1. Spirit Fanfics >
  2. Stitches >
  3. Pontos

História Stitches - Pontos


Escrita por: PowerGirl00

Notas do Autor


Olá, Olá, Olá! 😆
Amores, hoje no meio da tarde, ouvindo a música Stitches (título da fanfic) Shaw Mendes, poderoso e gostoso.. Tive a inspiração desta One-shot. 👉👈
Queria deixar claro aqui que é mais um de meus delírios neste shipper, é como sou louca o suficiente, decidi compartilhar com vocês meus dengos! 💜
Espero que gostem! 😊

Obs: Não há qualquer relação com o mundo mágico.

~ LUMUS! ~

Capítulo 1 - Pontos


I thought that I've been hurt before
(Eu achei que tinha sido machucado antes)

But no one's ever left me quite this sore
(Mas ninguém jamais me deixou tão dolorido)

Your words cut deeper than a knife...
(Suas palavras fizeram um corte mais fundo do que uma faca)

Era bem cedo quando ele abriu os olhos devagar aquela manhã, a cabeça doía muito, dando a impressão de que iria explodir à qualquer momento. Instintivamente levou as mãos à têmpora, massageando como forma de amenizar a dor.

O copo de whisky jazia no chão, ainda com um pouco da bebida, o restante havia caído no tapete felpudo manchando-o.
Ele estava também no chão, deitado em cima de toda a sujeira daquele cômodo, com uma foto de quando eram felizes próximo à sua cabeça. Pegou-a deixando que a consciência o levasse para aquele dia.. Para a época em que era feliz com ela e pensou que seria para sempre. Na foto os dois sorriam abertamente, ele a abraçava por detrás, apoiando o queixo no ombro dela.

Dor.

Foi o que sentiu ao sentar-se. Física e emocional. Ainda era tão difícil acreditar que tudo estava acabado. Que os planos que fizera nunca seriam realizados.

Astória tinha sido sua por tantos anos, compartilhado com ele tantos projetos.
Mas a relação que parecia perfeita foi ficando insustentável. Ela tornou-se fria, exigente, chata.. Queria tempo, atenção, gentilezas... E ele? Ele achava tudo bobagem. Só sabia trabalhar, e fingia não perceber os problemas que tinha em casa com a noiva. Sim, eles noivaram. Estavam felizes, apaixonados, quando decidiram dar o próximo passo na relação. Ela viera morar em seu apartamento.. Parecia um sonho.. Mas tudo pareceu afundar quando eles romperam.

Got a feeling that I'm going under
(Sinto que estou afundando)

But I know that I'll make it out alive
(Mas eu sei que sairei desta vivo)

If I quit calling you my lover
(Se eu parar de te chamar de amor)

Move on...
(E superar)

Faziam meses. Quantos? Seis.. Sete.. Oito.. Ele não sabia, só sabia que eram meses. Meses desde que ela havia partido e levado parte do coração dele consigo. Meses em que vivia naquela situação, bebendo até cair no sono. Só conseguia dormir assim. E por mais que a dor regressasse no dia seguinte, ele não se importava. As horas em que a embriaguez lhe tirava os sentidos eram as melhores, porque ele não sentia absolutamente nada.

Mas naquele dia..

Ele acordou com a disposição de um garoto de dezoito anos, pronto para mudar o mundo, para descobrir os lados mais lindos da vida. Para fazer a diferença. Para retomar sua rotina..

Ah, ele estava cansado. Cansado das dores, das lembranças, das tormentas. Cansado de sofrer.. De chorar e de se culpar por ela ter partido. Queria deixar de ouvir a voz dela dizendo aquelas coisas horríveis na noite em que se foi..

“Você é um maldito fodido. Que merece passar os dias sozinho.” Ela gritava à plenos pulmões, o rosto trazia a expressão de liberdade. “Não vai aguentar nem mesmo sua própria companhia, e vai se odiar até a morte..”

Tinha culpa, e tudo o que ela disse se tornou tão verdadeiro para ele durante esse tempo.. Martirizou-se todos os dias. Sentindo-se o lixo que ela disse que ele era. Dormia na sala bêbado porque não queria sentir o cheiro dela no travesseiro e tinha pesadelos se tentava dormir sóbrio, era tão deprimente. Porém não faria mais isso. Iria enfrentar seus fantasmas, os medos e os pesadelos. Não ia beber para esquecê-la. Trocaria todos os lençóis, daria uma nova decoração àquela casa. Tiraria ela de tudo, deixaria só as coisas boas..

