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História Stay with me - Ao seu lado. Só para mim.


Escrita por: wordsparrilla

Notas do Autor


Galeri, obrigada a todos que continuam aqui comigo. Eu nem acredito que já são mais de mil vizualizações. De verdade, obrigada por esse presente, vocês não imaginam a importância que isso tem, pois quem escreve e se arrisca a postar sabe, nunca temos a certeza de que vamos agradar ou não. Tememos que nossas histórias não estão a altura, que a escrita está ruim, e milhões de outros pensamentos. Mas quando algo desse tipo acontece, faz valer a pena cada esforço, cada momento escrevendo e se dedicando. Pode parecer pouco, mas para mim é até mais do que eu esperava. Vocês são incríveis, obrigada. E feliz 2018. Boa leitura 💋
Ps. Twin, essa vai pra você, te amo e obrigada por tudo!
Ps2. Em alguns capítulos eu usarei capa, pois gostaria de ilustrar o ambiente e as roupas das cenas principais. Espero que gostem!

Capítulo 9 - Ao seu lado. Só para mim.


Fanfic / Fanfiction Stay with me - Ao seu lado. Só para mim.

Stay with me - 9º capítulo 

 

Nova Iorque, Delaware - 8:49PM

 

– Porque eu quero que você suma da minha vida! 

A voz de Regina esbravejou pela pequena sala, tornando o clima tenso. A mulher estava completamente bêbada, e suas palavras pareciam sair como um tapa na cara de Robin, juntando-se a cena que ele presenciara. O policial não a reconhecia, já não era mais a mesma Regina com quem ele havia passado a noite anterior. Agora só tinha espaço para uma mulher grosseira e alcoolizada. Robin sentia o sangue ferver a cada segundo que lembrava que ele pegou aquele enfermeiro passando a mão pelo corpo dela e  beijando-a pelos mesmos caminhos que ele já havia feito. Odiava pensar que ele poderia estar dando prazer a ela e odiava mais ainda pensar que ela tinha se entregado a ele também. 

– Eu quero esquecer que você existe, que um dia eu o conheci e que eu fui uma tremenda idiota por me entregar a você. - ela falou como se houvesse uma corrida livre de palavras, onde elas passavam uma por cima da outra para chegar até o fim.

– Você não está bem, Regina! Vamos embora daqui, eu vou te levar. Você nem podia estar bebendo álcool, está a base de remédios, esqueceu? - Robin se aproximou, segurando-a pelo braço.

– Foda-se os remédios, foda-se o mundo. Me larga, eu quero distância de você! - esperneou, bambeando no salto.

– Eu não vou te deixar aqui, nesse estado. Você vem comigo sim e não tem escolha. Ou eu vou ligar pra sua amiga e eu aposto que a bronca será maior do que a minha.

– Não, a Zelena não. Ela vai me xingar. Não, não, não. A Zelena agora não. - pediu, agora segurando-se nele. – Ai minha cabeça!

Com os dois braços, Robin a segurou rente ao seu corpo e a levou até o seu carro, depois de retirar Regina de duas mesas, nas quais ela se jogou no meio do caminho e tentou pegar as bebidas expostas nas mesmas. Sem muitas opções, Robin acabou levando Regina para sua casa, já que a mulher se encontrava apenas com o celular, sem chave, documentos e a bolsa. Assim que atravessou a porta com ela em seus braços, Ruby correu para ajudá-lo.

– O que aconteceu com ela, Robin? - a morena dos olhos verdes segurou a porta para ele, que carregava Regina quase desacordada.

– Ela passou dos limites com a bebida, misturando-as com antibióticos e anti-inflamatórios. - entrou, passando os olhos pela sala. – Onde está o Roland? 

– Ele acabou de dormir, coloquei-o no quarto de hóspedes. Não sabia se ele dormia com você, então arrumei a cama lá para ele.

– Não tem problema. Obrigado. - mirou um sorriso rápido para ela. – Vou precisar colocá-la lá dentro, você me ajuda? Abra a porta do meu quarto e descubra a cama para mim, por favor? - falou com rapidez, já no meio do caminho.

A garçonete apressou os passos e tomou a frente deles, fazendo exatamente o que o homem pediu. Assim que retirou o edredom junto dos lençóis da cama, Robin depositou o corpo da mulher no objeto macio e espaçoso. Regina se remexeu, gemendo baixinho de dor, localizada na altura da testa, onde sua mão parecia tentar diminuí-la. Ruby se aproximou dela e retirou seus sapatos, enquanto Robin buscava uma toalha molhada. 

– Vou preparar um chá de boldo com canela para ela. Uma receita da minha avó e que cura de um tudo.

– Faz sim, Ruby, por favor. - entrou no quarto já com a tolha em mãos. – Desculpa por estar te alugando até essa hora, mas eu não podia deixá-la no bar dessa maneira. - falou o policial, enquanto colocava a toalha na testa de Regina.

– Imagina, você não está me alugando. Estou aqui porque eu quero e mesmo não tendo proximidade com a Regina, eu gosto dela. - abriu um sorriso e saiu para a cozinha.

Sentado a cama ao lado da bartender, Robin passava delicadamente a pequena toalha em seu rosto. A mulher estava de olhos fechados, respirando fundo. Sabia que havia pegado pesado e a terrível enxaqueca lhe castigava por sua teimosia. Minutos depois, Ruby voltou com a xícara de chá, entregando a ela.

– Sente-se, você não vai conseguir beber desse jeito. - pediu Robin, ajudando-a a se levantar.

– Eu não quero nada que venha de você. - ela resmungou, com a cara fechada e os olhos apertados por causa da dor.

Tomando a xícara da mão da garçonete, Robin estendeu-a até Regina, que depois de algum tempo, cedeu, pegando a caneca quente.

– Eca! Que merda é essa? - fez uma careta, olhando para o líquido dentro da xícara. – Tem gosto de cocô. Não quero beber isso!

– Anda logo, bebe esse chá, Regina. - Robin falou sério e a mulher revirou os olhos, voltando a beber.

– Só pra você saber, eu estou bebendo porque eu quero e não porque você mandou. - retrucou, olhando para a janela com um bico no rosto, e bebericou o chá.

Assim que terminou, Ruby levou a xícara para a cozinha e quando voltou, foi despedindo-se dos dois.

– Eu já vou indo. Agora ela só precisa dormir e amanhã acordará sóbria novamente. - explicou a jovem, enquanto pegava sua bolsa no sofá da sala.

Robin a acompanhou até a porta, agradecendo-lhe.

– Obrigado, Ruby. Desculpa mais uma vez pelo seu horário, isso não irá acontecer novamente. - despediu-se com dois beijos no rosto da morena e sorriu. – Vejo você amanhã? 

– Claro! Amanhã ficarei até mais tarde, não é? Por conta do jantar que o senhor Gold irá dar. 

– Sim e eu deixarei uma lasanha pronta na geladeira para vocês. Não devo chegar muito tarde e vou me comunicando com você durante a festa. 

– Perfeito. Até amanhã então, Robin. Boa noite. - sussurrou a morena, bem perto do rosto do policial. 

