História Step Away From Me - Random

O celular tocou, eram quase 2 horas da manhã, “quem é que liga para alguém há essa hora? Drogados”, pensou Rachel.
 -Alô? – disse Rachel com a voz manhosa.
 -Rachel, ai meu Deus! Como é bom falar com você – disse uma voz bem conhecida para a garota sonolenta.
 -Quem é?
 -Barbara – logo Rachel lembrou-se da menina do caixa que trabalhava com Mags.
 -O que aconteceu, Barbara? Eu estava dormindo, e eu fico nada feliz quando me acordam.
 -Eu sei, é, sinto muitíssimo – Barbara estava tentando se controlar, mas foi uma tentativa em vão – é que a Mags está no hospital e eu realmente não sei o que fazer, então eu liguei para a primeira pessoa que veio a cabeça.
-Ok, em que hospital vocês estão? – disse Rachel sentando na cama e coçando a cabeça.
-São Marcos.
-Chego em 15 minutos.

(...)

           -Que bom que você chegou, Ray – disse Barbara se levantando e indo ao encontro de Rachel.
           -O que aconteceu com a Mags? – Rachel começou a caminhar ao lado de Barbara até o elevador.
           -Atropelaram ela, eu sei que não é lá essas coisas, mas pela idade dela foi o suficiente para parar aqui – Barbara apertou o botão do quinto andar.
           -Entendo. – ficaram alguns segundos constrangedores caladas até que o elevador apitou demonstrando que chegaram ao seu destino – quem a atropelou?
           -Um menino que eu ainda não sei o nome, mas que eu posso dizer que é muito agradável de se admirar – Barbara mordeu os lábios, o que fez Rachel revirar os olhos.
           -Barbara, por favor – Rachel não queria ficar brava com Barbara, ela estava na idade. Quando Rachel estava no primeiro ano do ensino médio, Barbara estava em seu glorioso terceiro ano resumido em droga, sexo, festas, etc... Se bem que a morena não podia dizer muita coisa, já que era igualzinha a mesma. Hoje em dia Barbara faz faculdade de medicina, e trabalha para pagar os estudos, ou seja, passou de a gostosona da escola para a menina do caixa de um café no centro da cidade.
           -Desculpa, não me culpe por achar garotos atraentes.
           -Você é ridícula.
           -Também te adoro, Ray. –As duas caminharam em silêncio até o fim do corredor, e entraram em um quarto azul bebê, com uns aparelhos, um sofá perto da porta e uma janela enorme que dava para ver as luzes dos prédios do Centro.           
           -Rachel Pierce, que bom que você veio – disse Mags com a voz fraca abrindo um enorme sorriso ao ver a garota parada na porta.
           -Mags! –Rachel tentou sorrir, sem muito sucesso caminhou até a senhora, ela deu um suspiro ao ver Mags conectada ao alguns aparelhos –Você quase me mata e susto!
           -Desculpe –ela deu uma risadinha –você devia estar dormindo.
           -Barbara me ligou e eu vim para cá –ela fez uma pausa –você está se sentindo bem?
           -Estou sim, querida –ela disse fechando os olhos –só preciso descansar um pouco.
                 
            Mags adormeceu em seguida e Barbara deu o cartão de Mags para Rachel pagar os exames que ela teve que fazer.
                 -Vim pagar os exames de Mags Johnson, quarto 16.
                 -Deixe-me conferir no sistema –a moça digitava algo no computador –desculpe, mas qual o nome da paciente?
                 -Mags Johnson –Rachel repetiu sem muita paciência.
                 -Os exames dela já foram pagos.
                 -Como assim? –A morena estava meio confusa, Barbara disse que havia ligado somente para ela, e havia lhe dado o cartão para pagar. Isso não fazia muito sentido. –Quem pagou os exames?
                 -Eu paguei. –Uma voz masculina veio de trás de si antes que a mulher pudesse respondê-la.
                 -E quem é você? –Rachel virou-se deparando com um menino moreno de cabelo bagunçado e barba por fazer.
                 -Zayn Malik, e você? –Ele disse estendo a mão.
                 -Alguém de mau humor –ela cruzou os braços ignorando o aperto de mãos –por que pagou os exames da Mags, ‘’Senhor  Malik’’? –Desenhou aspas com as mãos.
                 -Eu devia um favor pra ela.
                 -Por que você devia um favor para ela?
                 -Por que eu a atropelei –o garoto disse meio sem graça.
                 -Ah, então foi você? –Rachel disse dando um riso debochado e alterando o tom de voz.
                 -Desculpe, eu não a vi –ele disse tentando se explicar.
                 -Imagina se tivesse visto... –Rachel disse em tom baixo –Agora, se me da licença, preciso ver a Mags, a senhora que você atropelou.
                 -Ei, espera! Você nem me disse seu nome! –O garoto a puxou por um braço.
                 -Eu sei. –Ela sorriu, soltou-se dele e voltou a andar.

