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História STIGMA - taekook - - Euphoria


Escrita por: skyemoonboo

Notas do Autor


Olha a atrasada chegando aquiiii
Como vocês estão???
Tinha alguém esperando atualização? Alguém achou que demorou demais? Alguém se incomodou por eu postar nesse horário?
Esse capítulo foi uma dificuldade pra ser escrito por mil e um motivos, mas o que importa é que finalmente saiu.
Enfim, espero muito que gostem e boa leitura, como sempre <3

Capítulo 28 - Euphoria


Fanfic / Fanfiction STIGMA - taekook - - Euphoria

DEZEMBRO

 

Eu entendo… Sim… Uhum, tudo bem… Eu que agradeço, vamos estar esperando-o.

Hyunah desligou o telefone fixo da sua nova sala. A Irmã ainda tinha certa dificuldade em esconder sua aparência cansada e desgastada devido aos últimos dois meses, mas assumia corajosamente o posto que lhe havia cabido no orfanato. Resolvia os problemas sozinha, aprendia constantemente com os pequenos erros e rezava pra que aquele grupo de crianças e jovens não resolvessem atormentá-la ainda mais.

- E então?

- Está na Europa. Aparentemente, é uma viagem de negócios e ela não pôde detalhar muito, mas confirmou que ele estará de volta mês que vem e, assim que pisar em casa, vai ser avisado da visita.

- Viagem de negócios? Ele parece alguém importante – Taehyung disse, me puxando pela cintura para que eu sentasse em seu colo no sofá de dois lugares.

- É bom que ele venha só em janeiro, assim teremos tempo de pensar em como contar tudo isso a ele em um dia só.

- Eu sei. A mãe e a avó biológicas morreram, vão ter um livro escrito e nem um mês se passou. É informação demais pra alguém assimilar em algumas horas.

- Eu não quero parecer piegas, mas estou muito ansioso pro livro. Vou ficar devastado se ele recusar a oferta, pois eu mesmo me apaixonei pela história das duas... quem diria – o ruivo sorriu, sem alegria.

- Eu também fiquei assustado, nunca imaginei que ela escondesse tudo isso – disse.

- Eu fiquei revoltada, essa é a palavra. Revoltada pelo responsável que está solto.

- Acho que isso não importa mais—

Duas batidas leves na porta grossa. A madeira foi empurrada por duas mãozinhas magras, revelando uma Eunjin bagunçada, com os fios emaranhados em um coque e parcialmente vestida de pijama.

- Oi, ouvi dizer que estavam aqui – ela entrou, animada, fechando a porta atrás de si – desculpa se interrompi alguma coisa séria, mas eu trouxe algo que eu precisava mostrar urgente.

- Urgente porque é importante ou porque você tem pressa de fofocar? – Taehyung brincou.

- É claro que é porque eu tenho pressa de fofocar. Quando você ver vai entender o porquê – ela respondeu. Eunjin retirou um grande envelope vermelho da parte de trás das calças, sem tentar amenizar o sorriso ladino que brincava em seus lábios – eu recebi isto essa manhã.

Por estar mais próximo, peguei o objeto das suas mãos e a encarei, em dúvida se estava liberado pra espiar o que tinha ali dentro e ganhando seu consentimento. Meus questionamentos sobre aquilo ser uma notícia boa ou ruim se esvaíram ao ver que a menor se divertia com a situação e esperava com ânsia pelas nossas reações.

Abri o envelope. Continha apenas um papel, mas não um papel comum. Era uma foto, quase das mesmas dimensões que o próprio envoltório vermelho. Apenas um rosto familiar. Era Yoona, mas não estava sozinha. A garota, mais elegante do que nunca, esbanjava um vestido cor de vinho, os fios à altura dos ombros e sedosos e joias delicadas nos dedos. Seu rosto sério e misterioso não me permitia deduzir seus sentimentos, mas passavam um ar de superioridade.

Ao lado de Yoona estava um homem. Vestia um terno negro, simetricamente desenhado. Seu pescoço era longo e estava à mostra, ligando um corpo robusto a um rosto delicado. Os fios castanho-escuro estavam jogados pro lado direito, com alguns caindo em uma perfeita cascata ao encontro das suas sobrancelhas grossas. Era difícil ignorá-lo, pois parecia imponente e era, sem dúvida, muito bonito. Mas não era só isso.