Sem jeito, Robin sorriu e afastou o corpo, abrindo a porta para que ela pudesse sair. Não negava que achava Ruby uma mulher linda, cheia de vida, com um corpo bem desenhado, cabelos ondulados na cor marrom e um belo par de olhos esverdeados. Uma verdadeira boneca. Mas não iria misturar as coisas agora, não com a cabeça em uma outra mulher, linda quanto, mas com seus detalhes arrebatadores, tornando-a a mais bela. 

O policial viu a garçonete sumir pelo elevador de seu prédio e fechou a porta, voltando a pensar na situação que tinha em seu quarto naquele momento. Caminhou pelo longo corredor até chegar ao seu fim, onde encontrava-se os dois quartos. Antes de voltar para o seus aposentos, espiou o filho no quarto ao lado. O menino dormia feito um anjo, com a luzinha do abajur acesa impedindo o quarto de ser tomado pela escuridão da noite. Com um calmo e carinhoso beijo em seus cabelos, Robin desejou boa noite ao seu pequeno e ajeitou sua manta. Saiu do quarto, fechando a porta, e voltou para o seu, encontrando Regina rendida ao sono. A mulher dormia pesadamente na cama, do jeito que estava, com a maquiagem e roupas intactas. O homem preferiu deixá-la descansar e com um pequeno sorriso no canto da boca, Robin ajeitou a coberta dela, assim como fez com o filho, e a encarou. Uma grande sensação de alívio tomou o corpo do policial e mesmo que quisesse entender o motivo dela ter feito o que fez, não queria que ela estivesse longe dali. Não queria que ela estivesse longe dele. 

Ainda naquela noite, Robin ajeitou-se para dormir e arrumou um colchão ao lado de sua cama. Deitou-se ali mesmo e deixou um suspiro lento escapar, permitindo seu corpo ceder ao sono também. 

                   •• ☾  ☾  ☾ ••

♕  P.O.V Regina on ♕

Abri meus olhos com dificuldade, mas uma puta dor de cabeça martelou na parte interna de minha testa e eu os fechei novamente. 

Que maldita dor era aquela? 

Questionei a mim mesma, limitando-me apenas a lembrar das jogatinas de sinuca e as rodadas de cerveja que bebi em meu bar. "A base de remédios e eu afogando minhas lágrimas em álcool? Devo ter comido merda!" Recriminei-me, ainda sem enxergar o mundo a minha volta. Me revirei na cama, afundando o meu rosto no macio travesseiro, desejando que aquela dor incessante sumisse o mais rápido possível. Respirei fundo e senti um aroma delicioso de perfume masculino adentrar meu nariz, vindo do travesseiro em que eu estava deitada. Abri meus olhos rapidamente e por conta da claridade, senti minhas pupilas dilatarem. Segundos depois que eu já tinha me acostumado com a luz matinal, passei o meus olhos em volta do lugar onde eu estava. Eu não fazia a menor ideia de que lugar era aquele, mas só desejava que eu não estivesse transado com nenhum outro homem. Olhei para o meu corpo e soltei a respiração ao ver que eu ainda estava vestida. Fui ao encontro da parte da cama ao meu lado e a encontrei vazia, para o meu alívio. "Mas e se ele já acordou?" Quase dei um salto, sentando-me na cama. Meu coração estava acelerado e eu só desejei encontrar uma boa explicação para àquilo. Virei meu corpo para fora da cama e senti minha cabeça pulsar novamente. Merda! Precisava urgente de um analgésico. Me arrastei para a beira da cama e assim que fui descer, levei um grande susto. Robin estava deitado em um colchão no chão. O que ele estava fazendo ali? A resposta foi concluída em seguida em minha cabeça. Eu estava na casa dele! Mas se ele dormia no chão, não corria risco de eu ter tido uma recaída com policial cafajeste, corria? Senti minha cabeça latejar outra vez, então tampei meu rosto com as mãos e deixei um gemido de dor escapar sem querer. Acabei acordando Robin e sem coragem, recusei-me a olhar para ele.

– Você está bem, Regina? Quer que eu busque um remédio para você? - ouvi sua voz e senti sua presença em minha frente. Apenas fiquei calada e ouvi seus passos pelo quarto.

– Toma, isso vai melhorar essa ressaca. 

Retirei minhas mãos do rosto e levei meus olhos até a figura parada ao meu lado. Engoli em seco vendo-o tão bonito, apenas com uma blusa branca sem manga, o cabelo meio desarrumado e aqueles olhos encarando-me. Como se existissem mesmo aquelas duas criações do meu subconsciente, pude ter certeza de que ouvi um anjinho sussurrando ao pé do meu ouvido que eu deveria seguir o meu coração e jogar-me nos braços daquele homem. Mas antes que eu pudesse pensar naquela possibilidade, uma voz grossa falou em meu outro ouvido, e eu logo pude adivinhar que seria o diabinho. Segundo ele, eu deveria ouvir a minha razão e privar-me de outra mágoa que eu já estava começando a sentir. Lembrei rapidamente do que Robin havia feito comigo, então resolvi seguir o sábio conselho do lado vermelho. Mandei as criações da minha mente embora e olhei para o policial e em seguida para o copo com um comprimido que ele segurava em suas mãos.

– Eu não estou de ressaca. - revirei os olhos. – E pode levar isso de volta. Eu não quero!

– Eu não teria tanto certeza disso. Até poucas horas atrás você estava bêbada, atrapalhando-se toda com as palavras. - falou, me olhando sem reação nenhuma.

– Você está inventando isso para me deixar culpada. Eu não posso beber, meu querido, estou tomando os remédios ainda. - levantei-me, ficando de frente para ele, com a mão na cintura.

– Então você lembra da noite anterior? De tudo o que aconteceu? 

– T-tudo? - engoli em seco. Eu não fazia ideia do que ele estava falando, mas rezei para todos os santos para não ser o que eu estava pensando. – Claro que eu lembro!

– Lembra também daquele momento em que você... - o policial audacioso se aproximou de mim, olhando bem nos meus olhos e com um sorriso malicioso no rosto.

– A gente...? 

As palavras saíram sem permissão da minha boca e eu não fui capaz de terminar, vendo na reação dele que a resposta era mais que óbvio. Robin abriu um sorriso maior ainda e depois rendeu-se a uma gargalhada. Eu não estava achando graça nenhuma! Não conseguia me lembrar nem de ter ido pra cama com ele, estava com uma dor horrível na cabeça, um gosto amargo na boca e a consciência gritando comigo. Era óbvio que eu sabia que tinha bebido e ficado naquele estado que ele realmente tinha dito, mas ele não precisava ouvir isso da minha boca. O pior era que ele estava adorando aquela situação, enquanto eu queria sair correndo dali. 

– Não, Regina. Não aconteceu nada entre a gente ontem, eu apenas te trouxe embora porque você estava muito mal e eu não iria deixá-la daquela forma. - confessou ele, após terminar o seu show de risadas.

– O que? Você estava me sacaneando? - perguntei sem acreditar no que eu tinha acabado de ouvir. – Filho da puta! Você não tinha esse direito, Robin.

– Você ia rir muito se tivesse visto a sua cara. - ele riu mais uma vez, despertando uma ira dentro de mim. 

– Dá licença, eu vou embora! - passei por ele e comecei a procurar os meus sapatos. 

