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História Stigma (em revisão) - Eu preciso que você faça isso ir embora


Escrita por: h0pesea

Notas do Autor


oioi, boa leitura ❤️

Capítulo 9 - Eu preciso que você faça isso ir embora


Fanfic / Fanfiction Stigma (em revisão) - Eu preciso que você faça isso ir embora

POV Hyejin

 

Não fui atrás das luzes vermelhas e azuis da polícia quando essas inundaram a faculdade.

Não fui atrás dos gritos quando eles se fizeram audíveis por todos os lugares.

Não fui atrás da extensa equipe da perícia e da polícia civil que invadiram o campus em plena madrugada.

Não.

O que fiz foi ficar sentada na porta do meu dormitório, abraçada aos joelhos, fitando o céu noturno salpicado com poucas estrelas. Eu cantarolava uma música na cabeça, tentando me distrair dos depoimentos que eram prestados alguns metros a minha frente. Queria distrair-me daquilo, da cena daqueles três adolescentes, que temeram pelas próprias vidas juntamente a mim, Jin e Hoseok há pouco, contando com detalhes o que havia acontecido para Jeon, que havia chegado trazendo praticamente um batalhão consigo.

Da última vez que havia checado, a garota, que tinha sido mais altiva desde o início, era a que falava com JungKook, anotando tudo num bloquinho. Enquanto isso, tenho certeza de ter visto uns dois policiais verificando as sombras nas partes mais afastadas daquela parte do campus. Procurando alguém que ainda pudesse estar ali.

Mas é claro que não havia ninguém.

+::::::+

— Hyejin?

Pisquei, subitamente voltando para o mundo e esquecendo tanto a melodia, quanto as estrelas ao ouvir meu nome. Além delas, encontrei Jeon parado a poucos passos de mim.

Ele me encarava de braços cruzados, os fios de seu cabelo bagunçado caindo sobre os olhos, mas sem esconder a preocupação contida neles. Sinalizei que estava ouvindo com um movimento de cabeça.

— Você não me... Parece bem.

Encolhi-me ainda mais.

E então vieram os passos dele, trazendo-o para mais perto de mim. Permaneci em silêncio até que sentisse ele se sentar ao meu lado. Onde permaneceu, sempre em silêncio.

— Eu só... Estou com medo. E-eu... Como eu vou... Me sentir segura aqui de novo? Como... Depois de hoje?

Ouvi-o suspirar audivelmente. Lentamente, ele esticou as pernas por sobre a grama com a boca entreaberta, buscando palavras que saíram entrecortadas:

— Hyejin, eu... Sabe, eu te mostrei aquelas coisas hoje a tarde... Porque eu queria te tranquilizar. Mas... Desculpe, acho que agora eu só te deixei mais confusa-

— Não foi você quem me confundiu, JungKook.

— Ainda assim. — ele suspirou mais uma vez. — Eu não queria te ver com medo... Mas parece que minha vontade não anda adiantando de muita coisa.

Voltei-me para ele, surpresa. Jeon estava com o olhar perdido assim como o meu estivera, fitando algum ponto invisível a sua frente. Percebi que a linha do maxilar estava travada, agora que ele não estava falando mais.

— Não fala assim — eu exalava uma calma que não sentia; ele pareceu despertar e passou a devolver meu olhar, o cenho franzido. — Você sabe que não tem culpa, não é? Eu só... Depois do que eu vi essa madrugada... Eu fiquei apavorada. Mas eu não te fali isso porque eu quero que você fique mal... Você nem tem motivos pra isso.

Ele negou, gradativamente voltando a perder o foco. Sua voz era um murmúrio.

— Talvez eu tenha sim.

Tombei a cabeça diante de sua fala, olhando-o nos olhos que não me encaravam de volta.

Do que ele estava falando?

Não tive tempo de perguntar isso. Uma coisa que eu percebia em JungKook era que sempre que ele tinha esses pequenos momentos de devaneios, eram tão curtos a ponto de não haver tempo de questioná-lo a respeito. E assim foi quando, segundos após seu sussurro, ele voltou a me observar, agora com uma expressão mais serena.

— Mas você não precisava me dizer isso, eu sei que você não tem a intenção de fazer eu me sentir mal.

— Que bom. Porque não é por isso que eu estou te falando que estou com medo.

Ele assentiu vagarosamente.

— E... Por que, então?

Ao ouvir sua pergunta, senti uma súbita vergonha abater-se sobre mim, apesar da minha convicção do porquê. Exatamente por causa dele, voltei a me encolher, achando que, se ele não pudesse ver meu rosto, admitir seria menos vergonhoso.

