História Stilinski Girl - Between life and death

Segui as instruções que Stiles havia me mandado para ir até a mansão Hale abandonada, ficava literalmente no meio da floresta. Estacionei o carro de Stiles em frente a mansão e suspirei, realmente havia muita magia ali. Peguei a sacola que havia trago com algumas velas e essências do banco do carona e saltei do carro.

Olhei ao redor para ter certeza de que estava sozinha, era o meio do mato em uma propriedade particular, mas eu sabia que adolescentes adoravam invadir ou se desafiarem a entrarem em casas abandonas assim. Respirei fundo e comecei a caminhar em direção a casa. Era estranho, na verdade uma sensação estranha me percorreu a espinha o que me fez arrepiar dos pés à cabeça.

 Eu não fazia ideia do que havia acontecido ali, porque a casa estava abandonada, mas eu podia sentir sentimentos de angustia, medo, covardia, perda e dor. Fora toda magia que emanava do lugar. Presumi que muitos sobrenaturais haviam morrido ali, talvez a família de Derek, já que ele está sempre tão solitário e Stiles até então não tocou no assunto família do Derek para mim. Precisaria confirmar com ele depois.

Adentrei a mansão com cuidado, com medo que ela caísse em cima de mim pela destruição do local. Aos poucos fui colocando as velas em seus devidos lugares e as essências nos cantos do cômodo em que eu estava, só para camuflar o cheiro caso algum lobisomem andasse por aquelas áreas.

Desenhei no chão com giz branco alguns símbolos para um ritual de apresentação, afinal aqueles sentimentos negativos me fizeram entender que talvez eu não estivesse sozinha ali e que precisaria pedir licença para usar o local.

Meu celular vibrou no meu bolso de trás e eu o ignorei, se algo acontecesse Stiles sabia onde eu estava e viria me procurar, pelo menos eu confiava que viria.

Respirei fundo duas vezes e fixei meu olhar na vela a minha frente.

_Incendia. – Digo e todas as velas se acedem, sorrio para a vela a minha frente, eu estava ficando boa.

Pego o grimório que minha mãe deu a mim pouco antes de falecer de dentro da minha bolsa e procuro o ritual de apresentação.

“Desde quando precisamos nos apresentar?” Disse a voz feminina em minha mente, ela soava como minha voz, mas eu sabia que não era eu. Minha magia agora estava acordada e pronta para atacar.

_Desde que isso evite nossa morte. – Sussurrei achando o ritual no grimório e o colocando no chão próximo a vela central.

Me sentei no chão e cruzei minhas pernas, fechei os olhos e controlei minha respiração. Algumas palavras em latim saiam por minha boca, mas já não era mais eu que estava no comando.

Algum momento depois eu estava deitava no chão da casa com o cheiro das velas apagadas fazendo cocegas no meu nariz, era como se eu tivesse tido um sono maravilhoso e eu me sentia mais leve do que nunca, descarregar aquela energia tinha sido ótimo. Dei um sorriso de conforto para mim mesma, feliz por estar melhor, e comecei a me levantar e sem que eu conseguisse pensar direito estava no chão de novo, mas agora tinha um peso sobre mim, algo que eu não conseguia me livrar.

_Sai de cima de mim! – Eu gritei sem conseguir ver o que era, afinal já estava escuro do lado de fora. _Me deixe ir! – Tentei mais vez.

Mas que merda estava acontecendo? Depois de muito piscar consegui enxergar presas e meu coração acelerou, talvez eu estivesse preste a virar jantar. Comecei a me debater de baixo de seja o que for, porque eu não queria dar nomes aos bois e morrer de medo pela inexperiência e a língua afiada.

_É melhor você parar de se mexer ou irão encontrar a gente. – A voz soou em um rosnado quente no meu pescoço e o timbre daquela voz eu conhecia. Senti meu corpo mais envolto do dele, me apertando mais abaixo de si.

_Scott? – Sussurrei. Seus olhos vermelhos de alfa me encararam por um segundo e eu senti os meus brilharem para ele também, a magia gostava do lobo.

_Olá bruxinha. – Ele sussurrou de volta dando um sorriso travesso com as presas brancas gigantes.

_Praesidium... – Ouvi a magia sussurrar e eu apaguei de novo.

Eu me sentia fraca, como se estivesse doente, minha cabeça girava e meus olhos mesmo fechados doíam com a pouca claridade que havia no cômodo. Eu não tinha forças para ativar todos os meus sentidos. Afinal onde eu estava?

Senti o colchão macio de baixo de mim e peso de uma leve coberta sobre mim. Eu sentia um cheiro delicioso e o perfume de Noah no ar.

_Stormy? Querida esta acordada? – Ele estava ali, eu podia ouvir sua voz ao longe e eu queria me agarrar a aquela voz e voltar para a realidade.

Senti algo me queimar de dentro para fora e eu queria gritar, mas não conseguia e mais uma vez a terceira pela minha conta, eu apaguei e não consegui voltar a realidade. 

_Você precisa acordar, já está na hora. Acorde Stormy! – Em algum momento eu ouvi Stiles gritar comigo e chacoalhar meu corpo, ele estava chorando consegui ouvi seu choro abafado depois.

Eu estava cansada e fraca demais era por isso que não conseguia voltar, não conseguia voltar para minha nova e ao mesmo tempo velha família.

_Stormy... – Eu respirei fundo e ignorei a voz feminina me chamando, mas algo mais forte do que eu, me fez abrir os olhos.

Por um minuto eu estava paralisada, era uma clareira linda com grama baixa e várias flores coloridas, com as preferidas da minha mãe, hortênsias. Me mantive deitava aproveitando o aconchego quente do sol contra minha pele.

_Minha pequeninha levante, venha tomar um chá comigo. – Mamãe? Aquela era a voz da minha mãe.

Me levantei em um pulo a olhando espantada segurando uma xicara de chá sentada em uma daquelas mesas de jardim de ferro. Ela parecia uma pintura sentada ali.

_Mamãe! – Eu a chamei e lágrima encharcaram meu rosto por inteiro, eu não conseguia dizer nada, apenas chorar e soluçar. Eu estava com tanta saudade dela.

Minha mãe se levantou deixando a xicara sob a mesa e caminhou em minha direção me envolvendo em um abraço sem excitar.

_Eu estou aqui, mantenha a calma. – Ela sussurrou em meu ouvido. _Shhhhhh, não se preocupe, tudo vai ficar bem. – Uma de suas mãos batia levemente em minhas costas me confortando, aspirei seu perfume o máximo que conseguia. _Você precisa voltar Stormy, está na hora.

_Eu não quero voltar, quero ficar com você. – Eu disse em meio a tantas lágrimas, minha mãe me segurou pelos ombros e olhou no fundo dos meus olhos.

_Ainda não está na hora de ficarmos juntas, você precisa voltar. Seu pai precisa de você e seu irmão também. Não seja mesquinha. Você os conquistou, agora precisa retribuir o amor.

 _Mas...

_Eu sempre vou estar ao seu lado querida. – Ela disse limpando meu rosto. _Uma parte de mim está em você. – Disse e colocou a mão sobre meu coração, eu fechei os olhos com força e balancei a cabeça. _Eu te amo. – Sua despedida foi um sussurro com um beijo em minha testa.
 

Eu estava de volta a vida.