À frente deles, quase passando despercebida, encontrava-se uma garota. Supus ser a irmã mais nova de Yoona. No entanto, naquela imagem em específico, parecia-se muito mais com uma filha do casal, já que a outra havia adotado fielmente sua postura adulta. A mais nova tinha bochechas redondas e uma franja de poucos fios distribuída na testa, trajando um vestido quase tão elegante quanto o da outra.

Só então, acabando de analisar a imagem e seus pequenos detalhes, percebi que Taehyung e Hyunah também participavam do meu gesto, fitando, boquiabertos, a imagem da “família” que nos fora entregue.

Jinnie... – Taehyung expressou, quase em um suspiro.

- Eu sei! Mas não é tudo, vejam o que ela escreveu atrás da foto – Eunjin virou a imagem e revelou um pequeno trecho em caneta dourada.

Little Sis, sinto muito sua falta. Algum cartão de natal ficou pra trás e resolvi lhe enviar pra que conheça minha família. Esta é minha irmãzinha, Nayeon, que está morando conosco desde o mês passado (a batalha judicial não foi tão difícil quanto imaginei $$$) e este é meu marido, Junmyeon – gostoso, eu sei, e muito rico também. Queria poder ter notícias do orfanato. Agora já tem meu endereço pra que envie cartas. Irei aguardar ansiosa. Sinceramente, Yoona – Hyunah leu o pequeno trecho em voz alta.

- Sortuda, olha só todos esses móveis caros na foto, deve viver em uma mansão! – Taehyung exclamou, sorrindo.

- Ela já era sortuda só por ter casado com um homem desses – Hyunah brincou, puxando a foto mais pra perto e tentando analisar melhor o marido de Yoona.

- Eu sei, né?! – respondi a Hyunah, quase tão impressionado quanto ela, percebendo o olhar de Taehyung vagarosamente se desviar da imagem para mim, em desaprovação.

- O que disse, Jeon? – ele brincou, ciumento.

- Eu estava só brincando, Tae – ri, esperando que não estivesse tão óbvio que não fora brincadeira alguma. O marido dela era realmente um homem bonito.

- Entendo... – ele riu – eu acho bom que ela tenha encontrado alguém à altura dela, porque também é muito bonita e merece o melhor.

- Yaaah... A Big Sis está vivendo um sonho – Eunjin disse, seguido de um suspiro, como se sonhasse acordada.

- Por favor, Jinnie, esconda essa foto pra que ninguém além de nós veja. Não queremos que o Hoseok fique sabendo disso – pedi.

- Jungkook, deixe de ser ingênuo. O Hoseok está em outra.

- Como assim, Hyunah? – o espírito fofoqueiro de Taehyung aflorava e ele quase atropelou a fala da mais velha.

- Sim, eu mesma vi ele com alguém no natal. Ele até pediu que eu comprasse um presentinho pra ela.

- Mas ele não nos contou nada...

- Talvez ele não tenha contado por um motivo...

- Você sabe quem é, não sabe? – Taehyung se divertia com a provocação de Hyunah.

- Ok, ok. Eu detesto fofocas, mas... é a Taeyeon – ela soltou de uma vez só, rindo em seguida.

- O QUÊ?! – Eunjin gritou.

- Viu? Está aí o motivo de ele não ter contado – a mais velha gargalhou.

- Como ele pôde ficar com aquela vaca? Ele sabe que eu odeio ela! – Eunjin mal pareceu ouvir as brincadeiras da outra, se focando na decepção que sentia por Hoseok.

- Vai ver ele estava mal de novo e ficou com ela sem pensar, não é, Tae? – me virei para o ruivo, vendo que ele ainda parecia chocado com a informação, mas de um jeito divertido. Queria amenizar a situação pra evitar que Eunjin saísse da sala cuspindo fogo e arrancasse cada fio de cabelo de Hoseok com as próprias mãos.

- Ele não estava mal coisa nenhuma, pare de inventar desculpas pra livrar o Hobi, Jungkook – Eunjin parecia irritada – sabe quem está mal de verdade e não usa isso como desculpa? Yoongi. O Yoongi está muito mal.

Assim que ela acabou de falar, um breve silêncio se instaurou na sala. Era quase constrangedor. A própria Eunjin desfez sua expressão raivosa e a substituiu por pesar, pois sabia que o que havia dito era verdade e estávamos tentando ignorar. Talvez pelo simples fato de que não tínhamos a menor ideia do que fazer pra resolver a situação.

- Eu me preocupo com o Yoongi... – Eunjin continuou, em tom mais baixo e melancólico.