Encontrei-os perto do armário dele, e então sentei-me na poltrona de couro encostada na parede ao lado do seu closet enorme, calçando o salto alto. Robin colocou o copo com o remédio na escrivaninha, e caminhou em minha direção. Olhei para ele, observando a roupa que usava. Além da camisa branca, o homem usava uma calça cinza de moletom e agora calçava um chinelo. Suspirei, revoltada comigo mesma por achar esse homem tão lindo. Por que ele precisava ter aquele corpo, aquele rosto, aqueles músculos, aqueles olhos, mas principalmente, por que ele precisava mexer tanto comigo? Robin se posicionou em minha frente e a única visão que eu tive foi de uma alta montanha guardada dentro daquele tecido escuro. Balancei minha cabeça, espantando as safadezas que já adentravam a minha mente e encarei o seu rosto. 

– Por que você fugiu o dia inteiro de mim, ontem? - senti meu peito subir e descer, enquanto a minha respiração começava a errar os compassos. – Por que você estava com aquele cara? 

Até o segundo em que Robin não havia mencionado aquilo, eu não lembrava do que tinha feito. Como um flashback, voltei para o momento em que fui para o estoque com David e nós dois ficamos. Eu não planejava ficar com ele, mas se não fosse a merda da bebida, eu teria evitado mais uma besteira na minha vida. Claro que eu já tinha olhado para aquele enfermeiro lindo, mas depois da noite com Robin, por mais que eu negasse, eu não desejava ficar com mais ninguém. Ainda mais depois dele provar que eu tinha sido apenas mais uma em sua lista, então eu não podia mais me deixar levar, e outra vez lá estava eu, agindo impulsivamente. E para me foder ainda mais, ele tinha visto tudo.

– Eu não sei do que você está falando. - menti, sem encarar o seu rosto.

– Você sabe sim, eu sei que você se lembra do que fez ontem à noite. - ele parecia convicto do que dizia e eu também. – Então nada do que aconteceu entre a gente teve importância para você, Regina?

– Importância? Você está falando de importância? Me deixar sozinha após ter transado comigo, para ir encontrar outra mulher significa importância para você? - agora eu estava olhando bem o olhos dele e o meu tom já não era mais calmo como antes.

– Eu não saí para encontrar outra mulher! Eu fui buscar o meu filho que estava chamando pelo pai. 

– Ah sim, claro. Você vai colocar a culpa em seu filho, agora? - ri, sem acreditar na desculpa daquele sínico. 

– Não é desculpa! E quanto a Ruby, eu fui encontrá-la para tratar de negócios. 

– Eu sei bem que negócio você foi tratar com ela. Acredito que para ela deve ter sido muito proveitoso o assunto entre as suas pernas. - ironizei.

– Aquilo foi um acidente. Eu não sabia que ela estava limpando o chão, não esperava encontrá-la debaixo da mesa. - gesticulou Robin. Balancei minha cabeça em negação a mim mesma por ainda estar ali ouvindo aquilo.

– Robin, você não me deve explicações. A sua vida é problema seu e eu não quero saber. Aquela noite nunca deveria ter acontecido! - levantei da poltrona e senti o corpo dele muito perto do meu. Encarei o chão e segui, dando a volta por ele, indo para a sala.

– Você está falando sério? - ele me seguiu. – Você não consegue acreditar no que eu estou dizendo? 

– E por que eu deveria? Eu apenas vi o quanto você se importou comigo...

– Eu tentei ligar para você o dia inteiro. Você não atendeu nenhuma das minhas ligações e muito menos respondeu as minhas mensagens. 

– Chega, Robin! Isso não vai levar a lugar nenhum. Agora você está livre para correr atrás da Ruby e ter mais uma para a sua lista. Eu não estou nem aí! - disse da boca pra fora, arrependendo-me no mesmo segundo. Estremeci ao imagina-lo com ela.

– Eu não quero nada com a Ruby. Eu não sei de onde você tirou isso, mas aquela cena que você viu foi um mal entendido. Eu não teria motivo para estar tentando me explicar se não fosse verdade e se eu não importasse.

Senti uma pontada em meu peito. Realmente fazia sentido. Por que ele estaria se explicando para mim? Parei de andar e olhei para ele outra vez. Como eu desejava que nada daquilo tivesse acontecido! Como eu queria ter acordado e o encontrado ali, ao meu lado. Eu tinha me sentido usada e deixada de lado mais uma vez. Tudo o que eu menos desejava estava acontecendo novamente. E eu não iria suportar viver isso outra vez.

– Me ouve, eu não tenho e nunca terei nada com a Ruby. Ela está cuidando do Roland para mim enquanto eu estou fora, era por isso que eu precisava ir até lá para conversar com ela. - ele explicou, andando levemente até mim. 

Eu queria mesmo acreditar que era verdade. 

– Eu vou embora. - virei-me, já tocando a maçaneta.

– É por causa daquele enfermeiro, não é? Vocês estão juntos? - ouvi, soltando a porta no mesmo instante. Voltei-me para ele e fitei seu rosto sério. 

– Eu não devo satisfações da minha vida a você. E mesmo que eu estivesse, o que você tem a ver com isso? Nós dois não temos nada. Você deixou isso bem claro e eu já compreendi. - cuspi as palavras, com raiva.

– Então isso é um sim? Você está mesmo com aquele cara... E a nossa noite não foi nada mesmo para você. - Robin riu, nervoso, passando a mão no rosto. Me senti culpada por vê-lo daquela forma, mas eu não podia voltar atrás. Eu precisava ficar longe dele. Seria o melhor para nós dois.

– Eu fui um idiota ao pensar que você fosse uma mulher diferente, Regina. Eu pensei que você me entendesse, que você não faria isso comigo. Eu achei que pudesse confiar em você, me entregar, mas você é igual a minha ex-mulher. As duas não se importam com o sentimento de ninguém a não ser os próprios. 

Um nó dolorido formou-se em minha garganta e senti meu peito apertar. Robin estava com os olhos avermelhados e as lágrimas pareciam querer descer por seu rosto. Sentia raiva dele por me fazer sentir culpada, mas sentia mais ainda por ter sido feita de idiota. Aquele sentimento que ele descrevia era meu, eu não tinha culpa por nada do que ele estava sentindo. 

– Papá? 

Eu estava prestes a responder àquela acusação, mas quando uma doce voz soou pela sala, guardei tudo o que eu tinha para dizer. Olhei para o pequeno menininho parado na porta da sala, olhando para nós dois, um pouco assustado. Robin caminhou até ele, agachando em sua frente. Fiquei olhando os dois.

– Cadê a mamá, papá? - os olhinhos do menino se encheram de lágrimas e o meu coração apertou mais ainda. Robin o acarinhou com a mão, antes de pega-lo em seu colo. 

Roland começou a chorar com o rosto no pescoço de Robin. O policial tentou dizer algumas coisas a ele, mas parecia que nada funcionava. O choro da criança foi tomando proporção aos poucos, tornando-se dolorido. Me perguntei varias vezes como uma mãe poderia fazer isso com o próprio filho. Tremenda crueldade! 