Enrolei os braços ao redor das pernas com mais vontade que antes e pousei o queixo entre elas. E então, respondi tão baixo que cheguei a me questionar se JungKook chegaria a escutar ou não:

— Porque... Eu preciso que você faça esse medo ir embora.

Um breve espaço de silêncio, onde somente nossas respirações eram audíveis.

— E... Por que eu?

A surpresa por ouvir essa resposta foi tão grande que, assim que processei-a, até eu me assustei com o movimento brusco que fiz para me levantar. Se fosse ser sincera comigo mesma, nem mesmo sabia o que estava realmente pretendendo com aquilo. Mas fosse o que fosse, o baque causado por aquela frase, claramente uma rejeição, havia doído.

Jeon encarava-me perdido, apoiando-se no chão com as mãos como se fosse levantar, mas não tivesse certeza se devia fazer isso.

Bom, considerando meu estado deplorável de vergonha, talvez ele não devesse mesmo não.

Pigarreei, consciente de que meu rosto estava em chamas, e comecei a caminhar de volta para dentro do meu dormitório.

— Desculpe... D-desculpe, você tem razão, você não tem obrigação de-

Não consegui terminar a frase. Antes que eu pudesse, uma movimentação aconteceu abaixo de mim, a qual só fui entender quando JungKook não estava mais sentado no portal do quarto, mas sim, com seus braços ao redor de meu corpo, abraçando-me por trás.

Estanquei no mesmo lugar, com o corpo dele, tão maior que o meu, próximo de mim. Tão próximo que eu conseguia sentir o calor de sua respiração quente, seu rosto afundado em meu pescoço. Seus braços apertavam-me e colavam-me a ele, de forma que eu não pudesse dar nenhum passo mais, mesmo se quisesse.

Mas presa ao toquei dele... Acho que eu nem mesmo queria dar mais um passo.

— Eu não disse que te deixaria sozinha. — ele disse num tom baixo, sua voz rouca fazendo meu coração falhar uma batida. — Só... Eu só quero saber: por que eu

Era estranho. 

Poucos segundos atrás, eu estava convicta de poderia enfiar minha cabeça num buraco, tamanha minha vergonha por talvez ter sido rechaçada. No entanto, agora, eu não conseguia encontrar nenhum espaço em minha mente que a vergonha pudesse tomar para si. Não quando a presença de JungKook me inebriava de tal forma que eu sentia que poderia fazer tudo o que ele quisesse, admitir tudo o que ele me pedisse, sem temer nada.

Aquela proximidade era tão boa...

Senti-o aperto. Mas não para me soltar, o que fez foi levar suas mãos grandes até as minhas, que estiveram apoiadas em seu antebraço, e envolveu-as, girando-me até que eu estivesse de frente para ele. Tive que erguer um pouco a cabeça para olhá-lo nos olhos, devido à diferença de altura.

Jeon não me soltou mais. Manteve nossas mãos unidas ao lado de nossos corpos, separados apenas por milímetros. Ele me desconcentrava, me puxava para si mesmo que estivesse imóvel. Puxava-me para si apenas com seu olhar, apenas com a sua presença. Desconcentrava-me tanto a ponto de quase me fazer esquecer da pergunta que ele havia feito, a qual respondi num fio voz:

— E-eu não sei... Tudo que tem a ver com você me deixa inquieta, mas... Mas você me faz bem, mesmo que eu te conheça há tão a pouco tempo, isso-isso faz sentido?

Eu não conseguia me afastar das íris escuras dele. Elas estavam tomadas de um brilho diferente, quase brilhavam, inundando-me com sua intensidade. E eu sentia-me cada vez mais presa a ele.

Senti os dedos de Jeon, fechados ao redor dos meus, guiarem-nos vagarosamente até seu peito. Assim como o meu próprio, o coração dele parecia agitado. Por instinto, agarrei as lapelas de seu terno sem muita força, como se eu pudesse cair a qualquer momento devido à fraqueza de minhas pernas.

Os poucos milímetros que nos separavam foram reduzidos a nenhum quando JungKook rodeou meu corpo mais uma vez. Sorriu ao me ouvir arfar com o gesto, sussurrando:

— Acho que faz...

O mundo pareceu parar quando senti-o roçar seus lábios nos meus. Fechei os olhos, incentivada pelo hálito suave me acariciando. Os dedos de Jeon apertavam minha cintura, enquanto ele começava a movimentar vagarosamente sua boca, beijando-me num ritmo tão lento e intenso que chegava a ser quase uma tortura.

Uma tortura da qual eu queria sentir mais e mais.

