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História Stay with me cause I feel it too - Kagehina - Só nós dois, sozinhos.


Escrita por: _pan__

Notas do Autor


Olá leitores!! Muito obrigada pelos 50+ favoritos!!!
Desde já peço perdão a demora, nessas ultimas semanas aconteceu de tudo! Talvez eu faça uma fic só pra contar p/ vcs! O que acham da ideia? ksks....

Beijinhos e boa leitura!! <3

Capítulo 6 - Só nós dois, sozinhos.


Fanfic / Fanfiction Stay with me cause I feel it too - Kagehina - Só nós dois, sozinhos.

 

VI - Só nós dois, sozinhos.

Depois de uma noite onde dormir parecia impossível, chegou o dia primeiro de maio. Faltava com exatidão apenas um dia para a viagem do acampamento de treinamento.

Tanto a Nekoma quanto a Karasuno estavam extremamente animadas, afinal, já era a segunda vez em que se encontravam desse jeito.

Hinata estava extremamente apreensivo, pois não tinha com quem deixar Natsu. Da última vez, a deixara com a vizinha, mas infelizmente ela havia se mudado por conta de problemas familiares. O que ele faria? Cancelaria sua ida?

 Infelizmente aquela era a única alternativa normal de se escolher, mas como o ruivinho queria muito ir àquele acampamento – e não era dos mais normais –, decidiu esquecer aquilo e deixar para resolver aquele problema no final do dia.

No colégio Karasuno, o ruivinho deu de cara com Kageyama diretamente na porta da escola. Ambos nunca haviam imaginado que aquilo iria acontecer.

Ainda sentiam aquela sensação indescritível e confusa, mas gostosa e boa de senti-la no corpo

– Oi! –  Hinata sorriu para o levantador, com frio na barriga.

– Oi. – Respondeu Kageyama dando um mínimo sorriso, também com frio na barriga – Senti saudades.

– Você me viu ontem...não fazem nem vinte horas!

– Dane-se? –Papeou Kageyama irônico.

– Desdane-se? – Indagou Hinata.

– Essa palavra nem existe, imbecil. – Disse Kageyama, dando um peteleco em Hinata.

– Err...Dane-se? – Retrucou Hinata sorrindo, tirando o dedo de Kageyama de sua testa.

Kageyama sorriu e o apertou formando um abraço. Hinata sentiu um rubor em suas bochechas e o retribuiu, assim passando de leve as mãos nas costas de seu levantador, logo depois se separaram.

– Topa matar aula hoje? A ida para o acampamento já está garantida mesmo. – Falou Kageyama, colocando as mãos nos bolsos.

– Está bem...vai ter aula de inglês hoje mesmo e eu tô a fim de faltar. – Respondeu Hinata de modo despojado dando de ombros.

– E eu achando que você tinha se convertido ao lado dos estudos, tirou sete, não é?

– Tenho uma ótima professora. – Disse Hinata se referindo a Yachi. – E...sei bem de que pescar.  – Sorriu.

– O quê? Não acredito que você enganou a Yachi dizendo que tinha estudado, seu falso!

 Hinata deu uma gargalhada.

– Olha quem fala! – Retrucou Hinata vendo Kageyama desbloquear seu celular. – Que está fazendo?

– Nada. Só falando para a Yachi que você colou.

– QUÊ? Não acredito! – Hinata falou irado se esticando para tomar o celular de Kageyama.

– Tarde demais. – Gesticulou Kageyama fazendo um biquinho e logo depois sorrindo maldosamente.

– Aah... –  Hinata comentou tristonho. – Yachi-san vai ficar triste...

– Ei! É brincadeira! – Disse Kageyama mostrando-lhe o celular, a fim de reanimá-lo novamente. – Não fica assim.

– Idiota. – Hinata riu, chutando uma pedrinha ao lado de seu pé, logo depois dando a língua 

– Criança. – Murmurou o moreno. – Mas sério...vamos? – Completou, estendendo sua mão a seu melhor amigo. 

Hinata sorriu delicadamente e tocou sua palma na de mão de Tobio. As do ruivo eram quentes, as de Kageyama, geladinhas.

– Vamos! – Exclamou Hinata animado, fechando suas pálpebras e levantando seu outro braço para o ar. 

 Kageyama sorriu, achando o menor fofo. Logo em seguida, apertou mais sua mão, assim a alisando de leve, fazendo círculos nas costas de sua mão.

Ambos se entreolharam e sorriram alegres ao mesmo tempo.

 

– Tudo bem eu falar que ainda não acredito que isso está acontecendo? – Hinata encarou seus dedos que estavam entrelaçados ao de Tobio, enquanto fazia um biquinho com a boca.

– Sim. Vai demorar um pouquinho para se acostumar. – Completou o mais novo colocando a mão de Hinata junto da dele dentro do bolso de seu suéter e sorrindo sem mostrar seus dentes para o menor.

 

Hinata sorriu e ambos foram caminhando juntos.

 

Mesmo que fosse Primavera, fazia frio na cidade, pois ainda era cedinho. Havia dez minutos que eles estavam andando, como um casal de 2 apaixonadinhos na rua. Como um não, eram um.

– Amo andar com você Kage..., mas sério, onde a gente está indo? 

