História Step Brothers - Eight

HimChan's pov

Abri preguiçosamente os meus olhos, me espantando com tamanha barulheira vinda da sala. Olhei para o relógio ao lado da minha cama e neste marcava nove e quarenta e cinco. Me espreguicei, ainda deitado, e bocejei antes de me desvencilhar do braço e da perna de JongUp, que estavam sobre o meu corpo. Tentei não acordar o mais novo e me sentei na cama antes de me levantar e caminhar em direção à porta.

Ao sair no corredor, a falação pareceu ficar mais alta. Haviam vozes que me eram familiares e outras que eu nunca ouvi em minha vida. Tentei ignora-las e, ainda meio sonolento, entrei no banheiro a fim de fazer a minha higiene matinal. Assim que terminei de escovar os meus dentes e lavar o meu rosto para finalmente despertar, ouvi uma voz feminina perguntar por mim.

Revirei os meus olhos e, ao sair do banheiro, acabei por dar de cara com uma amiga da minha mãe.

–Ah! Olha quem está aqui! –eu tentava ao máximo parecer educado lançando-lhe o meu melhor sorriso, mas, assim que aqueles braços avançaram sobre mim, me agarrando pelo pescoço, não pude evitar e acabei por fazer uma careta. –E como está o nosso pequeno Channie?

Pequeno quem? Cara, se eu pudesse eu realmente lhe mostraria quem é o "pequeno Channie"...

–Beem, obrigado! –disse entre os dentes enquanto tentava me afastar dela.

–Ai, meu Deus... Hana, como esse menino cresceu! –ela bagunçou o meu cabelo e apertou as minhas bochechas antes de me dar um sorriso e voltar para a sala, ainda comentando em voz alta sobre o quão bonito eu estava.

–Aish. –bufei e revirei os olhos mais uma vez. –JongUp poderia acordar logo também, não é?! Ao menos elas parariam de ficar me apertando e iriam para cima do mais novo, me deixando em paz! –ri baixo sobre o que acabara de dizer e logo segui para a sala, apenas fazendo o caminho até a cozinha.

–HimChannie! –minha vó se levantou do sofá quase que em um pulo ao me avistar adentrando a sala. Seus braços se abriram esperando pelo meu abraço e eu, preguiçosamente, caminhei em sua direção.

–Halmoni-ah~ –fiz voz manhosa ao abraça-la, vendo a minha mãe sorrir contente com o que via.

–Você cresceu, criança! –minha vó disse enquanto me apertava.

–Halmoni, não é a senhora quem está diminuindo? –perguntei soltando uma risadinha por fim.

–Yah, HimChannie! –minha mãe me repreendeu pelo meu comentário e fez cara de brava.

–Deixe, Hana. É só brincadeira do meu netinho travesso, não é HimChan?! –minha vó respondeu a minha mãe enquanto me soltava.

–Claro, halmoni! A senhora sabe que eu a amo. –lancei um doce sorriso para a minha vó e, mais uma vez, tive meu cabelo bagunçado.

–Ah sim... HimChannie, esta é a mãe do Bang. A senhora Bang YangMi! –minha mãe me puxou pelos ombros e me colocou a frente da tal senhora. Uma senhora de cabelo curto e negro, com um sorriso afetuoso e olhos como pequenas crescentes. Comprimentei-a com uma breve reverência e me apresentei.

–Annyeong haseyo! Sou Kim HimChan, filho da Hana. É um prazer conhecê-la. –fiz mais uma reverência por fim e a anciã, ainda sorrindo, pôs uma das mãos no meu ombro.

–Você é tão educado quanto meu filho me disse que era! –voltei a encara-la e sorri envergonhado. Ela conseguiu me deixar sem jeito...

–Ah~ –cocei a minha nuca e senti o meu rosto esquentar um pouco. O ajusshi mesmo falando pouco comigo, me acha uma pessoa educada?! Meu Deus! Ainda bem que ele não lê pensamentos...

–Seu filho é bonito, Hana! –a senhora disse ao se virar para a minha mãe.

–YongGuk também é bonito, senhora Bang! –minha mãe retrucou.

Ela poderia ao menos ter dito um "obrigada, eu sei que meu filho é lindo!"... Mas não, tinha que elogiar o filho do noivo dela... Aish!