Ameacei chegar perto deles, mas desisti, voltando para o lugar onde eu estava. Os olhos molhados de Roland vieram em minha direção e eu fique sem jeito. Era horrível ver aquela criança sofrer pela falta da mãe, e talvez por isso eu sentia tanta vontade de pega-lo em meu colo e cuida-lo, tentando tirar a sua dor. Apenas lancei um olhar carinhoso para ele e fui pega de surpresa quando Roland esticou seus braços em minha direção, fazendo Robin olhar para mim. Era como se ele tivesse sentido o meu sentimento através dos meus olhos. Derreti-me com sua atitude e caminhei até eles, estendendo os meus braços para recebê-lo. Meus olhos estavam em encontro com os de Robin, mas nenhum de nós ousou dizer uma palavra. Roland jogou seu corpo em minha direção e eu o segurei, abraçando-o. Encarei Robin novamente e não soube o que dizer. Eu estava sentindo uma paz tomar conta de meu coração e ao entrar em contato com as batidas do pequeno, eu senti que precisava ficar perto daquele menino, assim como eu sentia com Henry. 

Roland apoiou sua cabeça entre a curva de meu pescoço e o seu choro cessou, até não ouvirmos mais nenhum vestígio da voz do menino. Levei minha mão até seus cabelos e fiz carinhos leves e delicados no mesmo, vez ou outra sentindo o aroma infantil de sua pele. Mexi meu corpo algumas vezes de um lado para o outro, embalando-o para que ele se acalmasse por completo. Meus olhos já não tinham mais coragem de encarar os de Robin, ficando apenas ligados ao chão do apartamento. A mãozinha de Roland, que estava segurando o meu braço, escorregou pela minha pele, pendurando-se no ar. Virei o rosto para olhá-lo e vi que ele tinha cochilado ali mesmo. Com o meu coração na mão, caminhei em passos largos até o corpo do policial que nos olhava até então e entreguei o pequeno para ele, cuidadosamente. Robin tomou o filho em seus braços, aconchegando-o em seu colo, para que ele ainda continuasse a dormir. Encarei aquele oceano azul pela última vez e dei passos lentos para trás, de costas. Toquei a maçaneta da porta pela segunda vez e não hesitei em gira-la, abrindo-a e saindo por ela, sem falar uma só palavra.

♕  P.O.V Regina off ♕

                  •• ☾  ☾  ☾ ••

➵  P.O.V Robin Locksley on  ➵

Já era fim de tarde quando finalmente terminei de me vestir. Coloquei um dos meus ternos favoritos, na cor azul marinho, uma calça social da mesma cor e tecido, uma camisa branca por baixo, a gravata em um tom de azul mais escuro e o um derpy cap nos pés. Penteei meu cabelo para trás e finalizei com uma camada de gel. Espirrei um pouco da minha fragrância francesa favorita e olhei o resultado no espelho do banheiro, aprovando-o. Peguei meu celular, carteira e chave do carro, voltando para a sala, onde Roland estava com Ruby, desenhando algo que parecia ser aqueles bonecos que se transformam em carros, iguais aos que ele gosta de brincar. Sorri ao ver o quanto os dois se davam bem e agradeci mentalmente por isso. Limpei minha garganta, fazendo os dois notarem minha presença. Ruby analisou-me de cima a baixo e um largo sorriso estampou o seu rosto. 

– Meu Deus do céu! Se já era lindo com o uniforme da polícia, agora então com essa roupa social, eu choro e não digo por onde! - riu a garota sem filtro, gesticulando as mãos como se estivesse com calor, ainda me analisando.

– Aprovado? - ri, dando um pequena volta para que ela pudesse olhar a roupa toda e esperei por uma resposta, enquanto ela deixava o queixo cair descaradamente.

– Nossa senhora, mais que aprovado! - sorriu. – Está muito gato.

– Obrigado. - retribui o sorriso.

Caminhei até o tapete onde os dois se encontravam e depositei um beijo no rosto de Roland e outro na mão de Ruby, indo em direção à porta. 

– Vejo vocês mais tarde. Qualquer coisa me ligue, está bem? - falei, antes de destrancar a porta e girar a maçaneta.

– Tá bom. Até mais! Divirta-se. - gritou a morena, enquanto eu saía.

                   •• ☾  ☾  ☾ ••

Estacionei meu carro no jardim da mansão de Gold, junto dos carros de outros convidados. Atravessei o jardim florido e bem cuidado, admirando a beleza da propriedade. Certamente, Gold era um dos homens mais ricos da cidade e não se esperava menos de sua moradia. Eu já tinha a conhecido no dia em que trouxe Roland para passar o dia com a Belle, mas havia me esquecido do quanto era bonita. A casa era grande, coberta por um teto preto e as janelas eram todas de vidro, mostrando o lado interior da mansão. Além do jardim, uma linda e extensa piscina embelezava o local, contendo em sua volta alguns puffs cinzas com enfeites vermelhos e uma mesa de vidro muito bonita na grama ao lado. Parei em frente à porta na cor de gelo e toquei a campainha, já ouvindo o falatório que vinha de dentro. Terminei de ajeitar meu smoking, quando avistei a figura de meu chefe aparecer atrás da porta, já aberta. Gold usava um terno preto, com uma gravata vinho. Cumprimentei-o com um aperto de mão, seguido de um abraço.

– Obrigado pela presença, Locksley. - ele abriu um sorriso e gesticulou com a mão para que eu entrasse.

– Eu que agradeço o convite. - passei os olhos pela casa, que estava toda enfeitada por jarros com flores rosadas. 

Alcancei Belle com os olhos e a vi caminhar sutilmente até nós dois, com um vestido bege esvoaçante. A mulher estava linda, com uma maquiagem leve nos olhos, um batom mais forte nos lábios, um salto não muito alto no mesmo tom de seu vestido e os cabelos ondulados preso em pequenas mechas. Assim que nos alcançou, abracei-a e lhe dei os parabéns pelo noivado. Gold fez questão de me levar aonde os policiais estavam e eu me aproximei, cumprimentando os caras. Juntei-me aos quatro e fui servido com uma taça de champanhe. Passei meus olhos rapidamente pelas pessoas que estavam ali, em busca de algo que eu sabia exatamente o que era. Algo não, alguém. Eu realmente não tinha aprendido a lição! Continuava a insistir em encontrá-la, mesmo que para isso fosse preciso haver um clima ruim entre nós, como de costume. Regina ainda não estava na festa e cheguei a pensar que talvez ela nem viesse, já que parecia fugir dos lugares onde eu também estava. Talvez eu estivesse sendo auto-centrado demais, mas depois de tantas situações similares, não custou a mim pensar desta forma.

Entrei no assunto dos meus companheiros de trabalho e nem notei o tempo passar. Parecia estar lá a poucos minutos, mas quando olhei no relógio de meu celular, notei que já havia se passado uma hora e meia. Tratei de enviar uma mensagem a Ruby, perguntando como estavam as coisas. Antes de receber uma resposta, subi meu olhar para a frente, ao ouvir os cochichos dos homens ao meu lado. Eles pareciam comentar sobre alguém que tinha acabado de chegar, e por curiosidade, busquei pela tal pessoa que eles diziam. Meus olhos conseguiram captar bem o momento em que o corpo escultural daquela mulher entrou na sala, roubando a atenção de todos que estavam presentes. Senti um pulsar falhar em meu peito e cruzei minhas pernas, controlando o traidor ali embaixo. 

Que caralho! Porque essa mulher precisava ser tão linda e gostosa ao mesmo tempo? 