Nem mesmo percebi que tínhamos andado, apenas quando senti minhas costas atingirem suavemente uma das paredes do dormitório. Como se isso me desse mais firmeza, soltei o casaco e levei minhas mãos até a nuca de JungKook, infiltrando uma delas em seu cabelo, enrolando os dedos em seus fios macios. Ele arfou fracamente quando minhas unhas roçarem de leve sua pele, o som fazendo todo meu corpo se arrepiar.

Mas nada comparado às sensações que me assaltaram quando ele infiltrou as mãos pelos tecidos da minha blusa. O contato direito com a pele quente me arrancou um arfar surpreso, qualquer equilíbrio que eu achava ter escorrendo em conjunto. Pude sentir Jeon sorrir contra minha boca entreaberta. Depositou alguns selares nos cantos, lentos e carinhosos, que faziam minhas bochechas corarem ainda mais e fracas risadinhas escaparem. Até ele colar novamente seus lábios ao meus, com ainda mais urgência que antes.

O beijo de JungKook era enlouquecedor. A forma como ele me tocava, como sua língua envolvia a minha, acariciava-me com seus movimentos inebriantes, eu não sabia se queria que ele acelerasse ou reduzisse a velocidade ainda mais, para que o momento parasse e eu sentisse aquele calor em meu coração e meu corpo o máximo possível. Tudo fazia meu corpo ser acometido por correntes elétricas, desde os sons emitidos conforme o ósculo se tornava mais e mais necessitado, o perfume de Jeon misturado ao seu gosto, até a capacidade de sentir cada parte do corpo dele, tão próximo, mas sem nunca parecer suficiente. Assim como a vontade latente de senti-lo cada vez mais.

No entanto, os resquícios de juízo apitavam em algum lugar distante, mas audível dentro de mim. Eu tinha plena certeza de que JungKook não tinha noção do quando estava me afetando, como seu corpo pressionando-me completamente e suas mãos me explorando por debaixo dos panos estavam causando reações que eu não poderia enunciar em voz alta, já que não era o momento ou o lugar de me deixar inundar pela crescente necessidade das carícias intensas de Jeon.

Mas não era certo naquela hora.

Amaldiçoando-me internamente — e amaldiçoando várias outras coisas junto — levei as mãos até os antebraços dele antes que eu mudasse de ideia. Ao perceber isso, JungKook interrompeu o beijo. Porém não se afastou, manteve seus lábios próximos aos meus, arfando em busca de ar.

O que não exatamente colaborou com a minha atual situação.

— J-JungKook, eu... E-eu acho melhor-

Interrompi-me.

Ah, ótimo, e o que eu diria?

Não era como se eu não quisesse continuar, porque eu queria, mas... As circunstâncias eram tão erradas! E não me ocorria uma única forma de dizer isso sem que parecesse grosseiro!

Mas antes que eu achasse uma saída para meu dilema e precisasse me explicar, JungKook felizmente — ou infelizmente — se afastou. Abriu uma pequena distância entre nós, o suficiente para que eu pudesse ver seu rosto. As mãos despediram-se se meu corpo. E o silêncio se abateu sobre ele, que apenas inspirava e expirava. Recuperando seu controle. Esperei pacientemente, visto que eu precisava fazer a mesma coisa. Meu coração batia tão forte que parecia querer sair do peito.

Até JungKook voltar a se movimentar de súbito. Passou os olhos por mim como se me inspecionasse e, ao encontrar a barra da minha blusa embolada, prontificou-se a assentar a peça, de novo e de novo, como se quisesse limpar qualquer vestígio de seu toque. Parecia inquieto.

— Não, está certo, eu... Desculpa, eu não devia ter me aproveitado da sua fraqueza assim, me desculpa-

— N-não, JungKook! — soltei tentando fazê-lo parar, mas sem muito êxito. — JungKook... — Nada novamente. — Jung-

Engoli um gemido de frustração. E motivada por ela, segurei o rosto do maior, o qual trouxe para perto até voltar a selar nossos lábios inchados.

Aos poucos, Jeon foi se acalmando. A agitação em seus braços diminuiu até que se reduzisse a nada ante meu toque. Quando chegou a esse ponto, voltou a me abraçar e me trazer para a perdição que sua boca configurava.

Bem mais calmo que o outro beijo, porém não menos afetante, sentia dificuldades em me separar de JungKook novamente. Não me cansava da sensação, na qual me permiti reimergir a fim de vê-lo livre daquele estado de agitação que eu nem mesmo havia entendido o porquê de tê-lo acometido.

Eventualmente, deixei as mãos escorregarem das bochechas dele e caírem sobre seu peito. Afastei a boca e logo acomodei-me na curva do pescoço dele. Seria mais fácil falar se eu não estivesse sendo distraída pela beleza do capitão.

