História Still the one - Tpm

Uma semana se passou e nada de Zayn aparecer, depois daquele dia pensei que ao menos ele ia dar um sinal de vida, uma ligada ou até mandaria uma mensagem. Que nada, ele não perdeu seu precioso tempo para isso, claro que não.

- Alexia, levanta!  - Henri disse passando pela porta do meu quarto.

- Eu não vou hoje. – falei tão baixo que pareceu mais um gemido de dor, mas era mesmo.

- O que? O que houve? – perguntou voltando ao meu quarto.

- Tenho um filhote de dinossauro comendo meu útero, nada demais. – ironizei.

- Quer remédio? Chocolate?  Leite condensado? Doces em geral? O que? – perguntou preocupado.

- Você não tem irmãs? – perguntei ainda de bruços.

- Tenho, mas elas são bem mais novas que eu.

- Entendido. Vá se arrumar se não você vai se atrasar mais do que está atrasado e avisa algum dos nossos “chefinhos”. – apressei-o.

Creio que não teria problema algum em faltar algum dia, até porque eu não sei se eu estou liberada para tomar algum remédio daqui que me seja desconhecido, vai que me dá uma alergia louca e aí que eu acabo de morrer.

Continuei certo tempo deitada ali de bruços sem ninguém falar nada, ou até sem me incomodar, mas a única coisa que eu queria era ter meu celular por perto para colocar em uma boa música de deixar no aleatório, nem tudo na vida são flores e nem todo o tempo o celular está perto de você para te satisfazer. Ouvi a porta da sala se abrindo e logo após fechando, o que Henri estaria fazendo aqui?

- Henri? Henri? – não obtive resposta alguma. – Henri eu disse que não precisava me trazer nada, eu vou ficar bem. – nenhuma voz se ouvia além de passos subindo a escada. – Henri, você poderia me responder ou então eu te matarei com as minhas unhas cravadas em seu pescoço. – gritei.

- Seria uma pena se não fosse o Henri. – deu uma risada sacana. O olhei e ele estava com aquele sorriso típico, olhei para o chão e haviam sacolas de supermercado depositadas ali.

- O que você pensa que está fazendo? – indaguei-o.

- Por quê? Fiz mal? – arqueou uma sobrancelha, poderia dizer que ele estava um tanto sexy naquela posição, com aquele casaco de couro, com as mãos no bolso, barba mal feita, escorado na parede da porta.

- Claro que não, mas como você sabia que eu precisava disso ou até mesmo como você conseguiu a chave de casa? – disse indignada, mas antes que ele pudesse dizer algo, matei a charada. – Ah... Mas é claro! O Henri, quem mais seria? Cara pode ter certeza que ele não sairá vivo daqui, minhas unhas serão mesmo cravadas no pescoço dele, ai que raiva! – falei um pouco rápido, até demais.

- Vai com calma. – ele disse de olhos arregalados.

- Calma nada, ele merece, aquele viado! – falei levantando-me revoltada.

- Mas por quê? Uma visita boa como a minha não é qualquer uma que pode ter. – riu debochado.

- Minha mão na tua cara. – falei nervosa. – Vamos ver o que tem aqui. – falei pegando as sacolas do chão e sentando em cima da cama lentamente. – Brigadeiro? Você por acaso conhece alguma loja onde vende alimentos brasileiros? – perguntei surpresa.

- Conheço tudo aqui em Londres, gostou? – perguntou.

- Marshmallows, chiclete, barras de chocolates... dá pro gasto. – dizia como se fosse pouco, apesar de eu comer tudo aquilo em um minuto.

- Só isso que você me diz? – perguntou indignado.

- Ah, claro... Obrigada. – dei um sorrisinho fofo para ele.

- Agora está melhor. Mas antes que você coma todos esses doces, vamos lá pra sala pois eu trouxe alguns filmes de romance e irei fazer uma pipoquinha para nós, e posso te garantir que a minha é a melhor. – debochou.

- E como eu vou saber que não está envenenada? – perguntei séria.

- Como assim envenenada? Eu não sou nenhum assassino Alexia Vitória. – disse indignado.