Observei do pequeno ao maior detalhe que eu pude, começando pelo sapato altíssimo e preto que ditavam a postura que ela deveria seguir. Subi um pouco mais o olhar e engoli minha saliva admirando as torneadas pernas e coxas dela. Rapidamente tentei focar-me e continuar a minha análise. Um pouco acima do joelho, um vestido preto com um desenhado xadrez na cor prata, decotado na altura dos seios avantajados da mulher, finalizando com um trançado de duas aberturas em cada lado na altura das costelas, marcava perfeitamente as curvas de Regina, moldando o seu belo corpo. A mulher era um pecado em forma de gente. Um calor dentro daquela roupa toda e um forte pulsar dentro da minha calça, obrigaram-me a beber um generoso gole da minha bebida e tomei coragem para continuar a minha análise cara-de-pau, outra vez.

Uma gola alta contornava o pescoço de Regina, chegando à altura dos fios lisos da morena. Seus olhos estavam bem marcados pela maquiagem e os lábios estavam brilhando com um gloss coral. Eu já tinha visto muitas mulheres bonitas, mas com toda a certeza essa era a mais linda de todas elas. Eu poderia estar magoado, mas ela era capaz de me fazer esquecer de tudo em segundos. 

Pus a minha taça na bandeja do garçom mais próximo e tratei de procurar a saída para o jardim, eu precisava pegar um ar. Mas no mesmo instante em que isso se passou pela minha cabeça, ouvi a voz de Gold pedir a atenção de todos, em volta de uma mesa grande e bem decorada. Belle se juntou ao seu noivo e as pessoas foram se aproximando. Vi Regina cumprimentar algumas pessoas e logo se juntar aos outros convidados, ouvindo o que os noivos tinham a dizer. Apressei o passo e fiz o mesmo, tentando me concentrar no discurso de meu chefe.

– Bom, é uma honra contar com a presença de todos vocês, parentes e amigos meus e da Belle. - começou Gold, segurando a mão da mulher. – Eu gostaria de dizer algumas palavras rápidas e em seguida será servido o jantar. 

Percebi que todos os convidados estavam recebendo uma nova taça de champanhe, então supus que faríamos um brinde. Sem a minha permissão, meus olhos foram ao encontro dos de Regina, que finalmente notara a minha presença na festa. A mulher pareceu-me desconfortável, atordoada por me ver ali. Sem jeito, ela abaixou o rosto e fitou a mão, logo olhando para a mesa novamente. Senti-me um verdadeiro mané, como eu mesmo dizia na minha adolescência. Enquanto eu insistia em desejar conhecer melhor aquela mulher tão complicada e cheia de mistério, ela desviava o olhar e fingia que eu não existia. 

– É de extrema importância dividir com todos a alegria de estar oficializando em poucos dias a minha união com essa mulher que tanto fez por mim, que me mostrou o que era o amor e que me presenteia a cada dia com esse belo sorriso que ela tem. - meu chefe tirou-me dos meus pensamentos, despertando a minha supresa. Eu não fazia ideia de que Gold poderia amar tanto uma pessoa assim. 

– E com esse lindo sorriso que ela acabou de abrir para mim, eu quero dizer na presença de todos vocês que, mesmo não sendo o melhor dos amantes dessa vida, eu aprendi a amá-la com todo o meu coração e sou grato por você ter me ensinado isso. E assim, se tornar a minha esposa e eu o seu marido. 

Sorrateiramente, deixei meu olhar escapar e voltar àquela mulher que tanto estava presente em minha mente, mexendo-a e revirando-a de ponta a cabeça. Terminei de ouvir as palavras de Gold encarando Regina, que me olhou um pouco depois do discurso terminar. Foi como se o tempo tivesse parado, as vozes ao nosso redor estivessem sido caladas e uma escuridão sumiu com as pessoas que ali estavam, como se a luz estivesse voltada apenas a mim e a ela. Apenas nós dois ali, em meio àquele turbilhão de sentimentos confusos e mal resolvidos. Nós podíamos tentar evitar, mas nossos olhos pareciam ter um imã. Eu queria olhá-la e ela também queria me olhar. Ambos não queriam quebrar o contato que naturalmente foi criado, obrigando-nos a encarar aquela verdade que, talvez já estivesse sendo dita a algum tempo, mas que não havia sido percebida ou entendida por nenhum de nós. 

Não falamos nada. 

Mesmo que as bocas quisessem dizer algo, estávamos longe para ouvirmos-nos. Estávamos tão longe que estávamos perto. Perto até demais, onde nossos sentimentos se embolavam e misturavam-se, formando apenas um só.

Palmas evacuaram pelo cômodo, trazendo nós dois de volta à realidade. 

Regina quebrou o contato entre a gente e juntou-se aos outros, aplaudindo o nosso casal de amigos. Olhei para os dois, agindo da mesma forma que todos ao meu redor e quando as pessoas começaram a cessar dali, resolvi dar uma volta por fora da casa, levando comigo tudo aquilo que eu estava sentindo.

➵  P.O.V Robin Locksley off  ➵

Sob o céu estralado junto de uma brilhante e fascinate lua crescente, Robin caminhava distraído pela grama do jardim da mansão. Seu pensamento estava longe, e eram tantas coisas habitando sua mente que o homem tentava buscar por um equilíbrio mental, algo que lhe trouxesse respostas, maneiras de resolver tantas questões pendentes em sua vida. Havia o caso do assédio no Mills' bar, a estranha relação entre Emma e Daniel, seu pequeno filho e ela, a mulher que tanto o tirava do eixo, de suas próprias regras e condutas. Havia prometido a si mesmo que não se permitiria gostar de um novo alguém, não acreditava mais que poderia ter uma relação confiável e verdadeira, não após viver uma grande mentira ao lado de sua ex-esposa Marian. Robin sempre fora amante do amor, um romântico nato, que sonhava em ter uma família, uma pessoa que o amasse com todo o seu coração e ficasse ao seu lado. Mas com o tempo, a vida lhe trouxe experiências que mudaram totalmente o seu acreditar. Aquele homem que um dia era sonhador e entregue ao amor, hoje já não acreditava mais que isso existia. Passou por tantos relacionamentos passageiros durante esses anos e nunca mais desejou ter alguém. Já não queria mais viver um grande amor, aquilo para ele não se passava de uma mera ilusão. 

Mas o que aquela mulher estava fazendo com ele era algo inexplicável, algo que ele mesmo não entedia. Seus sentimentos eram tão diferentes, eram novos. Robin sentia sensações que nunca havia sentido antes, nem mesmo quando achou que Marian era a mulher de sua vida. Mas ao mesmo tempo, ela o machucava, tratava-o com indiferença e descaso. Como ele podia entender aquela mulher? Mas talvez era isso o que mais lhe atraia, porque diferentes de todos os seus envolvimentos, com ela não era tão fácil, não era apenas uma faísca passageira, um transa sem importância. Ela o desfiava, fazia-o querer entrar naquele mar misterioso que ela é e despertava um sentimento que ele desconhecia e que ainda não era entendido por seu coração.

Com o corpo recostado em um dos puffs macios do quintal da casa, Robin deixou um suspiro lento desabafar por sua boca. Ele encarou o céu estrelado, buscando ali, tentar entender o que se passava dentro dele mesmo. Por que sentia tanto por aquela mulher? E por que ela o afastava tanto? Por que estava tão ligado a ela? Seus olhos marejavam e a dor incessante em seu peito fazia-o respirar com uma pequena dificuldade. Como quem conversava com as estrelas, Robin admirava cada palavra dita por elas, mesmo com o silêncio da noite invadindo os seus ouvidos. 