– Lá para casa. A gente pode ficar de bobeira e quem sabe dormir...na minha cama. – Completou cochichando a última parte no ouvido do menor. 

Hinata sentiu um frio na barriga e apertou mais a mão de Kageyama dentro do suéter. Tobio sorriu ao ver a reação do menor.

– Eu ia gostar disso... – Disse Hinata nervoso, com os lábios trêmulos. – Sabe Kageyama, a gente podia?

Kageyama parou de andar, tirou as mãos de seu suéter e agarrou a cintura de Hinata o puxando para mais perto de si e o beijando.

Hinata se virou e colocou levemente a mão em seu pescoço. 

Foi um beijo lento e molhadinho. Seus olhos se encontraram e logo depois seus lábios se tocaram levemente, formando um selinho, macio e leve.

 Hinata sorriu.

– Nossa...você não tem ideia do quanto eu gosto de você... – Disse Kageyama vidrado nos lábios de Hinata. O sorriso do ruivinho ficou mais largo e Kageyama deu seu singelo sorriso como sempre. 

– Eu gosto mais.

Tobio sorriu e disse que não.

– Ei, isso significa que nós...somos namorados? – Perguntou o ruivinho ainda com timidez. 

Kageyama sorriu, franzindo o cenho.

– Isso já não estava definido desde que a gente deu o primeiro selinho?

Hinata deu uma risadinha agradável e pulou em Kageyama dando um abraço caloroso, envolvendo suas pernas nele.

– Ei! – Repreendeu Kageyama, rindo no tom, junto de Hinata. Aquela definitivamente era uma ótima maneira de começar uma manhã.

 Estava tudo tão sincronizado, tão perfeito.

– Então, namorados?

– Namorados.

 

  – Espera aí –Disse Kageyama como sinal para que Hinata descesse.

Ele caminhou para a frente de Hinata e abriu ligeiramente os braços para deixar espaço para as pernas do menor. – É pertinho, dá para ir assim.

– Obrigada meu Uber. – Brincou Hinata sorrindo e se aproximando das costas do maior.

Colocou os braços ao redor do osso do ombro, de uma forma que Kageyama conseguisse suportar o peso. Bem, não seria um problema, pois para ele, Hinata tinha o mesmo peso de que um cachinho de uvas. 

– Não abusa.

Ambos sorriram e seguiram caminhando daquele jeitinho pelo caminho. 

Os dois sabiam que o Japão, país onde moravam, era muito conservador, ou seja, sempre receberiam olhares maldosos por onde passassem, e talvez não haveria exceções, por isso, ao caminho da casa do mais novo, receberam olhares estranhos e desconfortáveis.

Hinata já era assumido, o time já sabia que ele era um jovem menino pansexual. Isso não lhe incomodava, afinal era bom que eles soubessem. Mas, o ruivinho havia sofrido bastante por causa disso, então o desconforto era bem maior para ele.

Agarrou mais os ombros de Kageyama. Sabia que as pessoas não iriam machucá-los, mas ainda assim, estava com medo.

Kageyama também estava desconfiado e inseguro, mesmo que ele tivesse mesmo cara e fama de ser “O hétero top”, tinha orgulho de ser homossexual, só não se orgulhava de ainda não ser assumido.

– Ei... – Chamou Kageyama calmo. – Não deixa essas pessoas destruírem você, está? Eu gosto de você e isso que importa.

– Eu sei Kageyama... – Completou Hinata com seu tom suave, deitando sua cabeça em seu ombro – É só...estranho.

– Vai passar está, bom? Um beijinho resolve?

 Hinata sorriu, pensando nesse raro lado calmo do namorado.

– Talvez.

Caminharam mais um pouco e adentraram na casa de Kageyama. Era pintada num tom esbranquiçado meio bege e tinha dois andares. Hinata só havia ido na casa do maior algumas poucas vezes, então era uma sensação nova, boa e de dar frio na barriga.

Hinata desceu das costas de Kageyama, e tirou seus sapatos.

– Licença. – Sibilou Hinata com um pouquinho de timidez, pois não sabia que iria recebê-lo. 

– Não tem ninguém em casa. Praticamente moro sozinho. – Disse Kageyama deixando sua mochila escolar na entrada e retirando seus sapatos, assim os deixando do lado dos de seu ruivinho, no Genkam. Hinata suspirou aliviado, afinal não teria que explicar alguma mentira. – Bobo.

– Igual a mim... – Disse baixinho, o baixinho suficiente para o levantador não ouvisse. Havia começado a namorar Tobio agora e não se sentia pronto para contar que era um pai, ainda não. – Ei! Bobo nada! Você que me arrastou para cá e não me disse nada, besta boboca.

– Para de drama, tangerina humanoide. Então...meu quarto fica no andar de cima, quer apostar corrida comigo?

– Não...você quer apostar corrida comigo. – O ruivo sorriu, colocando o dedo indicador no peito de Kageyama e logo depois saiu correndo.

– Ei! Não é justo, volta aqui, boke! – Disse Kageyama sorrindo também, logo atrás de Hinata naquela corrida.

Eles haviam deixado toda a insegurança e incerteza para trás.

– Cuidado com o degrau, princesa! – Kageyama falou, vendo que Hinata estava nas escadas, assim se apressando e fazendo um movimento que dava a impressão que lhe daria um empurrão.