— Você não se aproveitou de mim... Não pense isso, por favor.

A respiração dele estava pesada. Permanecia com os braços firmes ao meu redor, mas sem que eu soubesse os motivos por trás disso. Continuar me sentindo ou para me passar segurança? Não importava, ambas as opções eram boas.

Sorri, fundindo-me ainda mais a ele num abraço. Acabei por lembrar do início daquela conversa, do meu singelo pedido de que JungKook fizesse as sensações ruins irem embora, fizesse o medo ir embora.

E, de fato, ele o tinha feito.

O perfume dele me embriagava a cada vez que eu respirava fundo. Não consegui conter um suspiro antes de continuar:

— Eu só acho que não é a hora certa de fazermos isso. — falei baixo. — Tá tudo desabando lá fora e... Você é o capitão da polícia, não pode perder tempo aqui comigo e deixar seu trabalho de lado.

JungKook aquiesceu vagarosamente a isso. Apoiou o queixo no topo do minha cabeça e passou a afagar gostosamente minhas costas, fazendo-me sentir tão mais calma e confortável que quase podia jurar que não havia nada errado, em lugar nenhum.

Mas havia.

E Jeon parecia quase magoado quando disse:

— Eu só tenho medo de que a hora certa nunca chegue.

Fitei-o na mesma hora, as sobrancelhas unidas em confusão.

— O que... Você quer di-

— SAIA DA MINHA FRENTE, DETETIVE!

Uma voz grossa, alta e claramente irritada interrompeu o momento, tão súbita que pulei dentro do abraço de JungKook assim que ela atingiu meus ouvidos. Jeon também se sobressaltou, qualquer emoção que nós pudéssemos estar sentindo substituídas pela confusão.

Apurando a audição, ainda pude ouvir mais uma voz juntar-se a primeira, essa já conhecida minha e mais baixa, porém também nervosa.

E ambas estavam se aproximando.

— Senhor, não acha melhor esperar-

— EU QUERO FALAR COM ELE NESSE INSTANTE!

— Mas senhor, isso não vai adiant-

— JEON JUNGKOOK!

Como o chão não tremeu, eu não sabia.

Uma breve entreolhada foi trocada entre JungKook e eu antes de nos separarmos. Mas não totalmente. Jeon deixou seus dedos percorrerem a extensão de meu braço até pararem nos meus próprios dedos e entrelaçou-os para puxar-me consigo até a porta aberta do meu dormitório. 

Onde quase fossemos atropelados por Kim Taehyung e um outro homem, este muito mais alto, maior, enfardado e muito, mas muito irritado. E tenho certeza que ele só freou porque estava praticamente montando em cima de nós dois, do contrário, eu tenho certeza de ele atravessaria a parede se precisasse.

Com um nervoso mal disfarçado na voz, o homem pousou os olhos em JungKook, as íris parecendo duas bombas prestes a explodir a qualquer momento. A respiração dele estava pesada, os ombros largos subindo e descendo rapidamente, atrás dos quais estava Taehyung, que tinha visto a tira colo. Olhava para nós com uma expressão preocupada. E eu, que estava atrás de JungKook, alternava a atenção entre os três homens naquela cena.

O que diabos?

De repente, o desconhecido perguntou, ainda alterado:

— Você é o capitão Jeon JungKook?

O próprio assentiu. Ele apertava sutilmente minha mão, ainda que toda sua postura estivesse tensa. Mas foi aparentando confiança que indagou de volta:

— E o senhor é?

O maior ofereceu uma risada nasalada contida. Cruzei as mãos nas costas e decaiu o olhar para os pés, como se estivesse pensando em quais palavras usar. Ficou assim, balançando-se quase imperceptivelmente de um lado para o outro. Percebi que tentava se acalmar.

Voltei-me para Tae, querendo desesperadamente entender o que estava acontecendo. Ele, ao olhar para mim e perceber a curiosidade em meu semblante, fez um sinal com a mão para que eu aguardasse. O que eu fiz com uma grande inquietação, escorando-me no ombro de JungKook.

— Quem eu sou... Creio que você conheceu minha irmã, capitão. Lembra de Sun-Hee?

Fiquei ainda mais confusa. Aquele nome, dito com uma raiva fria, não significava nada para mim. Mas pelo que parecia,  para mim. Porque Jeon enrijeceu completamente. Assim como Taehyung.

O maior acrescentou:

— Ou conheceu, pelo menos, o corpo dela.

Senti uma sensação desagradável na boca do estômago.

— M-major Matthew Kim? 


Notas Finais


:)


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