O homem ouviu pequenos passos quebrarem o silêncio do ambiente, e o barulho da grama amassada por algum sapato foi ficando maior, até que ele pôde sentir a presença de um outro alguém ao seu lado.

– Posso me sentar? 

Robin ergueu o rosto na direção da voz, encontrando David parado, olhando-o. Até então, o policial não tinha o visto pela festa e preferia não vê-lo pelo resto da noite. Surpreendera-se com tamanha petulância do rapaz ao vir até ele e ainda pedir para sentar ao seu lado. Mas pela educação que tivera, Robin não iria arrumar uma briga ali. Ainda olhando o rapaz dos olhos azuis, o policial mudou sua expressão, ficando um pouco mais sério.

– Sente-se. Não há ninguém para lhe impedir. - disse, em um tom seco e limitado.

– Obrigado. - sentou o rapaz. – Robin, eu queria lhe dizer uma coisa. Mesmo sabendo que eu sou a última pessoa que você gostaria de conversar, eu queria pedir que me ouvisse.

O silêncio do homem foi uma reposta ao enfermeiro. Talvez ele devesse parar por ali e não insistir, mas não era de seu feito. Estava disposto a ir até o fim e o policial iria ter que ouvi-lo. Encorajando-se, o rapaz continuou.

– Talvez você esteja pensando que eu estou tendo um afair com a Regina, por ter nos encontrado aquele dia juntos, mas eu lhe asseguro que não se passou daquilo. 

– E por qual motivo você está falando isso para mim? - Robin finalmente olhou de novo para David, sem entender onde ele realmente queria chegar com aquele falatório.

– Eu vejo a forma como vocês se olham e entendi que vocês se gostam. 

Um pequeno engasgo pegou o policial de supresa. Ele não esperava que o enfermeiro fosse tão observador e direto. Não desejava que as pessoas soubessem do envolvimento que tivera com Regina e saber que isso estava transparecendo, o deixava incomodado.

– Eu não gosto da Regina. - mentiu. – E você não tem nada a ver com isso. Não lhe diz respeito, então por favor, peço que terminemos essa conversa por aqui mesmo.

– Ainda não, Robin. Só peço que me ouça até o final. - pediu calmamente o homem e Robin resolveu ceder, pelo menos um pouco. 

– Conheço a Regina a pouco tempo, mas a observo desde que chegara aqui. Por ser novo na cidade, talvez você não saiba como era a antiga Regina Mills. Foi uma transformação surpreendente.  Uma mulher que não esbanjava um sorriso se quer, que vivia amargurada e isolada do restante das pessoas, em pouco tempo tornou-se uma mulher adorada por todo mundo, respeitada e sorridente. Os motivos de toda a sua mudança haviam sido três pessoas muito importantes para ela, o filho de consideração, Henry, sua irmã, Emma e o namorado. Depois de um bom tempo ao lado dele, vimos o relacionamento acabar quando o rapaz decidiu ir embora, deixando-a aqui. Isso talvez tenha sido o caos para Regina. A mulher sofreu por anos. E o que a fez se levantar outra vez foi o seu bar e a sua melhor amiga. A chegada deles em sua vida foi mais que essencial, foi necessário. 

Robin ouvia atentamente a história que o rapaz lhe contava e pela primeira vez, começava a enxergar os motivos da mulher ter aquele comportamento, começava a enxergar a Regina de uma outra forma. Chegou a sentir-se culpado por julga-la antes mesmo de conhecer melhor o seu passado. E isso era uma grande curiosidade para ele. O que teria a feito ficar daquela forma?

– E conversando com ela naquele dia, em seu bar, pude ver que ela gosta de você. Regina tocava em seu nome a cada minuto, bebendo e bebendo cada vez mais para tentar esquecê-lo, mesmo que ela soubesse que aquilo só a faria mal. Infelizmente eu também não estava nos meus melhores dias e por conta da bebida, acabei me deixando levar e ela também. Nosso envolvimento não teve uma continuação após aquele dia, porque eu entendi nos olhos dela o quanto você mexia com ela, a deixando fora de si, e a Regina nunca ficou assim. Ela sempre foi uma mulher muito decidida, que controlou tudo ao seu redor, e que mesmo nos momentos de fraqueza, soube se levantar e seguir em frente. Mas ela estava perdida, eu pude ver. Eu nunca tinha visto a Regina se envolver assim com alguém depois do fim do namoro dela. E hoje, quando vi você dois se olharem, entendi que isso é maior do que vocês imaginam. Então, Robin, mesmo que você não goste de mim, eu decidi lhe contar tudo isso, porque eu sei que não é fácil de entendê-la e talvez com tudo isso que estou lhe contando, você seja capaz de ver a Regina de uma outra forma. 

Assim que David terminou de falar, Robin se levantou e apenas abriu um sorriso para o enfermeiro, em agradecimento. Não sabia direito o que iria fazer, mas sabia que precisava encontrar Regina, precisava falar com ela.

                     -----------

♕  P.O.V Regina on ♕

A festa estava muito bonita, bem decorada, delicada como a Belle desejou. A morena era uma conhecida minha, e em uma de suas idas ao meu bar, conversamos sobre o noivado e ela me contou como gostaria que tudo ocorresse. Sem falar o quanto ela estava deslumbrante, alegre e Gold também, os dois estavam felizes. Mesmo chegando um pouco mais tarde, cheguei a tempo de pegar o discurso deles, que ainda iria começar. Quando entrei na sala onde estava ocorrendo a comemoração, avistei pessoas conhecidas e fui cumprimenta-las. Logo, segui para perto da mesa em que seria servido o jantar e os noivos falariam um pouco antes. Recebemos uma taça de champanhe para fazer um brinde a eles e então, prestei total atenção no que o meu amigo estava dizendo. Mas sabe quando tudo o que você ouve parece te levar  a algo que surpreendentemente surge ali, como se fosse um desejo seu? No mesmo instante em que eu ouvia as palavras de Gold, fui levada até o meio dos convidados, encontrando o Locksley. Suspirei, concluindo em minha própria mente o quanto ele estava lindo.

Nós dois havíamos discutido - outra vez - mais cedo e eu não queria encontrá-lo. Saber que eu o machucava passou a me deixar mais mal do que eu já estava. Eu me sentia culpada, mas ao mesmo tempo, sentia uma grande vontade de ir até ele e o abraçar, pedir desculpas e dizer que eu não queria estar causando tanta confusão em sua vida. Mas eu não podia, eu não conseguia. A única coisa que eu consegui fazer foi desviar o meu olhar, como se ele não tivesse importância nenhuma. Tentei fingir concentração no que Gold ainda dizia, mas as palavras dele entravam por um ouvido e saiam pelo outro, meus pensamentos não estavam mais ali.