- Eu sei, ele mal sai do quarto há dias e nem o Jimin tem o alegrado. Ele ficou muito abalado depois do que aconteceu – disse.

Hyunah, visivelmente incomodada com o assunto, virou-se para uma pequena estante de livros e começou a folheá-los, fingindo não prestar atenção na conversa. Ela não apenas estava mal resolvida com Yoongi desde que haviam terminado, como também havia presenciado a morte da Irmã ao lado dele. Aquela lembrança em comum havia se tornado um pesadelo mútuo.

- Nós deveríamos fazer algo a respeito – Eunjin sugeriu por alto.

- Eu sei, me sinto impotente—

- Sabe de uma coisa? Eu sei algo que talvez possa alegrá-lo. Pode ser que não resolva o problema dele, mas pelo menos vai tirá-lo do quarto e fazer ele se divertir um pouco, quem sabe até o reaproximará de nós.

Eu conhecia aquele olhar perverso. Era um olhar ainda raro, mas que de vez em quando vinha visitar o rosto de Taehyung. Ele ainda era bastante fechado em público e demonstrava poucas vezes comportamentos eufóricos como antigamente, mas aquele olhar era indicativo de que ele tinha um plano mirabolante, planejado por alguém muito parecido com o Taehyung de 13 anos de idade.

 

[...]

 

- Eu não acredito que concordei com essa doidice...

- Você não concordou, amor, mas também deixou a gente te arrastar até aqui – Jimin disse, se divertindo com o plano repentino.

- Onde vocês conseguiram isso, afinal? – Yoongi perguntou, fazendo-nos olharmos uns aos outros, incertos se deveríamos responder a pergunta – quer saber, prefiro que não me digam – ele provavelmente sabia a resposta, pois só havia uma pessoa pra nos conseguir coisas lá de fora em tão pouco tempo.

- O que importa é que você vai ficar bonito e, com uma cor alegre dessas, vai ficar alegre toda vez que se olhar no espelho – Taehyung brincou.

- Eu estou tão animado – Jimin pulou, dando palminhas de felicidade – por favor, faz o meu também, Tae! Eu quero rosa!

- Ok, Jiminie, mas o seu fica pra outro dia, porque só temos essa cor hoje.

- Era pra ficar com uma cor tão forte assim? – perguntei, apontando pro pequeno pote de plástico em que Taehyung mexia uma tinta.

- Acho que sim. Vamos descobrir daqui a uma hora – ele riu, causando desespero em Yoongi pela falta de profissionalismo.

- Você nem sabe o que tá fazendo, né, Taehyung? E se cair todo o meu cabelo?

- Pare de ser chorão, Yoongi – Taehyung deu um tapinha no amigo.

Yoongi fingia estar apavorado e em desaprovação, mas tinha um sorriso genuíno desde que a brincadeira começara. Buscamos o garoto no quarto, onde tirava uma soneca após o jantar, convencendo-o a correr pro banheiro e testar a nova tinta colorida que Taehyung havia conseguido. Seu mau humor não durou muito quando percebeu que Jimin havia adorado a ideia também.

Foram longos e barulhentos minutos até que o ruivo terminasse de aplicar a tinta no cabelo do outro, alternando entre brigas, reclamações e puxões de orelha. Agora Yoongi tinha a cabeça coberta pelo creme vívido e se analisava no espelho, tentando disfarçar a risada divertida que queria escapulir.

- Essa cor ficou diferente em você – disse.

- Essa cor ficou legal em você – Taehyung acrescentou.

- Essa cor ficou... sexy em você – Jimin terminou, fitando o namorado com um olhar de quem iria incomodar os colegas de quarto naquela noite.

- Foi você mesmo quem pintou seu cabelo de vermelho, Tae? – Yoongi questionou.

- Sim. E fiz tudo sozinho. Por isso eu digo que confie em mim, vai dar tudo certo – ele se gabou.

- Você simplesmente acordou um dia e resolveu que queria ele vermelho, igual fez comigo hoje?

- Não. Eu não estava me sentindo bem comigo mesmo. Meu corpo tinha algumas marc— ele interrompeu a fala e pareceu repensar o quanto estava revelando, mas já era tarde demais pra mudar o discurso – algumas marquinhas que me incomodavam, sabe? Faziam eu me sentir feio e... não atraente pra ninguém.

- Como estrias? – Jimin perguntou, inocentemente.

- Sim! Estrias! Eu criei algumas estrias e elas me incomodavam, era isso – ele pareceu aliviado pela interpretação errada de Jimin ter lhe caído como uma luva pra sair daquela situação.