– Nem vem, seu babaca! –  Hinata correu em zigue-zague, rindo alto.

Depois daquela correria, entraram no primeiro quarto do corredor, o de Kageyama. Era simples, tinha uma cama, uma escrivaninha, alguns pôsteres, e uma janela que refletia o sol amarelo claro da manhã.

– Eu ganhei! – Exclamou o ruivo erguendo os braços como sinal de vitória. Kageyama riu.

– Você só está com essa blusa da escola, vou pegar um moletom meu para ti. – Articulou Kageyama abrindo o seu armário.

– Não precisa, eu pego o meu—Hinata ia prosseguir, mas ele foi interrompido por um moletom azul claro com desenhos de luas que foi jogado em seus braços. –...valeu.

– De nada. – Kageyama se virou costas, tirando seu suéter e sua camisa, assim ficando totalmente sem nenhuma parte de cima. 

Hinata olhou vidrado para suas costas, e como queria que Tobio se virasse, para ele poder olhar sua barriga, que com certeza era cheia de músculos. Ele balançou a cabeça com um sinal negativo para si mesmo e retirou sua mochila de suas costas, para poder vestir o moletom. 

Colocou a mochila no chão e pôs o moletom em si mesmo, passando a gola pelo pescoço e colocando os braços nas mangas. Ficou um pouco maior, obviamente, então ele dobrou as mangas e se sentou para pegar um par de meias em sua bolsa.

– Não consigo acreditar... –Kageyama estava com um moletom cinza e meias listradas.

– O quê?

– No quanto você é fofo ou no quão estranho é ter um par de meias na bolsa. – Disse Kageyama sentando-se ao lado de Hinata.

  Hinata soltou um sorriso fofinho e deu um tapa em seu ombro.

– Ta aí! Para de ser bonito!

– Para você! Olha quem fala, seu gostoso! – Hinata sorriu e deu um empurrão de braço.

Kageyama deu uma risada e retribui o carinho.

– Ai,ai...Então, a gente pode se divertir agora, né? – Comentou Kageyama apoiando a cabeça no ombro do ruivinho. Ele já sabia a resposta, mas foi interrompido pelo toque de seu telefone.

– Receio que não. – O ruivo sibilou, terminando de calçar suas meias arco-íris e vendo Kageyama apertar no botão de aceitar.

– Argh...alô? – Disse Kageyama enquanto virava os olhos. Odiava ser interrompido.

– Kageyama, é a Yachi, dá para tirar o celular desse ouvido podre? – Hinata ouvia a loira falar abafadamente, pois o celular não se encontrava em modo viva-voz.

O levantador estranhou e retirou o celular do ouvido, vendo assistente mais nova de seu time na tela, aparentemente brava. Ele não havia percebido que era uma chamada de vídeo.

Hinata riu da burrice de seu namorado e recebeu um tapa no ombro.

– Ei!

– Alô? Yachi?

– Sim. O Hina está com você?

– Não, eu não tô com o Kageyama! – Respondeu o ruivo colocando suas pernas na posição borboleta.

– Shh! Cala a boca imbecil! – Kageyama sussurrou num murmuro muito audível, com raiva. Logo depois voltando a encarar o telefone. – Não ele não está comigo. E vem cá, desde quando você o chama de Hina? Desde quando ela te chama de Hina, Hinata?

Yachi bateu a mão na própria testa.

– Estão só vocês dois, então?

– Uhum! Completamente sozinhos, Yachi! – Respondeu Hinata tomando o celular da mão do de fios negros.

– Ei!

 Yachi olhou para Hinata com um sorrisinho travesso e malicioso.

– Yachi!

– Brincadeirinha... –Exprimiu Yachi colocando uma mecha de cabelo atrás da orelha. – Enfim... todos os primeiros anos tiveram aulas juntos hoje e... a professora de inglês mandou vocês fazerem da página trinta até a cinquenta e cinco.

– O quê?! – Exclamou Hinata fingindo um desmaio e ficando deitado no chão, deixando o celular para Kageyama pegar.

– Aaah, tudo isso...caralhada de tarefa. – Se lamentou.

– Vale nota, tá? – Complementou a loira.

– O que?! – Foi a vez de Kageyama exclamar.

– Tchauzinho! –Yachi disse com seu tom gentil, dando uma piscadela e acenando.

– Yachi, espera--Kageyama iria falar, mas viu que a loira desligou o telefone.

Hinata soltou um breve suspiro.

– Vamos ter que fazer se não quisermos ficar sem nota.

– Não...não quero.

– Eu também não. Esses professores devem fumar algo, só pode. – Disse Kageyama vasculhando a bolsa do menor procurando seu livro. Logo depois de achá-lo, o jogou em seu dono.

– Ei!

– Vou pegar meus livros lá embaixo.

Hinata estralou a língua e se deitou num canto do tapete com a barriga virada para baixo.

Logo depois veio Kageyama com o livro e o estojo embaixo do braço. Ele se deitou na mesma posição que Hinata, a diferença era que ele estava virado na direção oposta e deitado na outra ponta do carpete.

A partir daquele momento se passaram trinta minutos de plena quietude no ambiente. Estava um silêncio...

Ambos não queriam conversar pois sabiam que se não o fizessem, terminariam mais rápido e consequentemente ficariam juntinhos. Mas não sabiam o que era mais difícil: Resolver as questões da atividade ou não manter contato físico.

