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História STIGMA - taekook - - Broken promises


Escrita por: skyemoonboo

Notas do Autor


Oiee! Queria avisar que minha palavra não vale nada e vou atualizar a fic durante a semana sim HAHA (o comeback tá chegando e eu não queria pausar a fic em um momento tão... sem taekook)
Gente do céu, obrigada por cada visualização e comentário. Eu vejo tudo e fico igual uma idiota e venho correndo escrever.
De qualquer forma, to morrendo pra desenvolver logo essa história aaaaa espero que esteja ficando bom e que não percam o interesse!!

Boa leituraaa!

Capítulo 18 - Broken promises


Fanfic / Fanfiction STIGMA - taekook - - Broken promises

 

DEZEMBRO

 

Sempre me surpreendia como só refletíamos certas atitudes nossas quando assistíamos alguém agir igual, percebendo todos os danos que eram causados do lado de fora. Há alguns meses, quando havia decidido ir embora sem me despedir de meus amigos e sem dar satisfações, tinha plena certeza de estar tomando a decisão mais importante da minha vida. Estava certo de que era a coisa certa.

Andando pelos corredores do bloco feminino, recebendo olhares desconfiados, curiosos e cochichos por todos os cantos, me fazia perceber o quanto as pequenas atitudes reverberavam nas vidas alheias. Não teria como imaginar o sentimento dos que ficaram ao me ver partir, tampouco suas reações ao me ver voltar. Mas, naquela tarde, assistindo por outra perspectiva uma mesma história se repetir me fazia refletir sobre minhas próprias tolices.

Adentrei o quarto de Eunjin com calma e sigilo, encontrando a garota deitada no chão, ouvindo música, sozinha como de costume. Ela percebeu de imediato minha presença, exibindo um sorriso e um olhar de conformidade pra que eu me aproximasse.

- Jinnie – depositei um beijo na sua cabeça, que permanecia deitada ao chão. Ainda não havia me acostumado com o fato de que aquela era a mesma criança que eu recebi há um tempo atrás, pois agora parecia crescer descontroladamente e seus aspectos físicos já se assemelhavam cada vez mais ao de uma adolescente. Seus cabelos castanhos já haviam crescido e estavam sempre presos em uma bagunça estilosa.

- Você mais uma vez – ela riu, negando com a cabeça.

- Eu não posso mais te visitar, é isso?

- Claro que pode, Jungkookie. Só é estranho porque essa é a sua quinta visita. Em cinco dias... – ela debochou e eu sorri acanhado.

- Ok, talvez eu esteja tentando compensar por ter sido um idiota—

- É, você foi um idiota. E é bom me compensar muito por isso – a menor esticou um dos pés descalços pra perto do meu rosto, me fazendo esquivar e rir com a perturbação.

- Ok! Eu vou compensar... acho que você ainda não entendeu o quanto me arrependi por ter ido embora e te deixado sozinha.

- Enquanto eu estava no castigo – ela completou, provocando.

- É, enquanto você estava no castigo.

- Depois de o meu irmão ter ido embora também...

- Eunjin! Para de me provocar!

A menor gargalhou alto, parecendo muito mais se divertir com a situação que deveria deixá-la magoada e desconfiada de todos. Seu otimismo repentino e o jeito com que ela se conformava com tudo ao seu redor me lembravam muito o seu irmão, e esse pequeno lapso de lembrança fazia meu coração se apertar em saudade.

- Você sabe que eu não to com raiva de você, Jungkook. Nem de ninguém. Para de se preocupar tanto.

- Eu só achei que talvez essa semana estivesse sendo difícil pra você e queria que lembrasse que eu estou aqui... sabe, de novo.