                 Rachel caminhava sem muita paciência pelo corredor, o garoto era atraente, mas era um idiota.
                 -Rachel? –Barbara a despertou de seus devaneios.
            -Pode ir pra casa, eu fico aqui com Mags.
            -Ah, pode deixar que eu fico, ainda estou de férias e você tem que estudar.
            -Sua mãe não se importa?
            -Minha mãe é uma vadia, não liga pra nada. –Rachel respondeu sem medir as palavras.
            -Não fale assim dela, sei que ela te ama.
            -Claro, como amava meu pai –a morena resmungou –Pode ir para casa, Barbara, eu fico aqui com Mags.
            -Tudo bem... –Barbara disse levantando do sofá onde estava sentada –Quando Mags acordar, diga que eu vou abrir o café para ela.
            -Tudo bem.

            Rachel acordou com um médico no quarto.
            -Rachel, querida! Você acordou! –Mags dizia sorridente.
                 -Oi Mags, como está se sentindo? –A morena esfregava os olhos.
                 -Melhor!
            -Ela é muito forte! –O médico sorria –Você é filha dela?
            -Oh, não, sou uma amiga –Rachel sorriu.
            -Ela mora com os filhos ou algum parente?
            -Mora sozinha.
            -E você é próxima dela?
            -Digamos que sim...
            -Então, você vai precisar ficar de olho nela, posso libera-la hoje, mas nada de esforço físico desnecessário.
            -Vai ser meio difícil faze-la ficar parada –Rachel e Mags riram.
            -Senhora Johnson, você vai precisar se comportar!
            -Tudo bem –Mags concordou, Rachel sabia que teria muito trabalho com ela.
            -Bem, você já pode ir para casa, mas trate de se comportar, hein!?
            -Obrigada, Doutor.
            -Cuide-se, Senhora Johnson! –O médico disse saindo pela porta do quarto.
           
            Rachel e Mags pegaram um táxi até o Café.
            -Ei, olha quem chegou! –Barbara dizia cheia de bandejas correndo de um lado para o outro.
            -Meu Deus! Deixa que eu te ajudo! –Rachel disse largando a bolsa e pegando um avental.
            -Obrigada! –Barbara disse dando um suspiro –Não consigo cuidar disso sozinha, parece que hoje resolveu lotar.
            -Mags? O que pensa que está fazendo? –Rachel falou vendo Mags pegar um avental.
            -Eu preciso trabalhar! –Ela resmungou.
            -Não, você precisa descansar, lembra do que o medico disse! Eu e Barbara tomamos conta do Café.
            Mags, muito contrariada sentou-se em uma mesa vazia e ficou nos observando trabalhar.
                  -Aqui está, suas panquecas e seu cappuccino –entreguei para uma mulher sentada na mesa 5.
                  -Ei, gatinha! –uma voz familiar chamou por Rachel.
                  -Jenn! –Rachel sorriu caminhando até ela.
                  -Desculpe por ontem, eu sei que você não gosta quando eu uso certas substâncias... –Jennifer disse sentando-se em uma mesa.
                  -Está tudo bem, Jenn.. –Rachel disse apoiando suas mãos na mesa.
                  -Mas, você está trabalhando aqui agora?
                  -Apenas dando uma mãozinha, vai querer pedir algo?
                  -Um bolinho com gotas de chocolate! E, Ray, hoje tem uma festa, vamos?
                  -Te ligo mais tarde, e já trago seu bolinho! –Rachel anotou em uma comanda e seguiu para a cozinha.
                 
                   -Rachel! –Mags chamou.
                  -Sim?
                  -Estou com um pouco de dor na perna direita, pode me levar para casa?
                  -Claro. –Rachel disse ajudando Mags a levantar-se e largando o avental em qualquer canto –Barbara, vou levar Mags para casa.
                  -Está tudo bem? –Barbara se aproximou preocupada.
                  -Só uma dorzinha na perna, querida, não se preocupe.
                  Mags morava no prédio ao lado, não seria difícil e nem demorado leva-la até ali.
                  
