arrastava até a mesa. A campainha tocou. - Opa, salva pelo gongo. Seja quem for agradeça por ter adiado esse momento de constrangimento, por favor. - Riu.
- Achei que a hora do parabéns fosse a sua preferida, filha. - Os que sabiam quem era aquela mulher, ou melhor, sobre aquela mulher olharam assustados e descrentes da sua presença ali. Para que não sabia que ela era já estava mais que óbvio ser a mãe de Violet, tão parecidas.
- Quem convidou ela? - Violet perguntou não querendo acreditar que ela havia voltado. - Quem convidou ela, Daniel? - Perguntou exaltada dessa vez.
- Eu nem sei quem é ela. - Balbuciou.
- Ninguém me convidou. Eu não preciso de convites para o seu aniversário.
Violet passou trombando em todos e sem ouvir qualquer um que a chamou sobe as escadas apressada.
- O que você pensa que está fazendo aqui? - Dakota pergunta para a filha.
- Eu estava com saudade, mãe. - Alicia responde. Anne se juntou àquelas duas e começaram a conversar sobre o que ela pretendia chegando daquele jeito, estragando tudo mais uma vez.
As outras pessoas não entendiam muito bem o que estava acontecendo, mas ficaram ali conversando entre si ou para apenas apoiar se fosse necessário.
- Você chegou para abalar as estruturas mesmo, né Daniel. - Luke se aproximou implicando.
- Por favor, Luke. Eu tenho mais o que fazer.
- Deve ter sim, espero que seja outra bela festa como essa.
- Deixe de ser infantil, Luke. Tenha consideração pela Violet e não use a situação como desculpa para implicar com o Dan. - Quem o repreendia era White.
- Não estou usando desculpa alguma, é a verdade. E não me venha com consideração, se você tivesse alguma não teria o apoiando a fazer isso. Se Violet esta lá em cima sozinha é culpa de vocês. - Passa por ela e saiu pela porta indo embora. White teve vontade de chorar.
Violet entrou no quarto ao tropeços e foi em direção a uma gaveta pegando algumas fotos e as espalhando no chão em procura de uma especifica. A foto do seu aniversário de sete anos, apertou o papel com seus dedos e deixou uma espécie de grunhido sair entre seus dentes enquanto escorava-se na cama e apoiava a cabeça no colchão.
P.O.V. Violet Hoppus:
"Esse era o aniversário perfeito que eu já tive. Uma festa a fantasia era meu sonho desde o ano passado e minha mãe prometeu que faria para mim e aqui estou eu vestida de sereia. Vovó achou que a roupa seria desconfortável para mim brincar, então com sua maquina de costurar fez uma calça da calda que antes tinha apenas uma abertura para os pés. Eu tinha certeza que a minha fantasia era a mais bonita de todas. A maioria das meninas estava vestida de princesas ou fadas, os meninos não eram muito criativos, estavam todos fantasiados de algum super-heróis.
Brincava de pegar no pátio da frente de casa com alguns amigos, essa era a minha brincadeira favorita ainda mais quando inventávamos alguma história, com motivos para pegar certo alguém, mas o que eu realmente estava esperando era a hora da comida. Ah qual é, eu espero um ano inteiro para comer o bolo feito com os ingredientes que eu tenho a oportunidade de escolher. Quem liga para brincadeiras quando te chamam para cantar o parabéns, ou o hino de pré-comer-muito-doce-sem-os-pais-nos-impedirem-? Mas quem me dera se eu fosse simplesmente chamada para dentro quando essa hora chegasse, eu fui carregada, praticamente arrastada.
- Ei, garoto o que você está fazendo?
- Eu sou um pirata não está vendo? Fui escalado para pescar a sereia para a hora de cantar parabéns.
- Me solta. - Falei quando chegamos nos fundos da casa onde estava posta toda a decoração e o empurrei.
- Missão cumprida, capitão. - Chegou batendo continência diante de meu pai.
- Vai lá atrás do bolo para cantarmos logo, princesa. - Papai pediu.
- Sereia, pai... - O corrijo e obedeço sem hesitar.
