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História Staying up - I - Prey


Escrita por: artificialxve

Notas do Autor


graças a deus esse álbum novo de seventeen que coisa maravilhosa né gente

Capítulo 2 - I - Prey


Fanfic / Fanfiction Staying up - I - Prey

Minha primeira sensação ao recobrar meus sentidos foi meu sangue queimando como o fogo do inferno, me dando a sensação de que meu corpo estava de desfazendo a cada batida do meu coração. Meus pulmões ardiam pela falta de oxigênio dentro dele, mesmo que eu não perdesse a consciência pela falta de oxigenação no meu corpo.

Também ouvia barulhos que estavam a quilômetros de distância – batimentos de corações, passos apressados daqueles que cercavam o lugar que eu estava e até mesmo os carros que pareciam acelerar quando adentravam a área que há pouco eu havia invadido. E isso era apenas algumas das minhas sensações, já que as outras não ficavam para trás – eu estava sentindo tanto que chegava a doer – e até meus olhos que estavam fechados ardiam com o mínimo de luminosidade que entrava por algum lugar.

Meu cérebro recebia todas aquelas sensações com facilidade, no entanto, e mesmo ainda de olhos fechados me sentia como se pudesse ler Nietzsche e entender tudo perfeitamente, sentia como se estivesse descansado, com uma disposição que não me recordo ter tido alguma vez na vida, e a cada segundo que passava – marcados pelos tic-tac do relógio que não estava longe dali – sentia uma angústia crescendo dentro de mim. Eu queria correr como se não houvesse amanhã e poder sentir o vento gelado do começo do inverno no meu rosto, mas queria sentir numa intensidade que até me machucasse. Eu queria lutar, quebrar as coisas e sentir meus músculos doendo de cansaço. Eu queria transar e deixar o tesão que sentia dentro de mim sair, para aliviar a sensação de que não gozava há dias. E mais que tudo isso, eu queria beber.

O pensando do sangue nunca me apeteceu, e sempre achei o líquido vermelho nojento demais, mas naquele momento eu poderia assaltar o banco de sangue inteiro de um hospital, e ainda desejar mais. E só de pensar no vermelho meus sentidos triplicavam.

Ouvia barulhos de gargantas longes o suficiente para não caber na vista, respirava com força como se quisesse guardar o ar em mim por horas, e até mesmo meu tesão aumentava, fazendo cada parte de mim doer de desejo. O pensamento do gosto metálico me deixava duro como na primeira vez que senti álcool na minha boca, bebendo uma dose de uma bebida qualquer em uma festa, me fazendo perder todo meu pudor, e fazendo coisas que nunca repeti na vida.

 

E então eu acordei.

xxx

Não foi brusco, nem barulhento, apenas como se eu tivesse acordado numa manhã de sábado que eu não tinha que estudar. Sentindo meus músculos preguiçosos como alguém que dormiu demais, por mais que ainda sentisse que conseguiria cortar uma placa de metal no meio.

— Ele acordou! Taeyong, ele acordou!

Procurei quem projetava a voz barulhenta que chamava por alguém, e achei o dono sendo um garoto magro e não tão alto, com um corte de cabelo que parecia que alguém tinha colocado uma tigela em sua cabeça. Seus olhos escuros olhavam diretamente para mim, como um caçador olhando para sua presa. Não consegui tirar a sensação que subiu minha espinha, como uma onda de eletricidade que berrava para que eu corresse, por mais que meus músculos estivessem travados.

— Pare com isso, Ten, você está o assustando! – quem falava agora era um rosto levemente familiar, porém da última vez em que o vi, seus cabelos prateados estavam com mais brilho e seus olhos agora negros eram órbitas verdes de uma cor até falsa.

— Você é muito chato, Tae! Eu só estou me divertindo com o novato, e em minha defesa, eu só o olhei, não fiz nada demais!

— Saía. – E o garoto de cabelo cumbuca saiu, sem questionar, sem revirar os olhos, sem nada.

Aquele era o líder, como eu suspeitei desde o momento que o vi. Estava sempre no centro, sempre fazendo os primeiros movimentos, sem que ninguém fizesse alguma coisa sem pedir a aprovação dele.

Lembrei-me das minhas aulas de estudos sociológicos, em que um certo dia nosso professor nos questionou sobre os dois tipos de líder: O que conquista por medo, usa dos outros, e acaba derrubado por seus inferiores; e o que é respeitado, o que luta com os outros, e o qual seus inferiores morreriam ao lado. O garoto dos cabelos cinzas definitivamente era o segundo.

— Meu nome é Lee Taeyong, fui eu quem te atacou aquele dia. Qual seu nome?

— Yut... Nakamoto Yuta.

Ele acenou com a cabeça em concordância, olhou pela janela, com os olhos direcionados ao céu, e disse:

— Vamos, você precisar beber.