Passaram-se mais quinze minutos. Eram agora 09:30 e Shoyo estava quebrando a cabeça com uma questão da página quarenta e dois de seu livro. Sua cabeça doía só de lembrar que teria que fazer mais treze páginas.

Frustrado, resolveu tirar o olho daquelas palavras em língua inglesa e o colocar para admirar seu amado levantador. 

Começou a encarar aqueles cabelos negros e lisos, aquele rosto bonito...o ruivo prestava atenção em cada detalhe, desde suas sobrancelhas arqueadas até sua covinha no queixo quase imperceptível. Rapidamente sua expressão facial se transforou em um sorriso bobinho e suas bochechas entraram em um tom rosa chiclete.

Ele  já via seu melhor amigo de uma maneira diferente já havia tanto tempo...e era incrível ser aceito e amado do mesmo jeito que ele desejava. Se sentia incrivelmente bem ao encarar aquele rosto com pele morena, aqueles lábios finos, seu rosto iluminado pelo leve e quase desaparecido sol da manhã... Nossa, com aquele garoto era especial.

Adoraria continuar olhando o rosto de Kageyama para fugir de suas responsabilidades, mas acabou tendo que parar...pois Tobio havia percebido.

Hinata rapidamente desviou o olhar para seu livro e sorriu envergonhado, enrolando seu dedo em sua caneta.

– Que foi?

– O que?

– Você estava me encarando.

– Não estava não.

– Estava sim.

– Não estava!

– Hinata, hoje é primeiro de maio, não de abri--Foi interrompido por uma caneta que foi jogada em sua bochecha.

– Concentra na sua lição!

Kageyama deu uma risada nasale em seguida mudou sua posição, assim ficando sentado ao lado de Hinata.

– Eu...queria te falar um negócio. – Kageyama iniciou uma conversa.

Hinata rapidamente desviou o olhar do livro e o voltou para o levantador.

– É algo ruim?

Kageyama acenou negativamente com a cabeça.

– É sobre... – Completou a frase com um gesto. Apontando o polegar para si e o indicador para seu ruivo. Significava nós. – Ontem, o Sugawara me chamou para conversar no telefone.

Hinata começou a prestar mais atenção nos lábios do maior.

– Ele falou que estava preocupado com você. Me perguntou do seu pé e tal..., mas aí, ele falou que notou nossa relação mais aproximada; e aí...eu acabei falando para ele que a gente se beijou e que eu...a gente, está ficando.

– O quê? – Hinata exclamou com brilhos nos olhos e um grande sorriso

– É... – Kageyama sorriu enquanto coçou a nuca.

Hinata pulou em Kageyama de modo que o mais novo ficou deitado no tapete enquanto o mais velho estava em cima dele, ambos sorrindo e rindo animados.

– Isso...é incrível! Você é incrível, Kageyama Tobio! –Hinata disse sorrindo, logo depois encarando os olhos de Kageyama.– seus olhos... –Sorriu, deixando Kageyama confuso. – Parecem o céu.

Kageyama soltou um sorriso enquanto sua mão acariciava os cabelos do ruivo.

– E os seus parecem chocolate, sabia?

Hinata deu uma risada enquanto colocava a mão no peito de Kageyama.

O ruivo agarrou a blusa de Kageyama e chocou seus lábios com os dele. Tobio pegou suas mãos geladas e as colocou no rosto quente de Shoyo.

Foi o primeiro beijo longo deles. 

 Depois de 10 segundos, eles se separam, ofegantes.

Kageyama gargalhou entusiasmado enquanto o de cabelos em cores quentes sorriu largo. Tobio rolou com Hinata até o meio do tapete, o que os fez mudar de posição; Kageyama em cima e Hinata em baixo.

– Ei! – Exclaou Hinata não conseguindo conter os risos. – Você vai me esmagar desse jeito!

– Tem razão! – Anunciou o de fios negros, anulando a posição e é claro, não deixando de ser contaminado pelos risos contagiantes de seu melhor amigo, agora, também namorado. – Ei...acho que uma pausa não faz mal, né?

– Tem razão. – Comentou Shoyo.

O baixinho colocou sua mão no peitoral de Kageyama e o mais novo, passou a alisar as costas do menor com sua mão direita.

Passou se um tempo e ambos acabaram pegando no sono. 

Estavam lá, juntinhos e grudados um no outro feito dois passarinhos num ninho, aquecidos um com o calor do outro.

Eles simplesmente queriam ignorar a escola, responsabilidades tudo para ficarem juntinhos se divertindo, jogando vôlei, passeando, enfim...se amando de verdade.

Não era uma decisão muito madura de se fazer, mas...E daí? Quem ligaria? Com certeza valeria a pena.

Falando em decisões maduras, Hinata teve de lutar com elas noite passada.

Enquanto o inocente ruivinho lutava internamente com as borboletas inquietos que no seu estomago habitavam, começou a criar cenários imaginários em sua cabeça; tanto de Kageyama tanto de Natsu. E foi aí que ele percebeu...

Como ele contaria?

 

Como ele contaria que era um pai? Ele...não podia simplesmente chegar lá e falar diretamente, tinha que pensar no que iria falar!

Como explicaria algo tão complicado? Que...Natsu era sua filha, mas não era?