Levantou-se apanhando o copo e levando-o para a lava-louças.
A cabeça latejou lembrando-o da dor que sentia.. Abriu uma porta do armário, tirando de lá uma cartela de comprimidos para dor, torcendo muito para ainda estar na validade. Por sorte, estava! Ele o engoliu, e apenas ficou observando então toda a sujeira que estava alojada naquele lugar também. Ele não poderia mais viver naquele chiqueiro.

Resolveu limpar tudo. Pegou o que precisava, fazendo o trabalho logo em seguida. Ligou a lava louças. Jogou embalagens de comidas e bebidas no lixo, aspirou a sala e a cozinha. Varreu, passou pano para tirar a poeira dos móveis, era como se não estivesse morando ninguém ali.. Terminou cansado e suado, precisava de um banho.

Um banho.

Quanto tempo fazia que ele não tomava um bom banho?

Seguiu para o banheiro do quarto, sem nem fazer questão de prestar atenção em que estado o mesmo estava, já que fazia tempo que ele não entrava ali.. Assim que entrou no banheiro se permitiu ver seu reflexo no espelho, os olhos  estavam fundos e com olheiras, os cabelos que antes eram brilhosos e sedosos estavam engordurados e sujos e a barba estava por fazer. Quanto tempo não fazia a barba?

Tanto tempo!

Despiu-se, ligou o chuveiro e deixou a água morna lavar suas feridas, tirar toda a sujeira que ele havia acumulado desde que se vira sozinho naquele apartamento. Era hora de seguir em frente. Hora de superar. Não seria fácil, mas ele queria tentar. Precisava sair do buraco e da solidão que havia se emergido. Astória, ela estava bem, havia se mudado para Nova Iorque, e começado outra vida, havia superado. Ele merecia voltar a viver também.

Fez a barba quando terminou o banho e saiu do banheiro para o quarto parando em frente ao guarda-roupas que tinha sua outra metade completamente vazia.. Escolheu uma roupa limpa e confortável..

Sentiu fome e seguiu para a cozinha, abrindo a geladeira à procura de algo.. Não havia comida na casa, por isso ele estava magro. Arrependeu-se tanto disso.

Quanto tempo fazia que saía de casa? ou via a luz do sol?
Tanto tempo..

Abriu as cortinas então, deixando aquele apartamento sentir outra vez a luz.. Era como iluminar a si mesmo.

Olhou pela janela, observando as ruas de Londres cheias de folhas. Era outono agora. Ainda era primavera da última vez que saiu com Astória, enquanto ele sorria feliz, andando de mãos dadas pelos parques da cidade, era tão bom...


You watch me bleed until I can't breathe
(Você observa enquanto eu sangro até parar de respirar)

Shaking, falling onto my knees
(Estou tremendo, caindo de joelhos)

And now that I'm without your kisses
(E agora que estou sem seus beijos)

I'll be needing stitches
(Eu precisarei de pontos)

Tripping over myself
(Estou tropeçando pelos cantos)

Aching begging you to come help
(Estou dolorido, preciso da sua ajuda)

And now that I'm without your kisses
(E agora que estou sem seus beijos)

I'll be needing stitches...
(Eu precisarei de pontos)


Pegou as chaves da casa, saindo pela porta da frente de cabeça erguida, pela primeira vez em semanas.

As ruas estavam alegres, o sol batia nas folhas caídas, a brisa já fria lhe acarinhando a face, tudo era tão novo para ele, como se estivesse redescobrindo a vida. Ele nunca quis ter chego ao fundo do poço, mas talvez fosse necessário para que pudesse dar valor às coisas simples que a vida lhe oferecia.

Andou alguns quarteirões, seguindo para uma cafeteria que ele sabia que tinha ali, sentia fome, como não sentia à dias. Percebeu que sua hora de superar havia chego. Daria seu melhor agora.

O cheiro de café com baunilha chegou ao seu olfato assim que ele virou mais uma esquina, sendo apreciado prontamente. Entrou então, deparando-se com pessoas comendo e conversando, lendo seus jornais.. Sendo apenas elas mesmas.

Procurou uma mesa, escolheu uma próximo à janela, gostou de ficar observando como as coisas pareceram mudar nesse tempo em que ele esteve apenas consigo mesmo.