Assim que as palmas do convidados me retiraram do mundo paralelo, juntei-me a eles e aplaudi, logo brindando com todos. Caminhei para fora do grupo de pessoas que queriam cumprimentar o casal e sentei-me um pouco em uma cadeira que estava na sala, ao lado do sofá. Busquei por Robin, mas o policial havia sumido dali. Observei alguns garçons servirem o jantar entre os convidados, enquanto eles conversam e riam, parecendo alegres. Eu não estava me sentindo confortável em estar ali, pois só de saber que ele estava no mesmo lugar que eu, me deixava sem reação, sem razão. Como um torturante castigo, comecei a lembrar dos momentos que tivemos juntos. Dos beijos, das carinhos, dos abraços. Não haviam sido muitos, mas eram todos capazes de trazer uma paz enorme para o meu coração. Uma lágrima escapou pelo meu olho esquerdo e eu não consegui controla-la. Eu estava perdendo tudo, eu não conseguia me entender mais. Eu já não era mais a mesma, eu estava sentindo algo que eu não fazia ideia de que era capaz de sentir. 

Proibindo-me de continuar aquela cena, levantei rapidamente e limpei meu rosto, me ajeitando. Caminhei em passos largos até a porta, onde autorizei-me a sair, sem nem ao menos cumprimentar ninguém. Eu só queria ir embora dali, voltar para casa e esquecer de tudo! 

As ruas da cidade estavam tranquilas, sem muito movimento e um vento fresco bateu em meu rosto, trazendo uma sensação boa. Eu amava entrar em contato com a natureza, me acalmava, me ajudava a voltar ao meu eu, organizando tudo dentro de mim. Eu era a única pessoa a passear pelo The Garden Park, admirando o céu estrelado. Era bom estar sozinha, apenas com a minha própria companhia. Eu queria me entender, descobrir o porquê de estar tão perdida daquela maneira. Eu não podia estar me... não podia! O medo que eu sentia de não ter mais importância um dia crescia sem parar e talvez até ser trocada por algo ou por alguém melhor. 

Até então o meu salto batendo no asfalto era um dos únicos barulhos que se ouvia, mas ganhei uma concorrência quando escutei outro sapato também caminhar por ali. Virei-me para olhar quem era e pisquei duas vezes para ter certeza de que eu estava vendo certo. E estava!

– Ah não...

– Não o que? - o dono dos sapatos foi se aproximando.

– Você. - lancei, parando de caminhar.

– Que está aqui? Sim, sou eu mesmo. 

– O-o que você quer? - falei, ficando nervosa com a proximidade dele. Estava posto em minha frente, com os olhos vidrados nos meus. Sua respiração estava ofegante, claramente ele tinha corrido até aqui.

– Eu quero falar com você, Regina. Mas dessa vez, eu queria ser ouvido e quero falar de verdade, sem brigas, sem patadas e sem fugas. 

Fiquei a olhar para ele, ainda processando o que ele tinha dito. Me senti apreensiva pelo que falaria, eu não queria ouvir mais uma vez o quanto eu o machucava. Fechei os olhos, em redenção e os abri, dando-lhe permissão para falar.

– Estou ouvindo. 

– Você se lembra do dia em que nos conhecemos? Quando esbarramos um no outro e nos perdemos em nossos próprios olhares? Naquele mesmo dia eu encontrei em seus olhos alguém tão parecido comigo, alguém que na forma de me olhar parecia me entender mais do que eu mesmo. Eu não sabia o seu nome, não sabia quem você era e não imaginava a loucura que a minha vida se tornaria após aquele dia. Como se aquele esbarrão tivesse deixado uma marca sua em mim, que foi crescendo com os dias e eu não consegui tirá-la daqui de dentro. Sem a minha permissão, você se instalou dentro de mim e permaneceu aqui, bagunçando a minha cabeça. Quando eu cheguei na cidade, os meus objetivos eram muito claros. Eu não me envolveria com ninguém, não criaria laços, apenas faria o meu trabalho da melhor forma. Eu queria mudar a minha vida, começar do zero, em um outro lugar, dando toda a prioridade para o que eu mais amo fazer: proteger as pessoas. Mas não ocorreu como eu havia planejado. Não depois daquele dia em que eu te conheci. Eu passei dia pós dia me obrigando a te esquecer, porque eu não podia me deixar envolver. Eu não sei mais se amor de verdade existe, se é possível construir uma relação com confiança, não depois de tudo o que passei no meu casamento. Mas o que eu venho sentindo aqui dentro, Regina, isso é algo que eu não conhecia. Eu me sinto vivo, confuso, mas sinto uma sensação muito boa. Um conforto, como se eu estivesse em casa. Eu tentei inúmeras vezes, mas eu não sei mais o que fazer para tirar você da minha vida, e agora eu nem sei se quero isso. Mesmo vendo a forma que você me afasta, me tira da sua vida, eu não quero te deixar sair da minha. Eu quero estar perto, cuidar de você, te ver sorrir, perguntar como foi o seu dia, vê-la com o meu filho, porque eu nunca vou conseguir explicar o quanto eu fico feliz quando você o abraça e cuida dele como se fosse seu. Eu não sei se isso dará certo, se estou fazendo a coisa certa, mas eu quero arriscar. Quero - ele caminhou para mais perto, colocando nossos corpos em contato. – te ter assim, comigo, fazendo o meu coração acelerar. 

– Robin... - meus olhos transbordavam lágrimas. E mesmo que eu quisesse negar a mim mesma - e com a minha cabeça colocada na dele, exatamente como eu fazia naquele momento - eu não podia esconder o quanto eu desejava a mesma coisa. Mais uma vez eu estava vivendo uma grande batalha dentro de mim. – Não faz isso.

Sem me responder, Robin levou o seu nariz até o meu, passando-o carinhosamente pelo mesmo. Sua mão adentrou o meu cabelo, apoiando-se em minha nuca. Senti todos os meus músculos responderem e aquela mesma sensação que eu sentia quando estávamos juntos reapareceu. Deixei minhas mãos correrem por seus braços e permanecerem ali, sentindo-os em cada detalhe. 

– Por que você foge tanto de mim? Você não sente a mesma coisa que eu sinto? - falou ele, com os olhos fechados.

– Porque eu não posso ficar com você. Eu não sou a pessoa certa e eu tenho muito medo de me relacionar com alguém de novo. - respondi, voltando a sentir o choro na beira da minha garganta. 

Com a mão, Robin levantou o meu queixo na altura do dele, me fazendo olhá-lo. Com a outra mão, segurou em minha cintura, acarinhando-a. A mesma que estava em meu queixo arrumou uma mexa de meu cabelo e seguiu o caminho que os olhos dele estavam fazendo pelo meu rosto. Ele me olhava com tanta intensidade, com tanto carinho. Eu queria colocá-lo em um pote e guarda-lo para sempre.

– Eu nunca a deixaria, eu sei que você tem medo disso. Você é igual a mim, você me entende, eu sei que sim, você viveu a mesma coisa que eu vivi. Eu também tenho medo do que acontecerá daqui para frente, mas eu não quero deixar isso passar, não quero me arrepender de não ter tentado. 

– Você quer mesmo ficar ao meu lado? Mesmo depois de eu ter lhe machucado? Você merece alguém melhor do que eu, Robin!

– Eu não tenho escolhas. Aqui dentro, você já foi escolhida e eu quero viver isso. Não quero outra pessoa, eu te quero, Regina. Só para mim. 

Deixei as lágrimas escorrerem pelo meu rosto e um sorriso abrir em meus lábios. Eu também o queria só para mim, queria tê-lo ao meu lado, mesmo que eu ainda tivesse medo. Eu o queria muito, não queria perder isso, não outra vez. Involuntariamente, joguei o meu corpo contra o dele, abraçando-o. As minhas lágrimas foram crescendo, mas eu não me sentia triste. Eu só não conseguia acreditar que alguém me desejava tanto assim.