Ela reagiu instantaneamente às minhas palavras e abraçou as pernas, demonstrando uma posição defensiva, mas nada agressiva. Não podia imaginar o que era pra Eunjin, tão nova, ter perdido todas as pessoas que lhe cativaram em um espaço de tempo tão curto, de formas tão repentinas e bruscas, deixando-a pra que cuidasse de si própria quando ela mesma não estava pronta pra fazê-lo. Aquela semana deveria ter sido a gota d’água, eu imaginava.

- Você não tem que me consolar porque ela foi embora, sabia? – ela disse, em tom baixo e sem a mesma brincadeira de antes.

- Eu não quero te consolar, só quero que saiba que não está sozinha como pensa.

- Sabe de uma coisa? Eu nunca imaginei perder meus pais em um desastre, parecia coisa de filme, mas eu perdi. Nunca imaginei que meu irmão iria embora sem mim, mas, veja só, ele foi. Também não imaginava que Yoona um dia iria embora de vez daqui, mas, adivinha?! Ela também foi. Mas eu não culpo nenhum deles. Meus pais não escolheram morrer, meu irmão queria uma família e agora a tem, e Yoona, bom... ela tinha assuntos pessoais pra serem resolvidos e agora ela teve sua chance. Eu estou sozinha, Jungkookie, mas, por mim, tudo bem.

- Você já tem 13 anos, Eunjin. Não precisa ser forte sempre. Eu sei que você adora ser independente e que está criando uma fama bem parecida com a da sua Big Sister por aqui – ri com tristeza, vendo os olhos dela se marejarem levemente em resposta – mas não tem problema em se deixar derrubar um pouco e permitir que alguém te carregue de volta. Isso não faz de você uma garota menos durona e respeitável.

A mais nova forçou os músculos da face o quanto pôde pra evitar que as lágrimas caíssem, mas não conseguiu conter. Eu já conhecia Eunjin o suficiente pra saber que ela detestava demonstrar suas fraquezas, pois não gostaria que soubessem o quanto era vulnerável. Não era extrovertida por ser destemida, mas sim porque temia tanto o mundo que preferia assustá-lo logo de cara, para que todos tivessem receio de machucá-la. E era de se admirar que uma garota tão nova tivesse uma personalidade tão intrigante e madura.

Ela se permitiu aconchegar no meu ombro e abaixou suas defesas pela primeira vez em muito tempo. Não a via tão vulnerável desde que era bem pequena e havia acabado de chegar, quando seus medos ainda eram as colegas de quarto bullies. Agora, seu maior medo era estar sozinha no mundo e eu, solitário como havia sido a vida inteira, a compreendia muito bem.

Hoje é aniversário dele – ela sussurrou contra mim, com receio na voz.

- Eu sei – respondi de imediato, quase atropelando sua fala com a minha. E eu, de fato, sabia muito bem. Sabia há dias, sempre que temia a chegada do seu aniversário de novo. Sabia quando havia acordado naquela manhã e chorado por uma hora inteira por ter sonhado com ele. Sabia perfeitamente em todos os momentos que já havia lembrado do seu jeito esquisito e seu sorriso retangular naquele dia. Sabia com plena certeza todas as vezes que meu coração se apertava com a lembrança dele.

Onde quer que estivesse, ele agora estaria vivendo seu dia favorito do ano. Esperava que fosse cercado de parabéns aonde quer que estudasse, que fosse requisitado pelos amigos que devia ter feito, que fosse a prioridade no dia de alguém lá fora, além de ele mesmo, como ele tanto gostaria. E eu lutava comigo mesmo pra que ele não se tornasse a prioridade do meu dia, pois não saberia suportar. Mas não venci contra mim.

Saí do quarto já beirando a noite, deixando a mais nova com seus próprios pensamentos no dormitório. Não foi preciso dar um passo sequer adiante no corredor pra que visse o que não gostaria. Hoseok tinha um dos braços encostado na parede e o rosto bem próximo de uma ruiva. Ela parecia adorar a atenção e ele não demonstrava ouvir o que ela dizia, aparentemente conseguindo o que queria quando os dois adentraram o quarto ao lado.