Yah, HimChannie... Você está com ciúmes?

Aigo~ por que diabos estou discutindo comigo mesmo?! Yah, consciência, fique quieta, sim?!

–Hana-ah, você e o Bang podiam ter um filho juntos, não acha?! –uma amiga da minha mãe ~não a que havia me abraçado... uma palpiteira!~ se aproximou e se intrometeu na conversa.

–Omo! Seria tão lindo. –uma moça, que eu não faço ideia de quem seja, disse quase que explodindo em fofura de tanto que seus olhos brilhavam.

–Verdade. Seu filho é lindo, o filho do Bang também é lindo... Imagina se vocês tivessem um? –agora todas elas resolveram se meter. Ash~

–Kyaaa~ –as moças disseram em uníssono enquanto a minha vó e a senhora Bang apenas riam.

–Ah, por favor... –murmurei revirando os olhos e fui para a cozinha. –Quanta melação... –falei sozinho enquanto pegava o café sobre o balcão. –Mimimimimi... –murmurei fazendo caretas ainda de costas para a sala. –AH! Você me assustou! –dei um leve pulo e levei a minha mão livre ao peito ao me virar e dar de cara com a filha de uma das amigas da minha mãe.

–Oppa, você fica tão bonito com o cabelo bagunçado! –a garota sorriu ficando com as bochechas rosadas.

–Você não tinha que estar lá na sala? Hum? –fiz cara de desdém para a garota e arrumei o meu cabelo assim que coloquei o café sobre a mesa. Dei as costas a garota e peguei uma caneca no armário sobre a pia.

–Any. Eu não preciso! –revirei meus olhos ao ouvir a resposta e bufei apertando um pouco a caneca.

–Tudo bem. –disse entre os dentes antes de voltar a me virar para a garota. –Então divirta-se! –respondi indiferente e despejei o café na caneca.

A garota se sentou em uma das banquetas da bancada e fez bico, inflando as bochechas, ainda me encarando. Seus cabelos presos em maria chiquinhas balançavam junto ao seu corpo enquanto ela balançava as pernas fazendo birra.

–Yah, oppa gosta tanto assim de café? –a garota perguntou assim que eu virei a caneca a fim de tomar o meu café.

–Sim! –respondi indiferente. –Pirralha, me faz um favor? –ela se levantou em um pulo e se aproximou rapidamente de mim. –Vá até o meu quarto e pule sobre a minha cama? –a garota fez cara de dúvida.

–Oppa, você está bem? –tentou tocar na minha testa enquanto falava.

–Aish. Estou ótimo. Agora vá! Pule pra valer, mesmo que tenha alguém lá. –as últimas palavras saíram como um sussurro, mas a garota, mesmo intrigada com o meu pedido, foi para o meu quarto.

Agora sim o JongUp vai acordar.

Voltei a tomar o meu café e me sentei sorrindo enquanto esperava pelos gritos de alguém. Ou a Sun gritaria ao ver JongUp dormindo lá, ou ele gritaria com o susto da garota pulando ao seu lado. Mas, para a minha surpresa, nenhum som foi feito e Sun logo voltou mordendo a ponta da unha do polegar.

–Oppa, tem gente dormindo lá. –santa lerdeza... Sun era uma garota boa de mais para acordar a bela adormecida. Bebi todo o meu café em um único virar da caneca e respirei fundo.

–Sun, foi justamente para acorda-lo que eu te mandei ir lá.

–Haa~ –ela exclamou.

–Haa~ –a imitei mostrando a língua. –Dã! –revirei os olhos, vendo-a fazer uma careta logo em seguida.

–Oppa, é seu amigo... Acorde-o você! –a mais nova cruzou os braços franzindo o cenho.

–Mas o seu oppa te pediu um favor... Vai lá, Sunnie, por favor! –fiz bico e apelei chamando-a de uma forma melosa.

–Sunnie?! –ela sorriu descruzando os braços. –Seu trapaceiro! –tentou forçar um bico, mas sorriu. –Está bem, eu vou. –deu-me as costas e saiu andando em direção ao meu quarto.