Tinha medo de que Tobio descobrisse de outro jeito, afinal, era literalmente uma criança cuidando de outar criança. Esses pensamentos só foram deixar Shoyo dormir lá pelas 04:00 da manhã.

A noite de Kageyama também havia sido um pouquinho turbulenta...

Sua mente estava repleta de pensamentos sobre como pediria Hinata em namoro. Ele já havia decidido que seria em Tóquio, numa das noites do acampamento. Mas...como seria? Onde seria? Quando seria?

Essas eram as perguntas que a mente de Kageyama fazia a ele, e infelizmente acabou indo dormir sem as respostas para elas.

Como puderam ver, ambos tiveram noites viradas, o que os deixou com sono; o que acabou resultando num grande momento romântico.

O “problema” era que haviam se passado meia hora, uma hora, duas horas, três horas, quatro horas e eles continuavam dormindo grudados. 

Enfim, eram quatro da tarde. O tempo realmente havia passado voando! O céu estava aberto, numa coloração laranja escuro e as nuvens rosadinhas.

– Uh... – Kageyama resmungou. O levantador havia acordado.

Bocejou e logo olhou para o ser que estava em cima dele. Shoyo estava com seus cabelos ruivos bagunçados, enquanto roncava baixinho. Essa visão fez Kageyama esboçar um sorriso em seu rosto moreno.

– Fofo. – Disse a si mesmo, logo depois colocando o ruivo ao seu lado e acariciando sua bochecha.

Logo depois, se sentou e encarou o ruivinho. Ele começou a se mexer e suas pálpebras se abriram. Logo depois de raciocinar o que estava acontecendo, ele abriu um sorriso tímido enquanto olhava para seu namorado.

– Bom dia...! – Falou o ruivo se sentando e a dando um abraço em Kageyama, ambos claramente ainda com preguiça.

– Acho que já é tarde. – Kageyama disse aceitando o abraço e logo depois olhando a janela.

 – Verdade. Aah...queria ter ficado mais tempo com você... – Comentou o ruivo apertando mais o abraço e fazendo biquinho.

– Eu sei. – Kageyama sibilou, abrindo um sorriso satisfeito. – Por isso...eu tive uma ideia.

Hinata se separou dos braços do maior, bocejou e o encarou confuso.

– Como assim? – O ruivo franziu as sobrancelhas.

– Você vai ver. – Kageyama abriu um sorriso malicioso o que acabou deixando Hinata ainda mais animado e curioso.

Ele se levantou do tapete e caminhou até seu criado-mudo, perto da cama. Lá ele pegou seu celular, o desbloqueou e abriu em sua lista de reprodução do spotify.

O quarto ficou repleto de um som de bateria, logo depois surgiu uma guitarra e um som vocal.  Eletric Love. 

 

– Não! Nem ferrando que você conhece! – Hinata pulou em meio a risos animados.

– Vem! Vem! – Chamou Kageyama animado, correndo em direção a Hinata e lhe dando sua mão.– Me concede essa dança?

– Seria um prazer! – Respondeu Hinata sorrindo sem mostrar os dentes, agarrando a mão de Kageyama.

Tobio posicionou suas mãos no quadril de Hinata, e o ruivo colocou seus dois braços em volta do pescoço do de fios negros, ambos vidrados um nos olhos do outro, seus narizes estavam quase se tocando, mas o ruivo, que estava com medo de iniciar um relacionamento, não se sentia mais tímido, se sentia mágico. O de fios negros se sentia do mesmo jeito. Ambos começaram a caminhar lentamente pelo quarto.

  ♪ Candy, she's sweet like candy in my veins

 

 O levantador pressionou seu corpo contra o do bloqueador central.

 

♪ Baby, I'm dying for another taste 

 

Tobio puxou Hinata para mais perto de si, agora não tinha limite entre eles, era como se...uma barreira invisível que estivesse entre eles, houvesse desaparecido. Tanto o ruivo tanto como o moreno sorriam a cada palavra da música.

 

♪ And every night my mind is running around her 

♪ Thunder's getting louder and louder 

 

Eles balançaram um pouco até que chegaram a um ponto onde a luz do sol refletia no rosto de Hinata. Tobio teve de se segurar para não o beijar. 

 

♪ Baby you're like lightning in a bottle 

 

– I can't let you go now that I got it. – Cantarolou Kageyama baixinho, segurando mais forte o quadril do menor.

– And all I need is to be struck by your-- Cantou Hinata completando a letra, mas foi interrompido por Kageyama que fez um rápido movimento. Ele agarrou o braço de Hinata e o rodopiou, assim o deixando perto do chão e agarrando sua cintura com força.

 

 ♪ Electric love      

♪ Baby your electric love

 ♪ Electric love... 

 

– O que foi isso? – Indagou Hinata corado, olhando para o fundo dos olhos de Kageyama, enquanto sorria.

– Gostou? – Sorriu Kageyama.

Hinata apenas sorriu. Sua cintura estava curvada e seus braços presos aos ombros de Kageyama. 

Ele se levantou, ainda com os braços nos ombros do maior, e começou a vagar com ele pelo quarto. 

 

 ♪ Surround me, hold me deep beneath your waves 

 

Mesmo que a música fosse animada, eles dançavam como se fosse uma lenta valsa.