- Aigoo! Eu também tenho algumas no bumbum e me incomodaram por um tempo... – Jimin confessou.

- Sua bunda é perfeita – o namorado dele, com a cabeça colorida, disse.

- Eu vou vomitar – brinquei, me referindo aos dois que, constantemente, esqueciam que não estavam a sós e trocavam conversas desconfortáveis pra quem assistia.

Todos riram do constrangimento e, sem muita demora, já era a hora de retirar o produto do cabelo do mais velho. Em uma única cabine de chuveiro estávamos nós quatro, tornando o serviço em uma guerra de água, tinta, tapas e xingamentos, misturando-nos em uma bagunça só. Afinal, o plano de Taehyung parecia estar dando certo.

- Ainda está molhado, mas veja como ficou ótimo! – Taehyung exclamou.

- Uou, ficou legal mesmo, Yoongi! – soltei, assustado com o quanto aquela cor tinha combinado com ele, por motivos que eu não saberia explicar.

- Você não gostou, amor?

- Tá, eu meio que gostei... – Yoongi disse, quase sussurrando, odiando confessar que estava se divertindo, mas rindo ao ver que todos nós o elogiávamos sem hesitação.

- Você precisa secar o cabelo pra ver como ficou.

- Como eu vou secar o cabelo, Tae? – ele disse, debochado. Era um orfanato, não um salão de beleza.

- Deixa assim mesmo, amor. Eu gostei dele assim, molhado, meio selvagem, bagunçado... – Jimin passava os dedos no cabelo do namorado, encarando-o sem pudor e nos constrangendo pela milésima vez naquela noite.

- Vão embora daqui antes que eu precise colocar uma placa de motel na porta do banheiro, por favor – pedi.

Ambos riram e saíram de mãos dadas, provavelmente em direção ao dormitório pra constranger outras pessoas. Sobramos só eu e Taehyung, naquele banheiro frio, quase encharcados após a confusão no chuveiro. Eu observava-o, enquanto ele jogava fora o resto de tinta e tentava analisar todos os estragos coloridos em si mesmo.

- Veja só como ele me deixou – ele mostrou os braços e a roupa, todos sujos de tinta azul-piscina.

- Aproveite que está aqui e tome um banho. Eu só quero trocar de roupa, mas posso esperar por você – disse, me encostando na parede.

- Talvez eu consiga lavar na pia mesmo – ele se dirigiu ao objeto, girando a torneira e se frustrando, ao ver que o mesmo cuspiu um resto de água e logo parou de funcionar. Taehyung me encarou, confuso.

- É... pelo visto, faltou água no prédio – ri da desgraça dele.

- Quais as chances de isso acontecer comigo? Estávamos no chuveiro com o Yoongi há meia hora!

Dei de ombros, sem ter uma resposta convincente. Ele parecia um pouco irritado com o inconveniente e, sem sucesso, tentava usar o papel de enxugar as mãos pra apagar a tinta.

- Sabe, quando éramos mais novos e faltava água, as Irmãs nos levavam pra tomar banho lá fora, com uma mangueira de água – sugeri.

- Você acha que ainda funciona? Eu não quero mesmo tomar banho agora, só preciso lavar os braços pra tentar tirar essa tinta.

- Podemos tentar, se quiser.

Ele nem respondeu, apenas saiu porta afora e eu o segui. Fomos calmamente pelos corredores, uma vez que as luzes já estavam apagadas e o silêncio reinava nos prédios. Taehyung não era mais o mesmo que se agarrava em mim com medo do escuro e parte de mim se entristeceu por não tê-lo colado ao meu corpo. Dessa vez, era ele quem guiava os passos e eu não ousaria em desviar a direção.

Chegamos com tranquilidade ao jardim, aonde eu lhe indicara a torneira. Era depois do pátio, próximo à parte mais aberta do quintal. A discreta torneira cor de cobre ficava acima de um dos pequenos canteiros de flores que a Irmã Yunji cultivava. As minúsculas flores amarelas sobreviviam, mesmo com os cuidados mínimos de Hyunah.

- Não quer abrir – ele reclamou, tentando girar a torneira que, aparentemente, estava emperrada.

- Deixa eu tentar – assumi seu lugar, aplicando um pouco mais de força na tarefa e vendo o objeto funcionar, finalmente. Ele estava emburrado.

- Por que as coisas funcionam pra você e tudo parece dar errado pra mim?