Choi SunKyon tem dezessete anos, mas age, se veste, anda e fala como uma criança de oito anos. Pelas nossas mães serem muito próximas, Sun e eu convivemos muito desde pequenos. Ela também tem uma péssima mania de me chamar de "oppa" desde que nos conhecemos. A única coisa boa em ela gostar de mim é que sempre que quero algo, com ela eu consigo tudo! Além de mim, SunKyon também ama perturbar o irmão mais novo dela, JunHong.

–AH, SOCORRO HYUNG! –a voz de JongUp ecoou pela casa, me fazendo rir ao ver todas aquelas mulheres se assustando e a Sun correndo de volta para a cozinha.

–Querido, o que aconteceu com o JongUppie? –minha mãe perguntou me encarando da sala e eu apenas dei de ombros, como se não soubesse de nada.

–Choi SunKyon, o que você fez, hein?! –a mãe da garota a repreendeu com as mãos na cintura, fazendo cara de brava.

–ESSA GAROTA LOUCA PULOU EM CIMA DE MIM! –JongUp logo apareceu na sala, apontando para Sun, que tentava se esconder em um canto.

Ao assistir tal cena, segurei o riso e andei até parar ao lado da garota.

–Sunnie, que feio... Não pode agir dessa forma! –fiz cara de bravo para a garota, que me fuzilou com o olhar.

–Oppa~ –fez voz manhosa, ainda me encarando furiosa, e me deu um empurrão no braço.

–Choi-Sun-Kyon. –a senhora Choi disse o nome da garota pausadamente. Confesso que me senti culpado por ela tomar uma bronca, mas... Fazer o que, neah?! É a vida.

–Omma... –Sun fez bico para a sua mãe, recebendo o olhar de reprovação da mesma.

–JongUp, vá tomar o seu café da manhã, sim?! –minha mãe se aproximou do mais novo e o guiou pelos ombros até a cozinha.

–Ajumma, mianhae... –JongUp fez voz manhosa para falar com a minha mãe, recebendo um carinho no topo da sua cabeça e um sorriso da mesma.

–Está tudo bem! –mamãe sussurrou e voltou para a sala nos deixando para trás.

–Bom dia, bela adormecida! –sorri cínico para o mais novo.

–Foi você quem a mandou lá, não foi? –o moreno franziu o cenho e entortou um pouco a boca.

–Oppa mau! –Sun voltou para a cozinha com os braços cruzados, me encarando séria. –Me mandou ir lá de proposito... –fez bico.

Que crianças espertas...

–A culpa é sua por vir atrás de mim! –a encarei levantando as sobrancelhas como se eu estivesse com a razão.

–Yah noona-nim, não o obedeça mais... HimChan-hyung é mal e não ama ninguém além de si mesmo! –JongUp fez careta ao me encarar.

–Nunca ouviram falar em amor próprio?! –fiz cara de cínico e os dois reviraram os olhos. –JongUppie-yah, tome logo o seu café da manhã e vamos para a sua casa.

–Fazer o que lá? –o mais novo me perguntou arqueando as sobrancelhas.

–Por que não ficam aqui? –Sun perguntou me encarando com cara de dúvida.

–Porque minha mãe disse que isso aqui não é coisa para homens, e eu não quero ficar aqui. –respondi dando as costas para os dois e coloquei a minha caneca sobre a pia.

–Haa~ então vamos logo! –JongUp se levantou rapidamente, esquecendo-se completamente do seu café, e se aproximou da onde eu estava, parando ao meu lado.

–Mas... Mas... Vocês vão agora? –Sun fez bico também se levantando e se aproximando rapidamente. –Posso ir com vocês?

–Não! –respondi, vendo a garota abaixar a cabeça logo em seguida. –Sun, JongUp e eu precisamos ter uma conversa meio particular... Mianhae, donggie. –ela simplesmente suspirou e assentiu com a cabeça, evitando olhar em minha direção.

Eu não conseguia vê-la daquele jeito... De alguma forma aquela garota me fez sentir um pouco de remorso. Me aproximei dela e dei um beijo no topo da sua cabeça, vendo JongUp me olhar de forma estranha.

–Hyung, vamos?! –JongUp se aproximou novamente e me puxou pela manga da minha camisa.

–Vamos, vamos, vamos... –saímos rapidamente da minha casa, sem nos despedirmos de qualquer um ou pegar qualquer coisa.

Só espero que minha mãe não vá atrás de nós...