Ajudei a cantar a musiquinha na esperança de que ela acabasse mais rápido, não funcionou, mas eu finalmente estava com um delicioso pedaço de torta de chocolate com morango e coco em minhas mãos.
- Eu odeio coco. - O garoto disse olhando triste para seu pratinho enquanto se sentava ao meu lado.
- Que tipo de pirata não gosta de coco? E se algum dia você acabar em uma ilha, que água irá beber? - Ele bufa e tira a bandana que usava na cabeça a largando ao lago no banco.
- Sou um péssimo pirata.
- Considerando que você executou a missão mais importante do dia, então eu discordo, acho que é um ótimo pirata.
- Você é burra, se eu fosse bom mesmo meu pai tinha me levado junto quando foi embora. - Ficou de pé e quase gritou para mim. Me levanto também.
- Não grite comigo, é meu aniversário, e me dá esse bolo aqui. - Arranquei o pedaço de doce da mão dele e volto a sentar dando a primeira garfada. Ele saiu pisando forte até sua mãe.
Assim que comi tudo o que tinha vontade e parei para algumas fotografias, voltei a brincar com meus amigos, no meio da brincadeira de esconder minha mãe aparece me chamando e revelando meu esconderijo.
- Nós precisamos ir embora, querida.
- Ainda temos convidados aqui, mamãe. - Falei olhando em volta as poucas pessoas que ainda restavam, alguns tios e primos, vizinhos também.
- Você vai ficar. - Olho para ela sem entender. - Amanhã nós voltamos para te pegar.
- Mas... - Nós não morava mais em Sydney, por que eles iriam para Melb e voltariam no dia seguinte?
- Aproveita a festa, princesa. - Meu pai chegou me pegando no colo e me abraçou. - Vou sentir saudade. - Deu um beijo em minha bochecha.
- Eu já falei que sou uma sereia, pai... E nós só vamos ficar um dia longe um do outro, bobinho. - Pego seu rosto entre minhas mãos e beijo sua bochecha também. Ele apenas sorriu.
- Se comporta, ok? Eu te amo. - Foi a vez de minha mãe se despedir.
Os acompanhei até a calçada e os vi entrar no carro para o qual eu abanei até que ficasse fora do meu campo de visão."
Rasgo a foto em vários pedacinhos tentando descontar alguma coisa ali, quando termino olho para a porta que começa a abrir em minha frente com Ashton se escorando no batente.
- Foi escalado para pescar a sereia mais uma vez, pirata?
- Vim em missão própria dessa vez. - Senta ao meu lado. E ficaram em silêncio.
"A rua estava silenciosa e já anoitecia, mas eu continuava ali sentada na escadinha em frente a porta de entrada da casa de minha avó.
- Meu amor, entra. Eles não vão vir hoje, houve outro imprevisto.
- Como sabe? Eu nem a vejo falando com a mamãe no telefone. Você está falando isso, a mesma coisa faz três dias, eles tem que vir estou perdendo aula. - Ela suspira logo atrás de mim.
- Só entre antes de escurecer, ok? - Eu assenti.
Cada farol que se aproximava me fazia levantar esperando que fosse meus pais, mas eu sempre voltava a me sentar desanimada.
- Você sabe que eles não vão voltar, né? - Olho para o lado e reparo o garoto pirata sentado na escada da casa ao lado.
- Do que você está falando?
- Dos teus pais, ué. Eles não vão voltar, eles te deixaram.
- Por que você não cala a boca? - O menino vinha em minha direção e se juntou a mim no degrau.
- Eu já passei por isso. Meu pai disse que ia voltar também, mas não já se passou um ano.
- Já pensou que pode ser por você ser um metido chato? - Levanto para entrar em casa.
- Minha mãe me contou que vai ser minha colega na escola e que é para mim te ajudar se for necessário.
- Vou voltar para Melbourne e não vou precisar da sua ajuda, seu pirata de nada.
Eu nem sequer perguntei algo a ele. Por que insistia em se aproximar e me deixar irritada ou triste? Eu não sei. Mas ele estava certo no que dizia. Meus pais não voltaram; eu comecei a estudar e era sua colega de classe.