- Se você ficar comigo, talvez as coisas deem certo pra você também – brinquei, me aproximando da ponta da mangueira e a segurando em direção ao ruivo, que ainda estava longe do alcance da água.

- Não estou brincando, Jungkook – ele parecia irritado demais com contratempos tão pequenos, estendendo a mão em busca da mangueira sem nem me olhar. Talvez ele também precisasse de uma ajuda pra se divertir, com fizera com Yoongi mais cedo.

Coloquei o dedo à frente da saída de água, fazendo com que o líquido da mangueira se espalhasse completamente e o atingisse no rosto. Ele finalmente me olhou, furioso com a brincadeira.

- Vai ficar comigo, sim ou não?

E ele não respondeu. Como consequência, espirrei a água mais uma vez no seu rosto, deixando-o mais molhado do que antes e quase desfazendo sua expressão irritada.

- Se ficar comigo, eu posso cuidar de você. Posso eu mesmo lavar a tinta dos seus braços.

- Jungkookie... – ele reclamou, quase em tom de brincadeira, escondendo a risada.

- Vamos, Tae. Eu posso cuidar de você. Tire a blusa.

O olhar dele não me abandonou, mas mudou de feição. O que era antes dúvida se transformou em compreensão. Eu sabia que ele havia resolvido entrar no meu jogo, confirmando minha teoria quando sorriu ladino e retirou a camiseta com calma. Sorri com a vista do seu tronco, formado por uma linda pele dourada e uma barriguinha discreta e fofa. Engoli a seco.

- Sabe de uma coisa? Parece que você molhou as suas calças também – espirrei água nas suas pernas, de propósito – acho melhor tirá-las.

- Tudo bem – ele riu, retirando as calças de moletom cinza com toda a calma do mundo. Não me cabia outra coisa senão observá-lo. Era fascinante. Suas coxas longas estavam um pouco mais grossas, ele usava uma cueca cinza escura e, de fato, tinha criado estrias próximo dos quadris, provavelmente com o leve ganho de peso dos últimos dois anos. Sorri satisfeito com a vista. Era lindo da cabeça aos pés, sem descartar nenhum detalhe. Poderia passar o resto da minha vida desenhando cada centímetro dele na minha memória e, ainda assim, não me cansaria de apreciar o corpo do homem que eu amava.

- Não pense que se molhar minha cueca vai fazer com que eu a tire aqui – ele alertou.

- Não se preocupe. Não é assim que eu vou tirá-la – brinquei, fazendo-o sorrir acanhado. Me aproximei mais dele, o suficiente pra que um sussurro pudesse ser ouvido – por que estava esse tempo todo escondendo uma coisa tão bonita? – perguntei, me referindo ao seu corpo, ganhando outro sorriso tímido como resposta.

Selei nossos lábios, com calma e ternura. Só queria senti-lo ali. Sentir em meu corpo que ele estava presente e nada daquilo era um sonho, pois Taehyung realmente estava ao meu alcance, ao alcance dos meus lábios, e era a risada dele contra a minha boca naquele momento. Vez ou outra, ainda parecia surreal que um sentimento tão forte fosse verdadeiro. Tinha medo que, de tão intenso, acabasse com as minhas forças, mas me entregaria de novo a ele no dia seguinte, se pudesse.

Aproveitei que ele estava com a guarda baixa e espirrei água nele mais uma vez. Ele não soube conter a risada, tentando se defender, sem sucesso. Foi quando começou a correr ao redor do gramado, brincando de fugir dos jatos de água enquanto eu o molhava. Foi aí que eu percebi.

Naquele breve momento, do qual eu nunca vou esquecer, enxerguei o Taehyung de anos atrás. Não parcialmente, não apenas uma brecha ou um resquício, mas ele por completo. O ruivo corria como uma criança, de um lado pro outro, dando pequenos saltos e gritinhos abafados na noite e, ah... aquele sorriso retangular, do qual eu achei que iria morrer de saudades, estava espontaneamente sendo esbanjado. E não só sorria, mas gargalhava alto, agudo, despreocupado, ofegante. A alegria que o consumia parecia querer rasgá-lo de dentro pra fora.

Não imaginava que, justo naquela noite comum, estaria molhado no quintal, assistindo aquela figura alta, de cabelos cor de morango e escandalosa florescer diante dos meus olhos. Eu o amava tanto que era uma dor. Era fisicamente torturante tê-lo por perto, pois eu me tornava um misto ambulante de euforia, nervosismo, tesão, submissão e ternura. Doía. Doía como o inferno. O que era esperado de nós quando saíssemos dali? Que casássemos? Adotássemos crianças? Vivêssemos felizes para sempre? Nada disso seria o suficiente. Nosso tempo de vida, por mais longo que fosse, não seria suficiente pra me saciar. Eu precisaria aproveitar cada segundo como se fosse o último, porque talvez fosse e eu teria que conviver com isso.