Quando Taehyung foi embora, tive a chance de ter uma breve despedida e de memorizar seus traços. Hobi, infelizmente, não teve a mesma sorte. Yoona partiu durante a noite, sem sobreaviso e sem deixar rastros, como se ela nunca tivesse existido ali. Ninguém a viu, ninguém sabia o porquê e ninguém imaginava que a forma de Hoseok lidar com a situação seria ficar com a primeira garota que aparecesse. Mas era o que ele vinha fazendo ao longo da semana, e me doía presenciar.

Tentei afastar os pensamentos nebulosos, quando fui invadido pela lembrança de Taehyung pela milésima vez naquele dia. A noite já havia chegado e dentro de poucas horas o dia acabaria. Eu só queria ter seus pensamentos de novo. Queria saber o que ele tinha a dizer como se fosse a primeira vez e, por mais que eu estivesse lutando pra não fazer aquilo nos últimos meses, eu sabia muito bem como consegui-lo.

 

[...]

 

Me esgueirei em um canto do banheiro do segundo andar com o pequeno caderno em mãos. Não esperava vê-lo novamente, mas era reconfortante saber que ele ainda estava aonde eu havia deixado. Foram necessárias habilidades ninjas desumanas pra entrar no meu antigo dormitório e revirar o colchão atrás do diário que, pra minha sorte, ainda estava intacto.

Folheei-o por um momento, vendo de relance frases que já havia lido e procurando de onde deveria retomar a leitura. Não sabia se estava realmente pronto pra enxurrada de sentimentos que me tomava sempre que eu lia os pensamentos dele, mas algo dentro de mim gritava por aquele conforto há meses e eu resolvi ceder só por uma noite.

 

“Querido diário, estou em conflito. Algo muito estranho aconteceu essa semana. A Irmã Jungah me procurou e me encheu de promessas. Eu não gosto muito de promessas de adultos, mas preciso sempre pensar no que é melhor pra Eunjin. Sou criança igual a ela, mas como irmão mais velho preciso dar um jeito pra que ela viva uma vida boa.

A Irmã disse que tem uma lista de famílias que gostariam de adotar crianças na nossa faixa etária e bastava algumas ligações pra que ela os convencesse a adotar os dois irmãos juntos. Eu sinto falta de ter pais, pois amava tanto os nossos, e Eunjin corre perigo aqui dentro, morando sozinha no outro bloco.

Ela me garantiu que crianças acima dos 14 anos provavelmente nunca serão adotadas e isso me fez pensar nos meus amigos. Yoongi logo terá 15, Jungkook e Hobi 14 e ficarão aqui pra sempre. Me dá vontade de chorar só de imaginar que eles nunca souberam o que é uma família. Não gostaria que Eunjin esquecesse o que é ter uma.

A Irmã afirmou que tem pressa pra que sejamos adotados e prometeu que iremos juntos, então, somente por isso, eu aceitei. Não sei qual vai ser a reação do Jungkook quando ele souber disso, mas espero que ele entenda que fiz tudo pela minha irmãzinha. Ela merece uma vida fora daqui e é impossível eu viver feliz sem ela.

Não sei se confiar na Irmã é uma boa ideia, mas é minha única opção de levar a vida que eu quero e que minha pequena precisa. Jungkookie não confia nela e sempre pede pra que eu não confie também. A própria Hyunah já me contou uma vez que era ameaçada a fazer as vontades da Irmã mais velha pra não ser mandada de volta ao convento da cidade, que era bem mais rígido do que o orfanato. Ela parece ter mais medo da Jungah do que transparece no dia a dia.

Mas é nessa parte que entra meu conflito... não sei em quem confiar, mas eu quero viver lá fora, quero muito uma vida normal. Sinto falta da escola, dos meus hobbies, de ter meu quarto e ter liberdade. Eu amo a vida. Quero crescer como um adolescente normal, ter amigos e inimigos, ir pra festas, me preocupar com a faculdade e com um futuro realista, reclamar dos professores e me apaixonar sem medo. Isso é o que eu mais quero...”