Não importava mais, agora eles estavam juntos. E nada iria separá-los.

 

– Então...aula morta com sucesso, não é? – Ironizou Kageyama com um sorrisinho mesquinho no rosto.

Agora, eram 16:30, e eles haviam chegado na casa de Hinata.

 A fala de Kageyama fez o ruivo dar uma boa gargalhada.

– Parece que sim...aula morta com sucesso! – O ruivo ergueu os braços para cima. Por mais que, acabassem de ter um momento agitado e um pouco cansativo (pois ambos estavam com algumas gotas de suor nas mãos e testas) agora estavam calmos e felizes. Não como se eles não estivessem antes, mas...haviam acabado de experimentar uma dose de amor verdadeiro.

Ambos sorriram sem os dentes enquanto se encaravam.

– Bem...acho que tenho que ir. – Hinata desviou o olhar para sua casa e logo o voltou para Tobio.

– É...tchau. – Disse Kageyama levantando a palma de sua mão, dando um sorriso de lado e vendo o menor dar alguns passos para frente – Ei, Hinata.

O ruivo se virou novamente.

– Oi?

Kageyama pegou suas mãos e as deixou entrelaçadas com as dele e logo depois entrelaçou seus lábios com os dele. Foi um beijo lento e quentinho.

Depois de alguns segundos, se separaram e Hinata esboçou um sorriso e colocou sua mão na bochecha de Tobio.

– Por que não fez isso antes?

– Era melhor agora.

Hinata soltou um riso. Ele se colocou na ponta dos pés e deu um selinho em seu namorado.

– Te amo.

– Também, ruivinho.

– Se assume, viu? – Brincou Hinata dando um beijo na bochecha de Kageyama e logo depois, andou até a porta de sua casa e a abriu.

Kageyama sorriu e logo depois gritou:

-Até amanhã, cabeça de tangerina!

Hinata o viu e fez um sinal de coração com as mãos e o deu língua.

Tobio repetiu o mesmo movimento com um sorriso no rosto, e logo depois desceu a montanha para retornar a sua casa.

 

– Tadaima! – Falou Hinata olhando para o sofá, lá estava Natsu, o encarando.

–Okaeri. – Respondeu a menor secamente. – ...quem era aquele, pai?

– Aquele...a-aquele quem, filha? – Balbuciou Hinata nervoso. Merda. Ele havia sido pego.

– Aquele garoto lá pai...que o senhor beijou.

– Ah, esse garoto! Era o Tobio! Meu...melhor amigo e... levant-tador.

– Você beija todos seus melhores amigos? –Indagou Natsu num tom frio. Ela era fofa, mas sabia como pregar uma peça.

O ruivo soltou um suspiro com as mãos na testa.

– Está bom, está bom! - Falava Hinata levantando os braços em rendição. – Ele...é meu namorado, eu estou o namorando.

 A expressão fria da menor logo se tornou um sorriso bem largo. Ela se levantou do sofá e o deu um abraço bem gostoso, de modo que seu rostinho rosado ficou na barriga de Hinata.

– Parabéns pai! Eu te amo tantoooo! – Disse a menor com voz abafada.

Hinata se sentiu aliviado e se abaixou para ficar na altura da menor. Ele a retornou um abraço.

– Eu também meu amor, eu também.

– Se ele te fizer algum mal me avisa, está bom? eu vou...falar umas verdades na cara dele!

A reação exagerada da menor fez o Hinata mais velho dar umas boas risadas.

 

Passou se algum tempo, Hinata havia trocado de roupa e... percebeu que roubou o suéter de Kageyama. Roubar é uma palavra muito forte, digamos que ele havia pegado sem permissão.

 Não se sentia culpado, pelo contrário, se sentia animado, afinal poderia sentir seu cheirinho até a hora de ir ao ônibus. Ele trocou a roupa e o colocou por cima.

Enfim, ele estava sentado no sofá, mexendo no celular enquanto a Hinata mais nova estava com a cabeça apoiada em seu colo assistindo TV.

De repente, seu celular começou a cantar uma música brasileira, chamada “Camisa Dez” o toque do celular de Hinata, ou seja, tinha alguém ligando. Era um número desconhecido, mas o ruivo apertou no botão aceitar e colocou o aparelho eletrônico no ouvido.

– Err...alô? Com quem falo? 

–Olá! Sou a srta. Watanabe! Falo com... o senhor Hinata Shoyo, não é?

– Ele mesmo. O que deseja? – Perguntou Hinata num tom curioso.

– Primeiramente sr. Shoyo, boa tarde. Meu nome completo é Aika Watanabe, mão do Yukkio, coleguinha da Natsu-chan.

– Aah! Olá, Watanabe-san, Natsu me contou sobre a senhora e o Yukkio-chan. Muito obrigada por permitir seu filho ser amiguinho da Natsu! Ela gosta muito dele. – Falou Hinata tentando ser o máximo educado possível, seu jeitinho animado as vezes destorcia isso. 

A srta. Watanabe riu.

– Não tem com o quê agradecer! Ela é um amor de pessoa! – Disse Aika. – Bem...- continuou. – Queria perguntar se a Natsu poderia ficar aqui por uns dias...ou talvez uma semana. Vai ser o aniversário do Yukkio e ele queria a Natsu aqui para fazer uma festa do pijama e ficar aqui por um tempão. Eu tentei convencer ele a ser só a noite, mas aí...eu não aguento a carinha dessas crianças e... acabei cedendo.