Larguei a mangueira ligada no chão e fui em sua direção. Ele tentava retomar o fôlego após a brincadeira, tinha as bochechas quase tão vermelhas quanto o próprio cabelo, que estava encharcado e bagunçado. Ele parecia tão frágil daquele jeito. Uma risada fina, pulmões trabalhando com dificuldade, bochechas coradas de cansaço, o corpo quase nu tentando se abrigar do frio.

Abracei-o e, por mais que seu corpo pedisse por ar, colei nossos lábios, tornando a respiração ainda mais difícil para ele. Minhas mãos molhadas tocaram em suas costas frias, desnudas, fazendo com que ele se retraísse ainda mais e gargalhasse contra os meus lábios, provavelmente com cócegas. Aproveitei o tom de brincadeira pra incliná-lo, de modo que ele se deitasse na grama.

Não havia nada acima de nós a não ser o céu negro, com poucas estrelas cintilando, quase tão negro quanto seus olhos, que me encaravam. Nada também abaixo de nós, a não ser terra e grama, a mesma terra cujo cheiro me remetia a ele e a dias quentes, a mesma grama que estava entre meus dedos quando nos beijamos depois de dois anos, nada além da Terra que eu temia ser grande demais pra nós dois.

Eu tinha medo do mundo, medo do amor e medo da solidão. Tinha medo de conviver com meus medos. Era tão frágil quanto o garoto abaixo de mim, mas detestaria admitir. Um dia precisaríamos passar para além daqueles portões e ver o que o mundo tinha a nos oferecer e, principalmente, conviver com o fato de que talvez ele não nos oferecesse nada. Tinha pavor do futuro. O mundo ali, onde eu poderia correr na grama e beijar quem eu amo, às escondidas, no meio da semana era tudo o que eu gostaria de conhecer.

Suas mãos geladas pediram por mais contato, puxando meu corpo pra colar-se no dele e arrancando pequenos gemidos de nós dois. Ele já estava duro e eu também. Permiti que minha língua passeasse sem pressa e preocupação por cada canto da sua boca, descobrindo novos lugares e sensações, relembrando seu gosto e soltando ruídos molhados e excitantes. Era eu quem guiava o beijo.

Suas mãos agarravam minha camisa entre os dedos e caminharam até a minha bunda, onde ele apertou com ânsia, ganhando um gemido em resposta. Dei-lhe um descanso para os lábios, beijando suas bochechas gordinhas, seu maxilar, trilhando um caminho gostoso até seu pescoço. A pele dourada, fina e convidativa me fazia enlouquecer.

Me diz, Tae. Você vai ficar comigo?

Ele gemeu rouco, fazendo-me perceber que ele estava começando a perder a voz devido ao frio, e acenou com a cabeça. Vendo-o molhado e quase sem fala daquele jeito, decidi que era hora de levar aquilo pro lado de dentro. Porém, tinha certeza que caminhar até o segundo ou terceiro andar estava fora de cogitação. Havia, inclusive, a possibilidade de encontrarmos Yoongi e Jimin terminando o que gostaríamos de começar em qualquer um dos dois quartos. Não, precisávamos ir para outro lugar.

Segurei-o pela cintura e, com um pouco de dificuldade, levantei-o em meu colo. Ele insistia em tentar me beijar enquanto eu caminhava, do que eu não ousaria reclamar, mas tornava o processo bem mais difícil. Dava passos curtos e incertos, esperando não pisar em nenhum bicho e nem tropeçar com o ruivo em meu colo.

Jungkook, as minhas roupas... – ele murmurou contra os meus lábios.

- A gente pega depois.

Avistei uma porta na lateral do prédio e decidi que valia a pena tentar. Afinal, o corpo de Taehyung pesava e eu não sabia quanto tempo mais aguentaria sem derrubá-lo ou me desconcentrar dos seus beijos. Empurrei a porta que, por sorte, estava destrancada, carregando-o pra dentro do cômodo. A escuridão logo se tornou confortável aos olhos e pude enxergar aonde estávamos. Era o refeitório.