- Ah vai saber, você é um estranho não sei se posso confiar, geralmente os homens maus dão doces para as criancinhas, talvez você possa ser um deles, mas se aproveitando da minha frágil situação.

- O que? Você está me ofendendo. – respondeu de sobrancelha arqueada como se eu estivesse o insultando, na verdade era como se eu estivesse mesmo.

- Me desculpe, mas é a realidade. – falei sem me importar com suas caretas aleatórias.

- Mas agora é que você vai comer minha pipoca e pedir por mais! – falou e parecia estar irritado.

- Vou? – perguntei o olhando diretamente para seus olhos. Sem me deixar pensar ele me pegou no colo me levando para o andar de baixo e me jogando literalmente no sofá. – HEY! DOEU!

– Me perdoe, não farei isso novamente. – respondeu indo para a cozinha. – escolhe algum filme, eles estão nessa sacola em cima da mesa.

- AI MEU DEUS EU NÃO ACREDITO AHHHHH!!!! – gritei.

- O que foi menina???? – ele apareceu na sala preocupado.

- VOCÊ TROUXE UM AMOR PRA RECORDAR, EU NÃO TO ACREDITANDO! – falei para Zayn mas ele ficou com uma cara de (?). – ele é meu filme predileto. – finalizei por fim.

- Só isso? – perguntou. – A culpa é das estrelas vai demorar a sair nos cinemas então eu trouxe esses mesmo.

- Está bom até demais.

***

- Zayn coloca de novo. – falei com voz de choro.

- Vai ser a terceira vez e você não para de chorar e comer chocolate, fora que encharcou minha camisa toda, olha pra isso. – disse apontando e estava literalmente encharcada. – Mas tudo bem eu coloco.

- Obrigada Zayn, sério. – falei olhando em seus olhos.

- Não há nada demais.

***

- Alexia, comprei uma barra de chocolate pra vo... Ainda aqui? – Henri disse surpreso e fechando a porta.

- Venha ver a situação dessa menina cara. – Malik o chamou.

- Mas o que é isso Lexia? É você mesmo chorando? – escondi meu rosto.

- Ah, qual é vocês dois, não posso nem mais chorar durante uma TPM mais? – exclamei.

-Pode, mas é que você é sempre tão durona que eu achava que era impossível te fazer chorar, mas estou vendo que hmm Um filme de romance qualquer já faz isso. – riu de mim.

- UM FILME QUALQUER NÃO! – gritei e o chutei. – é Um amor pra recordar, meu bem. – falei com ar de superioridade.

- E qual é a diferença desse filmezinho para os outros? – falou provocando-me.

- FILMEZINHO NÃO CACETE! – dei outro chute, mas ele só ria e Zayn também. – Para de rir agora. – falei para Malik dando um tapa no peito dele já que eu estava deitada com a cabeça em seu colo.

- Ai, não me machuque! – fez como se estivesse doendo.

- Você não viu nada, aquilo que eu irei fazer com o Henri – direcionei o olhar para ele – não é nada demais.

- E o que você irá fazer comigo mocinha? – arqueou a sobrancelha.

- Ela apenas vai cravar essas belas unhas – disse pegando a minha mão suavemente – em seu pescoço. – ele riu.

-Obrigada pelo “belas unhas”. – falei.

- Que violência Lexia, mas o que eu fiz de tão ruim? – disse com voz de coitado.

- Deu a chave de nossa casa para um estranho.

- Olha a ofensa, na próxima vez não te trago chocolates, doces, filmes, e nem faço minha pipoca irresistível. – falou indignado.

- Tudo bem, tudo bem, você deu a chave de nossa casa para alguém que ACABEI de conhecer. – dei ênfase no “acabei”.

- Achei que vocês já eram amigos. – Henri falou com normalidade.

- ACHOU, isso não quer dizer que realmente somos. – falei

-Ok, vamos parar por aqui... – Zayn olhou no relógio e pelo visto já era um pouco tarde. – Vish acho que vou ter que dormir com vocês hoje.

- Por quê? – perguntei.

- Está muito tarde, e irei dormir em seu quarto Lexia, o Sr Henri ronca muito.

- O QUE?- indaguei-o.