– Mas não é tão simples. Muita coisa aconteceu na minha vida e eu não sei se você iria entender. - me desvencilhei do abraço, voltando a encarar o seu rosto.

– Então me deixe entender. Abra-se comigo e me permita julgar, assim então, se sou capaz de lhe entender ou não. - pediu, alisando minha bochecha com a ponta do dedo.

Puxei-o pela mão, o levando até um dos bancos de madeira que enfeitavam a charmosa praça onde estávamos. Nos sentamos juntos e eu encarei minhas pernas, tomando coragem para começar a falar o que quer que fosse. Eu não estava pronta para lhe contar toda a verdade. Eu não sabia como ele iria reagir, como olharia para mim depois de saber de tudo. Talvez ele não me perdoasse por não contar-lhe toda a verdade de uma só vez, mas eu não queria perdê-lo. Não podia arriscar isso.

– Quando eu conheci o meu namorado, ex namorado... eu ainda era uma menina. Não pelo que a minha certidão dizia, mas sim mentalmente. Eu não havia me relacionado com muitas pessoas antes dele, então mal conhecia o significado de relacionamento ou namoro, como preferem dizer. Eu nunca tinha sentido algum tipo de sentimento verdadeieo por alguém. Ele foi o meu primeiro amor. Eu achava que seríamos para sempre um do outro, que eu finalmente havia encontrado alguém que me quisesse, que me amava pelo que eu era. - elevei o olhar até Robin, fitando bem os seus olhos. Ele me encarou com atenção e me pareceu querer saber mais sobre o que eu estava dizendo. Então eu continuei.

– Eu passei momentos inesquecíveis ao lado dele, descobrindo mais de mim mesma. A minha vida toda eu tive a certeza de que rótulos eram apenas rótulos. O sentimento era maior do que qualquer nome que se poderia dar. Eu não me importava com o que determinariam sobre a nossa relação, eu só o queria. Eu só o amava. Estava disposta a talvez abrir mão dos meus sonhos para ajudá-lo a realizar os dele, e o fiz. Adiei a minha vontade de abrir um bar para ir em busca de oportunidades para ele conseguir ser um grande empresário. Ele sempre me falava do seu desejo de fazer intercâmbio, de estudar fora, mas eu era tão ingênua que pensava que ele me levaria junto ou que se um dia isso se tornasse concreto, ele desistiria de tudo por mim. Talvez tivesse sido um pensamento egoísta mesmo, mas quando ele me contou a proposta que recebera, eu abri os meus olhos e enxerguei a realidade. Aquilo estava acontecendo, e ele não fez nenhum esforço para que eu fizesse parte daquela realidade. Ele foi embora como todas as pessoas da minha vida foram. Ele descumpriu a promessa dele e me deixou aqui. 

Respirei fundo, e engoli mais uma vez o choro que insistia em permanecer preso em minha garganta. As mãos de Robin seguravam nas minhas e eu senti pela energia dele, o quanto ele também sentia por tudo aquilo que eu estava dizendo. Como se ele também estivesse sofrendo por cada palavra dita. 

– E é por isso que você tem medo de se apaixonar novamente?

– Todas as pessoas que um dia entraram em minha vida foram embora sem nem olhar para trás e se preocupar comigo. As únicas pessoas que até hoje ainda estão aqui são o Henry, a Emma e a Zelena. E você não consegue imaginar o medo que eu tenho diariamente de abrir os meus olhos e perceber que eles também foram embora. Eles são tudo o que eu tenho! E agora... você. Você entrou na minha vida de uma forma que eu não pude impedir. E eu tenho medo de você ir embora, assim como todos eles foram. 

Admiti, deixando a minha cabeça cair junto de uma lágrima dolorosa. Robin estendeu sua mão, levando-a até o meu queixo e o levantou com carinho, fazendo-me olhar para ele. Encarei o seu rosto meio sem jeito, eu odiava chorar na frente das pessoas, demostrando o quanto eu era fraca. Não gostava de despertar pena em ninguém. 

– Eu não consigo entender como esse homem foi capaz de deixá-la. Você é uma mulher muito forte, Regina, uma mulher especial, que mesmo caindo, juntou suas forças e se levantou da forma mais bonita que podia. Eu ouço o que as pessoas falam de você e eu fico bobo pensando em como eu sou sortudo por ter encontrado uma mulher tão incrível como você. Eu não vou embora, não quero ir. A única maneira de me ter longe da sua vida é você me dizendo que não quer entrar nessa comigo. Você me deixa ficar aqui, ao seu lado?

– Deixo. - abri um dos sorrisos mais sinceros que eu já havia dado, derretendo-me com a declaração dele. Meu coração parecer querer saltar pela boca. Eu estava imensamente feliz!

O rosto do policial foi ficando mais perto do meu, até que as nossas respirações se transformaram em uma só. Sua pele entrou em contato com a minha e um grande arrepio subiu pelas minhas costas junto de um friozinho gostoso na barriga. Segurei em seu rosto com firmeza, puxando para mais perto mim, terminando com qualquer distância que podia existir entre a gente. Meus olhos foram descendo pelo seu rosto, pairando sobre os lábios de Robin. Minha boca já estava entreaberta, desejando muito que ele a invadisse com sua língua, unindo-se a minha também. Com uma mão, Robin adentrou os fios do meu cabelo com certa força, fazendo o meu corpo inteiro responder. Com a outra, segurou em minha cintura, trazendo agora o meu corpo para perto do seu. Seus olhos devoravam a minha boca e quando eu pensei em acabar logo com aquela maldita distância, senti seus lábios macios e viris tocando os meus. Sua boca acolheu a minha, deixando que sua língua fizesse a honra da casa. O beijo que começou calmo, explodiu pelo desejo e foi ganhando intensidade, onde as línguas travavam a boa e velha disputa por posse. No mesmo instante em que nos faltou o ar, Robin foi soltando a minha boca, nas voltou imediatamente até ela e selou um doce selinho antes de nos separar. Sorri, olhando para ele, deixando minha mão passear por sua camisa.

– Eu queria pedir que fossemos com calma. - quebrei o silêncio entre nós dois, seguindo com os olhos o caminho que a minha mão trilhava. – Não estou totalmente pronta para um novo relacionamento.

– Tudo bem. Nós temos todo o tempo do mundo. - ele sorriu, acarinhando o meu cabelo. – Vamos no seu tempo.

Agradeci mentalmente por ele não ter desistido de mim. Mesmo querendo brigar comigo mesma por ter fugido tantas vezes dele, agora eu estava tão tranquila e feliz, que deixei o sermão para depois. Apenas me permiti viver aquele momento, onde eu estava vivendo algo que eu não conhecia, uma sensação que aos poucos eu iria começar a entender. Eu estava me sentindo completa pela primeira vez na vida e eu não sentia mais vontade de fugir dali. 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 


Notas Finais


Bom, antes deu ir, eu gostaria de fazer uma pergunta. O que vocês estão achando da história num tudo? Queria muito ouvir de vocês isso, pois eu fico pensando e repensando se está bom ou não. Se puderem e quiserem, fiquem a vontade. Trarei novidades ainda esse ano e logo tem o próximo capítulo. No décimo teremos uma movimentação grande e novos segredos serão revelados. Um beijo! See you ;)


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