Coloquei seu corpo sobre uma das mesas longas de madeira, vendo-o quase implorar pra que eu subisse também, mas ainda tinha certos receios sobre até onde iríamos com aquilo.

Eu sei que você não estava se sentindo bem ultimamente e... – comecei uma trilha de beijos molhados pelo seu tronco, descendo em direção ao mamilo esquerdo e fazendo-o arfar – nós não temos passado das preliminares por conta disso, mas... – continuei a trilha, descendo pelo seu abdome e parando logo acima da cueca cinza – eu quero saber até onde vam—

Porra, Jungkook... – ele gemeu alto com a minha proximidade de onde ele queria que eu chegasse – eu quero que você me foda. Eu não quero mais esperar.

Nunca me acostumaria a vê-lo falando desse jeito e todas as vezes a sensação era incrível. Um arrepio me descontrolava da cabeça aos pés e eu estava entregue pra o que ele quisesse de mim. Se queria ser fodido, então o foderia como se a minha vida dependesse disso. O que ele me pedisse, eu estaria disposto a dar.

Abaixei sua cueca e constatei que não era só de água que estava molhada. Seu pênis ereto ganhou liberdade e expelia pré-gozo pela fenda, com as veias levemente saltadas e a cabeça avermelhada. Minha própria ereção se contraiu ao ver aquilo, percebendo a forma como eu salivava ao tê-lo excitado diante de mim. O esforço que eu fazia pra não me tocar era enorme.

Pensei em tentar alguma preliminar, mas sabia que já havíamos feito isso há pouco tempo e, vendo o desespero dele, talvez não fosse aguentar muito tempo. Por isso, segurei seu pênis com uma mão, sentindo-o quente e rígido na minha palma, e chupei-o uma única vez para provar seu gosto. Não tirei os olhos do ruivo e vi quando ele se arqueou, necessitado, louco por um contato mais longo com a minha boca. Sorri.

- Tem certeza que quer pular essa parte?

- Eu quero o seu pau em mim. Agora.

Acatei a ordem e o puxei pelos quadris para a beira da mesa. Mais uma vez, estava despreparado e sem o lubrificante pra tornar as coisas mais fáceis, mas talvez soubesse como improvisar. Apressado, tirei minha própria roupa e comecei a me masturbar à sua frente. Não era preciso que a mente divagasse, pois ver Taehyung de pernas abertas e implorando pra que eu o fodesse era excitante o suficiente. Logo mais pré-gozo molhou meu pênis e eu esperava que fosse o suficiente tornar as coisas menos dolorosas.

Coloquei a glande colada à sua entrada, vendo-o morder os lábios em ansiedade. A lubrificação não era tanta que tornasse tudo simples, mas ajudou para que metade entrasse sem grandes problemas. Ele adorou o contato e sorria malicioso. Eu tentava não enlouquecer ao ver meu pau ser engolido por aquela entrada tão apertada e quente.

Sempre tão apertado – sorri, com os olhos fechados.

Eu quero sentir seu pau inteiro dentro de mim.

Assim que ele terminou a frase, terminei de enfiar até o último centímetro e ouvi seu grito rouco de prazer. Ele não era tão escandaloso da última e única vez que transamos, mas eu não podia negar que estava adorando descobrir seus novos gostos e manias. Agora que conhecia seu grito de prazer, queria fazê-lo perder a voz gritando meu nome.

Assim que a entrada ficou mais fácil, comecei a estocar com intensidade e lentidão, o mais fundo que pude. Ele se segurava nas bordas da mesa, me fitando com dois olhos negros que quase se misturavam ao resto da escuridão. Era barulhento, lascivo, indecente. Ele sabia exatamente o que queria e faria o que precisasse pra chegar lá.

Acelerei a velocidade das estocadas, aumentando também o barulho dos nossos corpos se chocando e das minhas bolas batendo contra a bunda dele. Taehyung, com sua voz grave e falha, gritava sem pudor, fazendo com que seu som ecoasse por todo o ambiente e, internamente, me fizesse desejar que alguém nos encontrasse naquela situação tão suja e pecaminosa. Queria que o mundo ouvisse a forma como ele gritava com o meu pau dentro dele.

Ah, Jungkook... – ele gemeu sôfrego.

É tão gostoso te comer, Tae – sussurrei, colocando suas pernas sobre meus ombros e aumentando o aperto do seu corpo contra o meu pênis, tornando tudo mais gostoso. Ele tentava rebolar contra mim como podia, gemendo mais alto a cada vez que meu pau massageava sua próstata.