E sem mais saiu, descendo uma escada que com a porta aberta vi na frente do quarto que eu estava. Ainda meio tonto das sensações novas por meu corpo, me levantei e caminhei tentando seguir o garoto, mesmo que eu estivesse sendo seguido por olhos de todos os cantos.

— Relaxa, novato... quer dizer, Yuta, certo?

Era o mesmo garoto de antes, com um sorriso descarado no rosto, sentado no corrimão da escada, me fazendo questionar como eu não tinha o visto antes.

— Sabe, alguns idiotas aqui estão assim, mas é mais medo da sua coragem, sabe? Não é muito comum alguém invadir um campo cheio de vampiros, espalhar cheiro de sangue e sair vivo. Ou melhor, morto-vivo.

— Como vocês chegaram aqui, então?

— Os outros eu não posso dizer, muitos são fechadões e consideram o dia da transformação como o dia de sua morte, acho que é porque muitos são cristãos ou algo do gênero. Mas eu estava doente, há mais ou menos uns cinquenta anos. Ainda morava na minha terra natal, a Tailândia, e minha família não sabia o que fazer comigo, já que nenhum médico conseguia me curar, então eles pediram aos espíritos malignos para que me salvassem, custe o que custasse, e os boatos do garoto morrendo chegaram aos ouvidos do Taeyong, que até morto sempre teve um coração muito quente. E bem, o resto você está passando.

Concordei com a cabeça, mas por dentro só tinha mais perguntas a fazer, mas antes que pudesse fazer qualquer uma delas senti os olhos de Taeyong nas minhas costas, como se fosse um novo sentido em mim.

— Vamos correr, Yuta.

Aqueles olhos gelados tornavam realmente muito difícil acreditar que ele guardasse um coração quente dentro de si.

xxx

Aquela sensação era maravilhosa. Correr desesperadamente por minutos e mais minutos, sentindo o vento gelado fazer meus ossos da face gelarem mais ainda. Não sentia o frio que estava, apenas uma brisa gelada e agradável para mim, e maravilhado com aquilo, corri mais rápido ainda, quase alcançando os fios prateados, por meio das árvores.

Como alguém que fica muito tempo longe de seu lar, correr daquele modo me fazia sentir-me em casa. Mas uma casa real, e não aquela de qual eu fugi.

xxx

Sempre me considerei feliz, enquanto estava nas sombras. Admirava meu pai mais que tudo que já tinha visto, e amava minha mãe mais do que ninguém. E nós éramos felizes, morando em Osaka, junto da minha irmã, dois anos mais nova que eu.

Até aquele dia.

Tinha dezenove anos na época. Eu tinha aula de dança, então voltava mais tarde de casa, sozinho, enquanto todos já me esperavam de luzes acesas, sentados na mesa do jantar. Mas naquele dia, não via a luz saindo por debaixo da porta.

Meu pai estava sentado no canto da parede da sala de jantar, com uma faca de açougueiro cortando seu crânio do meio dos seus olhos até sua nuca. Minha mãe chorava sem parar, abraçando alguém, que caia sem vida de seus braços.

xxx

— Yuta, preste atenção. Chegamos.

Taeyong me segurou pelo braço, quase o deslocando, me fazendo parar ao seu lado. Estávamos em um bairro movimentado, por já ser noite, provavelmente Hongdae, por mais que não reconhecesse o beco em que estávamos.

Percebi que estávamos altos, em cima de um telhado, e me perguntei em qual momento saímos do solo para andar por cima da cidade, mas não quis perguntar a Taeyong e deixar ele pensar que sou desligado, mesmo estando.

— Feche seus olhos, sinta o aroma do lugar e busque o que você quer. – Taeyong falava com frieza na voz, como sempre, mas como se estivesse acostumado demais a fazer aqui, seja caçar, ou ensinar os outros a caçar.

— Como eu vou saber o que eu quero?

— Você vai saber, Nakamoto.

Então comecei a seguir suas instruções, em busca de algo que nem sabia o que realmente era.

Fechei meus olhos, mas a luz de neon espalhadas pelos letreiros os quais estávamos próximos demais ainda deixavam tudo claro, entrando pelas minhas pálpebras. Respirei fundo, enchendo meus pulmões de ar frio e poluído e então, no meio de aromas fortes de molhos de soja e poluição eu encontrei.

Era um cheiro forte, mas doce e suave ao mesmo tempo, algo que excitava cada molécula do meu corpo, fazendo meus pelos se arrepiarem e um frio na minha barriga se formar, como se eu estivesse à frente de uma caída de uma montanha russa, pronto para ter uma explosão de adrenalina pelo meu corpo.

— Achei.

O garoto mais velho apenas concordou comigo, acenando com a cabeça para que eu corresse, apenas me dizendo para ser discreto com meus movimentos.