Hinata riu.

– Tudo bem Watanabe-san! Eu deixo sim. – Disse Shoyo tentando esconder a animação dentro de si. Era uma coincidência enorme aquilo tudo! Justo no dia do acampamento e justo o tempo de duração dele. – Eu posso levar ela amanhã cedo?

– Claro! Fique à vontade!

– Tudo bem srta. Watanabe. Muito obrigado, foi um prazer conhecê-la!

– De nada querido! O prazer foi meu. – Terminou de falar com risos.

Hinata desligou o celular, começou a corar e gritar internamente. Natsu percebeu.

– Era a Watanabe-san?

Hinata afirmou com a cabeça, ele retirou a cabeça de Natsu do colo, e se virou para ficar de frente para ela.

– Enquanto eu vou para o acampamento...você vai ficar na casa deles! –Hinata exclamou animado.

– O que?! – Natsu estava com um sorriso no rosto. – Ebaaa! Vou arrumar minhas malas! – Completou rapidamente e logo depois, subiu as escadas rapidamente.

– Ep-- Natsu! Volta aqui, você não sabe arrumar uma mala! - Gritou Hinata sorrindo, logo depois correndo atrás de sua filha. 

2 de maio

06:00 p.m

 

Shoyo acordou Natsu e foi pedalando de bicicleta até a casa da srta. Watanabe, não era muito longe de onde eles moravam, apenas uns cinco quilômetros de distância.

Chegando lá, deu de cara com a moça e seu filho, que dormia em seu colo. Ela tinha estatura um pouco mais baixa que a média, por volta de 35 anos, dava para ver que ela não dormia bem, graças as olheiras em tom roxo que habitavam debaixo de seus olhos azuis.

Ele posicionou sua bicicleta, pegou na mão de Natsu e foi cumprimentá-la.

– Ohayo, Watanabe-san! Aqui está a Natsu!

– Ohayo! Aah, não sabia que a Natsu-chan tinha um irmão mais velho! – Disse a senhora não deixando de observar a aparência jovem do ruivinho.

Natsu olhou para seu pai com um olhar confuso.

– N-não... –Gaguejou Hinata nervoso enquanto passava a mão sobre sua nuca. – Na verdade ela é minha filha.

A srta. Watanabe fez uma cara surpresa.

– Ah. Você...você pai já nessa idade?

–Na verdade não, sim!...é meio complicado de explicar..., mas enfim, espero que ela se comporte bem! Muito obrigada por nos receber srta. Watanabe. –Shoyo se esforçou para dar um sorriso largo, mas acabou saindo meio forçado. 

– Que nada! É um prazer tê-la aqui...mil perdões se toquei num assunto sensível. –Sibilou Aika percebendo o pequeno desconforto do menor.

– Ah...não se preocupe com isso! – Disse Shoyo sorrindo sem mostrar os dentes, logo depois se abaixando, dando um abraço e um beijo em sua filha. – Te amo viu meu amor? Qualquer coisa pode me chamar no celular, está bom?

A menor abraçou o pescoço do pai e sussurrou em seu ouvido:

– Não se preocupa papai...ela é confiável, está? Te amo.

 Hinata deixou um apequena lágrima sair de seu olho. Era a primeira vez que a deixava sozinha com um desconhecido.

  Ele limpou seu olho, e se levantou, assim deixando a pequena Natsu adentrar na casa de Watanabe.

Ele se virou e caminhou de volta, assim se sentando em sua bicicleta e se dirigindo a escola, onde todos provavelmente estariam com o ônibus.

 

 

Colégio Karasuno. 06:20

 

– Caramba...era para o Hinata estar aqui faz 20 minutos. – Disse Daichi.

– Vamos sem ele? Vai ser melhor! – Ironizou Tsuki.

-Cala boca Tsukishima.

– É, cala boca quatro-olhos! –Kageyama gritou bravo com as sobrancelhas arqueadas. – Ele vai vir.

– Ah, desculpa rei...Esqueci que você não sobrevive sem ele.

– Tsuki!

– Para de me chamar pelo caralho desse nome!

– Tsukishima, por favor! – Sugawara dizia bravo, afastando um do outro.

– Tudo bem, tudo bem.

– Caralho... – Ennoshita xingou em tom que aparentava exaustão, logo depois recebendo um sermão do capitão por usar aquela palavra. – 6:00 da manhã e vocês brigando...

– Diz isso para o Tanaka e para o Nishinoya! Ficam aí, parecendo duas velhas fofoqueiras, parece que sabem mais da vida dos outros do que das deles! – Gritou Narita se referindo aos outros dois adolescentes do segundo ano, que estavam rindo e falando alto.

Esse comentário arrancou algumas gargalhadas e risos nasais dos jogadores que estavam ali.

– Está bom, está bom! – Gritou Ukai, que se encontrava ao lado do sensei Takeda – Todo mundo para o ônibus, se o Hinata não chegar em 10 minutos a gente vai sem ele.

– O quê? – Indagou Kageyama.

– Vamos...todos para o ônibus. – Insistia Ukai.

Takeda viu todos adentarem o ônibus, menos Tobio, que insistia em esperar o bloqueador central.