                 -Ei, precisa de ajuda? –Uma voz masculina veio de trás delas em passo rápidos.
                   -Oh, não pre... –Rachel parou no meio da frase ao ver quem era –OLHA SÓ! O GAROTO QUE ATROPELA SENHORAS!
                   -Garota sem nome! –Zayn, o garoto que havia atropelado Mags.
                   -Está querendo se redimir? Não precisamos de sua ajuda, a propósito, ela está com dor na perna por sua culpa –Rachel resmungou –idiota.
                   -Rachel, não seja grosseira! –Mags a repreendeu ainda apoiada nela –O garoto não teve culpa, eu deveria ter olhado para os lados.
                   -Esta tudo bem com a senhora? –Zayn dizia com um ar preocupado.
                   -Apenas uma dorzinha.
                   -Desculpe!
                   -Tudo bem, querido.
                   -Agora, se nos dá licença... –Rachel disse sem paciência voltando a andar com Mags.
                   -Tem certeza que não precisam de ajuda?
                   -Tchauzinho! –A morena bufou.
                   -Rachel! –Mags a repreendeu novamente.
                   -Desculpe, Mags, mas aquele garoto me irrita.
                   Entraram no apartamento e Rachel ajudou Mags a deitar-se em sua cama.
                   -Precisa de alguma coisa?
                   -Não, tudo bem, Rachel! Obrigada.
                   -Então vou voltar para o Café. –Rachel disse caminhando em direção a porta.
                   -Rachel! –Mags a chamou e a morena voltou em sua direção.
                   -Sim?
                   -Não pegue pesado com o garoto...
                   -Mas nem pretendo vê-lo novamente!
                   -Tudo bem, mas se o vir...
                   -Tá! –Rachel levantou as mãos em sinal de rendição.

                   Rachel ajudou Barbara no Café e foi para casa. Lembrou-se da festa que Jennifer havia comentado com ela mais cedo e ligou para a amiga perguntando onde seria.
                   Rachel encarava seu reflexo no espelho, ela tinha ‘’brigas’’ constantes com ele, nunca sentiu-se contente consigo mesma.
                   -Aonde vai? –Sua mãe perguntou enquanto ela descia as escadas.
                   –Sair –Rachel passou por ela sem dar importância.
                   A morena tinha uma certa rivalidade com a mãe depois de um certo ocorrido.
                  
.
                ‘’   -Mamãe? –A pequena Rachel subia as escadas correndo para o quarto de sua mãe.
                   -Chegamos, querida! –Seu pai subia logo atrás.
                   A pequena Rachel parou em frente a porta com lágrimas nos olhos.
                   -O que está acontecendo aqui, Katie? –Seu pai em frente a porta do quarto largou sua maleta de trabalho no chão e ficou sem reação.
                   -Eu posso explicar, Carlos! –A mãe enrolava-se em um lençol.
                   -Mamãe? Quem é esse homem?  –Rachel chorava.
                   -Querida, não é nada disso!
                   -Você me da nojo, Katie! –O pai falava com total desgosto e Rachel correu para seu quarto e trancou-se lá.
                   Ficou ouvindo os gritos do pai e da mãe vindos do outro quarto e em seguida os passos furiosos do pai descendo as escadas e a mãe pedindo que ele ficasse. Nesse momento, Rachel saiu correndo do quarto atrás do pai.
                   -Papai? –Rachel abraçou-se nele, chorando. –Você vai nos deixar?
                   -Desculpe, Rachel... Papai te ama, esta bem? –Ele deu um beijo em sua testa e a largou no chão, seguindo para seu carro.
                   -Papai, não! Por favor! –Rachel correu atrás do carro do pai até a esquina de casa, quando não teve mais forças e sentou-se no chão chorando.
                   -Rachel, filha, vamos entrar... –A mãe a chamava.
                   -Eu te odeio! Eu perdi meu pai e a culpa é sua! –Rachel gritou com a mãe e saiu andando.
                   -Rachel, volte aqui! Você só tem seis anos, deve me obedecer!
                   -E você não deveria mentir para meu pai! –A menininha gritou e correu o máximo que pode. Parou em um parque da cidade, quando uma senhora a encontrou e lhe levou a um café. Disse que chamava Mags.’’