Eu segundos cheguei na área do cheiro, e entrei discretamente na rua, sendo apenas mais uma pessoa na multidão, em direção aquele aroma que eu estava fissurado.

Então eu o vi, entrando em um beco, alguns metros à frente. Extremamente magro e usando roupas de frio exageradamente bonitas e grandes. Bem como óculos que minha grande visão percebeu não terem lentes. Seu rosto era delicado, bem como sua expressão, como um garoto inocente.

Sem nada de arrependimento em mim, o segui, em busca do som de suas artérias bombeando sangue, que foram ficando mais e mais rápidas. Havia algo errado.

Entrei no beco a tempo de ver um homem na frente do garoto, com uma faca apontado para o mesmo, que estava com os braços para cima, em sinal de redenção, e a cabeça para o lado, em busca de fuga.

Atravessei o beco comprido em passos rápidos, segurando o homem que ameaçava minha presa pelo colarinho, e jogando-o contra a parte que fechava o local.

— Você, corra. – disse para o jovem, que de perto aparentava ter feições chinesas.

— Q-quem é você?

— Meu nome é Yuta. Agora vá!

— Obrigado. Sou... Sicheng. – Ele falou engolindo seco e correndo para se salvar.

Ao momento que Sicheng saiu do lugar, voltei a segurar o homem, que devia ser quase o dobro do meu tamanho, com facilidade pelo pescoço. Ele tentava gritar e se debater, e eu só o apertava e subia mais ele no ar, sem nem sentir seu peso na minha mão.

Joguei-o na parede e deixei meus instintos tomarem conta, virando um animal com meus caninos saltando dolorosamente para fora, desejando sangue, agora de qualquer de um, já que minha presa tinha fugido.

O sangue do homem acabou em nem um minuto, e não posso dizer que senti prazer em fazê-lo, apenas saciei a sede em mim.

Logo Taeyong chegou do meu lado, veloz, limpando a boca de uma linha vermelha que escorria do canto do seu lábio e com uma garota em seus ombros.

— Pegue o corpo, vamos jogá-lo na mata, não podemos deixá-lo a vista de todos.

Como sempre, apenas concordei com um aceno de cabeça e saímos correndo. Poder sentir o vento gelado me refrescando me acalmou, e ficou mais fácil de limpar minha mente.

Mesmo com os mais de oitenta quilos nas minhas costas corri sem problemas, rápido, mas conseguir acompanhar o ritmo de Taeyong, era com uma leve dificuldade.

Saímos de Hongdae e fomos cada vez mais em direção ao local afastado de onde saímos, agora prestando atenção no caminho em que passávamos, o máximo que eu conseguia, é claro.

xxx

Depois de depositar os corpos no meio de uma pequena floresta para deixá-los para os animais, voltamos para a grande casa de onde saímos.

Por mais que antiga ela fosse, era bonita, grande, de madeira, em sua maior parte, e escura, como se tivesse acabado de sair de um filme de terror.

Entramos e Taeyong me mostrou onde eu iria dormir, como se soubesse da repentina canseira que tinha tomado conta do meu corpo. Já no meu quarto, tomei um banho quente, e sentia-se como se pudesse dormir a qualquer momento, por um longo tempo, mesmo que há poucas horas sentia como se pudesse mover o mundo com as minhas próprias mãos.

— É normal, relaxa, japinha. É muito comum nós, vampiros, precisarmos dormir depois da nossa primeira caçada, é como nosso corpo se acostuma com os feitiços que vão transformando-nos aos poucos.

Ten estava sentado na minha cama quando eu saí do banheiro, olhando um livro qualquer, e me vendo sem resposta continuou:

— Taeyong me pediu para perguntar, você não tem família ou alguma coisa assim? Porque sabe, sede de sangue e vontade de secar corpos e outras coisas. Não é bem possível viver com os humanos, pelo menos não com facilidade. – Ele falava com gestos de dentes com seus dedos indicadores, e como se tudo fosse divertido para ele.

— Não, não tenho ninguém.

— Ih... Tudo bem então, bem e aí? Me fala como foi sua primeira vez.

E então contei-lhe tudo que tinha acontecido, sentindo que pudesse confiar no garoto do corte de cabelo tigela, como nunca tinha confiado em ninguém.

Ele escutou com interesse, como se fosse um psicanalista analisando todas as palavras que eu usava, me deixando tenso.

— Interessante... esse garoto, por que você não o atacou?

Dei de ombros e ele sem continuar a conversa, saiu do quarto, com um desinteresse repentino

Desisti de tentar entender o garoto, e cansado deitei na minha cama, mas antes de dormir um pensamento tomou conta de mim.

 

Sicheng. Nome bonito.


Notas Finais


e aí, o que tão achando? os cap devem ser assim daqui pra frente (2k palavras pra +) comentem gente quero feedbackssss


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