Jungkook-ah, por favor... eu quero que você goze dentro de mim – suas palavras sujas eram como música pros meus ouvidos. Estava amando sua nova versão tão verbal e imprudente durante o sexo. Não sabia quanto tempo mais eu poderia aguentar, agora que ele havia me pedido tão ruidosamente pra gozar nele.

Eu queria te comer a noite inteira – sorri ladino.

Em resposta, ele apertou mais ainda sua entrada ao redor do meu pênis, me fazendo parar o movimento e deixá-lo assumir o que queria fazer. Ele gostou do controle e me segurou pela bunda, colando nossos corpos, rebolando sem pudor algum contra mim. Seus olhos fechados, a garganta arranhando gemidos e seu pênis expelindo muito pré-gozo foram suficientes pra que eu me entregasse. Gozei dentro dele, enquanto ainda rebolava, sentindo seu interior se preencher com o líquido quente e percebendo meu próprio corpo tremer em êxtase.

- É tão gostoso sentir sua porra dentro de mim – ele sussurrou, começando a se masturbar. Ele expelia cada vez mais e entendi como um sinal pra que eu assumisse a situação. Tirei sua mão do local e comecei a masturbá-lo no mesmo ritmo frenético, ouvindo-o gritar e levantar o quadril, em desespero pra chegar ao ápice. Assim que percebi seu pênis inchar, me abaixei à altura e coloquei-o completamente dentro da boca, permitindo que ele gozasse no fundo apertado e úmido da minha garganta. Taehyung se desfez em gritos e gemidos roucos, me puxando pra um beijo quando acabou.

O beijo molhado agora tinha seu gosto, que era delicioso e me fazia querer fodê-lo quantas vezes mais nossos corpos aguentassem. O que eram carícias descuidadas e brutas viraram trocas generosas de afeto, com abraços e afagos que só nós dois podíamos nos proporcionar. Subi ao seu lado na mesa e me deitei também, sem que descolássemos o beijo por alguns minutos.

- Sabe... quando imaginei nós dois transando de novo, achei que iríamos levar todo o tempo do mundo e seria algo completamente romântico – disse, rindo.

- A gente merecia um sexo selvagem depois de tanto tempo esperando – ele brincou de volta.

- Aliás, não sei quando foi que você ficou tão selvagem.

- Você também gemeu alto, será que não ouviu?! Gemeu manhoso como um gato—

- Você é o amor da minha vida, Tae.

Seus olhos negros piscaram com leveza em resposta. Ele parecia não saber o que responder, permitindo que eu brincasse com seus fios de cabelo vermelho enquanto ele aconchegava nossos corpos nus. Ele ainda me fitava incerto.

- Eu não sei se eu vou morrer quando eu sair dessa sala ou daqui a 90 anos, se vou estar ao seu lado ou com outra pessoa, se vou tirar minha vida ou se ela vai ser tirada de mim, mas eu quero que saiba que você foi o único que meu coração escolheu. E eu morro de medo da vida, do mundo, de basicamente tudo... – ri – mas não tenho medo de afirmar isso. 


Notas Finais


EEEEEEEEE finalmente um smutzinho e com direito a final soft <333 eu amo taekook demais.
Não sou acostumada a escrever smut, então nunca sei se o que escrevo fica bom MAS espero que agrade as +18 heuheuhe espero que entendam que alguns vão ser mais longos e outros mais curtos.
Eu gostei desse capítulo porque não via a hora de taekook atualizar a carteirinha do sexo. Como podem ver, eles realmente mudaram com o tempo, aprendendo a fazer coisas novas, mudando o jeito de reagir aos estímulos e mudando de preferências, e a tendência é continuarem se descobrindo e testando outras coisas.
Quero agradecer DE NOOOVO e sempre pelos comentários, são todos muito positivos e carinhosos. Eu amo quando vocês comentam a opinião de vocês sobre a história, porque me faz lembrar que tem gente que realmente está lendo essa doidice que sai da minha cabeça e formando opinião sobre isso, o que é MARAVILHOSO. Além de que eu amo saber a visão de vocês sobre a história, é interessante demais. Eu tenho uma visão sobre cada um dos personagens e pode ser que vocês interpretem coisas totalmente diferentes do que eu visualizei enquanto escrevia, quem sabe né?!
Enfim, muito obrigada por apoiarem sempre. A autora tem uma autoestima frágil que até dá um sinal de vida quando vocês respondem com tanto carinho. Obrigada.
Até o próximoooo <3 vai ser top


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