História Stiles e o psicólogo (Sciles) - Não se vá...

PARRISH

Eu sempre cobria o Sherife quando ele não podia estar na delegacia por causa de Stiles, na verdade desde que Stiles cresceu, comecei a me interessar por ele. Prometi pedi-lo em namoro quando ele completasse 18 anos, mas quando isso aconteceu o Nick havia chegado primeiro. Só me restou admira-lo de longe, quando ele aparecia na delegacia pra esperar seu pai, ficávamos um bom tempo conversando. Sua companhia era ótima. Mas eu sempre quis mais, era só ele dizer "sim", que eu proporcionaria todo o prazer que ele quisesse... Na vida e na cama.

Eu lamentava muito a perda do Sherife Stilinski, ele era uma espécie de família pra mim. Quando o perdemos fiquei muito triste, porém não mais triste que os filhos dele. 

- Vamos Stiles, vai ficar tudo bem! - Falei enquanto tentava tirar Stiles do carro. - Se você quiser eu durmo com vocês hoje.

- Obrigado Parrish, mas não precisa. - ele disse saindo do carro. 

O levei até a porta e dei um abraço bem forte e demorado nele. 

- Se precisar de alguma coisa...- falei em seu ouvido. - É só me ligar. É sério!

- Pode deixar. - ele disse com a voz embargada pelo choro.

Ele entrou e antes de fechar a porta se virou.

- Tchau... - ele disse.

- Tchau! - Falei dando um sorrisinho de lado.

Entrei na viatura e voltei pra delegacia.

STILES:

- Quer comer alguma coisa? - perguntou Isaac.

- Sim... - Falei. - Pedi uma pizza bem grande.

Meu estômago estava travado, não havia comido nada o dia todo. Por mais que eu não conseguisse, eu queria comer, queria poder colocar algo na boca e mastigar, comer até que o paladar me fizesse esquecer de tudo por meio dos sabores.

Entrei no quarto do nosso pai e olhei todos os retratos dele com minha mãe, eu estava completamente sem norte, sem saber o que fazer sem meu pai. Só tinha o Isaac agora. Ele e eu... 

Tranquei o quarto e desci a escada.

Cheguei na cozinha, Isaac estava lavando algumas louças que ao meu ver nem estavam sujas.

- Pediu a pizza? - perguntei.

- Sim. - ele disse e limpou o nariz na manga.

- Está tudo bem Isaac? - estranhei.

- Sim... - ele disse mais uma vez.

Fui até ele e o virei dando-lhe um abraço, e pra minha surpresa ele chorou muito em meu ombro.

- Desculpa... - ele dizia no meio do choro. - Desculpa...

- Tudo bem! - agora era eu que não conseguia me controlar.

Passamos quase dez minutos abraçados enquanto ele chorava.

Isaac era uma pessoa incrivelmente compreensível, não imaginava que ele sofria tanto internamente.

- Você promete que vamos ficar juntos? Como uma família? Que não vai me expulsar daqui...? - Isaac perguntou ainda em meu ombro.

- Isaac! Eu nunca vou te expulsar daqui! Você é a única família que eu tenho, e não vamos nos separar. - Eu já estava exausto de tanto chorar.

Quando a pizza chegou comi feito alguém que passara um ano sem comer, Isaac comeu pouco e fomos dormir.

Meu celular estava em cima da cômoda, destravei e vi várias chamadas perdidas do Scott.

Nossa, Scott deve estar preocupado.

Liguei de volta...

Chamando...

Chamando...

Ninguém atende.

Ele já deve estar dormindo, vou mandar um torpedo.

"Boa noite Scott, desculpe não ter atendido, o dia hoje foi horrível, espero te ver amanhã! 

Bjs!"

Eu fui dormir, estava tão cansado que quando deitei a cabeça no travesseiro acabei apagando.

Pela manhã o Isaac preparou um café e comprou um bolo na padaria.

- Bom... - ele começou. - Não é o café que ele sempre fazia antes de ir pra delegacia, mas acho que está bom.

Me aproximei e o envolvi em meus braços. 

- Será que vamos sobreviver? - Perguntei.

- Vamos Stiles! - ele disse. - Vai dar tudo certo.

Tomamos café em silêncio, em um ato desesperador interno de lembrar do nosso pai e ainda tentar acreditar que a qualquer hora ele desceria as escadas.

- Acho que não vou a faculdade hoje. - disse Isaac.

- Eu também não. - Eu disse. - Não consigo.

- O que vamos fazer então? - ele perguntou. - Precisamos ocupar nossas mentes com alguma coisa. 

- Vamos jogar Uno? - Eu disse. Nosso pai costumava jogar uno conosco.

Ele riu. O primeiro sorriso desde a grande tragédia.

- Vamos! - concordou.

Passamos umas duas horas jogando uno e nos distraindo com rodada após rodada.

As vezes eu olhava para o celular para ver se Scott tinha respondido o torpedo. Mas nada. Ele só podia estar ocupado. 

Preparamos um almoço improvisado e quando terminamos de comer ouvimos batidas na porta.

Quando eu abri, vi o Theo, Derek e Nolam com sorrisos nos rostos. Pedi para que entrassem.

Eles me abraçaram e me perguntaram como eu estava. Também abraçaram o Isaac, o último a abraça-lo foi Derek que sussurrou palavras de conforto pra ele e o fez chorar em seu ombro.

- Viemos ver como vocês estão! - disse Theo.

- Estamos tentando lidar com isso ainda! - Falei. 

- Pode contar com a gente para o que precisarem... - Nolan falou.

- Obrigado!

- O Isaac e eu vamos subir pra conversar um pouco... - Derek disse.

- Tudo bem, vão ! - Falei.

- Gente eu preciso ir, minha mãe está na cidade e eu preciso dar atenção a ela, senão vai ficar falando que eu a abandonei. - Nolan falou.

Nos despedimos dele e ficamos o Theo e eu.

Nesse mesmo instante recebi um torpedo de Nick.

"Oi Stiles, fiquei sabendo do que aconteceu. Eu adorava seu pai. Sinto muito, se precisar conversar eu estou a disposição."

"Obrigado Nick pela compreensão" - respondi.

- Theo... - me virei pra ele. - Você sabe o que aconteceu naquela noite da sua festa?

- Como assim Stiles? 

- Eu acordei aqui em casa e não lembro de nada.

- Bom, você ficou bem louco e nos beijamos, de resto fiquei sabendo que chegou meu primo Scott e dançou com você, então você, Isaac e ele voltaram pra casa. Eu também não lembro de muita coisa depois do beijo, só lembro de acordar no sofá. - Ele disse.

- Nossa que bizarro. - Eu disse.

- Você e meu primo estavam tendo um lance? - ele perguntou. 

- Na verdade ainda estamos, aliás você sabe me dizer o que aconteceu com ele? Não me responde, nem retorna as ligações... Mas acho que ele deve estar na clínica não é? - perguntei.

- Você não sabe? Ele disse que ia viajar pra França, ele já deve estar arrumando as malas agora! - disse Theo.

- Como???