Os dias se passavam e eu só sabia me sentar depois da aula na escada para chorar de saudade. Vovó ficava preocupada, porém não tinha o que fazer.
- Você não cansa de ficar todos os dias aí?
- Me deixa em paz.
- Só se você parar de chorar. - Funguei o nariz e passei os dedos no rosto secando as lágrimas.
- Não estou chorando, agora me deixa em paz. - O encaro.
- Se não soubesse que você é uma garota mimada eu até ficaria com medo desse seu olhar raivoso. - Ele riu.
- Eu te odeio.
- Por que? Não fiz algo para você sentir isso por mim.
- Você é cruel.
- Eu não te disse nada além da verdade até agora. E falei que iria te ajudar se você precisasse.
- Não venha me prometendo coisas, nós nem nos conhecemos.
- Não estou prometendo, eu vou apenas fazer.
- Por que?
- Você sabe... Meu pai me deixou e eu preciso de alguém que me ajude, me entenda. Minha mãe disse que você pode ser uma boa amiga. Mas você tem que parar de chorar, sério, e superar. - Assenti relutante. - Amigos então, Violet?
- Amigos, Ashton! A propósito, sua mãe parece ser legal.
- Ela é a melhor mãe do mundo!
Nós fomos nos aproximando cada vez mais. Ele foi pegando coisas de mim e eu dele, muita coisa mudou desde então, nós definitivamente não precisávamos de mais ninguém a não ser um ao outro. Com o tempo fui descobrindo os motivos e porque as coisas aconteceram daquele jeito. "
- Você quer chorar? - Ele perguntou.
- Não, eu já chorei demais por isso.
- Então vamos descer? Ainda tem um festa lá embaixo. - Levanta e estende a mão para me ajudar.
Descemos as escadas, várias pessoas tinham ido embora, mas quem deveria ter ido não foi e eu estava com raiva. Raiva de ela aparecer para estragar tudo mais uma vez.
- Por que você ainda não saiu daqui? - Andei em sua direção.
- Eu gostei dos seus amigos, eles estão sendo legais comigo e... Aqui é minha casa também.
- Porcaria nenhuma aqui é sua e você não gosta de ninguém a não ser de si mesma. - E se gostasse eu tinha certeza que não estaria incluída nessa lista.
- Você não deve me conhecer direito para estar falando isso.
Eu ri exagerada.
- Você pensa no que fala? Você sequer ouviu o que acabou de falar? É óbvio que eu não faço a mínima ideia de quem você é, mas posso garantir que não tenho boas impressões de alguém que larga a própria filha com a avó para poder viver livre no mundo.
- A culpa não foi só minha, seu pai também te abandonou.
Meus olhos começaram a embaçar, mas não iria chorar.
- Não é ele está aqui com a maior cara de pau tentando fingir que nada aconteceu.
- Mas pelo menos eu voltei, filha.
- Voltou depois de mais de dez anos sem dar noticias diretamente à mim. - Grito. - Preferiria que você tivesse abortado ao invés de ter me abandonado daquele jeito e eu ter que passar por essa merda de data todo ano. - Ao piscar um lágrima escorreu pela bochecha e por aquele momento viro o rosto para seca-la com a manga da blusa. - Eu te odeio. - Falei olhando nos olhos de Alicia.
- Não fale assim, eu sou sua mãe.
- Aí é que você se engana, não é nada para mim. Tenho vergonha de você; dos meus amigos terem conhecido uma pessoa tão insignificante.
- Você está sendo cruel, Violet.
- Eu só estou falando verdades, você não é bem vinda aqui. - Aquele era o ponto final para mim, havia posto muito menos para fora do que ainda guardava durante todos aqueles anos, mas já bastava.
P.O.V. Narrador:
Dakota acompanhou Alicia até a porta e lá elas conversaram. Alicia chorou no ombro da mãe, a mais velha não sentia pena, mas consolava afinal era seu papel de mãe, mãe de verdade. Ela nunca abandonara a filha mesmo quando decidiu fazer o que fez, pelo contrario tentou consertar aquele erro.
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