 

Por um longo momento, meus pensamentos foram vazios. Apenas encarei o piso de lajota azul escura, notei o calor que fazia ali dentro e como o suor começava a se formar na minha testa. Observei a torneira que não parava de pingar em um ritmo constante e o barulho hipnotizador que ela provocava. Busquei qualquer coisa ao meu redor que me permitisse evitar de pensar naquele momento, mas não tive sucesso por muito tempo.

Taehyung acreditou que seria adotado com a irmã mais nova. Mais do que isso, ele só havia aceitado a adoção porque acreditou que estava dando um futuro melhor pra ela, e satisfazendo seu desejo infinito de protegê-la e dar a ela uma vida considerada normal. Ele foi ludibriado com falsas promessas e precisou partir sem ela. Esse breve e doloroso pensamento fez eu me odiar mais ainda, por pensar que tive coragem de deixá-la pra trás na minha busca egoísta, quando o que eu deveria fazer era ficar do seu lado como o próprio irmão não pôde. Certamente, aonde ele estivesse, esperava que eu cumprisse o papel de cuidar dela agora. Se eu pelo menos tivesse lido aquela página antes...

Esse tipo de conclusão era muito perigosa. A maior parte de mim gritava em arrependimento e queria que eu nunca mais perdesse Eunjin de vista, pois agora eu era tudo o que ela tinha, principalmente depois da partida de Yoona. Por outro lado, imaginava a dor de seu irmão ao precisar viver do lado de fora, sem notícias dela e provavelmente se culpando pelas próprias atitudes.

Por fim, era impossível ignorar suas últimas palavras daquele dia. Ele também queria viver uma vida normal. Queria ser livre, frequentar os locais que todos frequentavam, se apaixonar... por quem quer que fosse. E esse alguém não poderia ser eu. Eu vivia no orfanato e a minha vida era ali e, naquele momento, mais do que nunca, eu tive a plena certeza de que era a hora de seguir em frente, pois Taehyung havia ganhado a vida que sonhou.

A julgar pela aparência do seu novo endereço, certamente vivia em um palácio, talvez até melhor do que a casa de seus pais. Ali faria amigos talentosos como ele, com futuros promissores como o dele e talvez levasse uma paixão normal igual às que ele via nos filmes. Talvez ele agora tivesse a chance de virar o cara que dançava tango e fazia todas as mulheres o desejarem. E eu, da forma que o amava com tanta sinceridade, não seria capaz de tirar isso dele.

As luzes se apagaram.

Fechei o caderno novamente e tracei meu caminho para o dormitório, em silêncio. Meio desnorteado, apenas seguindo o movimento que minhas pernas me permitiam. Um momento súbito de clareza tomava a minha mente e eu parecia convencido de como devia agir. Tudo estava se encaixando em seus devidos lugares e era minha hora de fazer o mesmo.

Adentrando o quarto, enfiei o caderno debaixo do meu colchão e me dirigi para a cama ao lado. Eu sabia que ele estava ali, dormindo encolhido como de costume, com seus lábios macios entreabertos, quando me permiti esconder debaixo do mesmo lençol. Seu corpo deu um salto com o toque repentino, mas, de alguma forma, ele sabia do que se tratava. Não pensei antes de tomar-lhe para mim pela noite e descobrir o que estivesse ali pra ser descoberto. Talvez aquele momento estivesse tentando acontecer há tempos e eu fosse o único empecilho. Já não era mais.


Notas Finais


Espero que estejam gostando do rumo da história e, mais uma vez, paciência por favor :')
Daqui pra frente a história vai caminhar em passos um pouco mais largos.
Feliz dia das mães!!!

E obrigada por tudo.


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