– Vamos Ukai-kun, temos que ver se não esquecemos nada – Disse o de cabelos castanhos.

– Mas Take-chan, o Kageya-

– Eu sei. – Respondeu o mais velho, dando uma piscadela. Ele já sabia o porquê de Tobio estar ali.

– Uhmm...certo.

Os treinadores entraram no ônibus, assim deixando Tobio sozinho. 

– Droga...cadê você ruivinho? – Kageyama suspirou à si mesmo, desbloqueando seu celular e vendo que não tinha nenhuma nova mensagem. De repente, ouviu alguns gritos vindo de sua direita, ele olhou e viu ao longe, um corpo de estatura baixa, com grande cabeleira ruiva, correndo em sua direção e gritando seu primeiro nome.

– Tobio!

Era a voz de Hinata Shoyo. A felicidade que Kageyama sentiu naquele momento foi indescritível. 

Ele tinha tantos planos para aquela viagem, desde treinar a noite com ele, até o pedir em namoro.

Não demorou muito para o ruivinho chegar até Kageyama e lhe dar um grande abraço, agarrando suas pernas com as dele. Aquele abraço transmitiu todas as emoções felizes deles.

– Bom dia, Kage! - Sibilou o mais velho animado, se desfazendo do abraço e olhando para Tobio.

– Bom dia. Vamos? Eu guardei um lugar pra gente se sentar junto. –Respondeu Tobio com um singelo sorriso no rosto, encarando os olhos castanhos de Hinata. Eles tinham olheiras, mas não deixavam de ser os mais lindos que Tobio já vira.

Hinata com um sorriso, acenou positivamente com a cabeça. 

Eles adentraram no ônibus e se sentaram nas duas primeiras cadeiras a esquerda.

Havia se passado um tempo. Hinata e Kageyama não estavam dormindo, mas estavam com as cabeças apoiadas uma na outra, partilhando o fone enquanto ouviam algumas músicas da playlist de Hinata. A viagem era longa, durava por volta de 5h 30m, então, o segundo mais baixo do time começou a ficar um pouquinho enjoado, tanto pelo balanço do ônibus, tanto pela preocupação de sua filha Natsu. A srta. Watanabe aparentava ser uma mulher boa, mas...quem saberia o que a pequena ruiva estaria passando?

– Oi, boke. Tá bem?

– Uhmm...não muito.

– Enjoo?

O ruivo acenou a cabeça positivamente.

– Cadê sua bolsa? Eu posso pegar o remédio-

– Não Tobio...eu só posso tomar de 6 em 6 horas, e eu já tomei antes de entrar.

Tobio soltou um suspiro. Ele ficou virado para Hinata e colocou sua mão na barriga dele, assim ficando testa com testa.

Hinata corou.

– A gente finge que está dormindo...eles não vão perceber, tá?

 Hinata solto um sorriso sem mostrar os dentes.

Ambos fecharam os olhos e ficaram grudadinhos ouvindo música. Porém...acabaram adormecendo.

 

Agora eram 13:05 da manhã, o ônibus já havia chegado em Tokyo.

Só estavam dois seres no ônibus: O levantador, acordado e o bloqueador central, dormindo.

Estava chovendo, o que comprovava que o clima também estava meio louco em Tokyo.

Tobio encarou a chuva e seu namorado, que estava sonolento. Ele levou seu indicador a sua bochecha e começou a acariciá-la.

– Amor, chegamos... – Sussurou o de fios negros perto do ouvido direito de Hinata, hesitando um pouco em chamá-lo.

Por conta de reações corporais, os pelos do ruivinho saltaram, ficando arrepiados, motivo suficiente para o ruivo abrir as pálpebras.

– Uhm. Ahn? quê? – Balbuciou esfregando os olhos. – Chegamos? – Perguntou com um sorriso.

Tobio sorriu.

– Sim. Pronto para essa semana?

Hinata sorriu.

– Com toda a certeza.

O mais baixo colocou as mãos envolvendo o pescoço de Tobio, o mais novo colou seus lábios no dele, e formou um longo selinho, molhado.

Eles se beijaram, se levantaram da cadeira, deram um pequeno abraço, abriram a porta do ônibus e viram os pingos de chuva caindo em frente ao colégio da Nekoma.

Ambos se entreolharam.

– Tá pensando o mesmo que eu? -Indagou o levantador.

– Sim, certeza.

Kageyama sorriu com as sobrancelhas arqueadas, e Hinata fez o mesmo movimento facial.

Imediatamente os dois saíram correndo para apostar corrida na chuva.

Sorrindo, corriam no meio da chuva.

Talvez pegariam um resfriado? Sim.

Talvez escorregariam e bateriam algum membro do corpo? Sim.

Talvez iriam molhar os uniformes? Sim.

Talvez iriam levar sermão de Daichi? Com toda a certeza.

Mas...quem ligava? Eram somente eles.

Só eles dois, sozinhos.

 

 

 


Notas Finais


Link da música usada: https://www.youtube.com/watch?v=RYr96YYEaZY

Eu me inspirei em Heartstopper e em Hoje Eu quero voltar sozinho para algumas cenas.
Mas o que acharam? Qualquer critica positiva e negativa importam!
Perdão a qualquer erro e muito obgd por ler <33!!


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