                  
                   -Ei, você veio mesmo, Ray! –Jennifer estava sorridente e com um vestido considerado muito curto.
                   -Claro –Rachel sorriu sem sucesso, não estava feliz por estar ali, mas tentaria se divertir. Se bem que esse era o problema, se divertir.
                   Rachel e Jennifer entraram na boate, elas tinham 17 anos, mas eram amigas do segurança então tinham ‘’passe-livre’’.
                   -Rachel, princesa, você veio! –Mike aproximou-se dela, estava bêbado já.
                   -Cai fora, Mike! –Rachel o empurrou.
                   -Ei, calma! –Ele deu um sorriso divertido.
                   –Oi, amor! –Jennifer aproximou-se dele e o beijou, mas mesmo assim ele continuou encarando Rachel.
                   Rachel tentou não beber muito, afinal, na última festa ela havia feito burrada... Na verdade, ela sempre acabava fazendo burrada.
                   Depois de algumas horas ela resolveu ir embora, Jennifer já estava começando a ser dopada pelo Mike, e ela não ficaria ali para assistir. Convidou Jennifer para ir embora, mas a amiga recusou dizendo que iria para a casa do namorado depois. Que duvida.
                   Rachel saiu distraída da boate, e só algum tempo depois percebeu que estava sendo seguida. Toda pessoa sensata iria continuar andando, e até mesmo correr para um lugar mais movimentado do que aquele estava no momento, mas ela era a Rachel, e sendo assim parou de andar e virou-se para ver quem a seguia.
                   -Mike?
                   -Ei, princesa!
                   -O que você quer? Não deveria estar lá dopando minha melhor amiga?
                   -Tem coisa melhor aqui fora... –Mike começou a se aproximar demais,  o que causou um medo repentino em Rachel.
                   -Mike, sai! Você ta muito bêbado. –Sua tentativa de se afastar falhou, ele a puxou mais para perto.
                   –Ah, qual é princesa. Vai dizer que você não quer?
                   -SAI, MIKE, ME LARGA! –Nesse ponto Rachel já se debatia.
                   –Shhhh! Fala baixo, vem cá, vem. –Mike tentava beija-la.
                   -Ei, solta a garota, idota! –Uma voz familiar disse.
                   -Quem você pensa que é? –Mike empurrou Rachel e foi em direção ao garoto.
                   -Só deixa a garota em paz! –O garoto se aproximou mais, pela falta de iluminação Rachel não conseguira distinguir quem era, mas a voz era familiar.
                   -Você não deveria ter me irritado! Eu vou te dar uns socos pra você aprender!
                   -Cara, você ta bêbado demais, não vou brigar com você.
                   -Aé? –Mike tentou dar um soco no garoto, mas ele foi mais rápido abaixando-se e dando um soco em sua barriga.
                   Mike estava deitado no chão, bêbado e dolorido. O garoto aproximou-se de Rachel, só então ela pode ver quem era.
                   -Você? –Rachel disse um pouco incrédula.
                   -Ei, Garota sem nome! –Ele riu, mas em seguida abandonou o riso e ficou com um ar preocupado –Está tudo bem?
                   -Está, obrigada... Zayn, certo?  –Rachel disse sem jeito.
                   -Isso, agora vem, vamos sair daqui antes que o carinha resolva levantar.
                   Depois de caminhar uma quadra, Rachel parou de andar.
                   -Espera, a única coisa que sei de você é que atropelou a Mags, como posso confiar em você?
                   -Eu acabei de te tirar do perto do tarado, está bom para você?
                   -Ele não era um tarado, era o namorado da minha melhor amiga que estava bêbado.
                   -Tudo bem, desculpe, na próxima vez deixo ele te agarrar...
                   -Desculpe, é que...
                   -Você não gosta de mim, eu sei.
                   -Por que está sendo legal comigo?
                   -Por que eu não seria?
                   Eles continuaram andando e Zayn resolveu quebrar o silêncio.
                   -Você deve estar com frio –Ele disse tirando seu casaco e colocando em Rachel.
                   -Não, está tudo bem eu não est... –Zayn a interrompeu.
                   -Está sim.
                   -Sério, minha casa é logo ali.
                   -Tudo bem, então cuide-se, Garota sem nome. –Ele disse começando a andar para o lado oposto.
                   -Espera! E o seu casaco?
                   -Parece que vamos ter que nos esbarrar de novo para você me devolve-lo! -Ele disse rindo.