“Bom dia, posso anotar seu pedido?” uma moça falou.

Ele levantou os olhos, se viu então em um abismo cor de mel. Olhos alegres, que transpareciam sinceridade, vindos de uma moça de avental e touca na cabeça. Ela era morena, pequena e linda. Um sorriso inocente e despreocupado brincava em lábios finos. Ele sorriu para ela.

“Café com baunilha e uns ovos com bacon.” ele disse, se sentindo amparando por aquela pequena criatura, enquanto ela automaticamente anotava o pedido em um caderninho.

“Certo, seu pedido não demorará muito a vir.” informou-lhe e virando as costas e indo atender outros clientes.

E ele esperou. Olhando vidrado agora para a morena trabalhando, captando seus movimentos, vendo-a ser cordial e gentil com todos.. Ela era aquele tipo de pessoa fácil de gostar, aquele tipo que só de olhar você já simpatiza. Ela era cativante! Tinha um sorriso sereno que ele havia adorado e um olhar brilhante que lhe trazia paz. Queria ele ter uma pessoa com aquele sorriso ou com aqueles olhos.. Em qualquer que fosse o sentido.

O pedido veio em seguida, e ele comeu, sentindo as proteínas e vitaminas sendo absorvidas por seu corpo. Fazia tanto tempo que não se sentia vivo.
Ficou ali por algumas horas, comendo, observando, apenas vivendo.

Esticou as mãos para cima, esperando que fosse a morena quem viesse lhe atender e por sorte, foi ela. Ela andava calmamente, cumprimentando algumas pessoas de outras mesas, talvez clientes antigos.. Todos pareciam gostar muito dela.. Tão querida..

“Em que posso ajudá-lo, senhor?” ela perguntou gentilmente quando parou perto da sua mesa.

Ele sorriu de lado, sem nem saber o porque de não conseguir manter a boca fechada perto daquela garota que lhe era uma desconhecida.

“Você poderia me trazer a conta, por favor?” Ele pediu analisando-a em busca de um crachá, encontrou e sorriu mais ainda. “Hermione.”

“Claro, só um momento!” ela disse e se afastou.

Hermione voltou pouco tempo depois, com a conta e aquele sorriso que nunca lhe abandonava os lábios. Ele pagou, deixou gorjetas e levantou-se ficando em frente à ela.

“Até mais, Hermione!” ele saudou e virou as costas, mesmo querendo passar o dia ali, somente para observá-la.

“Posso saber como se chama?” Ela perguntou tímida, antes que ele atravessasse as portas, sua voz numa melodia encantadora, ele sorriu.

“Draco!” e saiu portas a fora.

Sentia luz dentro de si, iluminando a nebulosidade em que seu interior estava. Decidiu dar umas voltas antes de estar naquela casa sozinho outra vez.

Horas boas foram vividas, ele passeou até que fosse hora do almoço, comeu em um restaurante e tornou a passear até a hora do jantar. Comeu em outro restaurante e então, voltou para casa.

Ainda tinha Astória nas paredes, na decoração e no coração dele. Mas já não doía como antes. Parecia estar cicatrizando. Os pontos enfim haviam sido colocados, impedindo que os buracos fossem ainda maiores.

Foi para o quarto, retirou todos os lençóis e fronhas, trocou-os por outros limpos, e deitou-se, sem sentir o corpo pesado, ou a sensação ruim de que era errado deitar naquela cama sem ela.. Em um ímpeto de coragem ele desligou a luz. Ainda demorou a dormir, não por medo, mas por falta de sono e nostalgia de um dia que tinha sido o primeiro de uma nova fase.

Ele fechou os olhos e deparou-se com íris cor de mel. Aquela pequena criatura lhe fazia bem.. Sorriu inconsciente e pegou no sono.

E aquela noite foi a primeira depois de tanto tempo que Draco dormiu sóbrio e não teve pesadelos. Sonhou a noite toda com uma certa castanha, que mesmo ele estando inconsciente, tinha certeza que iria revê-la.

And now that I'm without your                  kisses
(E agora que estou sem seus beijos)
I'll be needing stitches.
(Eu precisarei de pontos)


Notas Finais


Então meus amoresss.. Espero que tenham gostado! 🙈💗

A-d-o-r-a-r-i-a saber o que acharam! 😊💙

Beijos de luz! 😘🌟🌟💙


Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...